A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 19
Capítulo 19: Eu não consigo parar.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal lindo!! Como vocês estão? Espero que bem!
Amanhã não tenho aula *-* que beleza!!!!
Bem, aqui está mais um capítulo novo. Comecei a escrevê-lo ontem antes de dormir e terminei hoje. Bem, esse é bem dramático porque afinal, a Amy não está muito bem, mas... É disso que a vida é feita né? Altos e baixos sempre! Mas vamos ver o que vai acontecer. Espero que gostem!!
Boa leitura?



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Eu tive um sonho naquela noite, na verdade um pesadelo. Eu estava andando em uma rua deserta e de repente eu sentia muito medo e começava a correr desesperadamente, a chorar sem saber para onde ir. Eu não sabia do que eu estava tentando fugir. Só me lembro do sonho ser muito angustiante e escuro. Abri meus olhos rápida e bruscamente, minha respiração estava irregular, meu coração batia forte no meu peito e eu estava gelada. Quando olhei para o relógio, vi que eram 8 e meia da manhã. Eu ainda estava cansada, mas estava atordoada demais para dormir. Eu precisaria de ajuda para dormir com certeza.
Olhei para o lado e vi Sean dormindo de costas para mim. Levantei-me exausta e fui até o banheiro. Abri o armarinho e peguei um calmante e um remédio para dormir. Os engoli sem água nem nada e voltei para a cama. Me encolhi e fechei os olhos novamente. O efeito foi rápido.
***
Depois que consegui dormir, voltei a ter pesadelos. Dessa vez foi um com Dominic. Na verdade eu não via Dominic, mas eu sabia que era ele. A roupa do menino estava suja e rasgada e ele estava de costas para mim no meio de uma rua deserta de noite. E então ele falava sem me olhar,que me odiava, que eu era detestável e eu deveria morrer. E então eu comecei a chorar. Eu queria acordar, mas eu não conseguia... Eu tentava acordar com todas as minhas forças. Comecei a correr pela rua escura. Eu corri por ruas desconhecidas, corri por vielas desertas e becos sujos e mal iluminados. Até que depois de muito correr com as vistas embaçadas, me vi no terraço de um prédio alto. Aos meus pés havia uma corda,uma navalha e um potinho de comprimidos. Eu sabia o que aquilo significava. Havia tantas maneiras... Eu subi no muro do terraço e olhei para baixo. Era muito alto. Eu estava angustiada e não via outra saída.
Fechei os olhos e foi como se eu sentisse uma mão me empurrar para o precipício a minha frente. Eu parecia estar caindo em câmera lenta e o fim parecia não chegar logo. Eu ansiava por aquele fim...
Quando me aproximei do chão, fechei os olhos e senti uma forte dor de cabeça e então eu abri meus olhos e acordei.
Sentei na cama sentindo-me zonza e com uma forte dor de cabeça.
Olhei para o meu lado e vi que a cama estava vazia. Olhei ao redor do quarto. Ele havia ido embora e deixado a janela aberta.
Olhei para o relógio, duas e quinze da tarde. Franzi o cenho e coloquei a mão na minha cabeça que latejava.
Levantei-me lentamente e zonza e segurei-me nas paredes me rastejando até o banheiro. Acendi a luz amarelada e fechei os olhos com a sensibilidade a luz me cegando. Eu estava me sentindo muito sonolenta e com mal estar.
Senti um embrulho na boca do estômago e agachei-me de imediato levantando a tampa do vaso. Enfiei minha cabeça no vaso e vomitei uma água amarga e amarelada. Provavelmente era porque eu estava de estômago vazio ou pela quantidade de remédios que eu havia tomado ontem á noite. Eu não sabia bem.
Fiquei com a cara enfiada no vaso por algum tempo, com o corpo mole e depois abaixei a tampa dando descarga.
Limpei minha boca com as costas da mão e levantei-me com dificuldade. Olhei meu reflexo no espelho, eu estava pálida e com olheiras. Comecei a chorar ao lembrar dos sonhos que tive na noite passada. Sean havia ido embora. Mas o que eu estava esperando? Talvez ele apenas tenha bebido demais na noite passada e havia falado tudo da boca pra fora. E eu estava sentindo aquela vontade familiar... Abri o chuveiro e me despi jogando a roupa no chão. Os remédios não faziam mais efeitos para mim. Nenhum deles. Eu estava cansada de me entupir deles apenas para me livrar de fantasmas do meu passado. Eu estava cansada. Aquilo não funcionava mais.
Abri a gaveta e peguei a pequena navalha prateada. Entrei e sentei-me na banheira deixando a água cair sobre minha cabeça.
