A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 11
Capítulo 11: Lar Doce Lar


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês?
Fiquei sem postar por uns dias porque era semana de prova e eu estive atolada de coisas para fazer, mas, aqui estou eu com mais um capítulo da Amy para vocês lerem.
Espero que vocês gostem :)



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Eu tive muito tempo para aprender a gostar da doutora Rosie. Eu passei praticamente toda a primavera na clínica, conversando com ela todos os dias, tomando novos remédios que até me faziam bem. Algumas vezes eles me faziam ficar preguiçosa, mas me faziam ficar com a minha sanidade mental. Não era algo milagroso que acabou com todos os meus problemas, muito menos com a minha vontade de fumar.
Minha mãe esteve mais presente, ia me ver quase todos os dias no hospital. Sam ia na maioria das vezes também. Acho que minha mãe se sentiu bem culpada pelo o que aconteceu comigo.
Mas enfim, a primavera tinha chegado ao fim e eu tinha passado longos três meses na clínica de reabilitação, mas, para mim era um manicômio, e eu passaria minhas férias de verão em casa.
Na noite anterior da minha saída, a doutora Rosie bateu na porta do meu quarto. Eu estava deitada na cama assistindo a uma maratona de um seriado da Fox quando ela entrou.
– Oi Amy, posso entrar?
– Sim. - eu disse me sentando.- Achei que já tínhamos tido nosso tempo de terapia.
Ela sorriu.
– Não é pra isso que estou aqui. Só queria... Ver como você estava e me despedir já que amanhã cedo você vai embora e eu não estarei aqui.
Assenti e ela sentou-se na poltrona ao lado da minha cama.
– Amy, como você está se sentindo? Digo... Realmente!
Respirei fundo e olhei para ela
– Olha, não é como se eu amasse o mundo todo agora mas, acho que os remédios estam fazendo bem para mim. Não tive mais alucinações com Dom. - dei de ombros.
– E você está feliz?
Dei de ombros.
– Amy, você não recebeu visitas de ninguém da escola nesse tempo que esteve aqui.
– É, acho que não tive muito tempo de me enturmar. - falei.
– Você está se sentindo preparada para voltar para a escola?
– Ainda tem as férias de verão. - eu respondi.
Ela assentiu.
– Mas 3 meses passam rápido.
Dei de ombros.
– Estarei aqui para o que você precisar, Amy. Se precisar conversar ou de alguma outra coisa, me procure. - ela disse e tirou um cartão branco do bolso da calça e me entregou
– Obrigada. - eu disse.
Ela sorriu e se levantou.
– Você progrediu muito,Amy. Fico feliz por isso.
Assenti.
– É, eu também.
Ela saiu do quarto fechando a porta silenciosamente.
***
No dia seguinte, minha mãe, Sam e o namorado dela apareceram na clínica. O dia estava quente e seco e parecia que não iria chover tão cedo. Eu estava sentada na cama olhando para as árvores cheias de folhas esverdeadas quando eles entraram no quarto junto de uma das enfermeiras.

– Oi querida. - minha mãe disse.

– Oi. - respondi olhando para ela.

– Pronta para ir para casa?

Respirei fundo. Não é porque eu tinha passado alguns meses ali que eu tinha me esquecido de todas as merdas que ela havia feito durante a vida inteira.

– Sim. - falei levantando-me da cama.

Sam reprimiu um sorriso.

– O quê? - perguntei.

– Sua roupa.

Olhei para minha roupa. Eu estava com minha bota, um vestido roxo bem suave e um suéter cinza de lã.

– O que tem a minha roupa?

– Nada querida. - minha mãe disse. - Apenas vamos embora, ok?

Peguei minha mala e me dirigi até a porta do quarto. Parei diante dela e olhei para o quarto antes de fechar a porta atrás de mim.

***

No carro, Sam foi no banco do carona, minha mãe estava dirigindo e eu estava no banco de trás olhando pela janela. O ar condicionado estava ligado porque Sam disse que estava calor demais para andar com as janelas abertas. Ele e minha mãe estavam discutindo algo sobre isso, mas, eu não estava prestando atenção. Eu estava ocupada demais olhando para as casas estilo vitoriano perto da rua de casa.

Passamos em frente ao parque e avistei aquele lago enorme. A luz do Sol refletia na água fazendo-a cintilar. A grama estava mais verde do que nunca e o parque estava cheio de pessoas.

– Como está se sentindo Amy? Finalmente está voltando para casa!

Olhei para minha mãe, ela estava me olhando pelo retrovisor. Dei de ombros.

– Legal.

Ela assentiu e forçou um sorriso. Não disse mais nenhuma palavra até chegarmos em frente a nossa casa.

