All Of The Ways escrita por Rosenrot


Capítulo 18
Para você e seu namorado combinarem


Notas iniciais do capítulo

Ei! Mais um... :D
Espero que gostem. O natal ta chegando, então, leitor fantasma que tal me dar um presente e deixar um review? Não? Ok
Boa leitura!



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Prendi o fôlego quando o menino dos cabelos escuros começou a tirar sua jaqueta ensopada. Sua blusa, branca, também ensopada, se prendia ao corpo dele de modo que eu podia ver tudo. Eu pensei que ele não havia percebido minha reação, então, descaradamente voltei meus olhos novamente para seu abdome, mas quando olhei para seu rosto, ele me encarava de um jeito engraçado e com um sorriso malicioso de canto brincando em seus lábios.

Engoli em seco, praguejei mentalmente e peguei a jaqueta de sua mão, colocando no cabideiro. Ele deu uma risadinha.

— Algo errado, Ash?

Me virei para ele.

— Não, não — pensei em algo para disfarçar — Só estou pensando em como vou acabar com você hoje — sorri e olhei em direção ao jogo em suas mãos.

Ele começou a rir muito, mas se deteve quando viu que eu estava de cenho franzido.

— Menininha, você ao menos sabe jogar pôquer?

Olhei para ele, indignada.

— Claro que sei, seu idiota!

Ele veio até meu lado e me olhou.

— Então prove — sorriu.

Revirei os olhos e caminhei até a cozinha, onde me sentei em uma cadeira em frente ao balcão de mármore. O menino do cangote me seguiu rindo e colocou a sacola com cheiro bom sobre o balcão.

— Você gosta de hambúrguer?

Dei risada.

— Esse é o incrível jantar que você trouxe?

— Eu só tive a ideia de última hora, quando já estava quase aqui, e o único lugar perto era o Mc Donald’s. Não reclame — esbravejou.

Levantei as duas mãos, mostrando que era inocente.

— Desculpe, desculpe.

Rapidamente sua cara brava sumiu e ele sorriu. Mas o que?! Ele era bipolar?

Ignorei aquilo e abri a sacola, quatro quarteirões estavam ali.

Arregalei os olhos.

— Quem vai comer tudo isso?

— Nos dois.

O olhei e ele explicou.

— Dois pra cada.

— Ainda bem que o quarteirão é meu lanche preferido — murmurei.

Ele deu risada e começou a comer seu hambúrguer.

— Ei! Você não vai me esperar para começar a comer?! Pensei que você fosse um gentleman!

O gentleman gargalhou e depois me olhou sorrindo.

— Desculpe, anjo, é que você enrola muito.

Não consegui responder visto que a única coisa em que eu podia pensar era do jeito que ele havia me chamado há pouco. Anjo. Eu nunca tinha visto ele chamar nenhuma outra menina assim.

E eu também nunca havia sido chamada assim.

***

Eu terminava um de meus hamburguers e provavelmente tinha ketchup no meu nariz, eu estava toda melecada, chupei um dos meus dedos sujos de ketchup e quando olhei para o m.d.c. ele estava me olhando fixamente. Terminei meu hambúrguer e quando o olhei novamente, ele ainda olhava para mim, dessa vez com um sorriso.

Não tentei entender aquilo, apenas me levantei.

— Vamos jogar? — perguntei animada.

— Você não vai comer seu outro hambúrguer?

— Acho que não... — me encolhi e dei de ombros.

Achei que talvez ele não fosse ficar contente, aliás ele trouxe pra mim e eu não ia comer. Mas ele sorriu.

— Posso comer então?

Dei risada.

— Que horror! Três hamburguers?

Ele deu de ombros e sorriu novamente, já pegando meu hambúrguer.

— Vamos jogar, vem — ele falou com hambúrguer na boca, fiz uma careta de nojo, mas ele não viu, já que estava me puxando pelo pulso, de costas para mim.

