Aguenta Coração! escrita por Gyane


Capítulo 51
Capítulo 51


Notas iniciais do capítulo

Eu havia prometido que esse era o ultimo cap da historia, só que por um azar do destino, eu quase MORRI, tá exagero fiquei doente, escrevi a historia toda a mão e agora não consigo digitar, fraqueza shuahsuahsau acho que me desconcentrei, bom então vou postar o q já esta digitado já que tem gente me cobrando né Lilo... hehehehe



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O vestido era vermelho, corte perfeito caimento perfeito, como se tivesse feito no meu próprio corpo, eu tinha que admitir que a Amanda tinha um incrível bom gosto . Só que nem a maquiagem bem feita nem o vestido fabuloso me faziam sentir melhor do que um trapo velho.

Eu ainda não conseguia acreditar que tinha concordado em ir ao noivado do Thiago. O cara que eu amava. Eu virei masoquista - desenvolvi um gosto pela tortura, só podia ser isso.

 A Bell tentou me alertar, e a desculpa que usei para isso era que eu precisava ver de fato os dois juntos, para o poder enterrar de vez aquele amor. Era como quando uma pessoa parte, não conseguimos acreditar até o momento em vemos o corpo da pessoa querida ser coberta por terra, só assim conseguimos fechar o ciclo por mais doloroso que ele fosse, matar a esperança definitivamente.

 Só que eu estava mentindo para mim mesma quando disse aquilo. Eu não queria admitir que eu ainda tinha uma esperança, uma pequena e incalculável esperança de que aquilo tudo fazia parte de um pesadelo inútil, talvez eu realmente quisesse acreditar que o Thiago estava fazendo aquilo pela pequena Victoria, e não por de fato amar Amanda.

Eu entrei dentro do carro que Amanda havia enviado especialmente para me buscar ainda entorpecida, congelada. Só que o meu estupor não durou muito, a dor me encontrou, assim como eu tinha certeza que faria quando eu percebesse que aquilo não eram um pesadelo e sim a verdade irrefutável que eu não fazia mais parte do mundo do Thiago.

Eu subi os degraus para entrada da casa com as pernas tremulas, eu tinha a sensação de estar entrando no meu próprio velório. A decoração era toda em prata e branca, a música era suave, nada comparada a uma festa de adolescente, mas parecia uma coisa clássica.

Eu desejei não fazer aquilo, havia muitas pessoas circulando pela sala, nenhuma conhecida, eu estava sozinha e destruída. Novamente eu senti o arrependimento me invadir só que era tarde demais.

Imóvel no meu lugar sem saber para onde ir, eu avistei a Amanda. Ela estava incrivelmente linda, perfeita, parecendo uma verdadeira boneca de porcelana no seu vestido branco. Eu senti meu estomago contrair, eu não era humanamente forte para compartilhar da sua felicidade, aquilo era estúpido e torturante.

—Sarah. —Uma voz agradável chamou meu nome me salvado do tormento dos meus pensamentos, eu me virei cuidadosamente para ver a mãe do Thiago parada elegantemente atrás de mim. —Eu não esperava vê-la aqui hoje.

—A Amanda insistiu. —Eu disse me desculpando. Eu sabia o que ela devia estar pensando e eu não a condenava por isso.

—Claro. —Ela sorriu afetuosamente para mim. —Não a muitas companhias para você...

Ela provavelmente havia percebido minha insatisfação, não era difícil perceber isso, só que era um assunto que eu ainda não era capaz de tocar.

—Victoria? —Eu perguntei querendo mudar de assunto, eu sabia que funcionaria.

—Ah linda como sempre. —Seu sorriso aumentou enquanto seus olhos brilharam. —Ela esta dormindo como um anjo. —Sua voz era empolgada e eu fiquei imaginado como seria bom poder participar assim de algo.

—Ela esta aqui? —Era uma pergunta obvia.
—Sim.

—Será que eu posso vê-la?

—Claro. —Seu sorriso aumentou ainda mais, satisfação. —Pode subir a escada à terceira porta. Você vai achar fácil. —Ela me garantiu com um sorriso encorajador.