Saí do carro e peguei minha mala no porta-malas. Andei atrás da minha mãe até a entrada da casa. Ela tirou a chave da bolsa e destrancou a porta.

– Bem vinda de volta, Amy. - ela disse e entrou na casa.

Respirei fundo e entrei atrás dela. Estava tudo silencioso e do mesmo jeito.

– Clint está no trabalho. - minha mãe falou.

– Eu vou subir para o meu quarto. - falei subindo as escadas.

– Ah, tudo bem. - ela disse um pouco relutante e forçou um sorriso. - Quer comer alguma coisa?

– Não. - respondi do alto da escada.

Andei até o final do corredor pequeno e abri a porta do meu quarto. Parei em frente a porta. Minha cama estava arrumada com um edredom verde escuro, o vidro da janela tinha sido arrumado e tinham colocado persianas ao invés de cortinas. Estava tudo no lugar, como eu havia deixado. Pelo menos isso eles tinham respeitado.

Sentei-me na cama e tirei minhas botas de cano baixo. Não é como se eu tivesse mudado completamente. Eu não estava tendo mais alucinações, mas, não estava morrendo de amores pela minha mãe ou por Sam, muito menos por Clint. Eu ainda odiava o fato de ter que voltar para a escola quando o verão acabasse, ainda odiava is populares de merda e sabia que encontraria olhares tortos por onde eu passar na escola. Eu ainda era a mesma pessoa.

Tranquei a porta e coloquei o Ipod em cima do criado mudo ao lado da minha cama para tocar. O som da guitarra invadiu o quarto junto com a voz do Kurt Cobain. Sorri, eu sabia o que me fazia bem e feliz. E não eram pessoas, na maior parte do tempo.

***

Quando terminei de arrumar minhas coisas como meu guarda roupa, decidi sair. Minha mãe insistiu para que eu comesse a macarronada com almôndegas que ela havia preparado. Almôndegas me lembravam Dom. Fechei a cara pro prato, mas, me esforcei para comer, mesmo não estando com muita fome.

Logo depois que comi, levantei da mesa e saí.

A rua de casa estava vazia, sem nenhuma alma viva. Coloquei meus fones de ouvido e comecei a caminhar enquanto ouvia uma das minhas músicas preferidas no meu Ipod. Andei até o parque e sentei-me num banco de madeira na sombra, debaixo de uma árvore.

Fiquei olhando para o lago e me senti feliz e aliviada por não estar vendo nada que eu não deveria ver. Apesar do calor, havia uma brisa leve que balançava as folhas das árvores e levantava o cheiro de flores do parque.

Ouvi uma voz conhecida de longe. Olhei discretamente para trás e vi Faye com duas de suas amigas rindo com suas garrafas de água e óculos de Sol na mão. Olhei novamente para frente. Abaixei a cabeça e levantei-me para sair dali.

Comecei a andar rápido enquanto olhava para meus pés. Depois de ter me afastado mais de onde eu estava, olhei para trás para ver se eu conseguia ver elas ou se elas poderiam me ver, não consegui enxergá-las.

Quando olhei para frente novamente, esbarrei em um garoto mais alto do que eu, de cabelo loiro escuro e olhos esverdeados. Ele olhou para mim parecendo surpreso e ao mesmo tempo confuso. Estava vestindo uma bermuda jeans, uma camisa polo azul escura e tênis esportivo. Tinha um óculos de sol na mão.

Eu estava assustada e apavorada, eu queria sair dali o mais rápido possível.

– Oi.

– Oi. - eu disse e engoli em seco.

Ele ficou me encarando, ouvi os risos mais próximos. Olhei novamente para trás e vi Faye se aproximando enquanto conversava com suas amigas. Acho que ela não havia me notado ainda.

Olhei para frente novamente, vi que Sean tinha acompanhado meu olhar, ele olhou para mim e disse:

– Bom te ver.

Baixei a cabeça.

– Eu tenho que ir. - eu disse.

– Ei, vou dar uma festa. Vai ser no mesmo lugar da última. Apareça por lá.

– Eu não sei se é uma boa ideia. - falei olhando para meus pés.

– Por que?

Dei de ombros.

– Bom, se quiser ir, apareça.

– Ok, obrigada. - eu disse e olhei para ele novamente.

Ele não disse nada e eu olhei para meus pés novamente e saí dali andando o mais rápido possível para voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, vocês gostaram? Espero que sim.
Ah, por favor, comentem o que vocês acharam ou estão achando, o que pode melhorar e etc. Por favor, não sejam fantasminhas. Eu AMO conversar com os meus leitores :)
Beijinhos e até o próximo capítulo.



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