Sentamos na mesa de jantar e abri a maleta. Peguei as cartas e comecei a embaralhar, o m.d.c. ao mesmo tempo que terminava seu hambúrguer, me observava.

— Vai ser Stud, Ohama ou...? — perguntei esperando que ele falasse Hold’em.

— Hold’em — ele falou e eu vibrei interiormente, não ia demonstrar minha felicidade para ele ou ele descobriria o quão boa eu era naquele jogo.

— Ah, ok — proferi.

No No Limit Texas Hold’em, que é pôquer aberto, cada jogador recebe duas cartas fechadas (ou seja, que ninguém pode ver, além dele mesmo), e cinco cartas são dispostas a mesa. Essas cinco cartas são abertas e o jogador deve usá-las a seu favor.

Distribui as cartas e arrumei o jogo, estralei meus dedos e olhei minhas cartas.

Um sorriso de canto ameaçou surgir em meus lábios, e rapidamente o impedi de aparecer.

Depois de ter vencido ele várias vezes, meu sorriso desapareceu quando ele começou a me vencer. Jogamos o que? Nove partidas?

Ele ganhara quatro, e eu cinco. No final da última partida, porém, eu tinha o controle. Estávamos jogando fazia horas, o que me surpreendia, eu nunca gostava de jogar por tantas horas seguidas assim, a última vez que fizera isso havia sido na companhia de meu pai, Hans. O menino do cangote fazia ser divertido.

Ganhei e vibrei, pulando.

— Seis a quatro — abri um sorriso enorme para ele.

— Você é boa, garota! Não acredito menininha, xadrez, pôquer, o que mais você joga? Damas? Tranca?

— Tudo de cartas, odeio damas, e amo gamão também — sorri.

— As meninas de hoje em dia nem sabem o que é gamão. Impressionante.

— Falando nisso, vou te mostrar uma tatuagem que talvez eu devesse ter mostrado antes...

Ele arregalou os olhos.

— Menininha, você tem uma tatuagem?!

Dei de ombros.

— Oras, por que todo mundo fica tão surpreso?

Ele começou a rir e se aproximou.

— Me mostre.

Passei a língua pelos lábios, e desviei o olhar. Oh, droga, eu não devia ter nem mencionado isso. A tatuagem não era lá em um lugar muito visível.

Respirei fundo e coloquei as mãos na barra da blusa, para levantá-la.

— Ashton... o que... o que você está fazendo? — ele sussurrou, com a voz rouca.

Dei risada.

— Calma.

Suspendi apenas um pouquinho a blusa e abaixei muito pouco minha calça jeans. Sim, eu tinha uma tatuagem por causa do pôquer. Dois ases juntos estavam ali, seriam as “cabeças” de duas cartas, as duas de ases, com naipe de espadas, e a outra de copas. Era preta e não muito grande, mas ficava muito bonita com os resquícios de bronzeado que minha pele tinha.

O menino do cangote passou a língua pelos lábios e se aproximou. Me olhou nos olhos.

— Você é uma enganadora. Você tem uma tatuagem de ases na cintura e age como se não soubesse jogar!

Abri a boca para falar, mas acabei por fechá-la, dei uma risadinha quando vi um sorriso começar a surgir nos lábios dele.

Seu cabelo preto comprido (não muito, apenas o suficiente para ser extremamente sexy, não chegava perto dos ombros, não era comprido, só não era curto como a maioria dos cabelos masculinos), sempre em contraste com sua pele clara, caia sobre sua testa.

Proximidade, ele sempre dava um jeito de se aproximar assim. Comecei a corar, ele me encarava, e eu percorria os olhos por toda sua face. Não falávamos nada.

Ele colocou a mão sobre minha cintura e instantaneamente reagi aquele toque. Meus braços ficaram arrepiados. Ele me puxou contra ele, e a porta se abriu, fazendo-me dar um salto e fazendo o menino do cangote finalmente tirar os olhos de mim e se afastar.