Eu não sabia ao certo o porque eh estava chorando, chateada, com raiva... Eu apenas estava sentindo tudo isso ao mesmo tempo. Era um turbilhão de sentimentos. Olhei para a navalha na minha mão. Eu sabia que era errado, sabia que devia parar, mas eu não conseguia. Já havia virado um vício.
Segurando a navalha com a mão direita, no mesmo lugar das minhas cicatrizes,eu fiz um novo corte rasgando minha pele brutalmente. As lágrimas pararam de sair dos meus olhos por um momento. A dor emocional estava se amenizando e a dor física tomava o lugar. Mas ainda não era o suficiente para mim. Rasguei novamente minha pele, um novo corte. O sangue começou a pingar na banheira branca e se misturar com a água que caia do chuveiro. Joguei a navalha na banheira perto dos meus pés e fechei os olhos. Abaixei a cabeça e encostei-as nos meus joelhos. Segurei-os com os braços e senti a água caindo sobre o meu corpo.
Eu estava me acalmando um pouco mais e estava começando a sentir aquele vazio pós mutilação.
Eu estava de olhos fechados e toda encolhida quando ouvi passos e então uma voz familiar disse:
–Ei o que está fazendo?
Senti uma mão quente em meu braço. Não levantei a cabeça. A água do chuveiro parou de cair e logo depois um tecido grosso cobriu minha pele.
– Ei, você está bem?
Levantei a cabeça lentamente e olhei para Sean. Ele estava me olhando intensamente sem piscar.
– Vem. - ele pegou meus braços e me ajudou a levantar.
Ele olhou para meu pulso e depois olhou para o meu rosto. Não disse nada e me ajudou a sair da banheira.
Sean sentou-me em cima da tampa do vaso e foi no quarto me deixando no banheiro sozinha por um momento.
Eu estava tremendo um pouco. Estava com frio. Sean voltou com uma blusa de moletom azul escura da GAP e tirou a toalha de cima de mim. Vestiu-me com a blusa e colocou meia nos meus pés. Fiquei calada o tempo todo. Eu estava me sentindo... Vazia e culpada. Eu queria tanto parar...
Sean pegou a toalha e secou os meus cabelos até ficarem apenas úmidos e depois os penteou passando a escova por entre os fios.
– Vamos. - ele disse e me pegou pelo cotovelo me levantando.
Andamos até a cama e então eu me deitei.
– O que estava fazendo?Eu pedi para não fazer mais isso, Amy. -ele disse agachando-se do lado da cama.
Fechei os olhos. Eu não queria olhar para ele. Eu estava com vergonha, estava... Confusa.
– Por que faz isso com você? Você tinha parado,não tinha?
Comecei a soluçar baixinho e enterrei o meu rosto no travesseiro.
– Eu não consigo. - respondi baixinho. - Não consigo parar. Eu quero, mas não consigo.
– Amy... -ele se sentou na beirada da cama e fez eu olhar para ele. - Os remédios não estão ajudando?
Balancei a cabeça.
– Você está vendo coisas?
Balancei a cabeça.
–Está mentindo. -ele suspirou. - Você tinha prometido que não ia mais...
– Você não entende?- perguntei. - Não é eu. Eu simplesmente não consigo parar! Não consigo!
– Sim, você consegue!
–Você não vai aguentar ter uma problemática do seu lado. Eu faço isso há anos! Eu nunca vou ficar boa de novo, nunca!Se você não aguenta isso, vá embora. Você já tinha ido mesmo!
– Eu tive que sair porque sua mãe entrou no quarto. Tive que me esconder e então eu pulei a janela. Eu fui até a minha casa tomar um banho e...
– Vá embora. -falei enterrando a cabeça no travesseiro de novo.
– Amy,não faça isso. Eu quero te ajudar!
– Por favor, Sean, vai embora. - sussurrei e olhei pra ele.
Ele ficou me olhando por um momento.
– Amy...
–Vai! -gritei e o empurrei.
Ele caiu da cama, sentado no chão e ficou me olhando. Era difícil sustentar o olhar dele.
– Tudo bem. - ele disse se levantando.
Fechei os olhos. Senti o cobertor ser jogado em cima do meu corpo.
– Tchau. - ouvi-o sussurrar depois de um tempo.
Não respondi de imediato, mas quando respondi, acho que ele já tinha ido.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? Gostaram? Fiquei com dó da Amy e do Sean também né... Mas, vamos ver o que vai acontecer no próximo capítulo... Quem sabe o que pode acontecer, né?! Bem, espero que vocês tenham gostado, que vocês continuem acompanhando a história da Amy porque ainda tem MUUUUUUITA COISA pra acontecer viu?
Por favor leitores queridos, qualquer comentário é bem vindo e eles me motivam demais, então sejam bonzinhos e vamos conversar!!!!!! Se quiserem, por favor, comentem o que acharam :)
Grande beijo e até o próximo capítulo!!!!!



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