The last love escrita por Ingrid Lins


Capítulo 15
Capítulo Bônus: De Elena Salvatore para Elena Gilbert


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse capítulo porque sou muito legal modéstia parte u.u
E porque tô vendo que uma hr vcs vão me abandonar por não aguentar mais a Elena kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas gente amar alguém e não querer amar é assim, agt pira a autora tem experiencia nessas paradas :(



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O sol estava quente e atrapalhava meu sono, e por assim, acabei despertando. O quarto estava totalmente iluminado pela luz solar, e o efeito que refletia nas paredes de cor creme, iluminava o cômodo de um jeito que parecia surreal.

Os sons vindo do andar debaixo fizeram um sorriso brotar no meu rosto. Um falatório familiar que eu conhecia bem. Saltei da cama, e caminhei pelo piso frio de madeira de lei. O banheiro da suíte também tinha detalhes trabalhados em madeira contrastando com as paredes claras. Escovei os dentes e amarrei o cabelo em um rabo de cavalo, vesti o robe de seda preta, e desci as escadas da mansão.

Jeremy estava sentado à mesa comendo ceral, enquanto Damon estava de costa cozinhando alguma coisa com ovos, o cheiro delicioso de comida exalando por toda cozinha e parte do corredor. Beijei o topo da cabeça de Jeremy, e ele retribuiu com um "bom dia" seguido de um sorriso e um beijo na minha barriga. Lexi fez festa na minha barriga ao sentir o contato do irmão, me fazendo rir como uma boba. Damon virou com um sorriso e nossas panquecas.

—Olha se não são minhas garotas! — ele colocou a travessa no centro da mesa e beijou minha bochecha — Bom dia amor.

Comemos em volta da mesa, rindo das besteiras de Damon e comentando dos nossos planos para a viagem de inverno em que íamos esquiar em Vermont. Aquilo tinha sido uma guerra entre eu e Damon, pois estávamos planejando essa viagem há quase um ano, e quando descobrimos minha gravidez, ele queria desistir. Três semanas de discussões, brigas e choros — culpa dos hormônios — quase pedi o divórcio — novamente sob forte efeito do maldito estrogênio —; mas no fim decidimos pela continuidade da nossa viagem para esquiar.

Depois da bagunça matutina e corriqueira, seguimos o dia normalmente. Jeremy e Damon passavam todas as horas livres construindo a casa da árvore — na verdade, quase uma mansão na árvore — e a mim só restava fofocar com Caroline por telefone. Ela estava passando seis meses na Alemanha com Klaus e Marcel, um lindo garotinho que eles haviam adotados. A Barbie me fazia falta, mas eu estava feliz por ela está crescendo na vida. Enquanto eu pensava na vida, sentada na poltrona no quarto decorado em lilás e branco de Lexi, escutei a voz de Alex.

—Oi barriguda, cadê os homens dessa casa? — perguntou me abraçando e logo depois alisando minha barriga.

—Onde você acha? Eles estão tanto tempo naquela construção, que daqui a pouco ao invés de casa na árvore vai ser condomínio de luxo na árvore. — ironizei.

—Relaxa, não é o "projeto" que é difícil, seu marido que não sabe fazer trabalhos manuais. — gargalhou.

—Ei não fale assim do meu marido! — dei um tapa no seu braço sabendo que não tinha o atingido em nada — Faça um favor para uma pobre indefesa gestante e pega alguma coisa para eu comer.

Ele riu da minha cara e desdenhou:

—Você não é pobre nem indefesa, se quiser vá pegar. Tô só de passagem.

—Seu ingrato, não vou dar minha filha para você apadrinhar! — gritei nas suas costas.

Alex riu da minha cara e foi até o quintal onde meu marido e meu filho estavam focados no projeto. Segui rindo pela cozinha, e voltei para sala com um pote de sorvete de morango, quando comecei a sentir as dores que eu já nem lembrava mais como eram. As contrações começaram devagar, meio sem ritmo, mas depois de algumas horas estavam insuportáveis. Fiquei quieta no sofá enquanto as dores ficavam cada vez mais fortes, e no momento que me coloquei de pé para chamar Damon ao meu socorro, senti o líquido quente descendo pelas minhas pernas.

—Droga! Damon, pelo amor de Deus, me ajuda! — comecei a gritar, mas a tal da árvore era longe demais da casa. Fui me arrastando em meio as contrações, e os encontrei em meio a risadas e brincadeiras.

—Elena o que foi?

A cara de Damon ficou pálida, de repente, enquanto eu perdia o fôlego no meio da maldita pontada nas costas. Eles demoraram um pouquinho para entender o que estava acontecendo, mas quando pegaram no tranco, pareciam que estavam ligados no duzentos e vinte.

