E se fosse você? escrita por Raquelzinha


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Um obrigadaço às queridas leitoras Lu, Criadora, Isabella e Cristiane, este novo capítulo será dedicado a vcs que me incentivam com seus reviews heheheh sem vcs esta fic não existiria. OBRIGADA MENINAS. Bjs



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Final de tarde, o sol sumira e dera lugar a nuvens escuras e uma chuva fina. Com isso o passeio diário pela praça estava definitivamente encerrado. Sem ter o que fazer Bella foi até a biblioteca, buscou por um livro qualquer, mas não conseguiu se concentrar na leitura. Estava agitada.

Alguma coisa estava diferente nos últimos dias. Mais especificamente depois do recital. Ou seria mesmo depois de seu baile de apresentação? Ela não sabia definir. Só sabia que se sentia estranhamente feliz.

Deveria mesmo estar feliz, pois dois rapazes a visitaram naquele pequeno espaço de tempo. Um deles saíra de sua casa há pouco mais de duas horas. Entretanto Bella não tivera tempo para contar sobre isso à melhor amiga. Emily e ela mal tiveram tempo para se encontrar pois a outra estava ocupada na preparação do próprio baile. O que queria dizer que tudo que lhe acontecera nos últimos dias só podia ser divido com a mãe. E esse não era um ponto positivo. Renée definitivamente não era uma pessoa fácil.

– Bella...

E por falar em Renée, lá estava ela com o rosto enfiado na fresta da porta.

– Você está lendo?

– Estava.

Mentiu largando o livro sobre as pernas. Na verdade nem sabia o que estava escrito na página a sua frente. Desde que abrira a encadernação, não lera uma única linha.

Renée entrou na peça. Sentou diante da filha e sem fazer rodeios perguntou:

– Me diga, já escolheu?

O vestido para o baile de Emily? A jovem se perguntou mentalmente.

– Sim.

– Ótimo! – a mulher disse agitadamente - Fico feliz que você tenha encontrado um noivo tão rápido.

– Como é?

Bella perguntou nervosa.

– Mal tenho pretendentes. Que dirá noivo mamãe...!

– Mas, você tem recebido visitas... alguém deve ter insinuado as intenções delas.

– Não. Ninguém insinuou intenções ou propôs alguma coisa. E mesmo que tivesse proposto... mal os conheço, esses poucos encontros não...

– Não conclua essa frase Isabella! – para Renée não havia chances de a filha recusar um pedido de casamento - Se um deles lhe propor deve aceitar.

– Mãe! Os vi pouco mais de duas vezes, com Jéssica como ouvinte constante, nossa conversa ficou reduzida a banalidades. Nem sei se gosto de algum deles...

Aquela era uma desculpa que não valeria caso o visitante fosse Edward Black, mas isso a mãe não deveria saber ou não a deixaria em paz nunca, nunca mais.

– Isso não importa. O que importa é que você estará casada. – a insistência se tornava quase insuportável.

– Mamãe! – o tom de voz saiu estridente e chateado - Desde quando você é tão desagradável?

– Pratica! Prática é a palavra Isabella! O que você deseja? Escolher tanto até que não existam mais opções?

– Mamãe!

Desta vez o tom indignado da garota foi reforçado pelo livro batendo contra o estofado do sofá.

– Ao menos diga que você não tem a intenção de recusar pedidos. – Renée não deixaria de cobrar.

– Se alguém fizer um pedido, com certeza vou pensar no assunto... mas prefiro esperar..

– Esperar! Por deus! Esperar o quê? Você já está na idade certa! Eu me casei poucos meses depois da minha apresentação.

Ali havia algo em que Bella poderia se apegar para rebater os argumentos da mãe.

– Pois caso a senhora não lembre, fiz minha apresentação há pouco mais de duas semanas, ainda há muito tempo! E além disso, não estou em uma situação tão ruim assim. Ainda tenho tempo para escolher.

– Escolher?

Era difícil ouvir sua própria mãe usando aquele tom de voz descrente. Mas, para Renée não havia opções à filha mais velha, era preciso ser rápida e fisgar o primeiro pretendente. Ou terminaria solteira, vivendo de favor na casa dos irmãos. Sim, pois Jéssica, assim que fosse apresentada, logo encontraria um marido.

Ficando em pé Bella deu a conversa por encerrada e saiu da peça com rapidez.

*

Os pingos de chuva caiam e escorriam lentamente pelo vidro da janela. O que começara como uma leve garoa, agora se transformara em uma enxurrada com relâmpagos e trovões. Sentado na penumbra, no canto da biblioteca, Jacob fazia uma das coisas que mais gostava, aproveitava o som quase ensurdecedor da tempestade. Desde criança esse era um de seus passatempos favoritos. Os pais não sabiam, mas ele passara muitas noites assistindo a chuva cair e se deliciando com o colorido produzido pelos clarões que cortavam as nuvens carregadas.

