Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 14
Escola


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora~



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Depois de tomar o chá, depois de me acalmar e tudo o mais eu passei duas horas no computador apenas vendo imagens engraçadas e nada parecido com acidentes ou mortes. Meu celular tocou por volta das sete horas e eu imaginei quem fosse. O peguei somente para ver que era a minha mãe.

Ela geralmente nunca liga e só manda mensagens então deveria ser algo muito importante. Como atendi na hora ela ficou preocupada então tive que inventar a péssima desculpa que tive vontade de tomar água bem na hora em que ligou. De qualquer maneira, ela queria que eu mandasse um arquivo para ela por email.

Fiz o que me pediu e em seguida ela me mandou ir dormir que estava muito cedo, mas eu não achava que iria conseguir fazer aquilo. Bocejei quando desliguei o celular e fui olhar o material escolar já que as aulas começavam em duas semanas e eu odiava comprar as coisas em cima da hora.

Comprar material escolar com a minha mãe era extremamente chato, então ainda poderia aproveitar a ausência deles. Eu queria ligar para Sara, mas como não tinha certeza de que estava acordada, apenas mandei uma mensagem e por incrível que pareça ela me respondeu na hora.

Disse que estaria pronta e pediu para que eu a encontrasse na casa dela. Concordei e fui me arrumar.

Abri o guarda-roupa e peguei uma calça jeans preta, uma camiseta azul com a estampa de uma carinha feliz gigante e calcei os tênis. No banheiro, penteei meu cabelo que estava bem arrumado já que poucas horas mais cedo eu tinha o lavado e secado com o secador.

Sequei bem a franja mesmo sendo incomodo o vapor quente na minha testa. Peguei uma blusa de frio preta só para garantir e minha bolsinha com o cartão de crédito da minha mãe. Ainda bem que eles me deixavam comprar as coisas sozinha, era melhor assim e eu me sentia muito bem com aquilo. Eles sempre confiaram muito em mim e isso me fazia bem feliz.

Eu não ia passar nada de maquiagem, mas decidi que um batom não faria mal a ninguém. Deixou meus lábios bem mais vermelhos do que eu queria, mas estava bom daquele jeito. Saí do apartamento com pressa e quando senti o vento no rosto me senti muito melhor.

Não tínhamos combinado horário, mas eu sabia que ainda estava cedo, portanto, eu resolvi ir andando. Devagar eu fui observando as lojas e as pessoas na rua. Não havia muita gente já que era cedo, mas ainda havia movimento. Vinte minutos depois eu estava batendo na porta da casa dela.

Quem atendeu a porta foi Dona Flávia e o sorriso que abriu quando me viu quase me cegou. Ela me cumprimentou e me abraçou forte e pediu para que eu entrasse.

– Logo Sara desce e vocês vão às compras – ela riu e eu sorri.

– Só vamos comprar material escolar, Dona Flávia.

– Não importa, estarão gastando dinheiro – ela piscou. – Vou buscar o dinheiro, por que não sobe? Ela está no quarto.

Agradeci e a observei sair para pegar o que quer que fosse então me dirigi para as escadas subindo cada degrau devagar, saboreando a sensação de pisar na casa dela. Talvez aquilo fosse ridículo, mas eu realmente achei que tudo havia acabado quando aquela briga aconteceu.

A porta dela estava fechada e eu ia bater quando naquele exato instante Nicolas sai do quarto dele. Ele estava somente com a calça de moletom e eu vi que seu físico era bem mais definido do que eu tinha imaginado. Nós nos encaramos e ele sorriu de lado passando por mim dando um tapinha no meu ombro e desceu as escadas sem falar nada.

Não sabe como eu fiquei feliz com aquilo. Eu estava com tanto medo de que ele comentasse alguma coisa sobre a noite anterior e tudo o que ele fez foi seguir normalmente. Suspirei e entrei no quarto dela. A encontrei trocando de roupa ainda.

– Rexy! Você chegou – ela estava colocando o sutiã. – Ajuda aqui? Eu quero ajustar a alça, mas não consigo, uma hora aumento demais outra diminui demais – bufou e eu ri.

– Claro.

Nada fora do normal aquilo, mas na hora em que a ponta de meu dedos tocaram a pele nua das costas dela um choque correu por todo o meu corpo e eu segurei minha respiração. Disse para mim mesma que era besteira aquilo e fui seguindo as ordens de Sara, mas cada vez que eu subia a alça e meus dedos roçavam na pele dela eu sentia meu peito se apertar e novamente a imagem da outra noite me veio à mente.

O olhar dela.

