O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 23
Cicatrizes do passado.


Notas iniciais do capítulo

Baronesa Margarete e Duquesa Diana recebem uma mensagem preocupante.



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O ar estava úmido e a luz do sol brilhava nas gotas de orvalho que banhavam as folhas das arvores.

Perdida em pensamentos, a jovem baronesa Margarete tentava imaginar o que poderia estar acontecendo com o seu pai no reino dos espinhos.

Dois dias antes, ela recebeu uma carta de um vilarejo do reino dos espinhos dizendo que o exercito de imps era interminável aos olhos humanos, e que nem mesmo o rei e todos os outros lordes e cavaleiros juntos poderiam derrotar o inimigo.

Talvez ele nunca volte... — Sussurrou Meg para o vento enquanto se apoiava no parapeito de sua belíssima varanda e observava o verde das arvores ao redor de sua enorme mansão.

Ou talvez ele retorne hoje para comemorar o seu aniversário! — Sussurrou Duquesa Diana ao abraçar Meg por trás e lhe beijar carinhosamente o pescoço.

É! Talvez ele faça isso... — Sussurrou Meg com uma voz tristonha.

Diana sentiu a tristeza na voz de sua amada e em uma tentativa de tenta-la fazer sorrir, prendeu um pequeno colar de aço com uma cabrinha de prata pendurada no meio da corrente fria.

O que é isso? — Perguntou a jovem baronesa confusa.

É o seu presente de aniversário amor! Ou você achou que eu não lhe daria nada no dia de seu aniversario de sete anos? — Ironizou Diana com o seu sorriso sínico e sarcástico.

Ah, o dia em que eu nasci! Eu até tinha me esquecido que era hoje. — Comentou Meg enquanto olhava e admirava a pequena cabrinha em seu colar de aço e prata.

Bom! Você pode até esquecer, mas eu nunca esqueceria um dia tão importante para você e para mim! — Falou Diana ao se sentar no parapeito ao lado de Meg.

Meg sorriu ao ouvir as palavras de sua amada, mas logo se lembrou da ausência do pai e voltou a ficar triste.

Diana percebeu que a sua amiga não estava se sentindo bem, e sem nenhuma delicadeza perguntou — O que é que você tem hein?

Meg voltou a olhar para as arvores e com uma voz triste e cansada, respondeu — Eu não sei! Talvez seja saudade do meu pai! Ou talvez seja medo... Eu não sei!

Diana sorriu sarcasticamente e perguntou — Medo? Hahaha... Medo de quê?

Eu não sei! — respondeu Meg ao olhar para baixo e avistar a grama verde do solo de seu jardim.

Não sabe... Hunf! — Resmungou Diana ao virar o rosto com raiva.

Di... Como você faz para ser sempre tão forte? — Perguntou Meg com tristeza na voz e no olhar.

 Diana sorriu um sorriso maléfico e pervertido, e após descer do parapeito, ela segurou o queixo de Meg e olhou profundamente nos olhos azuis da baronesa, fazendo o coração da garota de cabelos dourados gelar e bater forte de medo e ansiedade.

Eu mato todos aqueles que se opõem á mim! — Respondeu Diana com um olhar serio — É isso que me faz forte! Isso e o meu passado.

Meg sorriu ao ouvir as palavras e admirar o olhar frio de Diana. E após segurar carinhosamente a mão da duquesa, Margarete falou — Você ainda tem aqueles pesadelos, não é?

Sim! — Respondeu Diana ao soltar a mão de Meg — É difícil esquecer tudo o que aconteceu antes de eu ser adotada pelo duque Lucio. Os gritos, a dor, o sofrimento...

Mas você está aqui agora! Comigo! Não tem porque ficar revivendo o passado. — Falou Meg ao abraçar a duquesa e beijar o queixo da garota ruiva.

 É! Você tem razão! Mas que tal nós pararmos de ficar lamentando sobre a vida e irmos torturar algum prisioneiro ou bandido nas masmorras? Eu adoraria ver você colocando vermes e insetos dentro do corpo de outro estuprador. — Falou Diana com um olhar perverso, pervertido e assustador.

Meg sorriu contente com a ideia, mas após ajeitar o óculos que caia do seu nariz, falou — É uma boa ideia! Mas eu não acho que seria adequado torturar uma pessoa no dia do meu aniversário. Eu prefiro muito mais passar o dia todo ao seu lado, rindo, brincando, me divertindo, e quem sabe, talvez... Te beijando...

Diana sorriu pervertidamente, e ao segurar a pequena cintura da garotinha com as suas hábeis mãos, falou — Hêhehe... Então talvez seja á mim, á quem você queira torturar!

