"Eu te conheço, eu andei contigo uma vez num sonho
Eu te conheço, o brilho nos seus olhos é um brilho tão familiar
Ainda assim eu sei que é verdade que visões raramente são o que parecem
Mas se eu te conheço, sei o que você vai fazer
Você me amará de uma vez, do jeito que fez uma vez num sonho..."

— Once Upon a Dream - Lana Del Rey

Sua tarde fora resumida em apenas uma palavra, Shopping, passou a tarde toda naquele lugar correndo atrás de Izzy, que não parava de entrar em lojas e em mais lojas. Mas ela estava feliz, e tinha esquecido o assunto Simon, mas sentia a mesma sensação que teve no sonho, estava sendo observada. Mas deixou isso para lá, por que estava em um shopping, um lugar público que todo mundo observava todos.

Depois que saíram do shopping, Izzy fora para casa apenas por causa do irmão, que ligava insistentemente a cada minuto, as vezes desejava ter um irmão, apenas para se sentir protegida as vezes, depois de sua mãe tê-la deixado. Esse era um assunto no qual ela não gostava de falar, sempre sentia dor por se lembrar de sua mãe a deixando, guardava uma foto dela dentro de uma gaveta, e sempre que dava, pegava e observava. Quando chegou em casa, arrumou a bagunça na cozinha e se jogou no sofá, deixando o cansaço leva-la para longe da realidade.

★★★★★★

Segunda: 07:35am

Dessa vez conseguirá acordar a tempo de tomar um banho quente e relaxante e tomar pelo menos um café, quando saiu de casa havia apenas se passado 6 minutos, o dia estava começando bem e sentia também que sentia que aconteceria alguma coisa de importante hoje, que marcaria e mudaria sua vida, e já estava começando a se assustar com isso.

Chegou e quando passou pelo portão viu que o porteiro a olhava surpreso, lembrou-se de sexta e revirou os olhos, caminhou para a sala 7 passando pela multidão de alunos, ainda não havia visto Izzy, apenas Maia e Raphael, nenhum sinal de Simon também.

Entrou na sala e se sentou na quinta cadeira da fila do meio, pegou o horário e praguejou um palavrão ao ver que sua primeira aula seria com a Professora Ross. Pelo menos a aula será com Izzy, pensou, enquanto a sala se abarrotava de alunas apenas encarava o caderno de desenho que tinha pegado, estava na página em que tinha desenhado o louro de olhos dourados, Dourado, se lembrou de seu sonho com ele, era realmente perturbador o quanto pareceu real, talvez poderia até toca-lo.

Ridículo, murmurou. Tinha sido apenas um sonho, deveria tentar esquece-lo como estava fazendo com o segundo sonho que tivera. Também parecia bem real, revirou os olhos e parou de pensar um pouco nisso, logo a senhorita Ross chegou e começou a dar aula, e percebeu que Izzy não estava na sala.

Estava quase dormindo, o tempo passava devagar, pelo menos era o que Clary achava. Quando a senhorita Ross terminou de explicar alguma coisa pediu para que fizessem uma redação de duas páginas sobre o assunto e pediu para entregar até sexta. O Diretor apareceu na porta da sala e entrou, deve ser bem importante para ele aparecer aqui, murmurou uma garota que estava atrás de Clary.

E o Diretor deu o aviso, seria dado um baile para comemorar o aniversário da escola, e é claro que Clary não ficou animada por isso, mas o baile a fez se lembrar de Izzy, que até agora não havia aparecido, constatou que ela não viria.

★★★★★★

Agora era o intervalo e esse dia não estava sendo legal para Clary, pelo visto todos os seus amigos – tirando é claro Maia e Jordan – resolveram não vir, se encontrava sentada sozinha em baixo de uma arvore perto do ginásio com uma maçã na mão, a impressão que tinha tido que aconteceria algo realmente importante naquele dia tinha evaporado, restando apenas o mau humor.

Ainda tinha mais 4 aulas, e isso já ajudava muito seu mau humor. Não havia visto Jordan e principalmente Maia, e o sumiço dos dois não estava causando boas impressões, queria a companhia de alguém, realmente queria conversar com alguém, estava ainda mais perturbada pelo fato dos sonhos, não conseguia parar de pensar, mais agradecia internamente por não ter tido outro hoje. Queria falar com alguém sobre os sonhos que tivera, mas de nada iria adiantar.

Logo o sino tocou, anunciando que deveria voltar para a sala, para as aulas que ainda restavam, iria ter agora Filosofia, logo seguida por Matemática Aplicada e mais duas aulas de Química.

Foi para a ala dos armários e abriu o seu. Pegou os livros que iriam utilizar e o fechou, caminhando logo em seguida para a sala 4, e acabou entrando junto com o professor de Filosofia.

Entrou na sala e se sentou, logo o professor começou a falar e dessa vez prestará atenção no assunto.

★★★★★★

Já era o final da terceira aula, mas não adiantava ficar alegre pois a próxima aula seria do mesmo professor. E novamente aquela sensação que algo importante iria acontecer voltou, e permitiu-se animar um pouco, esperava que pelo menos estivesse certa e que fosse uma coisa boa.

A terceira aula havia acabado, e ainda continuavam no mesmo assunto. O professor que veio dar aula era outro, era mais velho e se chamava Hodge. Ele era bem mais velho do que o outro professor e sentia que já havia o visto em algum lugar.

E novamente o Diretor apareceu na porta, relembrou o aviso dado mais cedo e se virou para ir embora, mas parecia ter visto algo e se lembra de alguma coisa imediatamente.

– Bom, alunos, gostaria de lhes informar que mais dois alunos se juntaram a nós hoje. O senhor Magnus Bane

Um garoto meio asiático apareceu na porta, ele tinha mechas coloridas no cabelo e os olhos pareciam como os de um gato, logo entrou e se sentou na cadeira em sua frente, antes a olhou e lhe deu um sorriso, se virou para o lado da porta e encarou o Diretor que logo voltou a falar.

– E, bem, o senhor Jonathan Herondale.

Quando Clary viu o garoto estremeceu, ele parecia o garoto de seus sonhos, ele a olhou

– Apenas Jace

E Clary viu seus olhos, prendeu a respiração e mordeu o lábio com força que sentiu o gosto metálico de sangue na boca, sentiu uma pequena dorzinha, mas era apenas isso que ela precisava sentir, pois não estava acreditando no que via. Era ele, o garoto de seus sonhos a olhando nos olhos, os olhos, o motivo de tanta perturbação

Os olhos Dourados