Contador de Histórias escrita por Darth


Capítulo 10
Eclipse Lunar




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Após uma boa noite de sono, Galeth estava pronto para iniciar a travessia do Mar de Areia com a ajuda dos nômades. Ao contrário do dia anterior, a viagem foi tranquila e sem imprevistos. Chegou à fronteira norte do deserto após quatro horas de viagem nos trenós.

Despediu-se do lanceiro e do chefe da tribo, que o acompanharam no trenó, e pôs-se a caminhar ainda para o norte. Seu destino era Sandraven, a cidade do deserto como era conhecida. Mais especificamente, a taverna Fonte na Areia.

A cidade era movimentada e incansável, com seus mercadores de iguarias e tecidos típicos do clima desértico. Ela se situava em um grande oásis localizado na fronteira norte do Mar de Areia. Graças a isso, seu cultivo de frutas era muito famoso por todo o continente. Em frente a fonte da praça principal de Sandraven, onde os comerciantes montavam suas quitandas, estava a taverna que Galeth procurava.

A construção, assim como todas na cidade, era de argila endurecida. Havia buracos bem posicionados para ventilação e janelas de vidro. A placa de madeira com o nome da taverna tinha um desenho de uma fonte igual a da praça, sobre um morro de areia. O bardo entrou.

O sol alto lá fora trazia luz para o interior da construção através dos buracos de ventilação e das janelas, tornando-o bem aconchegante para quem estivesse por lá. O bardo negociou com o taverneiro sobre sua estadia para aquele dia e sua apresentação, mas como ainda havia muito tempo até que a noite caísse, decidiu que visitaria um amigo que não via há tempos.

A portinhola da pesada porta de madeira se abriu revelando um par de olhos atentos. Uma voz rouca disse:

– O que o traz aqui, bardo? Deve saber que atendemos apenas clientes especiais. E com especiais eu digo clientes que sabem a senha.

– Estou ciente dos serviços aqui prestados, meu caro. E para entrar a senha é o lema do deus patrono desta guilda: “Se ele não o ver, você não existe. Se você não existe, não pode ser pego”.

– Pois então seja bem-vindo, amigo da guilda. – disse satisfeito, e destrancou a porta.

O salão principal da guilda era pequeno, mas organizado. A guilda dos ladrões tinha seus refúgios espalhados por todo o continente, assim como a maioria das guildas fazia com suas filiais. A diferença era que, enquanto as guildas comuns construíam locais chamativos, os ladrões optavam por casas comuns, para não atrair a atenção dos guardas locais.

Galeth tinha ouvido falar que um velho amigo estaria nessa filial por um tempo, então esperava encontrá-lo para conversar a respeito do Abissal em Brishock. O bardo esperava descobrir algo sobre quem estava por trás da criatura e os ladrões e assassinos sempre são bem informados, embora não tão confiáveis:

– Saudações, bardo. O que posso arranjar para você? – perguntou o taverneiro, um homem de meia idade, armadura de couro e olhar astuto.

– Quero falar com o mestre da guilda.

– E qual seria seu assunto?

– Apenas uma conversa amistosa entre velhos amigos. Diga que Galeth está aqui, ele entenderá.

O taverneiro foi para um dos aposentos internos da casa, resmungando consigo mesmo. E surpreso voltou olhando para o bardo:

– Ele mandou você entrar. Parece que você realmente o conhece...

– Fico grato.

Entrou no que seria a cozinha de uma casa comum. A mesa estava posta e com uma refeição modesta. Um homem de manto vermelho estava sentado na ponta da mesa, seu rosto encoberto pelas trevas e seus olhos pulsando em azul. Sua voz ecoou etérea:

– Galeth, seu cretino! Desaparece por uns tempos e decide que quer ver seus amigos? – deu uma risada e tirou o capuz, revelando o homem barbado que roubara Vitsas – Quanto tempo faz? Cinco anos?

– Quatro. O que foi, Trevor? O tempo passa diferente pra quem usa o manto ou você desaprendeu a contar? – riram e se abraçaram.

– Vamos lá, sente-se. Eu sei que não é a comida chique que você está acostumado a receber nos castelos quando apresenta, mas é boa.

– Eu não apresento em castelos há dois anos, Trevor. Agora viajo de taverna em taverna, me apresentando e contando as histórias que conheço. Assim como também viajo em busca de histórias novas.

– Entendo. Então o famoso Acorde Divino, que venceu tantos perigos, agora partiu em busca de realizar seu objetivo pessoal.

– Isso mesmo. Cumprir minha promessa para com meu irmão. Me tornar o maior bardo de todos os tempos, assim como ele se tornou o maior guerreiro. – Disse Galeth, com certo saudosismo e melancolia.

