The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 8
Capítulo 8 - Verdades


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à lindona maravilhosa da Little Lion, que deixou uma recomendação muito, mas muito fofa! Muito obrigada meeeesmo, você fez meu dia!

Enfim, aproveitem o capítulo e NADA DE AMEAÇAS DE MORTE NOS REVIEWS, TÁ? OBG :3 .

PS.: Desculpem a demora.



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Quinn Fabray estava sentada desconfortavelmente em uma cadeira dentro de uma sala vazia no McKinley, sua coluna estava arcada e sua cabeça baixa, fitava as mãos entrelaçadas sobre a coxa enquanto algumas lágrimas solitárias e discretas caiam e umedeciam sua pele.

Engoliu em seco e mordeu o lábio inferior, pensando em tudo, tentando organizar a imensa bagunça que envolvia sua mente e lhe impedia de seguir em frente. Refletia sobre como em um mês sua vida havia virado de cabeça pra baixo.

Tantos nomes passavam por sua mente. Rachel Berry, Sue Sylvester, Finn Hudson, Santana Lopez... Ela arduamente procurava um culpado para toda esta confusão, mas quando terminava de pensar a culpada sempre acabava sendo ela.

Tudo bem que no momento odiava Sue mortalmente, já que a mulher carregava uma grande parcela de culpa em tudo isso, mas e Quinn? Bom, ela havia sido ingênua, havia sido burra, tomada por um sentimento de ódio, de medo.

Medo de perder Finn para Rachel, medo de deixar de ser a garota mais fabulosa do colégio, medo de que seus segredos fossem revelados, aqueles que ela nunca ousou contar a ninguém, aqueles que ela tentava esconder até de si mesma. Em consequência disso assinara um papel, um maldito contrato.

Por causa de uma missão estúpida ganhara o mais próximo que já tivera de uma amiga, e agora a perdera. Mas que baita estupidez a sua!

Seu peito doía enquanto a garota processava tantas informações. Ela havia faltado o ensaio das Cheerios e agora estava faltando o ensaio do Glee Club, ela estava quebrada demais para fazer qualquer coisa, e até mesmo respirar tornara-se uma tarefa custosa.

– Quinn. – Uma voz rompera a bolha de silêncio que envolvia Fabray, que levantou vagarosamente o olhar para averiguar quem era. Rachel. – Não sei se você considera-me uma amiga, minhas dúvidas sobre isso aumentaram consideravelmente, mas passamos bastante tempo juntas e acho de extrema importância conversar sobre o que aconteceu. – Disse a voz robótica da morena, como se houvesse passado horas decorando tal fala.

– É ensaio do coral, você deveria estar lá. – Lembrou a loira, seu rosto angelical sem resquício de vida ou emoção, apenas uma marca vaga em sua pele que denunciava o percurso de uma lágrima.

– Sr. Shuester faltou. – Explicou. – É claro que isso não é motivo, afinal eu facilmente poderia assumir o controle do clube. Mas... Não consigo até você se explicar comigo.

–Posso, por favor, ficar sozinha? - Pediu Quinn, entre dentes enquanto evitava fitar a baixinha. Ela tinha um olhar raivoso, mesmo que soubesse que fosse ela a causadora de todo o caos – ela e sua boca grande -, e aquele definitivamente não era um bom momento.

– Desculpe, mas não posso te conceder esse pedido, Quinn. – Cruzou os braços e se aproximou da carteira onde a líder de torcida estava.

– Pare, pelo amor de Deus, de falar tão formalmente! – Ordenou a loira e Rachel deu um passo para trás, levemente intimidada com o tom mandão da menina. – E eu não quero conversar.

– Por que fez isso, Quinn? Fingiu ser minha amiga? – Indagou, ignorando completamente os pedidos de Fabray. – É um tipo de aposta? Quem consegue ficar mais tempo me aguentando? Quem inventou isso? Ah, já sei... Noah Puckerman! Aposto que seja!

