Memórias de Alice Moore escrita por Suh


Capítulo 7
Festa?




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Chegamos na frente da casa da Mi.

 

- Me desculpe, eu gostaria de ir para a sua festa, mas não dá.

 

- Ta tudo bem, fica para a próxima!

 

            Após me despedir da Mi, corri para a minha casa que ficava umas 5 quadras dali. Imaginei Eliza tendo um ataque por causa da minha demora. Atravessei as ruas sem olhar para os lados, Eliza poderia ser mais assustadora do que qualquer carro que pudesse me atropelar.

            Chegando em frente ao portão, peguei a chave dentro da bolsa e respirei fundo antes de abrir. Talvez muitos ali achassem que seria uma surpresa, mas eu já sabia de tudo, Eliza e Sophia nunca conseguiriam esconder, elas falam demais.

            Abri a porta e...

Nada.

 

Não havia nada ali, nada de festa, nenhum balão, nenhum convidado. Nem a minha família parecia estar em casa.

“Será que eu errei o lugar da festa?”

Entrei em casa e caminhei procurando alguém por ali. Como não achei ninguém, joguei a bolsa no sofá e em seguida o meu próprio corpo. “Bom, ninguém me avisou nada...”

Decidi ligar para a Eliza, mas antes tomaria um copo de água. Ao chegar na cozinha...

 

- Alice, então você estava aí? Estava te procurando....

 

- A-Alex? – Eu tinha de processar a informação antes. Alex na minha casa. Alex falando meu nome. Alex me procurando? – o o que...?

 

Ele veio em minha direção, senti meu rosto mais quente a cada passo que diminuía a distancia entre nós, até ele tocar o meu rosto corado. Depois o meu cabelo e olhar nos meus olhos.

 

- Estive te procurando, a minha vida inteira... – acabou com toda a distancia entre nós com um abraço forte e quente. – Eu te amo.

 

- Ah...

 

Ele interrompeu minha fala com um beijo doce, um beijo que esperei por tanto tempo. Depois, sussurrou no meu ouvido:

 

- Feliz aniversário, Alice.

 

E abri os olhos.

Espera, eu abri os olhos, mas não era como antes. Um teto não familiar estava sob mim. É verdade, eu sempre tinha esses sonhos com Alex.

Olhei ao redor atordoada, até reconhecer o lugar.

 

Hospital...

- Hospital?! – me levantei rapidamente. – O que eu to fazendo aqui?

 

Em seguida, a primeira coisa que vi foi o rosto furioso – e inchado, de tanto chorar – da Eliza vindo em minha direção.

 

- O que você pensa que estava fazendo?! Pirou de vez?? Você arruinou tudo, Alice!!

 

Antes que eu pudesse me defender e dizer que eu realmente não estava entendendo nada, vi grossas lágrimas descerem pelo seu rosto, e então ela me abraçou forte. Só então eu percebi como minhas costas doíam e que eu tinha arranhões nas mãos e braços.

 

- Droga, Alice... você me deixou tão preocupada! – Ela soltou entre soluços. Meus pais e minhas irmãs vieram logo atrás, todos com cara de alívio, todos com roupa de festa.

 

- Desculpa Eliza, desculpa por... – mesmo sem saber o que eu tinha feito, parecia grave – ... o que foi que eu fiz mesmo?

 

Não sei porque, mas eles riram.

 

- Você foi atropelada, sua anta! Isso é o que dá correr por aí. Sorte que o Alex tinha ido comprar mais refrigerante e viu quando aconteceu. – Soltou Natalia, com tom de deboche.

- HÃÃ? Eu fui atropelada??! – “o Alex viu tudo?!” – Que droga, o meu cabelo deve estar um lixo!

Riram de novo. Me senti uma palhaça, por alguns minutos.

 

Descobri que todos na festa ficaram desesperados, fazia algumas horas desde acidente. Mas não tinha sido nada grave, só alguns arranhões nos braços, joelhos e uma pancada nas costas que me fez tirar um raio x, mas nada de mais. Nenhum osso quebrado.

Os médicos decidiram que eu deveria dormir no hospital para não precisar fazer esforço e ficar sob vigilância medica só mais algumas horas.

- Você sabia? Alex fez questão de traze-la... na verdade, ficou aqui até pouco antes de você acordar. – Sophia me disse, toda alegre.

- s-sério?

 

- acho que ele gosta de você.

 

- Não diga besteiras!

 

            Aquela noite no hospital foi bem longa. Eu só pensava em como a Alex me viu jogada, horrível no asfalto... e ao mesmo tempo, não tirava da cabeça a ideia dele ter ficado ao meu lado.

Dormi demais e na manhã seguinte faltei o colégio -Tínhamos aulas nos sábados.

 

- Acho que devia ser atropelada assim mais algumas vezes! – Falei no carro, voltando para casa. Meus pais resmungaram algo do tipo “não fale isso nem brincando”.

 

“E não falarei mais. Perdi de vê-lo por essa maldita imprudência!” – pensei.

 

A casa ainda estava toda decorad para a festa, só não tinha mais as mesas e cadeiras alugadas. A cozinha lotada de comida, doces, salgados, uma torta linda com as palavras "Feliz aniversário, Alice!" - na hora lembrei do sonho e me arrepiei.

Eu sei que teria adorado a festa.

 

Naquela tarde, a campainha tocou algumas vezes mais do que o normal, mas apenas 3 foram importantes para mim.


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Notas finais do capítulo

huhuhuh quem será que bateu na porta de Alice?
Prometo que os proximos capitulos serão mais interessantesv e obrigada a todos que acompanham a historia
Principalmente, obrigada Daah Cullen pela recomendação