Deusa de Pedra escrita por RaiscaCullen


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Viram eu nem demorei tanto dessa vez! kkk
Agora o próximo só final de semana ou talvez segunda.
Bjs



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            Para Bella, as duas semanas seguintes pareceram dois meses, apesar de quase não ver Edward, que tinha ido para a Arábia Saudita por alguns dias. Quando voltou, ficou praticamente o tempo todo em seu apartamento de cobertura.

         Tudo parecia muito civilizado; Bella, porém, sabia que, por trás daqueles modos comedidos e gentis, ele estava com muita raiva dela, por tê-lo repelido. Consciente de que tinha que fazer tudo do gosto de Edward, senão ele se tornaria exigente como havia sido na ilha, ela tomava o maior cuidado para não ultrapassar o limite ao demonstrar seu desprezo.

         Para quebrar um pouco a monotonia de seus dias, Bella resolveu ir a Paris. Mandou o Chofer ir até a casada tia de Edward, porem descobriu que a senhora tinha ido viajar para ver uma amiga.

         Então, Bella decidiu realmente conhecer Paris; veria todos os museus e galerias de arte, mercados, tudo. Mas até esse prazer ficou estragado, pois o chofer a acompanhava onde quer que fosse. Ela lhe disse que preferia ir sozinha, mas o chofer tinha sido insistente e encerrara o assunto dizendo que cumpria as ordens dadas pelo patrão.

         Algumas vezes Bella Tentou sair de carro sozinha, dirigindo ela mesma. Mas novamente foi impedida, com a resposta de sempre; o patrão dera ordens de que ela deveria estar sempre acompanhada. Não demorou muito para Bella compreender que, na verdade, ela era uma prisioneira. Embora estivesse na prisão mais bonita e luxuosa da Europa, não passava de uma prisioneira.

         Duas semas mais tarde o secretario de Edward telefonou dando ordens para organizar um jantar para trinta pessoas, para dali a dois dias. Ela até ficou feliz por ter alguma coisa para fazer. Passou horas envolvida com papeis, cardápios e lista de vinhos, depois que tinha preparado um cardápio conveniente, chamou a governanta.

         - O Sr. Cullen deseja dar um jantar para trinta pessoas, depois de amanhã; gostaria que você desse uma olhada no cardápio que organizei e que depois o entregue ao chefe da cozinha. Mais tarde darei o arranjo dos lugares a mesa. – Bella se sentia feliz em poder estar ocupada em alguma coisa.

         A sr. Carmen pegou o papel entre os dedos, mas mal o olhou.

         - Certamente, senhora, se assim o quer. Mas o sr. Cullen havia me avisado sobre esse jantar há alguns dias, e o chefe da cozinha já fez as compras para o cardápio que eu tinha organizado; na realidade, não poderia preparar tudo com apenas dois dias de antecedência! Quanto aos lugares á mesa, o secretario do sr. Cullen já me manda tudo resolvido na manha do dia da festa. Portanto, se a senhora concorda, peço licença para ir cuidar de tudo. – As maneiras da governanta eram muito educadas e servis, mas havia um tom indiscutível de vitoria e triunfo em sua voz pausada e firme.

         - Já que está tudo resolvido, acho melhor cuidar do que precisa. – Bella estava aborrecida por ver que tudo tinha sido decidido antes mesmo que ela viesse, a saber, da reunião.

...

         No dia do jantar, de manhã, Bella foi a Paris para arrumar o cabelo; como sempre, o chofer a aguardou na sala de espera.

         Às sete horas desceu e foi direto para a biblioteca, sem nem se incomodar de ir ver se tudo estava em ordem, não só na sala de jantar como na cozinha. Edward estava sentado em sua escrivaninha e se levantou quando ela entrou. Não disse nada e Bella esperou pacientemente que ele começasse a conversar. Por fim, vendo que ele permanecia quieto, ela falou:

         - Que tal? Estou bem para fazer o papel de sra. Cullen?

         Edward continuou a olha-la por mais algum tempo, observando-a desde seu cabelo impecável, descendo pelo decote do maravilhoso modelo Givenchy, até chegar à ponta dos pés, calçados com lindas sandálias dourado de salto bem alto.

         - Está bastante... sofisticada. No entanto, ainda está faltando alguma coisa. – Edward virou-se e, retirando um quadro da parede, deixou a porta de um cofre á mostra. Abri-o e dele retirou uma caixa grande de veludo preto. Colocou a caixa sobre a mesa e abriu-a; dentro havia um jogo de colar, pulseira e brincos de esmeralda e brilhante. Bella arregalou os olhos, maravilhada. Nunca tinha visto joias tão lindas e ricas como aquelas.

         - Acho que ficaria bem se usasse o conjunto. – Edward retirou as peças do estojo e entregou-a á esposa.

         - Não poderia usa-las! – Bella se afastou um pouco.