Eu agradeci e caminhei apressadamente para escada, mas antes que eu pudesse chegar até lá, dois rostos familiares se formaram na minha frente.

—Ruivinha você por aqui? —O Beto estava completamente surpreso, eu fiquei imaginando se o Thiago teria a mesma reação ou se a Amanda já havia alertado sobre minha presença.

—Pelo visto não somos os únicos a termos segredos. — O Pedro disse se recompondo da surpresa mais depressa do que eu. Os dois estavam elegantes, eu sorri ao imaginar o que minhas amigas diriam se visse isso.

Era obvio que eles estariam por ali, era um dia importante para o Thiago, eles tinham que estar presente, eu só não entendia o porquê de tanto segredo, e porque eles agiam como se aquilo não fosse acabar comigo? Eles haviam acompanhado de perto minha dor, mas agora ela parecia não ter importância, quem sabe realmente não tivesse.

— Acharam que iam se divertir sozinhos? —Eu os provoquei finalmente alguém conhecido, eu estava aliviada.

—Estava fugindo de alguém? —O Beto perguntou maliciosamente.

—De vocês. —Retribui o sorriso só que ele não tocava minha alma.

—Ruivinha você me surpreende. — O Beto admitiu.

Olhamos em silêncio, aquilo parecia desconfortante, era como se eles quisessem esconder algo. Mas por quê? Não fazia sentido algum.

—O Thiago esta demorando. — O Pedro disse ignorando o silêncio.

Foi ai que minha ficha caiu, e eu me vi novamente sozinha na festa, um nó sufocante se formou na minha garganta, o Thiago provavelmente ficaria ao lado dos amigos na festa, e não haveria espaço para mim ali, não havia como ter.

—Eu vou ao banheiro. —Eu disse apressadamente, eu não queria encontrar o Thiago, eu iria evitá-lo o máximo possível. Era a coisa certa a fazer, evitar sofrimento.

—Não demora. — O Beto disse sorrindo simpaticamente para mim.

Eu concordei com um aceno de cabeça e subi as escadas rapidamente só parando quando cheguei ao corredor, terceira porta, eu relembrei as palavras mentalmente.

Na terceira porta, havia uma linda boneca rosa acompanhada com os dizerem “Victoria Cristina” Eu sorri e me aproximei, à porta estava entre aberta, eu ia bater quando ouvi a voz do Thiago, congelei enquanto meu coração disparou.

—Os olhos igual a do pai. —Ele estava contando vantagem, eu podia até imaginar o seu sorriso se alargando enquanto ele dizia isso.

—A pele de porcelana da mãe. — Amanda revidou no mesmo tom.

Uma família feliz. Perfeita e feliz, eu senti como se tivesse levado um soco no estomago, meus olhos se encheram de lágrimas. Minha conhecida dor me alcançou mais forte do que nunca, e eu me condenei pela milésima vez por estar ali.

—A boca perfeita igual a do pai. —Eu me aproximei lentamente da porta, eu estava procurando pela dor, eu sabia que aquilo me machucaria, mas do que devia, mas mesmo assim eu não conseguia me controlar, parecia impossível.

—Nem vem à boca é mim. —Amanda negou rindo.

Cada um estava de um lado do berço, olhando admiravelmente para o pequeno bebê dentro do berço. Isso estraçalhou meu coração. Era como se algo estivesse rasgando minha carne.

—Fizemos um bom trabalho. —O Thiago disse estendendo a mão sobre o berço, a Amanda a segurou firmemente sua mão, sorrindo afetuosamente.

—Realmente fizemos. —Ela concordou. Seu rosto transparecia toda a felicidade que ela sentia, felicidade que havia sido roubada de mim. Uma dor insuportável oprimiu o meu coração...

—Com licencia senhora. — Uma mulher com uniforme rosa pediu passando por mim e entrando no quarto.

O Thiago e a Amanda se viraram no mesmo instante para porta, eu me afastei rapidamente com receio que eles me vissem.

—Ela esta dormindo Deise. — A Amanda informou a babá. —Qualquer coisa é só chamar. —Ela continuou. —Vem Thiago. —Ela disse saindo do quarto.

