P.O.V. Denise

_Bom... Eu gosto do Xaveco... Quer dizer sempre gostei! Sempre quando eu via aquele menininho loiro, que as vezes ate era esquecido pela turma, meu coração acelerava, batia tão forte e tão rápido! Teve uma época em que cheguei a ter coragem de me confessar para ele, mas era tarde demais, ele tava namorando com uma menina que tinha acabado de chegar no bairro. Eu e ele sempre fomos muito amigos, sempre contávamos tudo um pro outro, mas isso ele não tinha me falado. Foi ai que nossa amizade foi acabando, ele foi ficando cada vez mais longe de mim. – eu estava quase chorando – E ontem com a nossa briga, ele me disse coisas terríveis...

Flash Back on:

_ Denise, esquece! – disse Xaveco me dando ás costas.

_Xaveco, volta aqui! Eu ainda quero falar com você! – disse segurando seu braço.

_Me solta! – disse ele com raiva – Você não é nada minha, nem sequer amiga. Você é apenas um erro que eu cometi conhecendo e confiando! – disse frio.

_Não fala assim... Você não tem esse direito! – disse de cabeça baixa.

_E você muito menos de vir tirar satisfações comigo.

_Só quero conversar com você.

_Mas eu não quero falar com você, muito menos te olhar na cara... – eu tentei segurar seu rosto para que ele olha-se pra mim, ele segurou minhas mãos, me impedindo de chegar mais perto.

Eu lutava para chegar mais perto dele, mas ele fazia de tudo para me impedir. Já me encontrava aos prantos. E cansada daquilo, apenas gritei:

_EU TE AMO! Por que você faz isso comigo? Será que você nunca percebeu isso não? Fui eu que sempre estive do seu lado, nos piores e melhores momentos... E feito uma idiota eu sofria por você! – eu estava totalmente alterada, minhas lagrimas já não eram suficientes, estava ficando ate sem forças, minhas pernas ficaram moles, quase não me aguentava em pé. Aquilo tinha sido difícil para mim.

Ele simplesmente ficou ali, parado e chocado com o que tinha escutado, não conseguia nem se mexer. Eu apenas fui rumo a ele com a cabeça baixa. Tentava para o choro e secar as lágrimas. Ao chegar nele, segurei seu rosto, levantei minha cabeça e o beijei. Ele estava mais surpreso ainda, não conseguia se afastar de mim. No começo era um beijo calmo e tranquilo, que mostrava carinho, amor e ternura. Mas logo foi se tornando um beijo intenso, ele mostrava puro desejo. Xaveco com uma mão segurava minha cintura e a outra meu pescoço, me puxando para mais perto de seu corpo. Ele queria mais, nos dois estávamos sedentos de paixão. Eu puxava lhe os cabelos, o abraçando cada vez mais forte. Estávamos impacientes, á tempos esperávamos aquele momento. Ele sugava-me os lábios, e lhes dava leves mordidas, o beijo foi ficando cada vez mais lento, a falta de ar havia chegado, infelizmente. Ao afastarmos nossas bocas, ele seguiu rumo a meu pescoço me dando leves mordidas, beijos e pequenos chupões.

E meio que parecendo recobrar o que estava fazendo, ele me largou de repente, me dando um leve empurrão. Seus olhos que antes mostravam desejo, agora se revelaram tristes.

_Por que você fez isso!? Por que você é assim!? Por que brinca comigo desse jeito!? – eu não conseguia sequer responder, ele não deixava, e meu coração se partia cada vez mais com o que ele dizia – Você não se importa com os outros não!? Acha que eu sou de que!? De ferro!? Pior... De plástico!? Você não presta! Você é o pior dos monstros! E pensar que um dia eu te amei! – fiquei chocada – E quer saber? Isso acabou! É com eu disse, foi um erro! Agora o que sinto não é amor... É ódio! Te odeio! Te odeio Denise! Não se aproxime de mim nunca mais! Monstro! Te odeio!

Ele gritou saindo, agora não podia me segurar. Fui ao chão com tudo, minhas lagrimas que antes eram derramadas aos montes, agora derramavam muito mais.

_MAS EU TE AMO! – gritei – Te amo, te amo... – agora num sussurro.

Flash Back off.

Contava tudo a Dc, enquanto minhas lagrimas teimavam em cair. Droga!

