The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 37
Capítulo 37 - Presa


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁ! Demorei? Sim. Me arrependo? Sim. Tô aqui? Sim. Aliás, desculpa pelo vacilo.



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Desceu cada degrau já percorrido com uma hesitação incabível, enquanto encarava o rosto da irmã – tão surpreendentemente inconveniente. Suspirou quando saíra das escadas e teve que percorrer o curto caminho que separava o hall de entrada e a sala de estar.

– Não se desespere, Kait. Eu só ia trocar de roupa. – Deu um sorrisinho sarcástico, sabendo que tal recurso era a única saída para que conseguisse se controlar diante da irmã e de seu marido imbecil.

Ao descer, analisou Peter dos pés a cabeça, com certo desdém. Antigamente ela olhava assim para todos os perdedores inferiores a ela do McKinley, seguida de um risinho de escárnio e algum comentário maldoso.

Agora ela havia mudado, e tal tratamento só servia para pessoas que ela sabia que não passavam de intolerantes prepotentes, vomitando seus discursos de ódio sem bom senso algum.

Suspirou. Ela sabia que o cunhado era, além de um marido e pai horrível, uma espécie de mini-Russell – o tipo de cara que peca sete dias da semana, vinte e quatro horas por dia, mas que acredita com todo o coração que está tudo bem, afinal, na manhã dos domingos ele vai à igreja.

– Ah, olá Peter. – Sorriu amarelo, querendo que o homem desaparecesse.

Sua mente estava em consenso quanto à ignorância de Kaitlin, mas ainda fazia perguntas sobre como até ela – com todos os seus intermináveis defeitos – ainda suportava Peter, que tomava vinho tinto numa varanda parisiense enquanto ela estava no último mês de gestação.

– Quinn. Quanto tempo. – Ele também deu um sorriso, tão falsamente amigável que a Fabray caçula quis vomitar ali mesmo, no carpete marrom sob seus pés. – Soube que estava sendo uma adolescente rebelde, continua nessa fase?

– Eu não estava sendo uma adolescente rebelde. Eu fui expulsa de casa. – Retrucou, controlando-se para não revirar os olhos e piorar a áurea negativa que já pairava sobre os presentes na sala de estar. – Mas fique tranquilo, não vou fugir mais. Minha namorada precisa de mim.

Ele engoliu em seco, e Quinn sentiu-se vitoriosa. Fazer alguém babaca sentir-se mal era quase como um belo presente de Natal adiantado; ainda que a loira não soubesse se ele havia reagido com incômodo pela palavrinha “namorada” ou pela referência ao que ele fizera algumas semanas atrás com Kaitlin – ou talvez os dois, o que era até melhor.

Exausta de olhar para a expressão maçante e incomodativa do cunhado, que parecia não ter onde enfiar a cara após o que ela havia dito, Quinn virou-se para cair seu olhar sobre Kaitlin.

Quando o fez sentiu algo extremamente bom e encantador envolve-la. Jane, a mais nova membra da família, estava nos braços de Kaitlin, com os olhinhos verdes arregalados como se estivesse preparada para qualquer coisa que viesse a aparecer em seu campo de visão.

Num ímpeto, Quinn abaixou-se e aproximou-se do rostinho da menina, que não parecia intimidada pela aproximação repentina da própria tia. A filha mais nova de Judy sorriu para a recém-nascida, tão feliz por pelo menos alguém naquela sala não ser um poço de ódio.

Jane soava tão inocente, e ela era. Quinn fechou os olhos, desejando que quando ela crescesse a garota não precisasse quebrar tantas barreiras e tantos tabus para ser feliz, desejando que ela não compartilhasse dos mesmos pensamentos dos pais.

– Ela é tão linda. – As palavras saíram antes que ela pudesse se controlar. Alguns segundos depois a loira levantou-se rapidamente, censurando-se pelo ato impensado.

Onde estava sua sanidade? Kaitlin a odiava, Peter provavelmente não estava longe disso, e ainda assim ela permitiu-se a aproximar-se da sobrinha como se tudo estivesse bem entre eles.

– Tudo bem. – Kaitlin interrompeu, antes que a irmã caçula desviasse o olhar da filha em seu colo. – Ela é realmente linda. – Deu de ombros. – Não posso fazer nada se ela já encanta todos, não é mesmo?

Quinn deu um sorrisinho para Kaitlin, e ainda que a relação entre elas fosse conturbada, ela retribuiu com outro. Por um segundo pensamentos ligeiramente otimistas povoaram a mente da líder de torcida.

Talvez houvesse alguma chance para Kaitlin, talvez ela pudesse mudar e ser uma pessoa genuinamente melhor. Talvez o futuro de Jane não estivesse completamente arruinado. Mas então, no segundo seguinte, Quinn lembrou-se das palavras cortantes que Kaitlin despejara contra ela mais de uma vez, do olhar áspero de reprovação que a garota lhe dera em toda sua vida, lembrou que ela ainda era casada com um cara tão babaca quanto ela.

Suspirou. Só porque ela deu um sorrisinho isso não significa merda nenhuma, Quinn... Isso é ser otimista demais, pensou.

