The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 36
Capítulo 36 - Finn


Notas iniciais do capítulo

Oi galere! Tudo bom? TFM is back. Não consegui postar por causa de um bloqueio criativo, e talvez porque eu estava assistindo Sense8 sem parar (que série perfeita!!!!). Enfim, espero que gostem ♥



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– Posso entrar?

– É claro... Eu acho. – Ela tentava não gaguejar, nervosa pelas palavras de Finn. O que poderia ser tão sério que até mesmo o garoto mais pateta do colégio estava com um semblante de aborrecimento? – Entre, vamos subir.

Nos minutos que se seguiram Finn e Rachel subiram as escadas com sutileza, no intuito de não acordar LeRoy e Hiram – que sempre dormiam surpreendentemente cedo –, adentraram no corredor do segundo andar e trancaram-se no quarto da baixinha.

Berry sentou-se na cama e apontou a mesma com a cabeça na intenção de pedir a Finn que se juntasse a ela. Ele o fez, sentando-se em sua frente e engolindo em seco, claramente ansioso para dizer seja lá o que fosse que tinha para desembuchar.

– Temos que terminar. – Falou, fingindo estar mal em dar aquela notícia. – Olha, Rach... Você é minha melhor amiga, e eu amo ser seu namorado porque somos um bom time e tudo mais, mas estou apaixonado por outra pessoa... – Mentiu.

Rachel quis conter toda a felicidade que brotara em seu peito de forma tão repentina, quis conter todo aquele sentimento prazeroso de um peso ser descarregado de suas costas e, com todas as suas habilidades de atriz, permitiu que uma expressão levemente desapontada envolvesse seu rosto.

– Ai meu Deus, Finn... Isso é sério? – Indagou, continuando sua cena.

– Sim... É super sério, tipo, muito sério mesmo. – Insistiu. – Podemos continuar com a campanha de rei e rainha se quiser, mas apenas pelo bem do clube do coral, okay?

– Claro! Está tudo b-bem para mim... Ainda que eu esteja... hm... Chateada em não ser mais a namorada do quarterback. – “Controle-se Rach, controle-se e tente não pular de alegria agora mesmo” pedia a si mesma.

Finn deu um longo suspiro, pronto para cumprir a segunda parte de seu plano “descobrir-se-Rachel-e-Quinnbecil-estão-se-pegando” - bom, ele nunca fora muito criativo com títulos.

– Tem outra coisa, Rachel. – Avisou. – Promete que irá me ajudar a conquistar essa pessoa? – Perguntou, com um olhar de cachorro pidão. Rachel quis gritar que sim, que mil vezes sim, que faria qualquer coisa para mantê-lo bem longe de “Faberry”.

– Finn, apesar de eu estar muito triste com este término, é claro que vou te ajudar a ser feliz com essa pessoa seja lá quem ela for. – Sorriu, pegando na mão do jovem com um olhar bondoso em sua íris escura. – Somos melhores amigos agora, certo?

"Isso, melhores amigos. Graças à Deus, apenas amigos" pensara Berry.

– Mas então, quem é ela?

[...]

Quinn estava em seu quarto, decorando-o com adereços das Cheerios e pôsteres de bandas das quais ela era fã. As caixas espalhadas desengonçadamente por todo o local denunciavam a mudança recente, mas nada que alguns dias de organização não consertassem.

Suspirou, enquanto puxava um dos vários plástico-bolhas que estavam sobre sua cama e começava a estourá-los com certa fascinação. Nada como tal mania para acalmá-la.

A porta branca ao lado da cômoda foi aberta de repente, denunciando uma Judy levemente aflita e ansiosa, que logo veio a apoiar-se no batente da mesma. Quinn pôde notar seus dedos trêmulos passeando pelo tecido da própria saia, demonstrando um claro nervosismo.

– O que houve? – A garota arregalou os olhos e levantou as próprias sobrancelhas, esperando por alguma notícia ruim. “Estava bom demais para ser verdade” pensou, ainda analisando a feição desagradável no rosto da progenitora. – Anda! – Pressionou.

– Kait me telefonou... Ela, hm, e-ela está melhor. Está tomando alguns antibióticos e já voltou para casa faz cerca de uns três dias. – Anunciou; hesitante. – Jane melhorou também e foi liberada junto com ela.

