The Snow Queen escrita por LightB


Capítulo 3
The Love Spirit


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores lindos!!
Estou um pouco triste por que quase não há comentários na fic... Eu realmente quero saber o que vocês estão achando, suas opiniões são extremamente importantes...
Boa Leitura!



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The Snow Queen

Capitulo 3 – The Love Spirit

~LightB

Observei o sol começar a tingir o horizonte com seu brilho alaranjado, pintando o céu antes tão negro, se erguendo em um esplendor impossível de se olhar durante muito tempo, logo iluminando as trevas da noite, mas é claro que algumas sombras não desapareciam assim tão facilmente.

Dei as costas ao brilho que agora passava a tocar minha pele, por mais que aqui no castelo não fizesse realmente calor eu detestava tomar sol, me sentia quase como se fosse derreter com o mínimo contato dos raios solares, como se fosse feita de gelo, o que não era verdade, não literalmente falando é claro.

Fechei as portas da varanda deixando o sol tão brilhante do lado de fora, olhei para o quarto que agora parecia mais vivo do que quando o havia criado anos atrás, agora estava repleto de algo que nunca havia tido antes, esperança.

Esperança de uma vida melhor, coisa que eu nunca havia tido antes, não realmente.

Jack e os outros guardiões haviam mobiliado cada cômodo do castelo, que eram muitos, mas o meu quarto em si era algo especial, tudo por que eles haviam pego os mesmos moveis do meu antigo quarto, no castelo de Arendell, Ana o trancou e jamais voltou a entrar nele, proibiu a entrada de qualquer um ali, até mesmo dos empregados, então, como disse o Jack, eles não viram o porquê de não pegar os móveis, ninguém sentiria falta mesmo.

Parei em frente ao espelho e me encarei durante longos minutos, realmente eu não parecia mais a mesma pessoa, não apenas por estar longe do reino, das tradições e responsabilidades, que me sufocavam, ou por que tinha passado anos enterrada na neve, mas por que eu realmente estava diferente.

Meus olhos adquiriram um brilho que antes não havia, meus cabelos pareciam mais leves e mais brilhantes do que antes, isso se não contar que eu vestia um moletom violeta com o gorro mais escuro e um short de linho negro, um all star de cano médio vermelho e meu cabelo estava solto pela primeira vez no que parecia eras, eu jamais teria permissão de usar roupas assim no castelo.

Eu parecia mais viva do que nunca estive.

O barulho da porta se abrindo me despertou de meus devaneios, olhei para trás no mesmo instante esperando ver o Jack ali, afinal ele disse que precisava espalhar um pouco de neve pelo mundo, mas que estaria de volta pela manhã.

Agora que podia ser visto por muitas pessoas, Jack dizia que as vezes era irritante como alguns tentavam chamar sua atenção ou brigavam com ele por causa de nevascas inesperadas ou ventos frios surgindo do nada. Então ele prefere sair durante a noite e não ter de ouvir ninguém reclamar.

Mas não foi ele a abrir a porta, na verdade não foi ninguém, quer dizer, não havia ninguém ali, a porta parecia ter se aberto sozinha, como mágica, ou talvez Jack a havia deixado apenas encostada ao sair e um vento a abriu, isso se houvesse vento e o Jack tivesse usado essa porta, o que não é o caso já que ele saiu pela varanda.

Cansada de me questionar mentalmente resolvi investigar melhor, quer dizer, eu sou imortal e com poderes de gelo em um castelo feito de gelo, o que eu tinha a temer?

Atravessei a porta olhando para ambos os lados do corredor, procurando qualquer mínimo indicio que me mostrasse a qual caminho seguir, estava quase desistindo e escolhendo qualquer um dos lados aleatoriamente quando ouvi um som diferente vindo da esquerda, pareciam passos, mas eram fracos de mais.

–Jack?

Minha voz ecoou pelo longo corredor, podia ouvir o eco, mas não houve nenhum tipo de resposta, nem ao menos um único ruído. Se isso fosse alguma brincadeira dele eu ia joga-lo pela primeira janela que visse, sem o querido cajado para ajudá-lo a voar.

Comecei a andar novamente, mais curiosa para saber o que era aquele som que havia ouvido do que por qualquer outro motivo, andei por algum tempo até chegar ao fim do corredor, uma janela ocupando o lugar da parede era a única coisa ali, através dela podia nitidamente ver a lua cheia brilhando ainda, o sol não havia iluminado esse lado, então havia uma certa escuridão lá fora.