Aquela fora uma tarde tranquila, se ele descontasse a briga que tivera com a mãe por causa de Emily. A irmã não tinha sossego desde o inicio da semana. Todos os preparativos para o baile que por acaso apresentassem qualquer tipo de dificuldade, a causa da dificuldade era a garota. A infelicidade da mãe era toda jogada nos ombros da irmã. E por isso ele não compreendia o casamento de seus pais. Assim como não compreendia a insistência das pessoas em se casarem. Poucos relacionamentos lhe pareciam felizes, a maioria deles era composto por pessoas que apenas se toleravam, e sem falar naqueles em que as pessoas quase se odiavam (caso de Ephraim e Sara). E ele definitivamente não precisava disso. De um relacionamento fracassado e infeliz. O melhor de tudo era ficar só e deixar para o irmão a obrigação de manter o nome da família. Jacob não tinha problemas em não prover a família Black de herdeiros. Então, para que casar? A vida era boa sem qualquer tipo de recriminações ou cobranças femininas.

Um raio cortou o céu a poucos metros de sua casa e a sala toda se iluminou, segundos depois o som do trovão balançou as janelas fazendo os vidros vibrarem. Lentamente ele fechou os olhos, aproveitando a sensação. Nada mais no mundo o fazia se sentir assim. Completamente vivo.

A chuva desabou ainda mais forte e insistente. Estava na hora de se recolher, mesmo que sua vontade não fosse essa. No dia seguinte teria bastante trabalho com o novo arrendatário.

Ficando em pé ele caminhou até a janela, puxou as pesadas cortinas e saiu da peça.

*

Bella se olhou no espelho. O cabelo estava preso num coque frouxo e um cacho descia pelo ombro enfeitando o pescoço delicado. Estava pronta, se sentindo mais bonita, e principalmente mais segura de si.

Desde sua apresentação os eventos noturnos ou diurnos se multiplicavam, mas, aquele seria especial. Era o baile de Emily, isso queria dizer que a partir daquele dia elas poderiam ir juntas às festas. Saraus. Passeios. Piqueniques. E todas as outras atividades para as quais suas mães com certeza as carregariam.

Ter a presença da amiga perto era uma forma de se sentir ainda melhor. Elas dividiam tudo. Segredos, medos, desejos, anseios, alegrias. Emily era a única pessoa que percebera sua paixão por Edward. Fato que representava uma prova do quanto a menina a conhecia bem. Mais talvez do que a própria mãe.

Passou as mãos pelo tecido, acomodando o vestido no corpo, e saiu do quarto fechando a porta atrás de si. Na sala, Charlie e Renée a esperavam, o irmão já fora para a casa da noiva. Provavelmente o próximo evento fosse o casamento dos dois. Em um ou dois meses. Talvez até lá, ela já estivesse também com seu próprio casamento marcado. Sorriu enquanto descia os últimos degraus. Seria um sonho casar-se com o filho do marquês de La’Push.

Seria um sonho realizado. Um sonho quase como aquele que Emily realizava.

*

O sorriso no rosto da amiga era límpido e claro. Assim que se viram as duas se aproximaram, tocaram as mãos e cochicharam alegremente. Emily contou à amiga que não poderia ficar com ela muito tempo, ao menos não no inicio da festa, somente depois, quando tudo estivesse finalmente mais calmo. Talvez elas pudessem conversar e permanecer por algum tempo juntas.

Bella duvidava disso. Afinal em seu próprio baile não fora fácil se livrar das obrigações impostas pela mãe, entre elas a mais prazerosa de todas, dançar. Ah, as danças. Como ela poderia esquecer?

E então, diante dela surgiu alguém que Bella sabia que veria, mas que não estava lembrando que veria. Jacob. Alto, sempre bem vestido. Elegante. Charmoso. Lindo. Sim. Ela sabia que ele era lindo. Assim como todas as outras mulheres, Isabella jamais negaria esse fato. Só que como não acontecia com a maioria, a jovem tinha consciência que ele não era um candidato a marido, nem hoje e talvez nunca.

Com aquele ar firme, as mãos atrás do corpo, ele lhe cumprimentou antes de tocar o ombro da irmã num gesto fraternal e extremamente carinhoso.

– Boa noite senhorita Swan.

– Boa noite. – sem medo de ser mal interpretada, Bella respondeu demonstrando claramente que simpatizava com ele.

Jacob, em momento algum demonstrou qualquer tipo de interesse nela, e isso a liberava para agir abertamente com ele.

– Minha irmã está linda não acha?

Comentou sem realmente a observar. Seus olhos escuros estavam fixos no rosto de Emily.