[...]

Assim que chegara da aula Rachel Berry não hesitou em afundar sua bunda na cama gigantesca de seu quarto e permitir que seu corpo fosse despejado contra ela. Olhando para o teto, a garota tentava reorganizar seus pensamentos.

Não conseguia achar uma solução para o que Finn lhe dissera, porque por mais que quisesse acreditar que o rapaz era só um bobo apaixonado por Quinn e facilmente manipulável, uma vozinha ainda lhe alertava que talvez Finn estivesse aprontando algo contra elas.

As saídas eram escassas.

Bom, se Rachel negasse a ajuda ou o sabotasse Hudson certamente assumiria que Faberry existe, e então ele poderia confirmar os rumores que ainda passeavam pelos corredores do McKinley.

Se Berry o ajudasse, Quinn faria o trabalho de lhe dar um pé na bunda, o que provavelmente teria o mesmo destino anterior.

Bufou, afinal, por que tudo tinha que ser tão complicado? Quinn e ela já haviam passado por tantos maus bocados e quando finalmente se acertam Finn Hudson brota com mais uma de suas imbecilidades. Onde estava os “felizes para sempre” que ela vivia fantasiando?

Para ela estava tão claro que qualquer opção lhe levaria a uma queda iminente, e por isso não conseguia pensar em nada além do desejo de sair do armário com seus próprios pés. Era uma possibilidade melhor do que ser violentamente arrancada dele por um quarterback a procura de uma vingancinha idiota.

E se ele realmente gostar de Quinn?

Era uma suposição que soava tão maluca em sua cabeça, mas que ainda que tentasse arduamente expulsá-la continuava lá, ao lado da opção de E se isso é só um plano para saber se eu Quinn estamos juntas?

Maldita hora que Quinn decretara que ela deveria “fazer o que quiser”. O que isso deveria suspostamente querer dizer? Como Fabray podia encarrega-la de tanta responsabilidade?

Ela era uma sabe-tudo, é verdade, mas combater quarterbacks de destruir seu namoro estava longe de ser sua especialidade.

[...]

Na manhã seguinte Quinn Fabray não hesitou em apressar para o colégio com certa ansiedade povoando seu peito. Durante a noite passada, enquanto finalizava a decoração de seu quarto e mexia em suas próprias coisas, se deu conta que havia se esquecido do próprio celular embaixo da arquibancada, onde passava um tempo com Rachel.

Eram onze horas da noite e Quinn andava pela casa de forma espalhafatosa, com a esperança que houvesse deixado o aparelho em algum canto – falhando miseravelmente em tal procura.

Tentou dormir, agarrando-se à esperança de que ninguém teria o encontrado antes dela.

Após tomar o mais rápido dos cafés da manhã, prender seu cabelo em um rabo de cavalo alto e vestir o uniforme das Cheerios com urgência a garota desceu as escadas pulando de dois em dois degraus e saiu porta a fora com uma velocidade descomunal.

Está tudo bem, tentava arduamente convencer-se, está tudo bem. Vai ficar tudo bem, Quinn.

Mas não estava, e o Universo provou não ter trabalhado ao seu favor assim que a loira colocou os pés no corredor onde ficava seu armário.

Por meses, desde que se juntara a Sue para seduzir Rachel e caíra na pirâmide social do William McKinley High School, ela sonhara em recuperar pelo menos um pouquinho do que costumava ter.

Amava Berry genuinamente, mas ainda assim fantasiava sua volta triunfal. Fantasiava que uma hora reconquistaria as pessoas, que elas voltariam a lhe ver como um modelo, ou que pelo menos voltaria a sentir-se intimidadas por ela.

Ela ainda era popular, de fato, mas as pessoas já não se abriam como o Mar Vermelho quando ela passava, nem comentavam como seu cabelo estava perfeito, as pessoas sabiam seu nome; mas seu nome não tinha mais significado algum.

Sim, admitia, queria desesperadamente voltar a ter os holofotes direcionados a ela, mas não daquele jeito. Assim que entrara no colégio naquela manhã, ela arrependeu-se de ter desejado tanto voltar a ser popular.

As pessoas a olhavam com o mesmo desdém que ela costumava usar quando ela era a abelha rainha dali. Riam com deboche e comentavam sem parar sobre ela, sem temer de modo algum a presença de Fabray.

Agora eu sou a presa.

Recordou-se do celular que tinha a intenção de recuperar naquela manhã, e tal lembrança apenas piorou os pensamentos que povoavam sua mente. E se alguém o pegou? E se as pessoas descobriram por causa de seu próprio deslize?

Engoliu em seco, e mesmo que sentisse as pernas fraquejarem ela continuou andando – cometendo o erro de olhar para cada pessoa que passava por ela e tentar escutar cada comentário certamente maldoso.

O que estava acontecendo?

– Soube que ela apenas largou o posto de capitã da Cheerios para poder ficar na base da pirâmide e poder ver a calcinha das garotas. – Uma menina com quem Quinn nunca havia falado disse para a colega ao seu lado, em alto e bom som, sem dar-se ao trabalho de disfarçar.

