Memórias de Alice Moore escrita por Suh


Capítulo 18
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei desse capítulo...
Ía postar amanhã, mas estava ansiosa xD



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                    Eu estava em um lugar escuro. A verdade é que não sabia se meus olhos estavam abertos ou não. O único som que podia ouvir era o ruído da minha respiração baixa.

                    E então, na minha frente apareceu aquela garotinha linda. Os seus olhos grandes que me encaravam, eram da cor de avelã.

O cabelo escuro, dessa vez não estava preso na fita cor-de-rosa, era lindo e liso, formando pequenas e quase imperceptíveis ondas apenas nas pontas.

                    Ela aparentava pouco mais de quatro anos.

 

- Pequena, que sentimento é esse que cresce em meu coração?

 

- O seu amor sem fim.

 

- É possível te amar assim?

 

- Você me conhecerá mais do que ninguém. E será a única capaz disso.

 

- Mas por quê?

 

- O seu amor é diferente. É puro e descomunal. São poucas as pessoas que podem ter tal sentimento. Você ama a todos, amigos e desconhecidos, por que seria diferente com quem faz parte de você?

 

- Um amor sem limites...

 

- E por isso, você precisa ser forte.

 

De repente, o pequeno vestido branco foi mudando de cor: um rubro conhecido, eu demorei a perceber que de seu pequeno nariz jorrava sangue. E então, de todos os orifícios, boca, olhos, ouvidos...

O desespero tomou conta de mim, mas eu não podia gritar.

 

O corpo da criança caiu, jaz em seu próprio sangue.

Senti que eu mesma não tinha mais corpo e foi minha vez de cair para sempre.

 

 

                    Acordei novamente suando. Esse foi um dos pesadelos que me assombraram naqueles dias. Mas este foi diferente, querido ouvinte. Foi o pior de todos, porque envolveu o amor que eu sentia pela criança desconhecida.

 

Não pude mais dormir aquela noite.

 

Continuei de olho no teto do quarto, vendo-o clarear pelo sol que teimava em invadir o quarto de acordo com que as horas avançavam. E então, naquela manhã azul, meu celular tocou.

 

Até hoje não entendo como meu coração não havia parado ainda de tantas palpitações excessivas que tive em vida.

No visor, o nome ‘Alex’ brilhava, me fazendo vibrar de emoção.

 

- Alô, Li?!

 

- O-oi... oi Alex!

 

- Como você está?

 

- Eu estou ótima, agora estou ótima...

 

- Já soube que meu pai não será transferido?

 

- Soube sim, a Eliza me disse. – Sorri.

 

- É... eu fiquei feliz.

 

                    Ele ficou feliz porque ficaríamos juntos? Me sinto estranha em te dizer isso, mas meus olhos encheram-se de lágrimas de alegria.

 

Ficaríamos juntos.

 

 

No colégio contei para Mi. Tanto sobre o sonho ruim quanto sobre a ligação de Alex. Ela pareceu chateada com ele:

 

- Ele fica um tempão sem te ligar, depois liga, fala algumas coisas e acha que está tudo bem?!

 

- Mas está tudo bem, Mi!

 

- Como assim, Alice?

 

- Eu não consigo sentir raiva dele...

 

                    Ela revirou os olhos e mudou de assunto.

 

 O caderno preto estava na sua bolsa aquele dia, e pela primeira vez, a vi escrevendo algo nele na hora da saída, ela o fechou antes que eu chegasse mais perto.

 

 

- Mi, você ainda não conhece o Alex, não é?

 

- Sinto que o conheço só por ouvir você falar tanto dele. – nós duas rimos um pouco – mas não, nunca o vi.

 

- Quando ele chegar de viagem vou apresentá-los. Afinal, uma de minhas melhores amigas tem que conhecer o meu namorado, né?

 

- Alice...

 

Tarde demais. Mi tentou me avisar sobre uma bola que tinha acabado de quase rachar o meu crânio.

 

- Ai.

 

- Me desculpe! – Ouvi uma voz masculina vindo de trás.

 

Um garoto alto, talvez maior que Alex, me ajudou junto com Mi a me levantar do chão.

 

Sim, eu caí com uma bolada na cabeça, me senti idiota.

 

- Foi sem querer, juro.

 

- Você está bem, Alice? – Perguntou Mi, preocupada.

 

- Tá, tá tudo bem...

 

- Mesmo? Quantos dedos tem aqui? – Falou o rapaz, levantando a mão.

 

- Sério, está tudo bem. Não se preocupem comigo. Vamos, Mi.

 

- Espere! – o assassino da bola me parou segurando o meu braço. – como é o seu nome?

 

- Alice. Essa é minha amiga Mi.

 

- Eu sou Edward. Espero que possamos nos ver novamente. 

 

- Tudo bem, tchau.

 

- Tchau Alice!

 

                    No meio do caminho, Mi me contou sobre como Edward tinha olhado diferente para mim, e tentou me convencer de que eu era mesmo a garota mais linda – e mais legal, na opinião dela – de toda escola.

 

- Você foi logo cortando o cara! Ele era um gato, Alice!

 

- Ah era? Nem percebi...

 

                    Edward parecia um atleta, me lembro. Tinha ombros largos e braços malhados. O cabelo era castanho e ondulado. Foi disso que me lembrei naquele momento.

 

Eu não me importei muito com isso, havia mais coisas em que eu queria pensar: faltava apenas alguns dias para Eliza e Alex voltarem. Estava extremamente ansiosa por isso.

 

Sim, certamente ficaríamos juntos!

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos reviews e pelas recomendações vcs sao os melhores leitores que existe! xD
Não esqueçam de dar uma olhada em 'Adeus, Queridas Palavras.', minha fic curtinha:

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/78208/Adeus_Queridas_Palavras.

Até a próxima *3*/