Fomos andando em direção a minha casa, quando um carro estacionou em frente a casa de Gerard. Era sua mãe e seu pai. Gerard me olhou e eu compreendi a situação.

F: Pode ir. Amanhã nos vemos.

G: Okay. Até. -disse abraçando-me calorosamente.

Entrei em casa, e minha mãe estava na cozinha. Sentei-me e comecei uma conversa, com ela ainda de costas para mim lavando algo na pia.

F: Hei, mãe. Eu... tenho algo para te contar.

L: Eu também tenho algo para te contar.

Pude sentir a seriedade em sua voz a dizer-me isso. Ha muito não a escutava falando assim.

F: Diga primeiro, então.

L: Uh... -virando-se para mim- antes eu só quero deixar claro que você não precisa se dar ao trabalho de me contra nada, porque eu já sei o que você tem para me contar. Eu não sou idiota. Já percebi a muito tempo. Só não falei nada antes porque mantinha a esperança de que essa insanidade não durasse mais de um ou dois dias, mas pelo que pude ver isso está começando a avançar mais do que eu imaginava, (...)

Enquanto ela 'cuspia' aquelas palavras na minha cara eu simplesmente fiquei sem ação. Por algum momento pensei em interrompê-la mas não consegui.

L: (...) ,e bem, eu espero dizer isso e deixar bem, BEM claro. Essa idiotice acabou aqui e agora, está me entendendo, Frankie?

F: M-mas mãe, porquê? Quero dizer...

L: Frankie -interrompendo-me- Seu pai está voltando para casa.

Eu escutei bem? Meu... PAI.

(...)

Depois daquelas palavras ela continuou falando mas eu simplesmente não escutei mais nada depois disso. Eu já devia ter percebido que algo estava errado. Todos aqueles atrasos, as desculpas esfarrapadas, os telefonemas... Vire-me e fui em direção as escadas deixando-a falando sozinha. Ela veio atráz de mim, e quando eu já estava chegando ao topo ela gritou-me.

L: ... você NÃO VAI passar essa vergonha em seu pai... I mean it.

F: Eu não tenho um pai. -disse olhando-a fundo nos olhos, já com os meus cheios de água.

Aquilo não podia estar acontecendo. Não agora.