Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 16
Irmão mais velho


Notas iniciais do capítulo

Seis trabalhos, duas provas de exatas, banner e apresentações abertas ao público. Isso é a minha última semana de aula. Tá complicado escrever e o número de capítulos reservas que eu tenho está diminuindo... ainda bem que escrevi bastante no mês passado.
Eu espero que consiga escrever mais quando as férias começarem. Não quero nem pensar na hipótese de um hiatus >.



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Eu admito que não aconteceu mais nada demais naquele dia. Ficamos vendo que tínhamos comprado e escutando músicas. Ela queria que eu dormisse lá, mas eu disse que era melhor eu ir para casa, havia algumas roupas paras lavar além de outras coisinhas para fazer.

– Ok – ela disse desanimada. – Mas podemos nos ver amanhã, não é? – eu sorri para ela e fiquei um pouco confusa com o alívio em seu rosto.

Nós ficamos lá sem falar nada, apenas encarando o teto ou o chão. Eu não tinha entendi a reação dela e sentia que não seria bom se eu saísse dali daquele jeito. Algo parecia fora do lugar e não sei por que motivo coloquei minha mão na face dela um pouco preocupada.

– Está tudo bem, Sara?

Ela parecia surpresa por alguns segundos e então fechou os olhos segurando a minha mão livre. Ela entrelaçou os dedos nos meus e por mais estranho que eu estivesse achando aquela situação não fiz nada para me retirar dela.

– Eu falei coisas horríveis, Rexy – ela suspirou ainda de olhos fechados. – Eu não... Eu não queria ter falado aquilo. Nunca pensei nada daquilo e eu fiquei tão desesperada quando você saiu por aquela porta. Nada fazia mais sentido, – ela deu risinho antes de continuar – como se a minha vida sem você fosse fazer algum sentido.

A voz dela ficou um pouco embargada na última palavra e eu senti que poderia começar a chorar também, mas eu lutei contra as minhas próprias lágrimas. Eu estava cansada de tanto chorar.

– Quando Nicolas me fez ir até seu apartamento eu estava tremendo tanto de medo... Medo de ver você e você me rejeitar, não querer mais me olhar na cara.

Na hora em que ela disse o nome dele um ponto de interrogação gigante começou a piscar na minha mente. Como assim ele tinha a feito ir até meu apartamento? Por que ele teria feito aquilo? Tantas perguntas surgiram na minha mente e eu fiquei extremamente confusa, mas tudo que saiu da minha boca foi:

– Sara, eu nunca faria isso – franzi a testa ainda pensando no por que Nicolas a fez ir a minha casa. Eu achava que ele realmente queria me fazer voltar a ser amiga dela, mas não esperava por aquilo. Então, se tudo deu certo... Foi realmente por causa dele.

– Depois do que eu disse Rexy eu te daria toda a razão de me odiar – ela abriu os olhos e pegou a minha mão que ainda repousa em sua face e entrelaçou os dedos naquela também. – Pode dizer que nunca me odiaria, mas o que falei nunca foi e nem será verdade. Eu estava irritada com Nicolas, mas quando você bateu nele... Meu cérebro deu um branco e as palavras somente escorregavam da minha boca. Quando dei por mim você estava de joelhos chorando – ela fungou e duas lágrimas desceram pelas suas bochechas.

– Achei que tinha perdido a melhor amiga da minha vida e também... – ela parou de falar na hora e deu um pequeno soluço. Sorriu e soltou minhas mãos passando elas no rosto. – Desculpe, estou insistindo nisso quando já resolvemos tudo.

– Também o que, Sara? – eu falei com um tom suave e ela balançou a cabeça.

– Não é nada, estou apenas sendo emocional – ela riu, mas eu não. – Qual é Rexy? Está tudo bem mesmo, te juro. Nossa briga apenas me deixou abalada pra caramba e eu tinha que te pedir desculpas mais uma vez.

Não sou burra e eu sei que ela ia me falar mais alguma coisa, entretanto, vi que não chegaríamos a lugar algum já que ela se recusava a falar. Eu dei um abraço forte nela e disse que não tinha que se desculpar e que este assunto estava realmente acabado, nunca mais voltaríamos a falar nisso.

Assim que terminei de arrumar as sacolas para eu levar para a minha casa, eu disse que ela não precisava me acompanhar até a porta e ela agradeceu já que corria o risco de encontrar seu irmão e se isso acontecesse com ela com os olhos todos inchados não seria bom.