         - Por que não?

         - Porque devem valer uma fortuna. Nem saberia como usa-las.

         - Não valem nada, se ficarem fechadas num estojo, dentro de um cofre; elas foram feitas para ser usadas. Passaram de mão em mão pelas mulheres da minha família, e agora devem pertencer a minha esposa. Pareceria muito estranho se você fosse à única mulher na reunião que não estivesse usando uma joia!

         Então tudo isso fazia parte do papel que ela tinha naquela casa. Edward colocou a pulseira em torno do pulso dela e depois volteou-lhe o pescoço com a corrente finíssima, deixando a esmeralda brilhar em seu berço de brilhantes no centro do colo bonito e sedoso de Bella. O contato dos dedos de Edward em seu pescoço fez com que ela lembrasse, com um arrepio, do contato intimo que ja tinha experimentado.

         - Deixe que eu coloco os brincos – ela disse,tentando ficar longe daquelas mãos que a perturbavam.

         - É melhor irmos logo para a sala; os convidados já devem estar chegando. – Edward deu-lhe o braço para leva-la para o salão, onde esperariam os convidados.

         Assim que o primeiro convidado chegou, Edward mudou completamente sua maneira de agir. Deixou de ser o estranho indiferente, distante e impassível, para se tornar o mais atencioso e apaixonado dos maridos. Tinha sempre um dos braços em torno da cintura ou dos ombros de Bella; estava sempre dizendo “querida”, “meu amor”, á medida que ia apresentando para diferentes pessoas.

         Entre a chegada de dois grupos de convidados, quando conseguiu por um segundo ficar sozinha com ele, foi muito sincera e comentou:

         - Meu Deus! Quanto fingimento!

         - Cuidado, Bella, alguém pode ouvir você! – Ainda havia um sorriso carinhoso em seus lábios, mas seus olhos estavam cheios de ameaças.

         - E você acha que eu ligo, se alguém nos ouvir?

         - Fizemos um trato, está lembrada?

         - Mas você não cumpriu a sua parte nele! – Ela tinha um tom de desafio na voz.

         Edward a segurou-a um pouco mais perto de si e lhe disse no ouvido com a voz clara e decidida:

         - Lute quanto quiser comigo, desde que seja em particular. Lembre-se Bella, em público, somos um casal feliz e você é a esposa que me ama demais! E, claro, eu adoro você! – Edward disse com extrema ironia. – Te amo demais! – Para indignação de Bella, ele se inclinou e beijou-lhe o ombro descoberto.

         Durante o jantar, Bella ficou numa ponta da mesa e Edward na outra; havia muitos convidados e eles estavam tão longe um do outro que não trocaram uma única palavra.

         - Edward a conservou muito bem escondida – uma mulher americana, sentada ao lado de Bella, comentou. – Onde ele a encontrou?

         - Nós nos conhecemos através do meu irmão, com quem Edward mantém negócios. – Bella ficou encantada em ver como podia dizer isso com a voz firme e natural.

         Todos pareciam muito curiosos a respeito dela, imaginando quem seria aquela moça que tinha conseguido “pescar” um dos partidos mais cobiçados de toda Europa. Depois de certo tempo, Bella notou que os convidados pareciam um pouco entediados, principalmente as mulheres. Os homens, naturalmente, estavam sempre interessados em falar de negócios e era por isso que estavam lá.

         Quando as mulheres se retiraram para deixar os homens á vontade, com seus charutos e conhaques, a conversa parecia ter chegado ao fim; elas se limitavam a conversar sobre banalidades. Bella teve a sensação de que aquelas mulheres apenas viviam para participar desses jantares.

         Quando os homens novamente se reuniram ás mulheres, ainda houve algumas conversas, mas logo todos começaram a se despedir. Edward ficou ao lado de Bella para as despedidas finais, sua mão apoiada carinhosamente no ombro dela. Assim que o ultimo convidado saiu, Edward mudou o modo de agir e voltou a ser frio e distante.

         - Acho que tudo correu bastante bem. – ele comentou.

         - Acha mesmo?

         - Acho. Afinal de contas, não foi tão assustador assim, não é?

         - Nem tinha por que ser! Os hóspedes foram todos muito simpáticos e amáveis. – Bella frisou bem a palavra “hóspede”.

         Por um instante Edward olhou para ela, mostrando que tinha entendido a indireta; mas resolveu ignorar.

         - É melhor ir deitar, deve estar bastante cansada. A sr. Carmen providenciará para que tudo seja posto em ordem.

         - Eu já havia lhe dado essa ordem.

         - Muito bem. Depois de tirar as joias, entregue-as á empregada e diga-lhe que as traga para mim.

         Edward girou sobre os calcanhares e, sem dizer mais nada, deixou-a de pé, sozinha, no grande hall que pouco antes estava cheio de gente, vozes e risos.


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Notas finais do capítulo

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