Eu não queria que eles soubessem que eu estava os espionando. Então eu olhei em volta procurando um lugar para esconder, até que eu pudesse me recompor.

Abri a primeira porta, dava para um quarto simples, com decorações em tom pasteis. Perfeito para me esconder. Eu não precisava de muita coisa, só um lugar aonde minhas lágrimas pudesse cair.

Quem eu estava querendo enganar? Não havia a mínima possibilidade de eu conviver com aquilo, eu estava tentando me matar ao poucos, torturando.

Aquela cena foi capaz de liberar coisa que estava me rasgando por dentro - uma dor que me deixou sem fôlego, me deixando aturdida com a sua força, uma dor que eu não conseguiria sobreviver.

Lágrimas invadiram minha face, porque isso estava acontecendo comigo? Aquilo não fazia sentindo alguma era apavorante. Eu estava sozinha, aquilo era fim. Um nó se formou na minha garganta me sufocando, eu não podia me controlar parecia que o mundo tinha parado de girar...

—O que você esta fazendo aqui? —Uma voz familiar soou na minha costa me fez olhar para trás.

O Thiago estava parado, a menos de um passo de mim. O seu rosto estava incrédulo, com só uma ponta de raiva que eu temia. —Eu não pedi para não vir?

Mas ele estava desmunbrandemente lindo. Eu congelei, meus músculos se travaram com o impacto furioso de sua voz com o rosto que eu tanto amava. A fina linha no meu peito se partiu; a dor me tirou o fôlego.

Minha boca se abriu e minha respiração saiu com um som parecido com whooshing.

O Thiago continuou me encarando seu rosto estava contorcida de raiva, definitivamente a Amanda não havia falado nada da minha presença, eu fiquei imaginando se ela tinha feito de propósito.

—Você havia prometido ficar longe. —Sua voz estava carregada de raiva enquanto me lembrava da promessa, seu rosto estava sombrio, furioso. A rejeição fez meu corpo tremer violentamente.

—Eu sei. —Eu me lembrava perfeitamente bem da minha promessa estúpida, e lamentava por não te-la cumprido.

—Então porque esta aqui? —Sua voz era tão dura e fria quando seu rosto.

Eu tentei dissolver o caos na minha cabeça pra poder responder. Mas era impossível, aquele rosto amado e furioso tão perto de mim, me julgando, me condenando...

—Eu... —Eu queria explicar, eu queria dizer que não tive escolha, mas as palavras pareciam grudadas na minha garganta.

—Droga, Sarah porque você nunca me ouve. —O tom de sua voz mudou alguns decimais enquanto ele exalava o ar com raiva. Aquilo estava matando o resto de mim que havia sobrado.

—Desculpa. —Foi tudo que eu consegui murmurar. E então eu comecei a chorar. As lágrimas subiram e então começaram a descer miseravelmente pelas minhas bochechas, esparramando a verdade diante dos olhos do Thiago.

O Thiago olhou para mim desesperado, sua raiva havia dado lugar à agonia, então seus braços se apertaram ao  redor do meu corpo, mas eu já não podia mais me controlar. AS minhas vergonhosas lágrimas estavam lá, descendo por minha face mostrando toda a minha dor de perdê-lo, para sempre.

Ele me prendeu em nos seus braços em silêncio enquanto eu lutava incansavelmente para vencer a onda de choro que me dominava, mas era muito difícil tento-o tão perto de mim e sabendo que ao mesmo tempo ele nunca mais seria o meu Thiago.

Hades.

—Eu sei que é difícil para você, mas você vai ter que aceitar... —A Voz do Thiago soou próximo ao meu ouvido, fazendo meu corpo inteiro estremecer. Aquilo só podia ser uma provação dos céus.

—Eu sei. —Eu disse prendendo a respiração e tentando inutilmente limpar as lágrimas que caiam da minha face.

—Sarah. —Ele falou meu nome baixinho à raiva parecia ter o abandonado por completo.

Senhor porque ele não me amava? Aquilo era aterrorizante e autodestrutivo.