Poderia ser. Poderia usar isso como desculpa, poderia mentir e então estragar com a missão de Sue e enfim libertar-se dessas correntes que lhe estagnavam, quebrar de vez esta relação com Rachel e fazer a mente da treinadora Sylvester desistir desta ideia.

Mas como Quinn Fabray era especialista em fazer burradas e rainha das escolhas erradas ela não o fez. Ela balançou a cabeça para as alternativas que Rachel dissera, negando tudo. Sua garganta doía e ela não fazia ideia do que dizer, de como mudar o jogo – porque mesmo se odiando por isso, escolhera manter a missão, escolher cumprir o que prometera.

Não gostaria de pensar nisso, mas... Estaria ela prezando por sua posição nas Cheerios ou estaria ela prezando pela permanência de Rachel em sua vida? O que diabos estava acontecendo com ela, afinal?

– Não é nada disso. – Murmurou. – O que eu disse foi impulsivo, não era verdade. Pelo menos... Não é mais. Eu sou sua amiga, Rachel. Mas eu estava perdendo a discussão! Santana Lopez espalhou que estamos juntas, que estamos dando uns amassos por aí. – Argumentou, tentando consertar os estragos provocados.

– E quem se importa, Quinn? É apenas fofoca, todo mundo sabe que é isso: fofoca. Em uma semana as pessoas nem irão mais falar disso, é assim que acontece sempre! Tanto no colégio quanto no mundo dos famosos, todo mundo sabe! Se você não consegue lidar com este tipo de coisa talvez não devesse estar no posto de garota mais popular, talvez, então, não merecesse ganhar a coroa de rainha do baile! – Exclamou, gesticulando com as mãos. – Rainhas do baile levantam a cabeça e ignoram essas coisas.

– As pessoas não esquecem, Rachel!

Seu rabo de cavalo loiro balançava desenfreadamente enquanto algumas lágrimas de desespero teimavam acumular-se no canto de seus olhos, fúria e aflição estampada em sua íris castanha esverdeada.

– Aquela história de que a professora de biologia comia meleca? Ninguém mais fala disso. Ou quando falaram que meus pais me acharam no meio de uma loja que vendia suéteres? Ninguém nem lembra, isso é tão 2008! – Rachel falou, enquanto a loira revirava os olhos e dava uma leve gargalhada maldosa, porque as pessoas ainda falavam disso.

Se recompôs.

– Mesmo assim, o que eu quero dizer é que um mês atrás aquelas palavras seriam verdades, mas ontem... Ontem não eram. – Continuou, mantendo-se séria.

– Eu não acredito em você! – Rachel negou, praticamente enfiando o dedo indicador no rosto da loira. – Se não fossem verdades você não sentiria vergonha de andar comigo. Você é má, sempre foi. Não sei por que fui tola de acreditar que Quinn Fabray, a menina mais popular do McKinley, poderia se interessar na minha amizade. Mas tudo bem, Q. Eu não me importo se você é uma vadia, vou rir da sua cara quando o Glee Club for mais popular que as Cheerios!

A capitã das líderes de torcida respirou fundo, querendo manter-se controlada diante das ofensas de Rachel, mas seus limites estavam prestes a estourar, sua estrutura prestes a desabar. Que direito a hobbit tinha de lhe chamar de vadia? Ela não sabia de nada!

E as marcas que Quinn carregava? Argh! Ela não sabia de nada! Ninguém sabia! Ela havia sofrido tanto quanto os perdedores que ela esnobava no corredor, e nem por isso saía cuspindo sua história comovente, mesmo tendo uma. E Rachel Berry? Bom, ela não sabia quem Quinn realmente era.

– E o que você sabe sobre mim, Rachel? Oh, tadinha da Berry, ela é vítima de Quinn, a garota que era tão ridícula quanto ela, mas que, pelo menos, teve capacidade de seguir em frente e se tornar fabulosa. – Gritou. As mãos gélidas e trêmulas, uma hesitação tomando conta de seu corpo. Enquanto isso uma expressão de confusão apoderou-se do rosto moreno da baixinha, que franzira o cenho.

