Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord


Capítulo 11
Outra festa que não acaba bem.




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Os dias passaram cada vez mais rápido devido o crescimento e desenvolvimento rápido de Fiona. Nunca pensei que cuidar de um filhote de gato fosse tão trabalhoso. Miles disse que Vegas era o melhor gato do mundo e não dava nenhum trabalho, até mesmo Freya e seus dois filhotes estavam se saindo bem.

Fiona, em suas duas primeiras semanas em casa, já havia destruído uma cortina, quebrado um vaso de porcelana chinesa e ficado presa em lugares altos de mais para eu conseguir tira-la sem a ajuda de uma escada uma dúzia de vezes. Além disso, havia pelo para todos os lados. Entretanto a coisa mais difícil ainda estava por vir. O banho.

Toda vez que eu ia tomar banho eu era obrigado a deixar a porta aberta para Fiona ficar me olhando, igual ao Miles.

Fiona encarou a pia cheia de água morna, miou e me encarou.

– Você está fedendo – torci o nariz.

A gata me olhou com ar superior, saltou da pia para o chão e saiu andando tranquilamente para fora do banheiro. Seguiu pelo corredor e saltou para dentro do arranhador subindo até o ultimo andar que ficava poucos centímetros do teto.

– Rato, pode me dar uma ajuda aqui? – Gritei pelo meu amigo que fazia o trabalho de filosofia no quarto. – Fiona não quer tomar banho.

– Ela me odeia – ele gritou em resposta. – Só porque eu brinquei com o ratinho dela.

Revirei os olhos.

– Fiona, desça, você precisa de um banho – murmurei para a gata.

– Miau.

– Seus irmãos tomam banho – gritei.

– Miau.

Desisti de dar banho na gata. Voltei para o quarto onde Rato estava sentado no meio de um circulo de apostilas, livros e papéis. O loiro lia tudo com muita atenção e digitava rápido. Após ver as notas dele em biologia e comparar com as de filosofia resolvemos fazer um trato, eu fazia os trabalhos de biologia dele e ele fazia os meus de filosofia.

– Não sei como você consegue se importar com tipo das ervilhas – ele disse.

– Não é questão de tipos de ervilha – rebati. – É genética, a coisa mais legal do mundo. Nós somos genética.

– Tanto faz.

– Miau.

Fiona entrou no quarto com seu nariz empinado e rabo balançando. Farejou o ar e saltou para a estante derrubando uma porção de livros. Depois sentou e lambeu a pata com ar superior. Pulou para a cama e enfiou a cabeça com delicadeza sobre a minha mão. Eu amava aquela gata.

– Miau.

Dessa vez não foi Fiona. Um gato cinzento invadiu o quarto andando com toda a sua elegância e atenção. Os olhos amarelados observaram cada centímetro do quarto antes dele se sentar e miar baixinho mais uma vez. Fiona saiu correndo na direção do irmão.

– Hoje é dia de festa! – Miles anunciou entrando no quarto. – E, vocês vão.

– Não, não vamos – Rato respondeu sem tirar os olhos do notebook.

Miles se jogou na cama, ficando perto o suficiente de Rato para poder fazer um cafuné nos cabelos loiros. Tenho que admitir que fiquei com ciúmes. Ainda mais por estar decepcionado por não ter acontecido nada na noite em que ele dormiu na minha casa.

– Não quero ir só com as garotas – ele choramingou. – Por favor, George.

– Ok.

Felizmente minhas roupas couberam em Rato e mesmo ficando um pouco grandes em Miles, ele escolheu alguma coisa do meu armário. Chamei um taxi assim que os três já estavam prontos. Miles ficou brincando com os gatos sem se importar de encher meu suéter de pelos.

– Você vai lavar depois – eu disse bagunçando os cabelos castanhos.

Assim que o taxi chegou nos enfiamos no banco traseiro. Miles entregou o endereço para o motorista e começou a tagarelar sobre a ultima festa que o anfitrião havia dado. Só então eu percebi que estava indo para uma festa e nem sabia de quem era.

– A festa é de quem mesmo? – perguntei.

– Logan Agnes – Miles respondeu.

Agnes? Eu conhecia esse sobre sobrenome de algum lugar.

– Irmão do Scott – completou Rato.

Primeiro Miles quer que eu fique longe de Scott, depois ele me arrasta para uma festa na casa do próprio garoto. Qual era o problema dele?

xXx

A casa dos Agnes era uma construção extravagante e ostentava um enorme quintal que agora estava tomado por copos vermelhos e algumas pessoas caídas, provavelmente bêbadas.

Paguei o taxista com uma nota de cinquenta, e usei o troco para ajudar na bebida, como Miles havia feito da ultima vez. Do lado de fora da casa já era possível ouvir o som alto da música eletrônica. Luzes de diversas cores diferentes piscavam.

– Leonard – Scott abriu a porta ignorando completamente Miles e Rato. – Venha, vamos beber alguma coisa.

Scott pegou uma garrafa de Blue Curaçau e me arrastou para a área externa da casa, perto da piscina. Algumas pessoas mais velhas conversavam e dançavam freneticamente.

– Meu irmão se formou no ano passado – Scott gritou. – Ele não te conhece, achei que não te convidaria e como a festa não é minha não te chamei, desculpe.

– Tudo bem, Miles falou com ele.

Scott sorriu.

– Fico muito feliz que tenha vindo.

Scott e eu ficamos jogando conversa fora na beira da piscina. Freya me cumprimentou com um beijo no rosto, olhou com cara feia para Scott e sumiu. Aparentemente a briga entre os dois não havia sido resolvida ainda.

– Ela e Kyle me odeiam – o garoto disse por fim.

– Por quê? – perguntei.

Scott passou as mãos pelo cabelo loiro.

– Eu e Kyle fomos grandes amigos – ele começou. – Então Miles chegou e meio que nós dois ficamos meio que atraídos por ele. Só que Kyle não podia fazer nada, já que eles são como irmãos, então eu acabei ficando com o Miles e Kyle me bateu.

Realmente Miles atraia olhares, até mesmo do seu novo irmão.

– E por que a Freya?

– Eu estava com ela – Scott encarou o chão. – Se eu pudesse ter evitado aquele beijo eu com toda a certeza eu evitaria.

Ergui o rosto de beijei de leve os seus lábios. Talvez fosse o álcool agindo, mas eu não pude me controlar.

– Leo?

Quando você leva um soco de um inimigo ele machuca superficialmente. Quando você leva um soco de um amigo brincando ele não dói. Porém quando você leva um soco de um amigo que você decepcionou ele fere a alma.

O punho gelado de alguém se chocou contra meu maxilar tão rápido que eu fiquei sem entender o que havia acontecido. Scott segurou o braço do garoto quando estava poucos centímetros para me acertar outro soco.

– Kyle?


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