—Esta me matando ver você assim. — Ele confessou me virando delicadamente para encará-lo de frente, seu hálito doce acariciou meu rosto. Eu não acreditava que precisava de mais motivos para sofrer.

Porque ele estava fazendo isso comigo? Ele segurou o meu rosto entre suas mãos e nossos olhos se encontraram, eu pude ver tudo e nada ali.

—Então por quê?— As palavras eram todas erradas, mas elas eram as melhores nas quais eu conseguia pensar para frasear o que eu queria perguntar.

O Thiago as secou delicadamente com a ponta dos dedos cada lágrima, enquanto eu travava a maior luta dentro de mim, tentando conter a onda de choro.

—Ah Sarah, como eu queria que tudo fosse diferente. —Ele disse com um sussurro fraco angustiado. Seus olhos estavam vazios muito longe dali, como se ele se debatesse internamente, decidindo algo. Algo que estava muito além de mim.

—E porque não é?— Eu precisava muito aquela resposta, eu queria ouvi-la, eu queria saber o que eu havia feito de errado para perdê-lo.

—Isso só depende de você. — hálito dele bateu no meu rosto, fazendo minha cabeça girar.

Eu Não podia acreditar que havia o ouvido corretamente. Não havia nenhum traço de indecisão no rosto dele. Eu lutei para entender o significado daquelas palavras, me agarrando a qualquer fio de esperança que pudesse me trazê-lo de volta. Eu ainda estava congelada. As palavras dele eram incompreensíveis, porque elas eram impossíveis.

—Como? — eu sussurrei por lábios que não se mexiam, eu precisava daquela resposta com urgência, era como se eu precisasse do ar para respirar. Eu não perderia nenhum detalhe, nada que pudesse fazer com que ele me pertencesse.

A resposta não veio. O Thiago deu um leve sorriso, que não tocou seus lábios, eu podia sentir a tensão correndo em seu corpo, ele me puxou levemente para mais perto de seu corpo, e eu senti todos os meus muros desabarem eu estava completamente sem defesa.

—Não me deixe, por favor. —Eu implorei sentindo o nó de choro se aproximar novamente, eu imploraria até que ele me ouvisse. —Por favor, por favor...

—Como se eu fosse capaz. — Ele pegou minha face entre suas duas mãos segurando a firmemente, enquanto seus olhos verdes olhavam dentro dos meus com a força gravitacional de um buraco negro. —Como se eu tivesse escolha...

Suas palavras não faziam nenhum sentindo, eu tentei inutilmente organizá-la na minha cabeça, mas mesmo assim elas continuaram vazias. Eu olhei para ele, esperando uma explicação mais lógica, ele me estudava atentamente como se minha reação não condizia com suas palavras.

—Eu estou cansado de lutar. —Ele sussurrou tão baixo que eu imaginei se eu tinha realmente ouvido certo.

Então ele puxou de encontro com o seu peito musculoso, meu corpo estremeceu com a aproximação.

De repente seus lábios tocaram suavemente meu pescoço, eu senti todo meu corpo arrepiar, seus lábios trilhavam o caminho do meu pescoço até os meus lábios com beijos suaves. E cada vez que seus lábios tocavam minha pele era como se um choque elétrico estivesse passando no meu coração há muito adormecido. Os sons das batidas dele pareciam encher o quarto inteiro.

Ele parou a meio centímetro dos meus lábios, como se algo o impelisse de prosseguir, então eu venci a pequena distancia que nos separava de um beijo. Meu coração batendo feito um louco, num ritmo desconjuntado enquanto a minha respiração ficava descontrolada e eu movia os meus dedos cuidadosamente pelo rosto dele.

Eu podia sentir o corpo musculoso em cada linha do meu, e eu estava tão feliz por ele estar ali que eu não estava pensando no depois, só me importava ali com ele, aquele momento, nada mais no mundo me importava.

As mãos dele contornaram todo o meu corpo subindo até os meus ombros, minha respiração estava ofegante tanto quando os dele, seus lábios se separaram dos meus, eu senti tudo a minha volta rodar, mas mesmo assim eu estava feliz. Eu não me importava, eu só o queria para mim, nem que fosse por uma noite... Depois eu lidaria com a dor sozinha.

