Nat

Estou evitando ficar lembrando da despedido do casal. "meu bem" pra cá, "meu amor" pra lá. Tá, ele não estava tão à vontade com a minha presença ali, vendo aquilo mas a Pepper era uma mulher muito encantadora e daquelas que faz charminho para conseguir o que quer. Mas enfim.. vamos esquecer isso. Quero esquecer o herói, a princesa, o sapo(no caso eu) e focar no trabalho.
Pepper me levou para um tour na M.M. Paramos em cada sala, fui apresentada à cada pessoa e agora sou obrigada a não esquecer os nomes dessas pessoas.
Pepper fazia certos comentários que me fazia rir. Isso me indicava o quão doidos eram as pessoas que trabalhavam aqui.
– Lembre-se: as pessoas aqui são super hiper mega estrelas. Sempre estão querendo as melhores matérias, histórias, entrevista.. uma dica é: não fique no caminho deles. Cuide do seu. Eles vão tentar te intimidar só porquê você é nova, simplesmente, faça o que o seu instrutor mandar.
– Como assim, instrutor? - perguntei confusa enquanto passavámos pela cozinha.
– No momento, você é só uma aprendiz. Vai ter que aprender como as coisas funcionam aqui, por isso, escolhemos um editor para "cuidar" de você durante uma semana em um determinado assunto. Até você ficar por dentro de tudo aqui. Será bom para você - Pepper olhou em volta, parecia procurar alguém.
Segundos depois, puxou-me até uma mesa no canto. Um homem moreno e forte. Estava sentado e concentrado no que estava lendo.
Pepper tossiu quando se aproximou dele para chamar sua atenção. Ele olhou para nós e então se levantou.
– Então, essa é a Natasha? - ele disse sorrindo e estendeu a mão para que eu o cumprimenta-se - Sam Wilson.
– Natasha Romanoff.. - falei.
– Sam, Nat é sua protegida agora. Vê se pega leve para ela não ser demitida como a última - me assustei e eles riram de mim - Calma, eu tô brincando.
– Mais ou menos.. A menina foi mesmo demitida, mas não por minha causa.. - Sam explicou.
– Não, foi por minha causa .. - uma voz venho de trás de nós. Todos nós viramos para ver quem era. Pepper bufou quando viu e Sam também não ficou nada feliz.
Outra loira. Quantas loiras tem nessa revista?
Ela começou a se aproximar de nós com um sorriso ironico no rosto. Eu não estava entendendo nada mas, me armei.
– Prazer, Sharon .. - ela disse, sua voz tinha um toque de desdém.
– Prazer.. - falei cheia de receio.
– Sharon, agora não tá? Vai encher o saco de outro.. - Pepper alterou um pouco a voz e eu percebi que essa tal de Sharon não era flor que se cheire.
– Falou a noiva do irmão do vice presidente! O que você faz aqui mesmo? Serve cafezinhos? - Sharon riu e por pouco Pepper não pulou no pescoço dela.
– Bem, pelo menos ela não precisou dormir com metade dos faxineiros para conseguir uma vaga aqui - Sam falou e Sharon ficou muda. Senti vontade de rir mas me contive. Pepper não, essa riu alto - O que foi? O faxineiro comeu a sua língua? Sai logo daqui antes que eu realmente faça alguém ser demitido.
Sharon bateu o pé. Mas antes de ir, me olhou de cima a baixo.
– Seja bem-vinda... Natasha - deu as costas e saiu.
Quando ela já estava longe, suspirei.
– Devo me preocupar? - perguntei.
– Talvez. Não quando estiver comigo, mas sozinha, não encare ela.. - Sam disse.
– Qualquer problema, você fala comigo e a gente dá uma surra nela. Estou esperando ansiosa esse dia.
Nós rimos.
– Tudo bem Nat, agora você é minha.. de uma forma profissional, claro - ele me olha arrependido e eu sorrio.
– Claro..
– Bem, vou deixar vocês trabalharem.. Qualquer coisa, me chamem - Pepper sorriu e saiu.
Logo Sam me levou para mais perto de sua mesa. Começou a me dar dicas e explicas certos procedimentos. Também me mostrou nossos horários e o que iriamos atrás no dia de hoje.
Enquanto ele falava, sentia algo chamar minha atenção. Quando virei para olhar, era a Sharon me fuzilando com os olhos.
Como eu disse: eu tenho dom para passar por situações assim.
*