– É... Hm... L-Legal. – Quinn sorriu. Apesar de tudo, não desejava nada de mal para a irmã babaca e sua bebezinha; aliás, Jane não tinha nada a ver com a bagunça que era o relacionamento entre as duas.

A loira mais jovem voltou a concentrar-se no plástico-bolha entrelaçado em seus dedos e então Judy pigarreou, forçando Quinn a voltar sua atenção a ela novamente.

– Kaitlin comentou sobre dar uma passada aqui... Amanhã. – Disse, e pela expressão que logo tomara conta do rosto da Fabray caçula a mais velha pôde perceber o quão desconcertada a notícia lhe deixara. – Ela, Jane e Peter... – Quinn tinha os olhos cor avelã abertos e atentos, as bochechas completamente rosadas e os lábios trêmulos como uma gelatina.

– T-Tudo bem. – Gaguejou, fitando um ponto aleatório no carpete rosa bebê. – Durante a manhã, pode ser... Assim que eu tiver saído para ir para aula, apenas para garantir que a gente não se esbarre. – Decretou, querendo assegurar que não precisaria olhar novamente no rosto da irmã mais velha e de seu estúpido marido.

[...]

Quinn Fabray.

– O quê?! – Rachel engasgou ao ouvir o nome da amada ser proferido por Finn Hudson. – Q-Quinn?

– Isso mesmo. – Ele afirmou, soando extremamente convincente. Quem diria que o bobalhão do clube do coral conseguiria mentir bem o suficiente para enganar a pobre Rachel?

– Você está dizendo que a garota por quem você está apaixonado é Quinn Fabray? – Indagou receosa; escondendo de forma árdua a raiva impregnada em seu peito. Lembrou-se das vezes que Finn quis coloca-las uma contra a outra, não muitas semanas atrás. – Isso é impossível. – Decretou.

Ele suspirou e massageou as têmporas copiosamente, nos breves segundos em que o rapaz desviara o olhar Rachel não conseguiu controlar o ímpeto de fazer uma careta de desprezo, deixando transparecer toda a sua indignação.

– Desde que terminamos na sua festa não tiro ela da minha cabeça. – Confessou. – Sei que talvez tenha te usado como uma desculpa pra preencher esse vazio, mas no fim das contas, Quinn Fabray é dona do meu coração. Sabe, namoramos por tanto tempo e costumávamos ser o casal mais descolado do McKinley... Agora somos apenas estranhos. Como isso pôde acontecer?

“Isso aconteceu porque você é um babaca com B maiúsculo, um grande imbecil que já tentou umas dezenas de vezes separar nossa amizade, que quase me machucou quando eu estava bêbada e que fica fazendo piadinhas estúpidas com seu timezinho estúpido de futebol americano” quis despejar seguido de um revirar de olhos, contudo, não o fez.

– E o que diabo quer que eu faça para Quinn se apaixonar perdidamente por você? – Perguntou no tom mais grosseiro que conseguiu. – Digo, isso é uma batalha perdida, Finn. Desculpe-me, mas eu não acho que Quinn vá querer algo com você.

“É claro que ela não vai querer, ela ama certa baixinha morena e incrivelmente talentosa também muito conhecida como: euzinha” novamente precisou controlar-se para não vomitar as palavras sobre Hudson.

– Por que você acha isso, Rach? – Finn fingiu um olhar cabisbaixo, complementando-o com um leve tom de indireta, como se quisesse insinuar algo. Bom, e queria.

– P-Porque sou sua melhor amiga. Eu conheço-a muito bem, sei de coisas que você não sabe. Sei que ela não vai te corresponder, por exemplo. – Explicou, tentando omitir o nervosismo que percorria por cada mísera célula de seu corpo. – Estou falando isso pro seu bem, Finn. Porque sou sua amiga e não quero te ver chateado porque Quinn Fabray não quer ser sua namorada novamente.

– Então Faberry está de volta? – Ele levantou as sobrancelhas enquanto Rachel sentia o coração bater mais forte. “Faberry” era um termo que só ela, Quinn e a louca Sue Sylvester estavam autorizadas a usar.

– F-Faberry? – Gaguejou. – Sim, somos amigas de novo.

Finn deu um sorrisinho irritantemente vitorioso.

– Melhor ainda! Você será a ponte que nos reunirá! – Apontou, entusiasmadíssimo como Rachel nunca presenciara. “Isso não pode estar acontecendo” repetia mentalmente. – Aliás, que mal vai te trazer? Você estará juntando seus melhores amigos, isso não é perfeito?