Delicadamente suas mãos alcançaram a alça do meu vestindo fazendo deslizar por meus ombros. Seus olhos estudaram atentamente minha reação, como se esperasse uma recusa minha, ela não veio. O vestido escorregou lentamente sobre corpo caindo no chão.

O Thiago deu um passo para trás seu rosto estava carregado de desejo, eu senti meu corpo estremecer.

Ele me pegou gentilmente nos braços e me carregou até a cama.

—Não me peça para parar agora Sarah? —Ele pediu com a respiração ofegante tentando inutilmente se controlar.

Aqui nos braços dele, era tão fácil fantasiar que ele me queria. Eu não queria pensar nas motivações dele agora, eu sabia que era puro desejo. Mas isso não importava. Eu estava muito mais feliz fingindo. Eu seria feliz pelo menos aquela noite.

Então em resposta ao seu apelo eu o puxei de volta de encontro com o meu corpo.

Aquele era o meu paraíso - bem no meio do inferno.

***

Eu abri minhas pesadas palparas sentindo que estava despertando de um sonho bom, eu não me importaria de ficar sonhando para o resto da minha vida.

Eu estava deitada sobre o tórax nu do Thiago, minhas roubas estavam espalhada pelo chão, se misturando com as do Thiago. Eu fitei seu rosto adormecido parecendo sereno. Aquela havia sido a noite perfeita, o Thiago sabia ser perfeito quando queria, a minha primeira noite de amor com o Thiago. primeira e ultima.Eu fechei meus olhos afastando aqueles pensamentos eu não queria arruinar o momento, mesmo imperfeito como era.

Eu fiquei quieta nos braços dele, re-memorizando o seu rosto, fingindo que ele me queria, fingindo que eu participava da sua vida, fingindo...

Até que eu ouvi um clique mudo da fechadura, eu fechei novamente meus olhos, envergonhada por se pega, de repente eu fui tomando consciência do que havia acontecido, senhor aquilo era um pesadelo, como eu havia tido coragem, eu não consegui reconhecer meus atos, eu senti minha face pegando fogo enquanto rezava inutilmente para que não fosse Amanda, então a porta foi fechada novamente abrindo escamo de pânico dentro de mim.

O que eu estava fazendo? Ah meu Deus. Eu estava deitada com o Thiago enquanto sua festa de noivado rolava solta no andar de baixo. Minha consciência começou a pesar como chumbo apagando a sensação de felicidade que estava pregada em mim.

Eu me afastei silenciosamente do Thiago, ele se remexeu por alguns instantes então voltou a dormir, eu peguei minha roupa espalhada pelo chão e vesti em tempo recorde.

Minhas pernas tremiam, enquanto eu tentava imaginar quem poderia ter entrado naquele quarto. Antes de sair do quarto eu lancei um ultimo olhar para o Thiago adormecido.

Eu me aproximei cuidadosamente da cama, o ritmo de sua respiração compassada era o único som que preenchia o ar. Eu aproximei meus lábios dos dele em um beijo de adeus, de despedida, meu coração se partiu com esse pensamento...

Assim que meus lábios se separam, eu senti meu peito sendo rasgado e um dor horripilante me invadir. Aquele era o fim... Aquela palavra tinha o significado apavorante naquele momento, como doía perceber que estava na hora de terminar.

Eu abri a porta delicadamente e me joguei contra parede do lado de fora do quarto, tentado conter a onda de dor que invadia todo o meu corpo me deixando sem ar para respirar. Minhas mãos tremiam enquanto um bolo enorme ia crescendo dentro de minha garganta, eu podia sentir as lágrimas chegarem até a minha face.

Uma senhora de idade passou por mim, olhando criticamente. Eu deveria estar horrível, estava toda descabelada e a ponto de chorar.

Eu respirei profundamente, tentando me controlar para fugir, abandonar meu sonho bom e entrar diretamente no pesadelo da solidão.

A festa ainda estava com força total. Eu desci as escadas discretamente, procurando pela porta de saída, quando ouvi alguém chamar meu nome. Eu me virei automaticamente para ver Amanda acenando enquanto caminhava na minha direção. Eu me senti como se tivesse levado um soco no estomago.  Eu precisava fugir e me afogar sozinha na dor.