–Olá Elsa - uma voz masculina desconhecida soou atrás de mim e eu praticamente pulei de susto.

–Quem está aí?

Me virei para trás, na direção da voz, procurando por quem quer que tivesse falado, mas estava tudo vazio, forcei meus olhos para poder enxergar no canto mais escuro e percebi que realmente havia alguém ali, logo ele se desencostou da parede e veio para mais perto, entrando na luz onde podia vê-lo claramente.

–Eu sou quem eles chamam de Homem da Lua.

Meus olhos estavam arregalados pela surpresa e eu não sabia o que fazer além de encara-lo descaradamente. Sua pele era clara e possuía um tom levemente prateado, seus olhos também muito claros, chegavam a ser quase brancos e também brilhantes, pareciam ter luz própria e os cabelos loiros, mais claros que os meus, mas não tanto quanto os do Jack.

Ele realmente parecia a lua, ou melhor, a forma humana da lua. E ele emanava tanto poder, era quase assustador, podia sentir fluindo dele, ondas poderosas de energia, se me concentrasse um pouco acho que poderia ver o poder brilhando ao redor dele em uma aura prateada.

–Elsa eu não costumo assumir forma humana para falar com nenhum dos imortais que crio, mas você precisa saber o porquê lhe escolhi.

Meus olhos antes arregalados agora estavam marejados, não sei dizer por qual motivo exatamente, até por que eu tenho muitos motivos, mas eu tinha essa vontade de chorar por nenhuma razão especifica e não era algo que eu conseguisse entender.

O Homem da Lua andou em minha direção, passou direto por mim e fez seu caminho em direção a janela, parando em frente a ela, de costas para mim, observando o mundo lá fora através do vidro de gelo.

–Eu sempre observei você Elsa. Alguém que teve uma vida como a sua, que passou por tudo o que você passou teria todos os motivos de se voltar para o mal e usar seus dons para prejudicar aqueles que lhe prejudicaram, mas você preferiu se afastar e se isolar, desistiu de sua felicidade para o bem de pessoa que teriam te matado se tivessem a chance, mesmo em risco de vida você não pode se imaginar ferindo alguém e deu sua vida por isso. Em seus últimos minutos não pensava em vingança ou se deixou consumir pelo ódio, você pensou em sua irmã e em seu povo, que eles ficariam melhor sem você. Por isso te escolhi, mesmo assombrada pelo medo e rodeada de ódio você esbanjava amor por todos, mesmo aqueles que não conhecia ou mesmo não mereciam.

As lágrimas que antes se juntavam em meus olhos agora escorriam livremente por meu rosto e eu não podia controla-las, não queria na verdade. Tudo o que ele disse era verdade, de certa forma eu realmente nunca odiei nenhum deles ou desejei que pagassem pelo que me fizeram, isso jamais passou por minha cabeça, tudo o que eu queria era que todos pudessem ser felizes, mesmo que significasse não estar entre eles, mesmo que significasse que eu não poderia ser feliz.

–E é por isso que lhe escolhi como o espirito do amor. Mas não se preocupe, seus poderes de gelo continuam, acho que já está na hora de aprender a controla-los e aprender a viver de verdade, Jack parece disposto em ajuda-la então você também será uma guardiã do gelo, mas deixe o trabalho pesado para ele, Jack precisa aprender a ter responsabilidade, talvez possa ajudá-lo com isso rainha.

Um barulho distante nos distraiu por um momento, o som de uma porta se abrindo e passos ecoando pelos corredores, me virei automaticamente em direção ao da voz do Jack gritando meu nome a distância, repetidas vezes enquanto subia as escadas e entrava no meu quarto.

–Não se esqueça, como muitas pessoas acreditam no amor você pode ser vista, então quando quiser passar despercebida é só usar o capuz.

–Mas por que espirito do amor...?

Ao me virar novamente em direção ao Homem da Lua ele havia simplesmente desaparecido, como se nunca houvesse estado ali. Encarei a Lua através do gelo transparente e percebi que ela também ia perdendo todo seu brilho e esplendor lentamente enquanto a claridade ia tomando conta do céu e transformando o antes negro em um azul claro.

