O despertar da deusa escrita por MilaChan


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi meus queridos leitores. Eu não me aguentei e resolvi postar mais um cap. Muito obg a quem comentou. Amo quando vcs comentam.
Resolvi revelar os mistérios entre Aurora e Shaka em duas partes. Esse cap vai ser a primeira parte que será como eles se conheceram. Espero que gostem. Boa leitura.



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Aurora levou Mirella até a cachoeira perto do alojamento. Elas se sentaram em rochas para que pudessem conversar.

(Aurora)– Preferi trazer você aqui. Pois é um lugar mais reservado e confortável. É tanta coisa que eu nem sei por onde começar. Bom acho que primeiramente você deve saber que eu não fiz essa tatuagem. Eu a ganhei.

(Mirella confusa)– Ganhou? Mas de quem?

(Aurora)– Acalme-se. Para isso nós teremos que partir do princípio. Como eu me tornei uma Caçadora. Eu sou órfã e fui criada por uma senhora chamada Amélia. Em certo momento essa senhora adoeceu gravemente e em seu leito de morte, ela estava deitada em sua cama, escutei sua voz fraca me chamando. Ela segurou em minhas mãos e disse.

Flashback on

A voz dela estava tão fraca, mas sua mão permanecia quente.

(Amélia)– Aurora, você está crescendo e se tornará uma mulher linda. Mas infelizmente eu não poderei cuidar de você por muito mais tempo. Mas há um lugar para onde você poderá ir.

(Eu)– Mas que lugar seria esse?

(Amélia)– Eu sempre te ensinei a cultivar e acreditar nos deuses. Esse lugar é um Santuário, comandado pela deusa Ártemis. É lá onde ela treina suas Caçadoras. Mas para você permanecer lá terá que batalhar.

(Eu)– Mas eu sou fraca. Como poderei me tornar uma Caçadora se não sou forte?

(Amélia) - Minha querida. Ser uma guerreira, requer muito mais do que ser forte. É necessário coragem, persistência, lealdade, bondade. E isso eu sei que você tem. Seja corajosa, e nunca se esqueça que eu te amo. Você é muito mais do que imagina Aurora. Encontrará o Santuário em Atenas, siga as colinas depois do rio. Boa sorte minha menina.

Sua mão ficou fraca e gélida. Sabia que ela havia partido, eu chorei por sua perda, mas sabia que precisava seguir em frente. Depois que a velei, arrumei minhas coisas e comecei a viagem até Atenas.

Foram quatro dias de viagem difíceis e angustiantes. Até que finalmente cheguei ao Santuário, era um lugar muito bonito. Com colinas gregas, flores, árvores, parecia um local calmo e harmonioso. Coincidência ou não, a primeira pessoal que encontrei foi Ártemis. Quando me aproximei dela sabia que não era uma humana, eu senti nela algo divino, algo eterno.

Quando me aproximei dela, fiz uma reverência e comecei a contar uma história. Falei que era uma órfã e finalmente disse o por que de eu estar ali.

(Eu)– Deusa Ártemis, estou aqui para me tornar uma Caçadora. Por favor me aceite em seu Santuário.

Ártemis naquele momento me olhou de forma estranha, e eu sabia o que ela via. Uma garota de 14 anos, sem nenhuma experiência em luta ou combate, magrela, insegura, tudo o que uma Caçadora não poderia ser. Mas naquele momento algo aconteceu a mim, eu simplesmente senti que não poderia deixar ela pensar o que quisesse a meu respeito.

(Eu)– Sei o que está pensando. Que eu sou uma menina, magra, inexperiente, fraca. Mas eu quero que saiba que eu tenho algo que muitas guerreiras não possuem. Persistência. Posso não ser a mais forte dentre as demais garotas, mas não me darei por vencida. Eu não vou desistir.

Depois que eu disse aquilo, percebi que ela passou a me olhar de uma maneira diferente. Me pareceu que ela gostou de eu tê-la desafiado. Em seguida ela olhou para o céu, acompanhei o seu olhar e percebi que o céu estava sendo cortado por belas auroras boreais. Logo depois ela se volta para mim.