– Eu ficarei de vela! – Argumentou, ainda que aquilo fosse uma grande e completa bobeira. Só queria achar uma justificativa boa o suficiente para Finn Hudson tirar aquela ideia maluca de sua cabeça.

– Vamos lá, Rach! Você precisa me ajudar. Se você e Quinn continuarem solteiras logo alguém assumirá que vocês estão dando alguns amassos por aí. Não é como se fosse a primeira vez que esse rumor corre pelos corredores do colégio. – Insistiu.

– Se as pessoas nos verem solteiras e não assumirem que estamos apenas solteiras então isso é problema delas, não nosso. – Exclamou com um tom indiferente, aumentando consideravelmente a voz. – Há milhares de garotas bonitas e interessantes no McKinley, você gostar justamente de Quinn Fabray tem apenas um destino: você, no fim, acabará com o coração quebrado.

– Você falando assim apenas me faz acreditar mais nas fofocas. – Comentou sarcástico e deu uma risadinha irritante no instante seguinte. – Brincadeirinha!

Uma coisa era certa: Rachel Berry nunca precisou de tanto autocontrole e falsidade como naquele momento.

[...]

Na manhã seguinte.

Ainda que estivessem abraçadas tranquilamente atrás de um dos pilares que ficava embaixo da arquibancada Quinn Fabray e Rachel Berry estavam ambas ansiosas, com seus próprios dramas e problemas dentro do peito.

A loira sorria e beijava aqueles lábios carnudos e convidativos por quem era perdidamente louca; a baixinha lhe correspondia e retribuía com seu olhar mais apaixonado. É claro que no fundo temiam a aparição de alguém ali, mas seus braços confortáveis entrelaçados soavam tão seguros que não queriam, de modo algum, sair daquele momento.

Jamais.

Estar juntas parecia como uma grande redoma de proteção, que lhes asseguravam que todas as bagunças do mundo lá foram permanecessem bem longe dali.

Embora ainda que fingissem que poderiam apenas ignorar tudo que lhes incomodava uma hora ou outra alguém tinha que quebrar aquela bolha, quebrar aquele momento onde tudo parecia tão confortável e certo.

Rachel só não queria que precisasse ser ela a dar esse passo.

– Finn veio falar comigo ontem a noite. – Contou, interrompendo a calmaria que emanava entre elas.

– Sério? – Quinn indagou com certo desinteresse; tudo o que menos queria era que notícias do Finndiota acabassem com seu dia.

– Sim. Ele veio terminar comigo. – Rachel anunciou, fazendo com que um sorrisinho genuíno nascesse nos lábios perfeitamente desenhados da amada. – Disse que ainda poderíamos concorrer como rei e rainha do baile para ajudar o clube do coral, mas que ele estava apaixonado por outra pessoa.

– I-Isso é ótimo, Rachel! – Quinn exclamou, puxando a morena para ainda mais perto dela. – Isso é maravilhoso. É um problema a menos. – A mais alta falava entusiasmada; o que apenas embrulhava mais o estômago de Berry para o que viria a seguir. – Quero poder agradecer pessoalmente a pessoa por quem Finn está apaixonado. Sério.

A baixinha suspirou, desviando o olhar por alguns segundos.

– Agradeça a si mesma, Q. – Desembuchou, enquanto uma expressão desnorteada tomava conta da animação antes presente no rosto da líder de torcida. – Finn disse que está apaixonado por você! Disse que desde que terminaram não consegue te tirar da cabeça, porque vocês formavam um “casal perfeito”.

– Eu e Finn? Perfeitos? Pelo amor de Deus! Isso só pode ser uma brincadeirinha de mau gosto do Finnbecil. – Decretou Quinn, claramente emburrada enquanto cruzava os braços sobre o busto. – E o que mais ele disse? Que éramos melhores amigos? Que nos amávamos loucamente? – Bufou.

– Ele pediu que eu lhe ajudasse a te reconquistar. – Rachel queria rir, queria achar toda essa bobagem de Hudson apenas uma situação cômica, mas ainda assim, ela via-se sem saída. – Não quero ajuda-lo, é óbvio, mas...

– Mas? Não existe “mas”, Rachel. Isso é ridículo. – Quinn interrompeu. – Diga algumas baboseiras a ele, sabote esse “planozinho idiota” e pronto.

