~Rose

Eu admito, eu estava fugindo. Não queria encontrar Scorpius, não queria ter que falar com ele ou vê-lo, queria me manter o mais longe daquela doninha, eu principalmente não queria ficar perto de uma vassoura. Tinha conseguido me esquivar dele durante alguns dias, mas ele já havia perguntado sobre mim, o que uma “ótima” idéia, James quase teve um ataque quando soube que ele estava andando comigo, disse que eu era uma Weasley e não devia andar com esse tipo de gente. Mas eu não me importava com isso, sabia que Malfoy não era uma das melhores pessoas, mas ele não era uma aberração e por mais que merecesse um soco, deveria ser tratado como gente, alem do mais eu sabia me cuidar... Ou quase isso.

Era aula de adivinhação, e o cheiro de perfume penetrava meu nariz, a professora não parava de falar sobre como devemos prestar atenção em nossa bola de cristal e enxergar o que ela tem para o futuro próximo, eu realmente não gostava de adivinhação, e não queria assistir aquela aula, mas como era a única matéria que eu não havia feito, os professores decidiram fazer uma experiência horrível e diabólica me fazendo participar das aulas, desde o começo do ano.

Estava tão desconcentrada que não vi quando a professora se aproximou, ela olhava para a bola de cristal em minha mesa.

– Querida você esta vendo? A alguma coisa ai para você! – Ela aproximou mais os olhos, me perguntei o que ela enxergava de tão especial, eu só conseguia ver meu reflexo, de repente ela se virou com um sorriso enorme.

– É Vênus! Você vai ter uma surpresa ligada ao amor! – Falou cheia de excitação, senti olhares por todos os lados, alguns não eram muito acolhedores. Certo, ela endoidou de vez! Como não demonstrei reação ela pegou minhas mãos e continuou sua bizarra previsão.

– Oh não, não fique se prendendo, para você descobrir sobre o amor e você mesma vai precisar se soltar!

– A-ah certo... – Tirei minhas mãos das suas e me ajeitei se afastando um pouco dela, respirei fundo e tentei, juro que tentei, sorrir e falar o mais delicado possível. - Acho que esse conselho não é para mim, houve um engano...

Seu lábio caiu devagar desfazendo o sorriso, não queria machucá-la, mas isso, bom, não estava certo. Ela provavelmente se confundiu com as adivinhações, era isso.

– Algumas pessoas deveriam entender mais a influencia da adivinhação... se ela compreendesse ... – Falou baixo, decepcionada, e continuou sua aula vendo e prevendo noticias absurdas.

Depois de a aula acabar corri para a biblioteca, precisava ler mais sobre quadribol, sim eu estava lendo, não é como se eu tivesse medo do esporte, na verdade eu precisava saber dobrado, se Scorpius estava querendo me ensinar eu pelo menos iria saber se ele estaria me ensinando certo.

Estava quase entrando quando senti alguém me chamar, a alguns passos de mim um garoto com uniforme da Lufa-Lufa me chamara, era Frank, irmão da Alice. Ele era meu amigo fazia bastante tempo, desde a época nossos pais se reunião e nos brincávamos nos jardins de casa.

– Ei quanto tempo! – Falei sorrindo ao me aproximar, ele deu uma risada de leve.

– É, uma semana, se eu soubesse que faria tanta falta teria voltado mais cedo. – Ele brincou.

– Convencido, quem foi que disse que sentiu falta de você?! – Falei em tom desafiador, ele deu altas gargalhadas e colocou o ombro por cima da minha cabeça.

– Algumas pessoas sempre continuam as mesmas, não Rose? – Frank perguntou em ironia, ele era pelo menos uma cabeça maior que eu, o que me deixava em desvantagem e odiava quando fazia isso, e ficava me olhando de cima, ia protestar, mas reparei em seus olhos eram tão verdes que parecia água do mar.

– Então Rose, parece que o baile esta chegando, tem algum parceiro para ir junto? – Ele me tirou do transe, parecia um pouco vermelho o que era estranho, ele devia ter pegado bastante sol durante a viagem para Itália.

– Uhm, o baile, sinceramente eu não sei, não estou tão empolgada como a maioria das garotas. – Ele me encarava apreensivo, parecia estar pensando, continuei. – Bom, eu ainda não decidi, mas e você?

– Ah eu estou querendo convidar uma garota, mas acho que ela não estaria interessada. – Ele falou calmo, cruzei os braços.

– Como não estaria interessada, você é um garoto incrível, de qualquer forma não desista! – Ele balançou a cabeça, rindo de lado, o que me deixou confusa.

– Você não entende, mas obrigado pelo conselho. – Queria que ele falasse comigo, me explicasse, mas notei alguns meninos chamando-o, ele se virou também. – Desculpa Rose outra hora a gente se vê, tchau!

E La foi ele, e eu estava com minha cabeça cheia, tinha tanta coisa girando e girando, quadribol, previsões, baile, eu ia explodir. Caminhava tão distraída que não vi o que estava preste a acontecer, a alguns metros de mim os alunos da Sonserina acabavam de sair de uma aula e me deparei como pior, Scorpius tinha me visto e vinha em minha direção.

– Weasley! – Ele me chamou e me virei de costa para ele e comecei a andar, o ouvia chamar meu nome, droga, era tudo o que eu menos precisava naquele momento, sentia ele se aproximar, então com um só movimento ele me parou e me virou.

– O que deu em você? – Ele perguntou, eu não esperava que fosse sair correndo daquele jeito, mas estava cansada, só queria sair dali, ele continuou a me pressionar. – Porque você não falou comigo? Por causa disse eu tive que ir atrás de seus primos!

– Rose você esta me ouvindo? – Ele falou bravo, sua voz saltitava em meus tímpanos, balancei a cabeça afirmando, ele me soltou, respirei o máximo que consegui e encarei seus olhos cinzentos.

– Eu disse que daria uma resposta, só não disse quando faria isso! Não me pressione, eu já estou cheia! – Bradei, ele me olhou torto, e mordeu o lábio inferior.

– Ta bom, esqueça também a minha parte, esqueça que eu ofereci minha ajuda. – Senti minha pele ferver, e não agüentei, simplesmente soltei.

– Ofereceu ajuda? Você acha que eu não sei o que esta por trás disso, se eu quisesse aprender quadribol eu já teria arranjado alguém! – Ele estava serio não se via expressão. - Você não esta fazendo nada alem de encher minha vida, você nunca sabe o que eu sinto, e fala o que quer, você é um idiota! Eu não queria falar mal de você e nunca quis desde quando eu te vi na estação, mas você errou e sempre vai errar, porque você quer ser assim? – Senti meus olhos marejarem, não liguei, me virei e sai, e por algum motivo esperei-o vim atrás de mim, mas não foi o que aconteceu, o que fez doer ainda mais.

~Scorpius

Depois que ela saiu fiquei pensando em cada coisa que ela falou. Não fazia ideia que ela podia ser assim, o jeito que ela jogou as palavras, bateram em mim como se ouve-se espinhos em cada letra, e tudo o que eu havia feito com ela me arrebentou como um soco, mas eu não havia sido tão cruel, havia? Sim, eu não havia sido só cruel, mas eu estava fazendo algo horrível sem ela saber. Eu queria correr atrás dela e dizer que, que mesmo não querendo, eu era um babaca e não só isso. Ela havia derramado suco de abobora em mim, me humilhado, me xingado e me odiado, mas tinha algo em mim que me mandava ir urgentemente à trás dela e era o que eu ia fazer.