A escola estava completamente silenciosa, e escura. Descemos rapidamente para o primeiro andar, sem fazer barulho, eu logo avistei a porta principal, apesar de estar bem escuro, eu caminhei com segurança para a direção mais senti uma mão quente puxando o meu braço com força, eu olhei assustada pronta para gritar, mais o Thiago tampou minha boca antes, mostrando um caminho completamente diferente que eu estava seguindo, nem preciso falar que quase morri de vergonha.
Seguimos em silêncio por algum tempo, o Beto ia à frente sempre verificando se não tinha nenhum monitor naqueles corredores escuros. Logo eu identifiquei onde estávamos indo, aquele era o corredor que dava para os quartos professores, eu estaquei no mesmo instante fazendo o Thiago bater em mim.
—O que ouve?—Ele sussurrou no meu ouvido me arrepiando, se concentrar Sarah, eu ordenei pra mim mesmo.
—Esse é o corredor dos quarto dos professores. —Eu o alertei e vi um lindo sorriso brotar em seus lábios.
—Eu sei.
—Não podemos...
—Psiu. —Ele disse colocando seu dedo indicador sobre os meus lábios. —E esse o detalhe que faz toda a diferença. Enquanto a maioria tenta sair pela porta principal que constantemente vigiada eu e o Beto saímos pela saída que os professores costumam sair. —Eu olhei espanta para ele, eu nem ao menos sabia que o professores tinham uma saída privativa.
—Ei anda logo. —O Pedro que estava parado atrás de nós começou a reclamar então o Thiago segurou minha mão e me puxou pra frente. Eu tinha que confessar que andar de mãos dadas com Thiago era bem reconfortante.
Não andamos muito assim, pois logo o Beto parou e esperou pelo Thiago.
—Qual desses corredores menos?—Ele perguntou olhando para dois corredores que se cruzavam.
O Thiago não teve tempo de responder por que a desajeitada da Bell trombou em algo fazendo um enorme barulho, uma porta lateral se abriu e o Plácido, um dos monitores saiu de lá, gritando.
—Quem está ai?— No instante seguinte foi uma confusão tremenda. Eu sentia mão do Thiago agarrando firmemente na minha me arrastando por um longo corredor. Eu corri o mais rápido que pude o que não era muito considerando o meu salto alto. Eu não sabia dizer aonde os outros estava mais eu podia ouvir passos bem próximos de nós, não me virei para trás para ver quem era.
De repente eu senti meu salto quebrar eu tamborilei e o Thiago me agarrou pela cintura para eu não cair. Eu olhei espanta para o meu salto depois para o rosto do Thiago que estava acompanhando o meu olhar.
—Pode ir. —Eu murmurei para ele. —Ele esta perto demais.
Ele me ignorou, olhou para o longo corredor e abriu uma porta me puxando para dentro.
O quarto tinha menos de três metros quadrado e estava lotado de baldes e vassoura, eu nem sei como coubemos lá dentro, eu estava totalmente colada no Thiago, escutado o ritmo acelerado de sua respiração e como era bom... Ah meu Deus o que estava acontecendo comigo? Em uma situação daquele e eu pensando no Thiago.
—Que cheiro delicioso. —Ele murmurou cheirando suavemente o meu cabelo. Naquele momento eu agradeci por estar tudo escuro lá dentro.
—Aonde aqueles malditos se esconderam. —Plácido passou xingando pelo corredor.
Eu e o Thiago ficamos trancados por mais um tempo dentro do armário, e pela primeira vez eu gostei de estar assim com ele. Mais logo ele abriu a porta e saiu.
—Acho que podemos ir. —Ele disse olhando para os dois lados.
Eu sai mancado para fora, por causa do meu salto.
—Posso resolver isso?—Ele perguntou atencioso.
Eu olhei para ele desconfiada, pior que dava não dava para ficar.
O Thiago ajoelhou e tirou delicadamente as minhas sandálias.
—Acho que assim vai ser melhor. —Ele disse piscando para mim, e eu me sentiu uma idiota por isso porque eu não havia pensado nisso antes. —Vamos. —Ele chamou esticando a mão para mim.
Eu hesitei por um instante, não queria nem ver os comentários dos outros quando me visse de mãos dadas com o Thiago. Andamos em silencio até o final de um enorme corredor. Depois descemos por uma longa escada que dava para o pátio da escola. Rapidamente chegamos ao muro da escola. Eu vi o Thiago subir rapidamente sobre o muro e pular para fora do colégio.
—Pode vir. —Ele gritou do outro lado. Eu levei mais de quinze minutos para conseguir subir naquele maldito muro, e quanto subi senti tudo a minha volta girar, eu detestava altura. O Thiago pareceu perceber pelo olhar preocupado que ele lançou para mim.
—Pula. —Ele me incentivou.
—Eu acho que não vai dar. —Eu respondi incerta olhando para o chão.
—Eu te pego. —Ele disse estendendo os braços para cima. —Confia em mim. —Porque ele havia pedido aquilo, ele era a ultima pessoa que eu não podia confiar naquela escola, só que eu não tive muito tempo para pensar, pois eu ouvi latidos de cães se aproximando eu fechei meus olhos e me joguei na direção do Thiago.
Não deu outra, eu e ele vamos para no chão. Eu escutei um gemido, ele havia amortecido minha queda, abri meus olhos e o Thiago me fitava atentamente, minha boca estava a menos de um centímetro da dele, suas mãos agarrada firmemente minha cintura. Eu podia sentir o hálito quente de sua respiração, e um desejo pulsante brotar dentro de mim...
—Tanto lugar para fazer isso e justamente aqui vocês decide se agarrar. — O Beto falou surgindo de um lugar qualquer que eu não vi.
—Cala boca. —O Thiago gritou pra ele evidentemente irritado. —Eu adoraria ficar o resto da noite assim com você. —Ele murmurou de volta para mim. —Mais eu acho que o Beto tem razão.
É claro que ele tinha. Eu pensei irritada.
—Eu vou ter que arrancar você de cima do meu amigo. —O Beto perguntou pra mim, e foi só então que eu percebi que eu estava deitada em cima do Thiago impedindo-o de se levantar.
—Claro que não. —eu disse corando até a raiz do meu cabelo e me levantando.
—O que foi que aconteceu com vocês?—O Thiago perguntou enquanto se levantava.
Eu não consegui me segurar, e tive que cair na gargalhada acompanhado o Thiago, a Bell e o Beto estavam completamente sujos de barro.
—O idiota do seu amigo não sabe por onde anda. —Bell disse revoltada.
—Que culpa eu tenho de ter chovido. —Beto disse dando de ombros.
—O que vamos fazer agora.
—Eu vou voltar para o meu quarto e tomar um bom banho. —Bell disse olhando para sua roupa suja.
—Tanto sacrifício pra nada. —O Beto resmungou.
—Eu também não vou a lugar nenhum assim. —Eu disse mostrando minha sandália. —O que será que aconteceu com o Pedro e a Dora?
—Sei lá. —O Thiago disse parecendo nervoso.
O caminho de volta para o quarto foi bem mais tranqüilo. Quando chegamos lá o Pedro e a Dora estavam nos aguardando ansiosos.
—Até que fim vocês apareceram. — Eles respiraram aliviados. —Pensei que tivessem sido pego. Mais o que aconteceu com vocês?—Eles perguntaram assim que viram Bell e Beto.