– E se ele descobrir que só não vou ajuda-lo porque estamos juntas? E se ele decidir espalhar isso para o McKinley? Se eu quero sair do armário não quero que seja pela boca de Finn Hudson. – Revirou os olhos. – Você poderia fingir acreditar nele e esperar que ele faça algo idiota. Ele sempre faz.

– Você realmente acredita na capacidade de pensar desse babaca, Rach? – A loira suspirou. – Faça o que você quiser, Finn não vai destruir o que temos. – Deu de ombros.

[...]

Logo após uma aula extremamente maçante de Biologia onde a professora em questão não conseguia explicar nem 1/3 da matéria sem desviar do assunto Quinn Fabray moveu seu traseiro até o treino das Cheerios, onde continuava sem seu posto de capitã.

Aquilo lhe chateava, e se não fossem as centenas de outros problemas que lhe rodeavam ela até tentaria mudar seu status dentro do time das líderes de torcida. Bom... Pelo menos seu posto estava sendo cautelosamente cuidado por Santana Lopez e a loira tinha que admitir: a latina sabia o que estava fazendo.

Assim que o treino exaustivo tivera seu fim ela passara por Sue Sylvester, com quem nunca mais havia conversado como costumava. Faberry já existia e o plano da treinadora já estava completo, agora o contato que as duas tinham era apenas um cumprimento amistoso no início e no fim dos ensaios, quando elas se cruzavam.

Apesar de todas as insanidades cometidas pela mulher Quinn ainda iria agradecê-la formalmente por ter imaginado uma realidade onde ela e Berry eram bem mais do que inimigas que brigavam pela atenção do quarterback estúpido.

Fora embora a pé, sozinha pelas calçadas cimentadas de Lima e diminuindo a velocidade do passo cada vez que se via mais próxima da própria casa. Queria assegurar que não encontraria a irmã diabólica nem seu marido babaca, ainda que gostasse da ideia de ver Jane e seu rostinho muito provavelmente encantador.

Era uma pena que a garotinha estava destinada a conviver com duas más influências ao seu lado.

Virara a esquina e entrara em sua rua, sentindo um soco no estômago ao ver um carro preto e luxuoso estacionado na entrada de casa, querendo convencer-se que aquilo era apenas um engano, que não estava vendo carro nenhum e que se estivesse vendo-o tratava-se de outra visita inesperada.

Por alguns breves segundos sentiu o ímpeto de dar meia volta, mas não o fez. Cogitou ir dar uma passada na casa dos Lopez ou até mesmo fazer uma visitinha agradável nos Berry, mas ainda que a vontade fosse imensa ela seguiu caminhando até seu destino.

Uma vozinha otimista dentro de sua mente repetia que talvez ela conseguisse entrar pela porta dos fundos, ou que ela poderia dar um modesto oi e correr para seu quarto no mesmo momento.

Abriu a porta de entrada, recolhendo coragem para entrar no local. E então viu o casal comercial-de-margarina sentados no sofá da sala de estar, sorrindo como se fossem uma família perfeita e nada problemática.

Rumou em passos ligeiros até a escada, decidida a esconder-se no próprio quarto e não sair até a ida de Kaitlin e companhia. E Quinn Fabray até continuaria o percurso se não fosse por uma vozinha irritante lhe interromper:

– Sério mesmo que não irá nem dizer um “olá” para sua sobrinha?


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Notas finais do capítulo

Altos dramas! E aí? Será que essa visita vai render em algo bom? Ou vai render em algo ruim? E o que a Rachel vai fazer nessa situação? Sabotar o plano babaca do Finn e correr o risco de ele descobrir sobre Faberry ou ajudá-lo a conquistar a própria namorada? Vish!
Espero que tenham gostado, chuchus! Comentem também se vocês assistem Sense8 e o que diabos você está esperando pra ir assistir.
Beijos!




(cuidado, spoiler de scream queens a seguir)



((((((SPOILER ALERT DE SCREAM QUEENS)))))) Galera, vocês virammmmm? Quem diria, Rach. Quem diria! Titia Ryan realmente me enganou, eu jurava que era a nº5. Aliás, a atuação da Lea é realmente maravilhosa, g-zuis. Não lembra nada a nossa Rachel!((((((SPOILER ALERT))))))))