– Obrigada Roxy! – ela sorriu e se afastou de mim. – Está bem?

– Claro – sorri e disfarcei, ainda bem que ela não insistiu e apenas pegou e vestiu a regata branca com as palavras “SLEEP. EAT. PARTY.” em preto. – Vai querer comprar uma mochila nova?

– Não – ela apertou os lábios. – A minha ainda está boa, acho que vou comprar só cadernos e essas coisas.

– Eu vi no site da escola que para o Ensino Médio é melhor comprar vários cadernos de uma matéria – suspirei. – Assim não temos “surpresas” quando uma matéria acabar no meio de uma aula. Para mim tanto faz na verdade.

– É, mas para mim vai ser um saco carregar tanto caderno.

– Vamos poder ter armários lá – eu sorri e ela me olhou com cara de quem não acreditava. – Sim, garota, vamos poder ter armários e vamos poder colar adesivos, pintá-los e tudo o mais.

– Como você sempre fica sabendo dessas coisas antes de todo mundo, Rexy?! – ela me deu um soquinho no ombro e eu revirei os olhos.

– Sara, está lá no site da escola, sabia que não custa entrar de vez em quando?

– Não obrigada – calçou all starts pretos com o short jeans. Pegou do chão uma jaqueta de couro preta e vestiu por cima. – Vamos, Rexy.

Descemos as escadas e Nicolas nem olhou na nossa cara. Ele simplesmente continuou a olhar para a TV como se não existíssemos e Sara bem que o ignorou também. Dona Flávia deu dinheiro para Sara e nos deu duas torradas com manteiga para comermos no caminho.

Era divertido fazer aquilo, quase como uma tradição, sair da casa de Sara comendo uma torrada carregada com manteiga. Agradecemos e saímos comendo e rindo de alguma besteira que ela tinha dito durante o caminho. A rua em que comprávamos os materiais geralmente já era conhecida por ter somente papelarias e lojas artesanais. Tínhamos que pegar um ônibus também, mas o caminho nunca durava mais de quinze minutos.

Descemos no ponto e como já eram quase nove horas todas as lojas estavam abertas. Entramos na maior e na mais conhecida delas. Sara quis de qualquer jeito pegar dois cadernos de dez matérias e eu simplesmente peguei por volta de nove cadernos de uma matéria.

– Mas temos mais do que nove matérias.

– Eu sei, mas não acho que espanhol e inglês usem um caderno inteiro e realmente duvido que sociologia e filosofia vá conseguir usar 96 folhas, Sara – ela deu de ombros. – Eu realmente acho que você deveria pegar mais cadernos.

– Ah é? – ela cutucou minhas costelas e eu ri. – Ok, senhora sabe-tudo. Diga-me quantos mais! – me fez mais cócegas.

Acabou levando mais três cadernos pequenos e compramos cada uma um estojo novo. Pagamos e vimos que aquilo estava bem pesado. Com dificuldade compramos mais canetas e outras coisinhas e pegamos o ônibus de volta conseguindo lugar para sentar.

Porém eram bem distantes um do outro. Eu já ia fazer algum comentário triste quando vejo que Sara já está pedindo para a mulher sentada no canto mudar de lugar e por mais incrível que pareça, ela realmente sai e sorri para mim e ela.

Sentamos juntas conversando animadamente sobre os cadernos e como esperamos que as nossas salas sejam as mesmas. Resolvemos ouvir música e mesmo cada uma tendo seu fone e seu celular compartilhamos um só. O dela. Ela diz que quer me mostrar uma música e é de uma banda que nunca ouvi falar na vida.

A música é gostosa de ouvir, mas nada muito estonteante. Concentro-me na letra um pouco e percebo que é bem fofinha. Quando vou fazer um comentário sobre ela olho para Sara e vejo seu olhar perdido e seus lábios se movendo formando silenciosamente as palavras cantadas pelo vocalista.

Não sei por quanto tempo fico encarando seus lábios e por quanto tempo ela se mantém perdida nos seus pensamentos, mas quando acaba a letra e ela sorri eu peço para que repita. Ela ficou surpresa, mas seu sorriso se abriu mais ainda e botando para repetir se ajeita colocando a cabeça no meu ombro.

Pegamos um pouco de transito e a viagem dura mais dez minutos. Eu queria que tivesse durado a eternidade.


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Notas finais do capítulo

Não tive tempo de revisar pessoal, qualquer erro me avisem. Bom, deixem comentários e eu espero que tenham gostado. Talvez eu demore um pouco mais do 4 - 5 dias para postar o próximo, mas não se preocupem ok?

Beijos :*



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