***

Kishan me acordou com seus malditos miados fofinhos. Rolei na cama e resmunguei. Abri os olhos e sobre meu criado mudo branco havia uma caixinha. A abri e sim, havia um grilo na caixa.

Dei um pulo de susto e gritei. Mas o que era aquilo? A risada do ser na minha porta explicou tudo. Fuzilei o menino do cangote e ele gargalhou.

— Feliz Aniversário, Ashton — ele ficou sério ao dizer isso e se aproximou de mim, lentamente — A propósito, o grilo é de brinquedo.

— Você é doente — murmurei.

Haviam se passado semanas desde aquele dia embaraçoso, chuvoso, em que havíamos jogado pôquer e comido hambúrguer. Naquela noite, eu...eu não sei o que o menino do cangote ia fazer. Mas o que fosse acontecer, foi interrompido pela chegada da minha mãe. A chegada dela fora barulhenta, e molhada. Ela havia ficado presa no trânsito e depois passara na casa de seu melhor amigo. Rapidamente, eles conversaram um pouco e o m.d.c. foi embora.

Agora, era meu aniversário, e eu estava fazendo dezenove anos. Eu estava no meu primeiro ano de faculdade e um monte de gente achava que eu tinha repetido um ano no colégio ou algo assim, mas não era isso.

— Eu não acho que doente seja algo que me caracterize... — ele murmurou e sai da minha onda de pensamentos.

— No que esta pensando, Ashy?

— Em como você é bobo.

Ele se aproximou e me abraçou. Revirei os olhos e ele deu risada.

— Isso faz mal.

— Isso o que? — perguntei, finalmente retribuindo o abraço.

— Revirar os olhos.

— Não enche o saco, não sei como pode sempre saber quando os reviro sem ao menos ver. Isso me irrita.

Ele se afastou o suficiente apenas para me olhar nos olhos. Porém, seus olhos desceram até minha boca.

— Te irrita, é?

— Sim — murmurei, desviando o olhar.

Ele me deu um beijo na bochecha e me soltou.

— Venha, vou te dar seu presente de verdade.

— Eu gostei do grilo — sorri.

Ele riu e balançou a cabeça.

Me arrastou até lá embaixo, minha mãe já havia ido trabalhar... Mas deixara um bilhete e um presente. Li o bilhete e sorri, e peguei o presente para abrir. Era uma jaqueta preta e várias outras coisinhas. Peguei o cartão junto da jaqueta preta de couro.

Para você e seu namorado combinarem”

Meu namorado? Ela pensava que eu e o menino do cangote, namorávamos?

Corei imediatamente e escondi o bilhete atrás de mim, esperando que o m.d.c. não reparasse.

— Menininha, assim você e eu vamos parecer um casal — ele sorriu maliciosamente e então viu minha cara, e minhas mãos atrás das costas.

Seu sorriso escancarou.

— O que você esconde ai?

— Nada...

Ele pegou o bilhete e leu. Amassou o bilhete e me olhou.

— Você tem namorado? — esbravejou.

Olhei para ele e comecei a gargalhar. Gargalhar muito, ri até minha barriga doer e ele apenas me olhou confuso.

Ainda ofegante, comentei, sorrindo.

— Parece que alguém está com ciúmes...

Ele desviou o olhar imediatamente, com o rosto bravo ainda.

— Cale a boca — murmurou.

Dei risada e me aproximei dele, empurrando-o de leve.

— Ela estava falando de você, seu burro.

Ele automaticamente sorriu, tirando sarro de mim.

— Então até ela acha que a gente namora?

Franzi a testa.

— Como assim a ela?

Ele começou a rir e foi minha vez de ficar confusa.

Ele me enlaçou pela cintura e me puxou para junto de si.

— Esqueça isso, vamos ver o meu presente – murmurou no meu ouvido.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.
Até o capítulo 19?