E então as duas garotas juntaram os lábios e se beijaram de maneira lenta e apaixonada.

Ao anoitecer, as duas garotas descansavam sobre a cama, nuas e suadas.

Meg apresentava marcas de mordidas, cera quente vermelha, beijos e arranhões! Já Diana tinha o corpo marcado por marcas de chicotes, queimaduras, feridas de combate, cera quente, chupões e mordidas deixadas por Meg.

No chão havia um chicote negro, pasta de pimenta e cebola, velas vermelhas derretidas, e rosas vermelhas de espinhos afiados.

O ar cheirava a suor e outros fluidos, mas as garotas não se importavam com o ambiente ou a bagunça que elas haviam feito. Diana e Meg apenas queriam aproveitar todas as sensações possíveis em seus corpos.

Ahhh... Hoje foi um dia incrível! — Sussurrou Meg enquanto se espreguiçava e bocejava de sono.

Que bom que gostou! Pelo menos agora eu não tenho que suportar o seu drama de menininha abandonada que quer atenção. — Falou Diana ao se virar e beijar a barriga de Meg na região do ventre.

Meg sorriu e com uma voz sarcástica e irônica, e falou — Ainda bem que você é bastante delicada com esse tipo de assunto. Rsrsrsss...

Diana sorriu pervertidamente e falou — Ohh... A menininha inocente quer carinho? Talvez eu deva lembrar quem ela realmente é!

Quem eu realmente sou... — Sussurrou Meg para si mesma.

Sim! Você é a baronesa Margarete! Princesa sábia das terras além da floresta e uma das protetoras do reino. Você é a ultima esperança dos refugiados da guerra e a ultima esperança do meu reino. Você é aquela que pune os infiéis, estupradores e bandidos. Você é a dama da dor, a torturadora de corações, a filha do barão Luiz! Você é sem duvidas a garota mais inteligente do mundo! E também á que eu mais amo e admiro... — Confessou Diana com o seu jeito durona de ser.

Meg sorriu de felicidade e orgulho ao ser elogiada por Diana. E sorriu ainda mais por conseguir ouvir uma confissão da princesa perseverante.

E então, ao se levantar e se sentar na cama, Meg segurou o rosto da garota ruiva entre suas pequenas, delicadas e hábeis mãos, e lhe roubou um beijo inocente, porém verdadeiro e cheio de sentimentos.

Diana retribuiu o beijo, mas logo separou os seus doces lábios da pequena e sedenta boca da baronesa para falar — O beijo está bom, mas nós precisamos de um banho urgente!

Você tem razão! Pedirei para as criadas encherem a banheira do meu quarto com água quente e perfumada. Pera que nós possamos tomar um banho bem gostoso e relaxante. — Falou Meg ao se levantar e colocar algumas roupas.

Depois de alguns minutos, algumas mulheres chegaram transportando baldes e bacias cheia de água quente e perfumada.

Meg ordenou que derramassem a água na enorme banheira do seu quarto e depois ordenou que todas saíssem!

As mulheres fizeram o que lhes foi ordenado e depois partiram!

Meg então provou e sentiu o calor gostoso da água com as pontas dos dedos, e ao se virar avistou Diana ainda nua em sua cama, lhe olhando com um olhar e um sorriso bastante belo, sensual, e pervertido.

Você não vem? — Falou Meg enquanto tirava a roupa e olhava diretamente nos olhos da princesa ruiva.

Eu já estou indo! — Respondeu Diana ao se levanta e exibir aquele corpo quase de mulher ainda coberto por pingos de cera, e repleto de feridas, queimaduras e cicatrizes.

Meg sorriu pervertidamente e admirou cada detalhe do corpo de sua amada!

As cicatrizes de combate espalhadas aleatoriamente pelo corpo de Diana, as marcas de chicote, os pontos de cera vermelha, criados á partir dos pingos de vela que a própria baronesa havia derramado por sobre aquele corpo; As sardinhas do rosto e da pele branca e pálida que cobriam o belo e sensual corpo da duquesa; O longo cabelo ruivo que a cada dia crescia maior e mais belo; Os pequenos seios que já se formavam, transformando aquele corpo de menina em um corpo de mulher; O andar lento e sensual que provocava qualquer homem ou mulher que gostassem de jovens meninas; Os belos lábios vermelhos e sedutores que encantavam e enfeitiçavam a baronesa desde que elas se conheceram; E o curativo de pano branco que cobria a parte de cima da perna direita da duquesa.

Todos estes detalhes eram inebriantes e extremamente importantes para a baronesa! Pois Meg conhecia totalmente todos aqueles detalhes.

A baronesa conhecia cada cicatriz de batalha e qual arma á havia causado. Conhecia cada queimadura e cada golpe de chicote que ela, ou outra pessoa, havia deixado marcado naquela pele.