(Ártemis)– Vou te levar até o seu quarto.

O quarto que ela me levou, era pequeno. Só tinha uma cama com coxão duro, um pequeno armário, um criado mudo e uma janela, mas em compensação possuía uma vista linda. E foi nesse pequeno quarto que eu dormi nos três anos de treinamento que eu enfrentei.

Os treinamentos como você já sabe eram muito intensos. Exigiam muito do condicionamento físico e como eu era muito fraca sofria muito para acompanhar o ritmo das outras. Mas eu possuía bons reflexos, era ágil e usava o raciocínio. Dessa forma pude aprender o arco e flecha rapidamente e isso me fez ganhar um pouco de vantagem em relação as outras.

No fim dos seis primeiros meses, eu consegui passar para a seleção final. Nessa fase apenas uma seria escolhida e essa garota seria aquela que teria Ártemis como treinadora. Esse seria um desafio que envolveria não só o físico mas a mente também.

Quando o dia do desafio chegou, levaram todas as garotas para um penhasco. Nesse penhasco havia 15 tábuas separadas que iam de uma ponta a outra.

(Ártemis)– Como podem ver há 15 tábuas. Uma para cada uma de vocês. O desafio final é esse. A garota que permanecer por mais tempo nessas tábuas ganha. Parece simples, mas vocês serão submetidas a temperaturas extremas. Não terão recursos como água e comida. E lembrem-se aquela que tiver o melhor domínio da mente vencerá. Boa sorte.

Quando o desafio começou, tudo parecia simples. Era apenas ficar sentada na tábua e esquecer a altura do penhasco. Mas então começaram as mudanças de temperatura, elas iam do calor escaldante ao frio congelante. E pouco a pouco as garotas iam caindo ou desistindo.

Depois de aproximadamente 30 horas naquela tábua, eu estava desidratada, faminta, com queimaduras devido ao frio e ao calor, eu estava prestes a desistir. Foi então que eu o vi.

Um rapaz loiro, em pé ao lado de Ártemis. o que mais me chamou atenção nele foi de estar com seus olhos fechados. Queria saber quem ele era, olha-lo me fez esquecer de toda a dor que sentia. De repente ele abriu os olhos. Grandes olhos azuis, ele parecia me observar também.

Mas foi então que eu percebi que minha pele estava descolando, formando enormes feridas. Meu corpo inteiro doía, só restavam eu e mais uma garota. Ela não parecia estar em uma situação melhor do que a minha. Olhei novamente para aquele homem e fiz o mesmo que ele. Fechei os olhos.

Ao fechar os olhos, comecei a elevar meu cosmo e isso começou a me aquecer. Acho que a última coisa que ouvi fui o barulho do que me pareceu ser o corpo da outra garota se colidindo com fundo do penhasco. Depois disso eu não senti mais nada.

Acordei em uma cama, que ao contrário da minha era muito confortável, senti um cheiro forte de medicamentos, me sentia fraca e ao ficar sentada vi que estava cheia de ataduras. Quando tentei me levantar, senti mãos me impedindo.

Ao olhar para cima, vi o rapaz de cabelos loiros, ele estava com os olhos abertos. Agora que estava mais Me assustei e recuei.

(Eu)– Quem é você? Onde estou?

(Shaka)– Se acalme. Meu nome é Shaka. Você está no meu quarto, eu te trouxe pra cá depois que te tirei do desafio. Meus parabéns, você ganhou.

(Eu)– O que? Isso é impossível.

(Shaka)– Você conseguiu queimar o cosmo. E isso que te deu a vitória. Coma.

Ele me entregou uma refeição e eu comi sem relutância, estava faminta.

Foi a partir desse momento que a minha amizade com ele começou. Ele cuidou de mim, depois que me recuperei e comecei a treinar com Ártemis, Shaka sempre me encontrava depois dos treinos. Ele acompanhou toda a minha evolução no quesito físico e estratégico. Ele me ensinou a meditar, a controlar a respiração. Foi graças aos ensinamentos dele que eu consegui vencer uma das Guardiãs da Guerra.