Steve

Cheguei à com quase meia hora de atraso. Isso graças aquele café da manhã totalmente estranho. Eu sabia que poderia encontra-la de novo, mas não eu não queria que tivesse sido naquelas condições.
Eu não sei por quê mas fiquei mexido com a forma que as coisas tomaram. A voz dela rígida ao falar conosco, algumas ironias.. me incomoda pensar que, ter visto ela pela segunda vez(e ela a mim) pode ter criado uma enorme barreira. Não era esse pensamento que eu tinha desde da primeira vez que eu à vi. Depois de saber que ela iria trabalhar na "jaula", meu desejo era conhece-la melhor. O por quê desse desejo, eu não sou capaz de dizer. Isso é totalmente surreal. Eu só a vi.
– Ei Steve! - Bruce se aproximou de mim e me fez esquecer dos meus pensamentos. Apertou minha mão com um largo sorriso no rosto.
– Como está? Temos algum chamado ou hoje é só patrulha?
– Por enquanto: só patrulha.
Bruce era um cara legal. Nem tão velho e também não tão jovem. Já estava aqui quando eu cheguei e é um cara muito respeitado. Tive sorte de ser parceiro dele, quase nenhum recruta consegue acompanhar o ritmo dos mais antigos. E Bruce tinha se tornado um tipo de amigo, um dos mais estranhos mas não deixava de ser meu amigo.
O chefe não esta quando passamos pela sala dele. Falamos com alguns companheiros e então fomos para o pátio pegar a nossa viatura. Só foi realmente iniciada uma conversa quando ele deu partida e nós saímos da delegacia.
– Como foi ontem? Harper deu muito trabalho? - Harper foi meu parceiro substituto e sim, ele tinha dado um pouco de trabalho. Mas se eu falasse isso para Bruce, o emprego do garoto ia por água abaixo.
– Não.. ele se saiu muito bem - respondi - Como seu pai está?
– Ah, ele vai ficar bem se descansar.. - ele respondeu mas eu não senti que estava sendo sincero.
– Bom, espero que ele melhore. É sempre difícil trocar de turno... - pensei no que teria acontecido se eu não tivesse trocado de turno com Bruce ontem. Eu não teria conhecido ela. Nesse momento, não sei dizer se isso seria bom ou ruim.
– Por quê? Tô começando achar que Harper te deu sim muito trabalho - ele riu.
– Quem dera que fosse só isso.. - eu disse vagamente. Ele me encarou.
– Problemas em casa parceiro?
– Acho que vou passar a ter - respondi.
*
Nat

Na hora do almoço, Pepper, Sam e eu decidimos sair juntos e almoçar em um restaurante perto.
A conta foi paga por Sam como um presente de boas vindas e eu achei, tipo, ótimo.
Tivemos uma conversa divertida, nos conhecemos melhor e essas coisas que novos amigos fazem. Mas tinha algo me incomodando e era o fato de que cada vez que a Pepper falava, eu lembrava quem era o namorado dela. Eu olhava para ela e tudo que consegui pensar era: "Ela é demais e nenhum homem a trocaria por outra".
Realmente, ela é linda, tem um corpo lindo, cabelos de modelo, é inteligente e muito esperta também. Qual é o homem que não iria querer estar ao lado dela? Olhando para ela e olhando para mim, qualquer um à escolheria. Isso é um fato que eu devo aceitar.
Era confuso me incomodar com isso.
GENTE, EU SÓ VI A PESSOA UMA VEZ E ELA JÁ OCUPA METADE DA MINHA MENTE?
Não, acho que isso já foi longe demais(dois dias no caso), tá na hora de eu parar com essas bobeiras de adolescente.
Enfim.. depois do almoço, voltamos para Mountain Magazine onde tinha mais cinco horas de expediente.
Bom, não tinha tanta pressa para o dia acabar, já que hoje era uma linda quinta feira e amanhã seria uma linda sexta feira & eu iria curtir meu final de semana como uma pessoa empregada que pode usar cartão de créditos no shopping.
Vem sexta, vem.