P.O.V. Dc

Fiquei perplexo, a menina que todos julgavam sem coração, afinal tinha um coração, e estava sofrendo muito por dentro. Mas ela é forte, conseguiu segurar isso sozinha e com um sorriso no rosto, nunca deixando de ser a Denise que ela é. Na minha frente ela conseguiu desabafar, no fundo me senti honrado por isso. Senti um aperto enorme no meu coração, pois mesmo agente não sendo tão chegados, ela também era minha amiga, nos também crescemos juntos. A puxei para um abraço apertado, um abraço de amigo, de consolo, que passava carinho e conforto, pois naquele momento o que ela mais precisava era isso. No fundo eu entendia o que ela estava passando. Ela sofria por alguém que amava, e a pessoa pelo jeito não iria corresponder assim tão fácil. Ela me abraçou forte, soluçando muito, eu retribui o abraço mais forte e aconchegante possível. Lhe dizia palavras de apoio. E quando finalmente ela estava se acalmando, uma certa pessoa aparece para complicar mais.

_Denise!? – alguém nos chama a atenção – Do Contra!? – era o Xaveco.

Tentei fazer a minha melhor cara, Xaveco era meu amigo, mas agora estou do lado da Denise. O que ela fez eu não sabia, mas ele não tinha o direito de fazer aquilo com ela. Limpei o rosto de Denise, que ainda se encontrava cheio de lagrimas, á abracei por trás segurando sua cintura. E pelo jeito ela entendia o que eu pretendia fazer.

_Sim...? – perguntei.

_Er... Vocês estão saindo agora? – perguntou ele desconfiado.

_Sim, algum problema? – ele mostrou sentir raiva e ciúmes. Otário não deu valor agora fica achando ruim... Odeio gente assim!

_Não, nada... Só achei meio inusitado mesmo. – ele disse sem graça.

_Ah ta... Mas por que? – perguntei.

_N-nada não... Desde quando estão juntos?

_Ainda não é oficial, mas to querendo que seja a partir de hoje... – Denise deu um sorrisinho – Né mor?

_Sim, gatinho... – disse ela com voz manhosa.

_Bom Xaveco, a gente vai nessa! – disse me despedindo.

_Falou cara, mas toma cuidado tá cara! – disse ele saindo, como assim “mas toma cuidado tá cara!”?

Logo após agente virar a esquina, Denise se vira olhando pra mim.

_Obrigado Dc, você é um amor! – disse ela me abraçando – Te devo essa!

_De nada linda, pode contar comigo sempre! – disse piscando pra ela – E aí topa ir pra sorveteria? Pra gente esfriar a cabeça um pouco.

_Claro gats!

Ela se enroscou em meu braço novamente e fomos rumo a sorveteria.

Chegamos na sorveteria rindo muito e abraçados, só que pelo jeito não foi uma boa escolha ter ido pra lá não. Ao chegarmos lá, damos de cara com Cebola e Mônica quase se beijando. Denise vendo que eu não me sentiria bem com isso, segurou minha mão e me puxou rumo a mesa onde os dois estavam.

_Hay friends! – disse Denise interrompendo os dois, que se separaram rapidamente.

_Oi Denise! – disse Mônica aliviada (Nem sei por que!).

_Oi. – falou o Ceboludo, grosso como sempre.

_Eai Mônica? Bele? – perguntei sorridente.

_Oi Dc, tudo sim e com você? – ela perguntou gentilmente, diferente de outros.

_Tudo legal! – disse com um sorriso.

_Caham...! – dessa vez foi o Cebola Azeda.

_Ah... Oi... – disse seco também, apertando sua mão com força o que ele retribuiu.

_Oi... – senti faíscas no ar quando nossos olhares se encontraram.

_E o que fazem de bom? – perguntou Mônica.

_Só esquecendo os problemas mesmo, nada demais. – disse – E você?

_Agente esta... – foi cortada.

_Nós estamos no meio de um encontro! – Aff’s, Cebola de novo.

_Hum, que bom ein “Mônica”!? – impliquei um pouco, cara chato, fica intrometendo na conversa dos outros!

_É... Bom... – Mônica não sabia nem o que dizer, quando eu e Cebola nos encontramos sempre fica um clima tenso.

_É melhor agente ir né gats? – falou Denise percebendo o clima.

_É mesmo linda... Até mais Mô! – me despedi dela e dei as costas para os dois.

_Bye, Bye! – Denise deu um tchauzinho para os dois e eu a puxei.

Nos sentamos em uma mesa não tão longe da deles. Xabeu, a garçonete, veio anotar nossos pedidos.

_Eu quero o de sempre! – disse piscando para Xabeu.

_Sorvete de abacate com calda de jabuticaba??