Nós gostávamos de caminhar e passear depois dos treinos, corríamos pela floresta ou simplesmente conversávamos. Em uma dessas corridas pela floresta, um graveto de uma árvore cravou na minha clavícula, Shaka me ajudou a tratar do machucado e até hoje eu possuo a cicatriz e ele a reconhece até hoje.

Ele esteve comigo até eu fazer 17 anos, nessa época ele já tinha quase 20 anos. Foi nessa época que eu recebi o meu treinamento final. Quando dei meu último golpe, Ártemis disse que eu havia concluído os treinos e que era uma Caçadora.

Depois da conclusão final do treinamento. Eu corri até o local onde sempre me encontrava com Shaka. Lá contei a ele que tinha me tornado Caçadora.

(Eu)– O problema, é que a partir de agora, a qualquer momento eu posso ir embora. Sentirei muito a sua falta quando isso acontecer.

(Shaka)– Não quero ficar longe de você. Vou sentir falta da sua companhia. Mas há um jeito de você sentir a minha presença.

Nesse momento ele levou a mão dele até as minhas costelas. Eu senti um ardor nessa região, quando ele tirou a mão de lá, eu levantei a minha blusa e percebi que lá havia uma flor de lótus.

(Eu)– Mas o que é isso?

(Shaka)– É uma flor de lótus. Foi feita com um pouco do meus cosmo, sempre que quiser vai poder sentir a minha presença através dela.

(Eu)– Obrigada. Mas por que uma flor de lótus?

Lembro que no momento em que perguntei isso, ele me pareceu relutante a responder. Mas por fim disse.

(Shaka)– Sempre as achei bela, delicadas, fortes. Como você.

Mal sabia eu que essa seria nosso último momento juntos. Naquela noite ele me pediu para cantar e dessa forma terminou aquela noite, com o final da última nota musical da canção.

Quando voltei para o Santuário. Ártemis foi até mim e disse que precisava falar comigo.

(Eu)– Do que precisa Mestra?

(Ártemis)– Você irá partir para o Canadá amanhã. É para lá que você vai.

(Eu)– Mas assim tão de repente?

(Ártemis)– É necessário Aurora. Arrume suas malas, por favor.

Eu obedeci e arrumei minhas coisas. Mas nunca vou deixar de pensar que Ártemis parecia nervosa ao me dizer que eu precisava partir. Quando percebi já estava em um navio rumo ao Canadá. Não pude dizer adeus para Shaka.

Flashback off

(Aurora) - Nunca deixei de me preocupar com ele. Sempre recorria a essa tatuagem para sentir a presença dele. Só quando o reencontrei que descobri que ele é um cavaleiro de ouro e um defensor de Atena. E como você disse, a flor de lótus, é o símbolo do Cavaleiro de Virgem.

(Mirella)– Não posso deixar de achar bela a amizade entre vocês, apesar de ser entre um homem.

(Aurora)– Estar convivendo com ele depois de dois anos é estranho. Cheguei a pensar que ele estava morto, não fazia ideia de que era ele o homem mais próximo de deus.

(Mirella)– Ártemis sabe dessa tatuagem?

(Aurora)– Não. Ela não permitiria isso, por favor me prometa que não contará nada do que lhe disse.

(Mirella) - Fique tranquila, talvez ela tenha visto a sua tatuagem. Mas não saberá de mais nada vinda de mim.

(Aurora sorrindo)– Muito obrigada.

(Mirella) - Quando você foi promovida Tenente?

(Aurora)– Quando eu tinha 18 anos. A imortalidade vem desde que se termina os treinos.

(Mirella)– Aurora o que será que Shaka pensou ao ver que você manteve essa tatuagem depois de tantos anos, mesmo sabendo que é algo proibido?

Continua......


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
O flashback foi narrado pela Aurora, esse foi o passado dela com Shaka pela narração da nossa Caçadora. No próximo cap vamos descobrir por que Shaka estava no templo de Ártemis.
Bjoooooos comentem o que acharam do mistério narrado pela Aurora



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