Então, enquanto pensava nestes detalhes, Diana parou na frente da baronesa e lhe beijou os lábios novamente, fazendo Meg acordar de seu transe admirativo.

Você não vai entrar? — Perguntou Diana com um olhar e sorriso pervertido.

V- Vou sim... — Respondeu Meg em um sussurro.

Diana então sorriu e se sentou na borda da banheira, molhando apenas os pés e as pernas na água quente e perfumada.

Meg não perdeu a oportunidade e entrou na água, com uma esponja amarela na mão e um pensamento único na cabeça.

 Deixe-me lavar você! —Falou a baronesa enquanto tocava e acariciava com a esponja uma das pernas da duquesa.

Permissão concedida! — Falou Diana com um sorriso malvado e pervertido no rosto.

Meg então esfregou e limpou delicadamente a perna esquerda da duquesa, pedindo depois permissão para limpar e retirar o curativo da perna direita de Diana.

Posso? — Perguntou Margarete olhando diretamente nos olhos azuis da duquesa ruiva.

Pode! — Murmurou Diana com uma voz séria.

 Com a permissão de Diana, Meg retirou o curativo delicadamente, e expôs uma cicatriz de queimadura feita para formar uma palavra que marcaria o orgulho e a dignidade da duquesa para todo o sempre.

“Puta”! — Sussurrou Diana enquanto olhava para a ferida — Não importa quanto tempo passe, esta marca nunca sairá do meu corpo!

Bem, nós poderíamos tentar costurar um pouco de pele ou coro por cima da palavra! Pode doer um pouco, mas ao menos você se sentirá um pouco melhor. Eu acho... — Opinou Meg enquanto passava a esponja delicadamente por cima da cicatriz.

 Seria uma boa ideia! Mas é arriscado e um pouco dolorida demais! Eu prefiro esconder com um pano branco e pomada cicatrizante mesmo. — Respondeu Diana tentando mudar de assunto.

Que assim seja! — Respondeu Meg ao pegar o pano branco e enfaixar a perna novamente.

Você me acha ridícula não é? — Perguntou Diana com um sorriso perverso no rosto.

Não. Eu não acho! — Respondeu Meg ao olhar friamente nos olhos da duquesa.

Diana: — Não? Hahahaha... Então olhe nos meus olhos e diga para mim que não tem raiva de uma garota imunda e baixa como eu, ter me tornado duquesa de um reino tão poderoso! Olhe nos meus olhos e diga que não tem inveja de apesar de eu ser tão impura eu tenho a beleza e os adornos que muita mulher gostaria de ter! Olhe nos meus olhos e minta para mim, dizendo que você não me odeia do fundo do seu coração! Será que você consegue fazer isso? Será que você consegue mentir tão bem?

Eu não te odeio! — Respondeu Meg sem hesitar — Eu te amo! E você sabe disso.

Diana sorriu perversamente, mas acabou deixando escapar uma lágrima sincera de seu olho esquerdo.

Meg apenas manteve a calma e a frieza, e então enxugou a lagrima que molhava o rosto sardento e belo da princesa ruiva com um de seus pequenos e hábeis dedos.

Diana ficou bastante envergonhada e inconformada, mas disfarçou a fraqueza falando — Malditos perfumes! Eles sempre irritam os meus olhos!

Meg apenas sorriu discretamente e respondeu — Sim! Eles sempre fazem isso!

Diana então limpou as lágrimas presas nos olhos, e entrou de vez na enorme banheira de chão; decorada por azulejos azuis e profundidade de no máximo meio metro.

Meg se virou e pediu para lavar as costas da duquesa! Mas para a surpresa da baronesa, a resposta foi um rápido e frio “não”!

Por que não? — Perguntou Meg confusa.

Porque hoje é o seu aniversario! Então sou eu quem deve lavar você! — Respondeu Diana ao tomar bruscamente a esponja da mão de Meg.

Meg concordou friamente com a cabeça e ao se levantar e se sentar no colo de Diana, respondeu — Então, que assim seja!

Depois do longo e relaxante banho, as duas garotas se vestiram com roupas leves e foram dormir!

Ao amanhecer do outro dia, um mensageiro bate na porta do quarto da baronesa e fala — Bom dia senhorita Margarete! Eu peço perdão por incomoda-la, mas uma mensagem urgente e terrível chegou agora a pouco da capital!

Meg levantou da cama rapidamente, e ao abrir a porta, já foi logo perguntando — O que aconteceu!?

O mensageiro então entregou uma carta em papel rosado nas mãos da baronesa e respondeu — A rainha das rosas vermelhas faleceu...

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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