– Do que você está falando? – Perguntou, com um tom baixo.

– Nada. Não te interessa, Berry. – Quinn virou, ficando de costas para Rachel. Teria coragem de desembuchar o que guardava?

– Como assim você era ridícula? Você é perfeita, Q. Loira, magra, incrível, com um nariz perfeito... - Listou, ainda desnorteada. – Não sei do que está reclamando!

Quinn bufou, revirando os olhos e cerrando o punho.

– Nem sempre eu fui assim. – Confessou nervosa. Em parte por estar sentindo extrema raiva de Rachel e em parte por nunca ter desembuchado tal segredo para alguém.

Por que Rachel tinha sempre de ser sua primeira vez? Fora a primeira a ouvi-la cantar, fora a primeira a vê-la morta de medo, com aquela expressão rara de terror, fora a primeira a vê-la chorar e agora seria a primeira – com exceção a sua família – a ouvir sua história, desde o começo.

– Meu nome nem é esse! Quinn... Argh! Meu nome é Lucy... Lucy Quinn Fabray. Ou Lucy Canhão, se preferir. – Fechou os olhos, querendo desaparecer.

– Lucy Canhão?

– Eu era gorda, Rachel. Eu odiava meu corpo! Com 12 anos eu era cheia de espinhas, gorducha, ruiva, usava aparelho ortodôntico, tinha um nariz horrível e fazia tudo errado. Por doze anos da minha vida eu fui um patinho feio... Eu não tinha nem a sorte de ser ao menos magra como você, ou confiante, ou determinada. – Contou com lágrimas rolando por sua bochecha rosada e parando na curva de seus lábios. – Eu era fraca...

– Eu não... Eu não consigo imaginar isso. – Sussurrou.

– Meu pai trabalhou duro, conseguiu dinheiro pra eu fazer uma cirurgia no nariz. Comecei a fazer ballet, emagreci. Pintei o cabelo, comprei milhares de cremes, tirei o aparelho. Mudei de cidade... E passei a usar meu nome do meio. Quinn. Quinn Fabray. Lucy está morta. – Explicou, segurando-se para não desabar ali mesmo, pois não era mais Lucy para mostrar-se tão fraca. Seu nome era Quinn e ela era forte e incrível. – Então pare de achar que você é uma vítima, Rachel. Nem todas as pessoas tiveram a mesma sorte que você... Eu não.

– É claro que teve! Olhe onde você está agora, no topo da pirâmide! – Alegou.

– E eu tive que batalhar por isso, Rachel. Você não é a única que sabe correr atrás das coisas. Mas no fim das contas, eu venci. – Deu de ombros e então se virou. – Eu estou no topo da pirâmide depois de tudo que eu passei, e você continua ai. – E mesmo com uma lágrima tímida pousada na curva de seus lábios não hesitou em fitar Rachel com superioridade.

– Você é tão mesquinha, Quinn. Tão cheia de si. Parabéns por ter superado, uma pena que sua história triste não te fez um ser humano melhor. Você odiava ser tratada como lixo, e é exatamente assim que você trata todo mundo que é inferior a você. – Rachel se aproximou, puxando braço da loira para aproximá-la, fazendo seus olhares se cruzarem. Agora, estavam cara a cara. – Não somos mais um time.

E então Quinn Fabray sentiu o peito doer assim que Rachel saiu em passos firmes, batendo a porta atrás de si. Nunca sentira-se mal ou culpada por maltratar algum perdedor, mas agora... Agora algo estava diferente.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM, COMENTEM, COMENTEEEEEEEEEEEEEEM E FAVORITEM E ETC! *-* Fantasminhas, sintam-se a vontade para sair do armário e vir comentar. Estarei esperando de braços abertos, sérião o/
BEIJOSSS