_Como será que você adivinhou!?- disse me fazendo de surpreso

_Só você mesmo! – ela disse rindo – Estamos pensando em dar o seu nome para essa sabor sabia?

_Para mim seria uma honra! – disse me fazendo de cavalheiro, o que a fez rir mais. Adorava a companhia da Xabeu, ela era uma pessoa legal e divertida.

_Ok! E você Disse? – perguntou educadamente.

_Você sabe se esse tal sabor “Do Contra” é bom? – senti meu rosto queimar.

_Só provando pra saber! – pisquei para ela, e agora foi á vez dela ficar vermelha.

_Ta aí... Vou provar agora então, mas do meu jeito! – ela piscou para mim.

Xabeu anotou nossos pedidos e saiu. Segurei na mão de Denise e a fiz olha para mim.

_Você já esta melhor? – perguntei.

_Sim, obrigada! Te agradeço muitão! – ela olhou para a mesa onde Mônica estava com Cebola, e depois olhou pra mim – E você lindo?

_Melhor do que eu esperava! – disse com um sorriso nos lábios.

_Que bom!

_Mas fiquei curioso, como assim você vai experimentar o “Do Contra” do seu jeito? Que jeito é esse?

_Espere e verá! – disse ela rindo.

_Prontinho! – disse Xabeu entregando nossos sorvetes.

_Obrigado! – agradecemos em uníssono, ela saiu.

_Agora você pode me mostrar?

_Chegue mais perto! – me aproximei juntamente com ela, estávamos nos aproximando cada vez mais, e em um sussurro ela pediu – Feche os olhos agora... – fechei os olhos, confesso que estava um pouco receoso, mas como sou o Do Contra continuei.

Sinto algo se aproximar cada vez mais perto de meu rosto, sinto que era algo gelado, sinto algo muito gelado em minha bochecha. Bom, ela não iria me beijar... Então quer dizer que...?? Anão... Ela não fez isso! Abro os meus olhos e vejo que ela ria de mim. Ela havia passado sorvete em mim! O pior era que tinha ido mais caldo do que sorvete! Ou seja, grudava mais! Damos varias gargalhadas. Me aproximei dela também, só que agora quem iria se divertir era eu!

_Sabe o que eu acho que é mais doce do que esse sorvete, e que eu quero experimentar agora mesmo? – perguntei.

_O que? – perguntou curiosa.

_Não me entenda mal... Isso é tão inesperado tanto pra mim quanto pra você...

_T-tá ... Mas o que é? – me aproximei dela.

_Denise... – me aproximei mais, agora sussurrando – Eu... Quero... – ela percebendo o que era, fecha os olhos lentamente se aproximando de minha boca, eu também fazia o mesmo. E em um movimento rápido, passo meu dedo no meu sorvete e passo na bochecha de Denise, próximo a seus lábios – VOCÊ COBERTA DE SORVETE!!! – grito dando risada de sua reação. Foi hilário (kkkkkkk). Começo a rir bastante dela. Ela ainda olhava pra mim confusa, parecia não estar entendendo o que tinha acontecido. Não conseguindo se conter ela começa a rir também, estávamos rindo feito dois retardados. Tenho certeza que chamamos a tenção de todos que estavam ali, ate mesmo do casal que estava a nossa frente, Mas não cheguei a me importar com isso não, estava me divertindo muito com Denise. De fato ela era uma ótima companhia!

_Dc você não presta! – ela disse ainda rindo.

_Não fiz nada ué, só estava vendo como você fica embaixo do “Do Contra”! – estava adorando esta tarde.

_Sei... – ela disse parando de rir.

_Valeu! - eu disse rindo.

_Pelo que fofs?

_Por essa tarde maravilhosa! Serio mesmo, valeu!

_De nada, também estou muito agradecida com você, não só por essa tarde maravilhosa, mas também pelo assunto do Xaveco.

_Mas você também me ajudou.

_Mas uma coisa te digo, ela é completamente uma trouxa por escolher o Cebola e não você.

_Mas é como eu te disse, ela tem seus motivos para não me escolher...

_Mesmo assim! – ela deu de ombros.

_Pensei que fossem amigas...

_agente é, mas não é por isso que eu não vou acha-a trouxa.... Amor de amiga é assim mesmo. Por isso eu digo que ela é trouxa...

_Fazer o que né? – disse – Mas e ai? Como esta o sorvete?

_Ele é muito bom, uma delicia! Não sei por que ninguém tem coragem de tomar...

_Deve ser pelo sabor ser um tanto diferente! Mas ele é bem gostoso mesmo...

E aquela tarde renderia muito....