– Belas palavras, meu amigo. Mas não acho que veio até mim apenas para relembrarmos o passado, certo? – Galeth sorriu com essa pergunta

– Claro que não. Como todo amigo tem o péssimo hábito de pedir ajuda, aqui estou. Quero informações a respeito de uma criatura que assolava a cidade de Brishock. Chamavam-no de Abissal. – Assim o bardo explicou o que aconteceu em Brisock rapidamente, dando ênfase para o fato de não ter encontrado nenhuma ossada de criança, que seriam os supostos sacrifícios.

– Entendo sua preocupação Galeth. E temo dizer que ela aumentará, pois meus rapazes têm comentado sobre uma grande movimentação no tráfico de escravos. Dizem que até a princesa do vento, Ciaran, está tendo dificuldades de interceptar todos. E parece que muitos desses escravos são crianças em idade semelhante as que eram enviadas como sacrifício.

– Malditos! E quem lidera esses escravagistas? Eu preciso de um nome!

– Loke Scarrus. Pelo que sei é um mercenário terrível e cruel, além de muito habilidoso com a espada. Tome cuidado, Galeth. Mesmo para você, ele pode ser perigoso!

– Tomarei, Trevor.

De volta a Fonte na Areia, Galeth banhou-se e ceou. Quando a noite chegou, tocou como sempre. Ninguém presente notou o olhar preocupado por baixo da máscara de sorrisos e canções do bardo. Após a cantoria e bebedeira, o contador de histórias guardou seu alaúde no estojo e começou a falar:

– Essa história se passou oito anos atrás, apenas, na cidade de Kreinhad, ao sul da Floresta dos Gigantes situada ao sudoeste de Ornea. Oito anos atrás, Kreinhad quase foi apagada do mapa. Mas sua salvação foi a coragem e fé de um clérigo. Na verdade, de uma clériga. Lyria Folha-Dourada, vinda da distante capital élfica Elengil. Essa é a história de como Lyria, a Eclipse Lunar, recebeu sua missão sagrada do próprio deus Thuriel.

“Lyria não estava em Kreinhad por acaso ou destino, igual muitos gostam de contar. Ela não chegou no momento derradeiro em que a cidade seria destroçada.

Na verdade, Lyria Folha-Dourada morava lá fazia alguns anos já. Fora transferida para exercer o papel de juíza, como é bem comum aos clérigos de Thuriel. Era ela quem recebia os pedidos de serviço dos aldeões e os repassava aos aventureiros que paravam por lá.

Mas havia algo que estava incomodando a elfa loira há mais de um ano. Começou quando alguns aventureiros pereceram em um serviço de exterminar um bando de kobolds que vinha assolando algumas fazendas próximas de Kreinhad, ao sul. Desde então, Lyria vinha tendo de ajudar cada vez mais aventureiros feridos a se recuperarem juntamente com o clérigo de Vaina, deusa da cura, Jeff. Isso culminou com a cidade fechando os portões após o sol se pôr, e fortificando a guarda para proteger-se dos ataques cada vez mais constantes de monstros e saqueadores.

Certa noite, após ajudar a guarda da cidade repelir um bando de salteadores da cidade, Lyria ouviu algumas crianças conversando em um beco enquanto voltava para sua casa:

– Meu pai falou que vai embora dessa cidade assim que amanhecer. Ele não aguenta mais essa vida, disse que vamos para Clarke, subindo pela estrada na orla da floresta.

– O meu falou que Kreinhad só vai melhorar quando o lorde Mandros morrer. – disse outra criança, que foi repreendida rapidamente pelas outras.

– Cala a boca, Michael! Você sabe que ele ouve tudo e ve tudo!

“Isso não está certo. E agora que as crianças comentaram, se eu bem me lembro lorde Mandros assumiu o governo de Kreinhad a um ano e meio.” Pensou a elfa. “Ele deve saber algo a respeito ou talvez, Thuriel nos livre disso, ser o responsável!”

Assim Lyra foi direto à casa do governador, um palacete de pedra e madeira que ficava no centro da cidade. Bateu na porta e foi atendida pelo serviçal:

– Boa noite, madame Lyria. Em que posso ajudá-la?

– Boa noite. Preciso falar com lorde Mandros imediatamente! - algo na forma como a elfa falou despertou outro lado no serviçal, que respondeu quase chorando:

– Você veio prendê-lo, madame? Graças aos deuses, que ouviram nossas preces!

Essas palavras chocaram a clériga da justiça. Algo estivera acontecendo de terrível a todo esse tempo debaixo de sua vigília e ela não percebera. A juíza de Thuriel falhara em seu dever de manter a justiça e a paz. Lyra subiu rapidamente as escadas para o aposento de Mandros, com a mão no cabo de seu mangual duplo, a arma dos clérigos de Thuriel.