—O que houve com você? —Ela perguntou surpresa enquanto me observava de perto.

—Nada. —Eu neguei rapidamente, imaginando que ela faria se soubesse a verdade. —Eu só não estou muito bem... —Menti, era o melhor que eu tinha para fazer. Um alarme disparava na minha cabeça, fuja.

—Posso ajudá-la? —Ela perguntou preocupada.

—Tudo bem. Não se preocupe. —Aquela pergunta só me fez sentir pior ainda. Eu só queria sair dali rapidamente.

—Ah, claro. —Ela concordou surpresa. —O que você esta achando da festa?

—Perfeita. —Eu fingi um sorriso, aquilo era tortura. —Parabéns.

—A que horas você chegou? —A Amanda estava tão radiante que não prestara muita atenção no meu desastre, quem se importaria também. —Você viu meu noivo por ai?

O que eu iria dizer? Que estava na cama com ele?  Eu abaixei a cabeça incapaz de continuar com aquilo, meu estomago se contraia violentamente. Enquanto eu me lembrava da traíra que eu era... Senhor o que eu havia feito?

—Amanda eu tenho que ir. —Eu disse me virando sem dar tempo dela falar qualquer coisa. Eu sentia que iria desmoronar a qualquer momento.

O Lado de fora da casa estava todo iluminado e praticamente deserto, o vento frio da noite atingiu meu rosto, mas eu estava tão entorpecida pela dor que nem senti, eu comecei a caminhar apressadamente, as lágrimas caiam em abundancia por minha face...

Eu achei que poderia conviver com aquilo, mas eu estava enganada, eu nunca poderia. A dor havia me atingido de uma forma que eu nunca acharia que fosse capaz de suportar, era como se até mesmo respirar provocasse dor.

—O que aconteceu? —Dois braços fortes me seguraram firmemente, eu me debati violentamente para poder me libertar, eu só queria ficar sozinha para poder sofrer em paz. —Ei, ei, calma Sarah...

O Theo disse me prendendo ao redor de seus braços, enquanto eu me debatia, até que eu me dei por vencida, não havendo espaço para luta. Então eu deixei minhas lágrimas caírem sobre minha face, me afundando desesperadamente nos braços do Theo, ele não me perguntou nada, não disse nada, apenas me segurou nos seus braços enquanto eu derramava a minha dor para fora.

—O que esta acontecendo?—Ele perguntou depois que eu me acalmei visivelmente.

—Nada. —eu senti que não poderia falar, sem ter outra onda de choro.

—Ok. —Ele teve ter percebido isso, porque não insistiu. —Eu fiquei muito feliz por você ter vindo. —Ele estava tentando me distrair.

Suas palavras pareceram um pouco confusa para mim, só que meu estado não estava me deixando pensar direito.

—Eu não sabia que você viria. —Eu disse idiotamente. Como se eu tivesse que interferir na lista de convidados da Amanda e do Thiago.

—Era meio lógico que eu estivesse aqui. —Ele disse sorrindo encantadoramente para mim. Eu tentei sorrir de volta só que meus lábios não se moveram.

—Eu acho que é melhor eu ir embora. —Eu sussurrei esperando que minha voz saísse forte suficiente para que ele me ouvisse.

—Certo. —Ele concordou comigo. —Eu vou chamar um Taxi. —Ele disse me segurando pela cintura.

Ficamos lá, olhando um para o outro em silêncio, não precisávamos de palavra apenas da presença. Eu me senti estranhamente mais forte do lado do Theo, não que o vazio tivesse sido arrancado de mim, mas parecia menos profundo do seu lado.

—Tem certeza que não quer me contar o que aconteceu? —Ele insistiu, eu sorri de volta em negação, eu não seria capaz de tocar novamente no assunto sem me machucar mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Bom gente espero que goste.... bye bye
Ahhhhh já ia me esquecendo a Fic esta de capa nova graças a minha amiga Lu cullen. Brigadãoooo flor.
Aqui entre nós pessoal tá um arrasso.... hehehehee



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