Sai do quarto dela e desci as escadas tranquilamente. Cheguei ao pé da escada e já o vi.

Estava deitado no sofá com a televisão desligada. Não dava pra ver da escada se tinha o celular em mãos ou se estava dormindo, mas só para garantir tentei fazer meu passo o mais silencioso possível. Depois de atravessar a metade da sala eu pude ver que ele estava com headphones e com os olhos fechados. Eu não conseguia dizer se ele só estava escutando música ou dormindo e nem por que me aproximei do sofá.

Eu fui tomando cuidado para a sacola não bater no chão com todos aqueles cadernos dentro e olhei para ele. Sua respiração estava profunda e ritmada então deduzi que estava realmente dormindo.

O cabelo dele estava solto e eu podia ver que eles eram um pouco mais escuro do que o de Sara, mas não muito e também chegavam a ser um pouco maior. Sua feição ficava bem diferente quando não estava sorrindo ironicamente, quando estava apenas assim, relaxada, parecia uma pessoa completamente diferente. Dava pra notar também alguns fios de barba no queixo dele e, subindo um pouco o olhar, vi que seus cílios eram longos.

Pisquei e vi que o celular dele estava com a tela virada para cima. Estiquei minha mão e dei duas cutucadas de leve na tela que acendeu e mostrou a música que estava tocando. Uma de uma das minhas banda preferidas. Sara não gostava muito daquela, por que as letras não lhe faziam o gosto. A música que escutava era a que falava “fuja, fuja, eu irei atacar”.

Uma das minhas preferidas também.

Fiquei apenas um pouco surpresa, já que esta banda fazia um pouco do estilo dele. Suspirei e teria puxado minha mão e saído dali se ele não tivesse me segurado pelo pulso. Senti o formigamento de antes e na mesma hora tentei puxar meu braço.

– O que está fazendo?

– Nada – eu respondi e puxei meu braço de novo, mas ele ainda de olhos fechados sorriu de lado. – Eu disse nada! Larga meu braço, Nicolas!

– É feio ficar bisbilhotando... Rexy.

– Já falei que não tem o direito de me chamar assim, porra – eu comecei a ficar irritada e ele riu me soltando.

Ele se sentou no sofá e tirou os headphones. Bocejou e se levantou ficando de frente para mim, coisa que eu odiava que fizesse já que a diferença de altura entre nós não era tão pouca. Fechei a cara e lá estava ele com o sorrisinho irônico.

– Achei que dormiria aqui com a minha irmãzinha.

– Tenho coisas pra fazer em casa, babaca – eu revirei os olhos. – Agora se me dá licença – virei minhas costas para ele.

– Não dou não – ele deu um passo largo e se colocou na minha frente de novo.

Eu soltei um suspiro de frustração e lembrei-me do que Sara tinha me dito. Já que eu estava ali nada melhor do que fazer a pergunta que me “atormentava”.

– Sara me disse que você a fez ir ao meu apartamento – eu disse tentando manter um tom de voz baixo. – Por quê?

– Que? – ele franziu a testa e em milésimos de segundos entendeu o que eu quis dizer. – Ata... Isso. Você parecia um lixo quando conversamos e minha irmã estava mais lixo do que você então a fiz resolver logo a situação. Não é o que irmãos mais velhos fazem – ele piscou pra mim.

– Ah agora você é o “irmão mais velho” – eu soltei um riso de escárnio. – Até dias atrás você a menosprezou, humilhou e magoou e agora paga do irmão mais velho. Deixe de ser cínico, Nicolas – eu revirei os olhos. – Agora me dá licença.

– Quando as aulas começam? – ele perguntou me ignorando.

– Em alguns dias – eu bufei. – Por que quer saber?

– Sara não me falou quando eu perguntei.

– Aí está ele novamente! O bom irmão mais velho! Está magoado que a irmãzinha o ignora – eu sorri sarcástica para ele e aproveitei para chegar até a porta da frente até ser parada com a mão na maçaneta.

– Eu realmente estou arrependido – a voz dele estava baixa e eu posso jurar que a escutei falhar no final.

– E eu realmente não acredito – eu revirei os olhos e saí da casa sem olhar para trás.

Dizer isso não foi tão fácil quanto imaginei.


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Notas finais do capítulo

To postando isto as cinco da manhã gente, por favor, entendam que eu não revisei e que eu conto com vocês para me dizer se tem algo errado.

Bom, eu espero que tenham gostado.



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