– Muito! – Bella concordou sorrindo e viu a amiga corar entre emocionada e encabulada.

A esposa de um Lorde foi anunciada e Emily precisou se afastar da dupla.

Dando um passo para o lado Jacob dirigiu toda a atenção para a amiga da irmã.

– Esta será uma noite especial. – sua voz era segura e ao mesmo tempo gentil - Gostaria que pudesse ficar junto dela o máximo de tempo possível.

Ela desejou perguntar o motivo disso, mas não o fez. Assim que viu o olhar recriminador de Sarah para ao filho mais velho, Bella compreendeu exatamente o que ele pretendia. Evitar que a mãe usasse de seus galanteios grosseiros com a filha, pois diante da amiga era provável que a mulher não se sentisse a vontade.

– O que me diz? – a voz rouca insistiu quando Isabella demorou a responder.

– Farei o que estiver ao meu alcance para ajudar.

Ela concordou por fim. Não havia motivos para uma recusa.

– Não esperava menos do que isso da senhorita.

Ele completou enquanto pegava a mão enluvada dela para um cumprimento desnecessário.

A mão de Jake era grande, quente e seus lábios, mesmo sobre o tecido, pareciam suaves. Não era a primeira vez que esse gesto acontecia. Mas, de alguma forma este parecia diferente do outro.

Seus olhos se encontraram quando ele se ergueu. Se detiveram nos dela um segundo a mais do que o necessário, porém, logo Jacob soube que deveria se afastar, sua missão ali estava cumprida. Seu comportamento não deveria ser considerado mais do que era. Simples agradecimento e cortesia que buscava apenas a retribuição de uma gentileza. E pedindo licença se afastou tão rapidamente quanto se aproximara.

Contudo, enquanto se afastava não percebeu o par de olhos castanhos que o acompanhavam detidamente. De forma quase hipnotizada a jovem não conseguiu desviar o olhar de seu jeito seguro. Do corpo forte, das costas amplas. Se Bella soubesse do perigo real que corria não continuaria a contemplar daquela forma o irmão daquele que ela acreditava amar.

Horas mais tarde, depois de algumas danças. Isabella descobriu que Edward adorava dançar com sua prima Leah. Sim, ela era linda e vistosa, e também dois anos mais velha. Só não casava por ter fama de durona e de recusar todos os pedidos que recebera. Por isso, para Bella, aquele sorriso esplendido que a moça enviava na direção de seu amado não era nada, nada agradável de se ver. Se Leah decidisse que Edward era o homem certo, ela, Bella, estaria perdida e definitivamente fora do páreo. Nenhum homem trocaria uma mulher linda, atraente e charmosa por uma garota magricela e pouco vistosa. Pior do que isso, sua família entraria em guerra caso as duas passassem a disputar o mesmo homem.

Mas, não era, e talvez nunca fosse o momento de pensar sobre isso, afinal... algo desviou seus pensamentos do foco, Jacob acabava de passar diante dela. Estava conversando com o Conde de Stanley, mesmo assim, deslocou o olhar do rosto do homem quase centenário para lhe cumprimentar com um sorriso tranquilo.

Um suspiro profundo escapou dos lábios femininos. Um suspiro longo e completamente sem sentido. Bella pensou enquanto observava a pista de dança lotada de casais variados, esquecida da familiaridade sorridente entre Leah e Edward.

Apertou levemente as mãos contra o vestido, nervosa e apreensiva. Parecia que algo muito importante iria acontecer ali, naquela noite.

– Posso pedir que aceite dançar comigo a próxima dança?

Era ele outra vez. Acabara de passar ali, e já estava de volta com um convite. Um convite que ela não deveria recusar.

Ergueu o rosto e encarou o dele. Jacob a olhava em espera.

– Seria um prazer... – garantiu enquanto retribuía o ar brincalhão que o homem imprimia a voz.

Sem dizer mais nada Jake apenas se afastou ainda acompanhando o mesmo homem.

Ele com certeza queria falar sobre Emily. Todas as vezes em que se aproximara era para falar sobre a irmã. Olhou em volta procurando a mãe. Renée não precisava se preocupar. Claro que não! Era apenas uma dança em que eles falariam sobre a garota. Isso se tivessem como conversar. Em algumas danças era simplesmente impossível trocar algumas palavras, que dirá conversar.

E talvez a próxima fosse assim.

Mesmo sem notar, passou a desejar que a música tivesse um fim se quer percebendo quando Leah e Edward se separaram ao final do último acorde.


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Notas finais do capítulo

Edward parece estar perdendo espaço. E Jake não percebeu que seu comportamento está produzindo uma paixão que ele não deseja... Teremos problemas...heheheh bjsssss e obrigada a todas q estão acompanhando.