Ao abrir a porta, viu algo que a paralisou: O homem que sempre tratara como lorde Mandros estava pregado na parede, mas uma observação melhor revelava que se tratava apenas de uma pele humana. Uma pele que era vestida como um disfarce pela criatura que estava em pé no meio da sala.

E a criatura em questão era uma velha conhecida de Kreinhad. O demônio que liderara um ataque massivo contra a cidade dois anos atrás e fora morto, tendo sua cabeça cortada. Porém a cabeça se tornou um troféu para lorde Mandros, capitão da guarda na época, que matou o monstro. Após ser elevado como o novo governador quando o anterior morreu, Mandros pendurou a cabeça na parede atrás de seu trono.

Era o Demônio da Lua. Um monstro escamoso completamente branco e de olhos vermelhos. Um par de asas courinas caíam de seus ombros como se fossem uma capa hedionda e de sua cabeça saíam chifres e cabelos que pareciam chicotes. A lua cheia estava visível na sacada do quarto e a silhueta terrível do monstro albino emanava uma espécie de aura esbranquiçada.

– Como ousa adentrar meus aposentos, juíza? – perguntou a voz de lorde Mandros, que parecia sair da pele presa a parede.

– Estes não são seus aposentos, cria de Molochel! Suma daqui!

– Acha que pode me ordenar algo, elfa? – disse desta vez o próprio demônio, com uma voz obscura e cavernosa. Algo no som sugeria que ele estava rindo. – Perante meu poder você não é nada!

– Posso até não ser, mas perante o poder de Thuriel quem não é nada é você!

Ao dizer isso, Lyria avançou para o Demônio da Lua com um salto e o golpeou no rosto com seu mangual duplo, que emanava uma luz dourada. O monstro foi arremessado contra a parede com um grito estridente, quebrando vários cômodos no processo. Quando levantou, tinha um sorriso terrível no rosto e estendeu as garras. Abriu e fechou as asas para se impulsionar contra a elfa, mirando as garras em seu belo rosto angulado. Mais um grito estridente ao ver suas garras desintegrarem no escudo divino da clériga e receber outro golpe do mangual.

– Maldita seja você, elfa! Farei com que a cidade pague por ter me derrotado antes! Eles não puderam me matar com uma decapitação e nunca perceberam que o tempo todo eu estava vivo influenciando cada decisão e pensamento de Mandros! – Abriu novamente as asas e se lançou para fora do quarto, gargalhando.

Lyria correu para fora do palacete, o coração batendo furiosamente por ter deixado o monstro escapar. Quando chegou ao lado de fora, chorou.

De asas e braços estendidos sobrevoando a cidade, o Demônio da Lua absorveu a centelha de vida de todos aldeões. A própria Lyria só não foi afetada por estar protegida com seu escudo divino, mas ainda assim foi obrigada a assistir os feixes esverdeados absorverem a vida de Kreinhad enquanto se mantinha viva com sua fé e chorava. “Eu posso ter falhado com o povo dessa cidade uma vez, mas se esse demônio desgraçado acha que vai escapar... Não falharei com o povo uma segunda vez deixando ele fugir!”

Com um rugido terrível, o Demônio da Lua mergulho em uma rasante veloz contra a clériga que, ao se defender, percebe que ele ficou muito mais poderoso por absorver os aldeões. Tentou encaixar um golpe com o mangual para apenas ver o monstro esquivar-se facilmente. Trocaram vários golpes e esquivas durante alguns minutos, até que em um momento de desatenção Lyria recebeu um golpe tremendo que a jogou através da parede do palacete.

Levantou-se com dificuldade, cuspindo sangue. Sentia o rosto quente e molhado, onde as garras lhe rasgaram a pele. Apesar disso, o medo que sentia antes durante a luta havia desaparecido. Podia ouvir o Demônio da Lua se aproximar com passos lentos, certamente saboreando o momento de sua vitória. Ouviu uma voz ressoar em sua cabeça: “Erga-se, minha serva. A balança está desequilibrada. Equilibre-a destruindo essa cria das trevas”.

Exatamente no momento que o monstro entrava no palacete pelo buraco na parede, Lyria Folha-Dourada saltou sobre ele com energia renovada. Sua forma élfica tremeluzia com uma aura dourada e suas lágrimas queimavam a carne do demônio ao mero toque. O monstro gritou de dor e tentou se afastar com um salto, apenas para ser impedido pelo mangual duplo, que se enrolou em uma de suas pernas e o puxou violentamente.

Com um forte grito, Lyria descarregou todo o poder divino que estava presente nela. A noite se tornou dia em Kreinhad, o céu ficou dourado e desceu com toda a fúria que a clériga tinha sobre o demônio. E tão rápido a noite se clareou, tão rápido ela escureceu novamente. Quando a lua iluminou uma vez mais a cidade, não havia um demônio para se fortalecer com sua luz.