—Ai, meu Deus minha filha vai nascer! — Damon berrou, e foi como ser puxada por uma força invisível.

O suor escorria pela minha pele, e meu coração parecia que ia sair do meu peito. Um sonho tão real, e tão... droga uma parte de mim — uma parte bem grande, admito — queria que fosse real. Ainda sentada na cama, tentei respirar tranquilamente, mas estava difícil. Inconscientemente, minha mão voou até minha barriga, como quem quisesse berrar pro mundo meu desejo inconsciente de ter um bebê de Damon. Mais um. Minha Lexi...

I lied, I lied, I lied
To keep you from breaking my heart

Even though I said I didn’t love you I lied I lied
Even though I said I didn’t need you I lied I lied
To keep you from breaking my heart, ooh
To keep you from breaking my heart, ooh
Even though I said don’t touch me I lied, I lied
I can’t fall for you, can’t give my all to you

Meu peso pendeu pra trás, e então cai diretamente no travesseiro macio, e depois não dormi mais. Minha mente trabalhava rápido demais, eu simplesmente não conseguia parar de pensar, era impossível. Aquele sonho era perfeito demais, era como minha cabeça esfregava na minha cara como deveria ter sido minha vida e não foi porque fui burra demais pra fazer o que deveria. Eu tinha quer ter contado! Eu queria tanto ter contado...! Provavelmente, naquele dia nós teríamos brigado porque eu não ia querer segui-lo até Miami, mas depois daríamos um jeito. Nós iríamos passar por algumas pindaíbas, e tiraríamos boas lições disso, mas seríamos felizes. Damon teria acompanhado minha gravidez desde o início, e tudo ficaria bem. Quando eu tivesse o bebê, ele estaria do meu lado e me daria forças, e então com nosso filho nos braços, eu seria Elena Salvatore, a mulher mais feliz e realizada do mundo todo.

I can’t let you think that imma let the game stall for you
Gotta protect me you gotta sweat me
You said you thought you was ready and I said, "let’s see"
But I ain’t mean that, I need some fucking proof
'Cause what happens if I fall in love then you cut me loose
You just a heart breaker won’t let you break mine
'Cause I’ll be smashing windows and cutting them break lines

Era assim que deveria ter sido. Uma coisa bem diferente do que realmente foi. A realidade tinha sido dura e injusta, uma verdadeira porrada no meu estômago, e só sabe Deus como eu sobrevivi aquilo tudo. Durante esses sete anos eu me mantive absorta em todo trabalho que eu poderia ter; tudo pra que no fim da noite meu corpo estivesse cansado demais pra fantasiar como teria sido minha vida. Tudo pra evitar que eu deitasse na cama e chorasse pensando em Damon. E por esse tempo todo tinha dado certo, até ele decidir voltar pra minha vida, e por Deus, eu não estava preparada pra aquilo!

Even though I said fuck you, I lied, I lied
I thought eventually you would let me go
That was my insecurities and my ego
Missed my jump shot missed my free throw
Miss the way we kiss miss the d. Yo

Era como se toda destruição que evitei a vida toda estivesse despencando na minha cabeça. O meu medo, o desespero, e o amor — que sim, andava de mãos dadas nessa confusão toda — me sufocasse. Era um buraco negro que me sugava e consumia e não adiantava pedir ajuda a ninguém, porque ninguém conseguia entender. Nenhum dos meus amigos conseguiam compreender, e pra dizer a verdade nem eu entendia coisa nenhuma; porque de repente, tudo que eu aprendi — a duras penas — ia pelos ares e eu voltava a ser a mesma boba apaixonada de dezoito anos. Aquela sensação me deixava ainda pior, e se possível, ainda mais confusa.

Man it was good while it lasted
That shit wasn’t real it was magic
If it was a record it would have been classic
But fuck you though, orgasmic
This is what I gotta do to keep me from falling
Stalling the truth, who knew what you’d
Do if I let you in

My mama ain't raised no fool
I am not your usual typical type
Who would protect me if I never hide?
Falling so fast I am afraid of you
So I lied, I lied, I lied
To keep you from breaking my heart, ooh
To keep you from breaking my heart, ooh
I lied, ooh, baby, ooh
'Cause what if I let myself go with you?

O dia amanheceu, e então botei em prática aquilo que eu havia feito durante anos: mais trabalho, é igual a menos pensamentos. Enquanto eu me afundava naquele mundo de papéis, apenas uma coisa passava e não saia: Lexi Salvatore. Por Deus, era tão errado querer — sonhar, cogitar, desejar — mais um filho com ele. Qual era o meu problema? Damon era minha perdição.