–Elsa o que está fazendo aqui? - Jack se aproximou e eu me virei para ele, ainda um pouco confusa e com certeza minha expressão deixava isso bem claro - O Homem da Lua falou com você?

–Ele estava aqui.

–Aqui? Tipo, realmente aqui? Sério? Isso só aconteceu com o Norte.

Jack parecia realmente fascinado com isso, me fez tantas perguntas de como ele era, quantos anos parecia ter, se ele era realmente legal como o Norte sempre dizia ou se era metido por ser o “todo poderoso”. Mas sua última pergunta foi a mais difícil de responder, por que na verdade eu não entendia direito.

–O que ele disse?

Estávamos na sala, que era ao lado da cozinha que estava mobiliada e cheia de comidas deliciosas, inclusive alguns bolos de frutas divinos trazidos do polo norte, que por um acaso estávamos comendo nesse exato momento sentados no grande tapete felpudo de coloração branca que cobria boa parte do chão da sala.

–Ele disse que me escolheu como o espírito do amor - respondi ele após um tempo pensando no que exatamente dizer - mas que além disso, graças a meus poderes de nascença também sou uma guardiã do gelo.

Encarei seu rosto esperando ver a mesma surpresa que senti quando ouvi isso, mas para meu espanto Jack não parecia nem ao menos um pouco surpreso, na verdade sustentava um sorriso de canto enquanto pegava mais um pedaço do bolo e comia, como se fosse a coisa mais óbvia de todo o mundo.

Ao perceber meu olhar questionador ele riu levemente e me encarou por alguns segundos.

–Eu já suspeitava disso – ele simplesmente deu de ombros e continuou a comer.

–Han? – foi a melhor frase que pude formular com toda a confusão que estava minha mente no momento.

–Você tem todo esse ar misterioso e esse brilho nos olhos, tirando que é extremamente bonita e atraí as pessoas a você. Logico que é o espírito do amor.

Eu estava tão surpresa que apenas abri a boca, mas nenhuma palavra saia por ela, não conseguia pensar em nada para dizer por que ele havia acabado de falar que sou extremamente bonita e que atraio as pessoas. O que você pode dizer depois de ouvir isso?

–Precisava ver sua cara - Jack riu e isso me irritou levemente, tanto que simplesmente criei uma bola de neve e atirei em seu rosto, o que o fez cair de costas no tapete e parar de rir no mesmo instante, me fazendo rir - a você não fez isso.

Não tive tempo de me proteger, ou mesmo me mexer, ele lançou duas bolas de neve em minha direção, uma acertou meu rosto e a outra na barriga, me derrubando da mesma maneira que havia derrubado ele.

Assim que ouvi sua risada ecoar pela sala eu me levantei e lancei várias bolas de neve em sua direção, usando um pouquinho do meu poder, algumas acertaram e outras ele conseguiu se desviar, logo havíamos iniciado uma guerra.

Mas o problema de uma guerra de bolas de neve envolvendo dois guardiões do gelo é que nenhum dos dois se rende e ambos usam todos os truques a seu dispor, ou seja, nenhum dos dois estava disposto a perder ou mesmo desistir.

E bem, considerando que estávamos em um castelo de gelo que eu havia construído, a vantagem era minha, mas Jack não parecia nem um pouco abalado com isso, ele sustentava um sorriso vitorioso no rosto, como se dissesse que mesmo o meu melhor não seria capaz de vencê-lo e isso com toda a certeza me irritava profundamente.

–Eu nunca perdi nenhuma guerra Els, nunca vai ganhar de mim – Jack gritou do outro lado da sala, lançando algumas bolas com o cajado, me protegi levantando uma parede de gelo que logo desapareceu.

Tenho de dizer que normalmente não sou competitiva, mas realmente odeio que cantem vitória antes do gran finale então eu acabei ficando um pouco competitiva de mais.

Trapaceando um pouco usei as paredes de gelo a meu favor, as usei como uma espécie de canhão lançando bolas de neve em sua direção, Jack não esperava por isso e foi atingido por praticamente todas, a expressão que se formou em seu rosto era impagável.

Me desconcentrei totalmente da guerra, rindo tanto que quando percebi estava no chão, repleto de neve branca e fofa, e Jack estava por cima de mim, sustentando uma expressão levemente divertida, seu olhar era tão intenso que me fez ficar desconfortável e a posição em que nos encontrávamos também ajudava muito nisso.