Outro garoto do segundo ano que tinha aula de química com Quinn fingiu se afogar, e em meio às falsas tossidas gritou “sapatão” com escárnio, enquanto seus colegas gargalhavam de forma ininterrupta.

Fabray fechou os olhos e o apertou, desejando que aquilo não passasse de um pesadelo estúpido que logo acabaria. Mas no fundo ela sabia que aquilo era real, que aquilo não era um sonho ruim do qual ela podia ser acordada.

Aquilo estava acontecendo, e era pior do que um dia já imaginara.

– Melhor cuidar quando for ao banheiro feminino, amor – um rapaz alto falou para a namorada com quem tinha os dedos entrelaçados e a menina não conteve a risada, olhando Quinn de cima a baixo.

Ela estava fora do armário, ainda que não tivesse ideia de como havia saído.

[...]

Um dia atrás

Os jogadores de futebol americano haviam acabado de terminar mais um treino suado, onde discutiam técnicas para vencer o jogo que haveria em algumas semanas e derrotar o time do colégio inimigo.

Muita da responsabilidade de vencer havia caído sobre os ombros do quarterback, que andava ligeiramente avoado naquele dia. Finn sabia o motivo de sua cabeça estar nas nuvens, e tinha nome: Rachel Berry.

Almejava desesperadamente ouvir logo sua resposta em relação ao favor de conquistar Quinn. Esperava logo que ela disse que não ajudaria e ele finalmente teria sua resposta definitiva: Rachel e Quinn se pegam.

Tudo bem que negar ajuda a alguém não é algo que garante tamanha certeza, mas para o garoto de 1,92 tudo soava claro em sua mente. Faberry existe e aquilo que estava fazendo só era a prova final de algo que já era uma afirmação para ele.

Os sinais estavam todos ali, e ele só precisava saber lê-los – aliás, as duas eram péssimas em disfarçar, até mesmo ele conseguiu notar os olhares brilhando e as entradas intercaladas.

E então, quando tivesse as informações em mãos, ele sorriria vitorioso, porque afinal logo ele – que sempre fora chamado de “burro” por Santana Lopez – sairia ganhando. Suas duas únicas namoradas haviam lhe passado a perna, mas ele estava próximo de conseguir o que queria.

Assim que terminara de tomar uma ducha gelada no vestiário masculino e vestir sua regata cinza claro o garoto viu o lembrete colado em sua mochila: pegar o livro de biologia no armário. Suas notas estavam cada vez pior, mas bom, pelo menos ele tentava estudar – não tinha culpa se o livro parecia trazer as informações em grego.

Caminhou pelo campo de futebol e não viu mal algum em cortar caminho por baixo das arquibancadas, sabendo que aquele era o caminho mais rápido para chegar ao seu próprio armário.

Enquanto rumava em passos rápidos e determinados pelo local algo atraiu sua atenção – além do aroma nada agradável do lugar em si. Um som contínuo o atraiu para a parte de trás de um dos pilares de concreto espalhados.

– Quem é imbecil o suficiente para esquecer seu próprio celular aqui? – Perguntou retoricamente ao ver o aparelho telefone e logo em seguida abaixou-se para recolhê-lo. Não hesitou em apertar o botão no centro do objeto, a procura do dono. - U-Uou – sua boca abriu-se, mostrando surpresa e uma felicidade imensa. O mundo só podia estar conspirando ao seu favor.

E ao ver a imagem daquelas duas garotas familiares dando um selinho no plano de fundo do celular percebeu que aquela era a hora de dar seu melhor sorriso vitorio.


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Notas finais do capítulo

AI MEU DEUS 2016!!!!!!1111 FELIZ ANO NOVO MIGUES, MUITO OBRIGADA POR TEREM FEITO MEU ANO AINDA MELHOR, VCS ARRASAM E QUE EM 2016 VCS CONTINUEM LENDO TFM (e a segunda temporada de tfm) E CONTINUEM COMENTANDO E ETC. AMO VCS DEMAIS ♥

Sobre o capítulo: lembra aquele capítulo da Kaitlin que eu comentei o quão foi difícil achar o destino e blá blá? Mesma coisa esse. Eu tinha algo planejado na minha mente, daí eu passei pro papel, e ficou tipo, muito bem escrito MAS tava puxando muito pro lado negro da força, SÉRIO. Então fiz umas mudanças e isso foi o que saiu, inclusive, espero que gostem! ♥

Comentem o que acharam da visita da Kait, porque afinal, ela tem ou não chance de ser alguém melhor? E o que acharam da atitude de Finnbecil? Será que ele tem algo a ver com as fofocas que tão rolando no McKinley? Será que outra pessoa contou sobre Faberry? C O M E N T E M O Q U E A C H A R A M ♥

Outra coisa aleatória: alguém aí já assistiu star wars episode VII? se sim, vem cá e me abraça, vamos falar sobre isso asdfghj PORQUE MEU DEUS

Anyway, #HappyNewYear
A gente se vê logo, prometo. Aliás, o próximo capítulo é doloroso.