E como se não bastasse aquilo tudo, o estresse todo, o drama todo, quando estacionei na garagem do prédio, reconheci o carro parado na calçada oposta do condomínio. Eu não era a única louca daquela história, ele estava ficando pior que eu. Suspirei resignada quando o vi parado na frente da minha porta.

—O que você tá fazendo aqui? Pelo amor de Deus, tá tarde, e eu tô cansada, e... vai embora.

—Eu tô ficando louco, Elena.

—Eu posso ver isso. O fato de você estar aqui há essa hora prova que você não tá no seu juízo perfeito.

Damon suspirou.

—Para, por favor. Me dá uma trégua só hoje. Preciso de você.

Aí foi minha vez de respirar, e pedir a Deus, forças. Só até ele se cansar e ir embora, e aí eu poderia respirar aliviada e esquecer a existência dele. Ou beber até dormir, o que viesse primeiro.

—Damon, eu trabalhei o dia todo, eu só quero dormir. Vai pra casa, tá tarde já.

Ele não respondeu; ao invés disso, sentou-se no chão ignorando meus pedidos. Eu sabia que naquele caso em especial não era só mais um ataque de loucura de Damon, tinha um motivo pra que ele estivesse na minha porta depois das onze. Era dia vinte abril e nós completaríamos oito anos juntos. É, nós tínhamos um motivo pra estarmos meio afetados.

—Você... acha que temos uma chance? Sabe, todo dia vinte eu te ligava, mas sempre desligava porque não tinha coragem de falar nada. Run, eu não tinha muito o que falar na verdade, mas eu sempre ficava sonhando como estaríamos comemorando nossos aniversários — bufou — Você pensava em mim?

Minha garganta fechou e achei que fosse sufocar ali mesmo. De repente, as lembranças tomaram conta da minha mente, todas as vezes que peguei o telefone e a pessoa não falava nada, algo me dizia que era ele, eu queria acreditar que era, mas depois de algum tempo, eu só achava que era alguém ligando errado. Todos me diziam que eu estava louca, e depois que Jeremy nasceu, eu só achava que realmente, estava ficando doida e só o que importava era meu filho. Ouvir da boca dele, que sim ele me ligava e desligava em seguida, me fez crer que, de verdade, eu tinha que ceder. Deus, eu queria ceder...

Sentei ao seu lado, e protelei:

—Sim, eu... pensava o tempo todo, mas aí... o Jeremy nasceu e eu, bem, precisava seguir em frente. Então, eu me afundava no trabalho e a noite só não sobrava tempo.

—Como você fez hoje? — Damon me perguntou olhando diretamente nos meus olhos, e naquele momento senti meu corpo inteiro quente. Era um calor diferente, era um calor resplandecente. Me tomava por inteiro, mas de forma que me preenchia de forma plena e completa.

—É, como eu fiz hoje.

Ficamos em silêncio, não tínhamos o que falar. Diferente de quando eu cheguei, meu coração estava tranquilo. Batia sincronizado, só de estar ao lado dele. Num ato inesperado, senti a mão quente de Damon em cima da minha.

—Depois de quase oito anos, nós estamos aqui. O que acontece agora, Elena?

—Eu não sei, Damon, só... tô cansada. — antes que eu esperasse, as lágrimas desciam pelo meu rosto — Eu tô tão cansada disso tudo que... sei lá, eu acho que uma hora não vou aguentar, eu vou... sei lá, tô tão confusa...!

Seus lábios macios que me conheciam tão bem, me tomaram com rapidez. Minhas lágrimas caíram ainda mais, quando me rendi ao beijo. Ter sua língua em contato com a minha fazia com que meu coração se acalmasse e se reconhecesse em casa. Ele quebrou o beijo e me olhou. Aqueles enormes olhos azuis brilhando imensamente de uma emoção que eu conhecia e compartilhava.

—Faz amor comigo hoje. Deixa eu te mostrar o quanto te amo.

Meu coração respondeu àquele pedido, e só me vi avançando num beijo urgente. Eu precisava dele comigo, precisava de um minuto em que eu pudesse ser só uma garota apaixonada. E naquele dia eu me deixei levar. Fui menina apaixonada, fui mulher nos braços dele. Um pedacinho de Elena Salvatore habitando e agindo na Gilbert.

Música: I lied by Nicki Minaj - áudio aqui e tradução aqui


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Notas finais do capítulo

Gente a tradução da música é importante pra entender o lado da Elena, diz tudo que ela sente. E é linda também, amo mto



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