Agradeço por não poder ficar vermelha.

–Aquilo foi trapaça - Jack ainda mantinha o sorriso de canto, mas parecia realmente um pouco irritado comigo.

–Isso também é - encarei seus olhos azuis e percebi que já não existia vestígios de raiva ali, havia um brilho divertido em seu olhar e mais alguma coisa que não conseguia dizer ao certo o que era.

–Eu não estou fazendo absolutamente nada - seu sorriso se abriu, mostrando o quanto se divertia com situação, e isso me irritou.

–Jack sai de cima de mim - mandei, mas logo depois me arrependi percebendo que ele havia visto isso como um desafio e digamos que Jack Frost adora desafios.

–Por que? Estou ótimo aqui - ele colocou suas mãos dos dois lados da minha cabeça, me impedindo de até mesmo tentar sair de baixo dele.

–É sério Jack, por favor - estava praticamente implorando a ele para se afastar, será que ele não conseguia enxergar o quanto isso estava, de alguma maneira, errado?

–Me dê um bom motivo - ele aproximou seu rosto do meu e podia sentir sua respiração atingir minha pele fracamente.

–Por que sim – falei desesperada para conseguir tirar ele de perto de mim.

–Péssimo motivo, acho que vou ficar por aqui mesmo.

–Jack! - estava começando a ficar verdadeiramente irritada com ele. Por que dificultar tanto minha vida?

–Okay, okay. Mas, como eu ganhei a nossa guerra, quero um prêmio.

–O que você quer? – assim que vi o brilho malicioso no seus olhos e o sorriso em seu rosto me arrependi automaticamente de ter perguntado.

–Um beijo.

Meus olhos se arregalaram e meu coração falhou uma batida para depois acelerar como se houvesse acabado de correr por horas sem parar nem por um segundo, só percebi estar segurando o ar em meus pulmões quando eles começaram a arder. Isso não podia estar acontecendo. Eu não posso fazer isso de novo, eu jurei que jamais me deixar levar pelas emoções de novo e eu iria cumprir essa promessa, pelo meu bem e o dele também.

–Elsa você perdeu – Adrian segurava na árvore, sustentando esse sorriso vitorioso que me fazia querer odiá-lo, mesmo que eu jamais fosse consegui isso – e já que eu ganhei mereço um prêmio.

Parei de correr a poucos metros de onde ele estava ainda com aquele sorriso no rosto, respirei fundo tentando recuperar o folego e tentar não parecer irritada.

–Essa é uma brincadeira idiota Adrian, coisa de crianças – mantinha meus braços cruzados na frente do corpo, sabia desde o começo que era uma péssima ideia ter concordado em brincar de pega-pega com ele – não merece prêmio algum.

–Vamos Elsa, não seja má perdedora.

E ele ainda mantinha aquele sorriso idiota, tão idiota que me fazia querer sorrir também.

–Não sou má perdedora – respondi revoltada, tentando parecer irritada, mas eu não conseguia me irritar com ele, não de verdade.

–Então prove.

–O que você quer?

–Um beijo.

Meus olhos se arregalaram minimamente, mas não tive tempo de reagir ao pedido, por que ele não esperou por minha resposta, ele simplesmente me beijou, e pela primeira vez agradeci por ser horrível em jogos como esse.

Não, não, não.

–Vai ficar querendo idiota.

Usei meu poder para lança-lo no ar até o outro lado da sala, caindo no chão cheio de neve e levantando em um salto, me encarando com uma expressão assustada. Me pus de pé e dei as costas para ele, sem esperar nenhum tipo de questionamento, andando em direção as escadas que levavam aos quartos sem olhar para trás uma única vez.

Subi as escadas praticamente correndo, pulando degraus e quase tropeçando quando cheguei ao topo, assim que passei pelas portas do quarto as fechei, me encostando nas mesmas e respirando fundo, várias e várias vezes, enquanto tentava clarear e expulsar as lembranças que me invadiam, tão vividas como se estivessem acontecendo de novo.

Mas tudo o que eu conseguia fazer era pensar no quão próximo estávamos a minutos atrás, o quanto sua pele parecia ser quente contra a minha, o quanto queria tê-lo beijado. Balancei fortemente a cabeça, espantando esses pensamentos, eu não podia. Eu havia prometido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!
Nos vemos nos comentários...