Mas ao contrário do que esperava, a clériga não estava sozinha na cidade. Ao seu lado estava um homem, na casa dos trinta e poucos anos. Tinha longos cabelos prateados e um porte altivo, trajando armadura completa, dourada e cheia de inscrições brilhantes. O símbolo divino de Thuriel estava na placa peitoral, uma balança com uma espada sobreposta, ambas em prata. Das suas costas pende uma capa branca, ricamente bordada, e uma montante, com o cabo entalhado de forma a parecer uma balança e com a lâmina emanando uma luz azulada:

– Quem é você? Um paladino de Thuriel? Você é o justicar? – perguntou a elfa, confusa devido ao cansaço e aos ferimentos.

– Não, jovem Lyria. Eu sou Thuriel. – disse o deus estendendo a mão e a ajudando a levantar. Ao sentir o toque divino, todo o cansaço se esvaiu e os ferimentos se curaram. Mas a tristeza permanecera.

– Meu senhor, sou-lhe grata por me salvar e me dar poder para matar o Demônio da Lua. Mas não sou digna de ser sua serva, pois falhei em manter a justiça.

– Você pode ter falhado em manter os aldeões vivos, mas não falhou em manter a justiça. O demônio foi destruído, a justiça foi feita.

– A JUSTIÇA FOI FEITA? VOCÊ NÃO ESTÁ VENDO A DESTRUIÇÃO E MORTE QUE ELE DEIXOU NESTA CIDADE? – gritou indignada Lyria. Notou certo constrangimento no rosto de Thuriel e se encolheu. Nunca ouvira falar de alguém que constrangera um deus e sobrevivera para contar a história.

– Devo lembrar-lhe, criança, de que não posso ver? – A elfa começou a chorar, lembrando que Thuriel era cego pois a justiça não podia se deixar levar por aparências. E por mais terrível que parecia tudo o que acontecera, a injustiça teria ocorrido se o Demônio da Lua houvesse fugido. Sentiu um par de mãos levantar seu rosto e se viu encarando os olhos brancos do deus da justiça. – Mas mesmo sendo cego, consigo sentir sua tristeza pelos aldeões. Concederei o seu pedido e os trarei de volta à vida, intercedendo junto à Naecross, o deus da morte.

– Obrigada, meu senhor. Sua piedade jamais será esquecida por esta serva.

– Assim espero. Porém não posso fazer com que tantas vidas retornem e não haja um preço, pois não seria justo.

– Eu ofereço minha vida em troca então! – o deus sorriu, aprovador.

– Não esperava menos de uma clériga da justiça. Mas tenho uma tarefa para você, Lyria. Morgnus, o deus das trevas e dos mortos-vivos, está mobilizando seu clero e seus algozes. Eu e os outros deuses suspeitamos de que ele esteja tentando encarnar como mortal na forma de um avatar. Você deve impedir isso de acontecer.

– Devo fazer isto sozinha, meu senhor? Porque, respeitosamente, seria impossível.

– Claro que não! Seria injusto eu pedir algo assim. Você reunirá um grupo poderoso. E junto com esses aventureiros, impedirá Morgnus!

Após isso, Thuriel desapareceu num clarão de luz. E em outro clarão, todos os aldeões mortos se levantaram, completamente curados, como se estivessem dormindo esse tempo todo. Depois que Lyria explicou o que acontecera para os confusos moradores de Kreinhad, todos a aclamaram como Eclipse Lunar por ter matado o Demônio da Lua. Fizeram uma grande festa em homenagem a ela durante a noite e o dia seguinte inteiro. Uma semana depois, Lyria Folha-Dourada partiu em busca de aventureiros para uma missão divina.”

Após uma salva de palmas, Galeth agradeceu e passou o resto da noite bebendo e conversando com os presentes. Quando subiu para seu quarto, foi surpreendido pelo Guaxinim Rubro sentado em sua cama:

– Escolha interessante de história, Galeth.

– Que bom que gostou, achei que você gostaria de relembrar os velhos tempos.

– Passei aqui para lembra-lo que se precisar de ajuda com Loke Scarrus, sabe como me encontrar.

– Mantenho contato.

– Assim espero, Bardo Cantante. – deu uma risada – Sabe, eu realmente prefiro seu título antigo. Era mais imponente.

– Nem todos nós podemos nos dar ao luxo de vestir uma touca e mudar nosso nome. – respondeu o bardo, rindo.

– Realmente. Até mais, velho amigo. Boa caçada.

Antes que Galeth pudesse responder, o Guaxinim Rubro havia sumido.


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