As Divassas do Zodíaco escrita por Dija Darkdija


Capítulo 10
10 - Le Onna


Notas iniciais do capítulo

Chegamos, gente! E chegamos com o capítulo mais egocêntrico de todos. Esse aqui se acha O capítulo. Quer conferir se é mesmo? Então boa leitura!



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Enquanto Darukane enfrentava as cachorras preparadas para matar, Kruba e Sensei chegavam cada vez mais perto da próxima casa noturna.

– Eu vou voltar. Se eu deixar ela daquele jeito, ela vai destruir o Santuário Vermelho inteiro sozinha, e esse não é o objetivo dessa missão. Você sobe até a casa. Não posso usar minhas armas lá mesmo, então não tem graça...

– Ou seja, você é uma merda sem suas armas. Confesse.

– Assim como você é uma merda sem suas espadas.

– Pelo menos não fico com medo de lutar no braço. E você sabe como parar ela, por acaso?

– Tem um jeito, mas é claro, é perigo de morte na certa.

– Boa sorte. Você vai precisar.

– Você também. A próxima diz ser a mais forte de todas.

– E será que é mesmo?

– SPOTLIGHTNING BOLT!!! – gritou alguém, interrompendo a conversa.

Depois de uma voz desconhecida gritar em um alto falante, ou algo do tipo, um holofote em algum lugar acendeu e um raio desceu nos dois. Sensei conseguiu defender com as duas espadas, mas elas derreteram com o calor.

– Só porque eu finalmente tinha conseguido espadas... Quem é você??

– A bicha mais bicha e mais poderosa de todos os tempos! EU sou, pelo que EU sei, a divassa das divassas! A divassa dourada da casa das bate-cabelo, Zel Daileonna Del Rey! Ou simplesmente, Le Onna. Sim, eu sou a mulher. Mais mulher que muita mulher, mais macho que muito homem, mais tudo que qualquer um. Eu. Sou. Top. Eu sou poderosa. E se quiser um pouco da minha glória, é só subir as escadas. Eu vou deixar seu amiguinho ir, ele não me interessou. Mas você, gracinha? É MEU!

– Cara, você tem um imã pra elas, né? Vou cair fora, vai que é contagioso... Boa sorte aí... Você REALMENTE vai precisar! – gritou Kruba, já distante, correndo no sentido oposto.

– ... E lá vamos nós... – disse Sensei, depois de um suspiro.

“Isso boy, mas vai com cuidado, tá? Não vai me estragar esse look maravilhoso!”

– ... Mulan?? – disse Sensei, parando no meio do caminho para olhar para os lados – Mas... Você tá falando na minha... Cabeça?! Ou eu estou ouvindo vozes, o que era realmente a única coisa que fal-

“Ai, sou eu mesma, menino! É que eu sei usar telepatia. Você é o boy magia, mas quem sabe os truques sou eu! Brincadeira, é que tem uma escuta no chapéu, bee. Aí podemos nos comunicar, olha que chique. Criação minha, claro. Pra que celular na mão se ele pode ficar na sua roupa e deixar suas mãozinhas livres pra os trabalhos, digo, pra dar na cara dazinimiga?”

– Tá, mas por que só agora que você resolveu falar então?

“É só pra emergência. Vim te avisar: cuidado com essa bicha, ela é perigosa.”

“Pe-ri-go-síssimaaaa!!! Acho que ela fez pacto com a Satã Imperatriz!” – disse outra voz.

– E quem é você? E quem é essa tal de Satã Imperatriz?

“É, quem é que tá se metendo aqui no meu canal sem nem dar um beijinho antes? É particular tá, minha linda?”

“Lorde miga, helloww, é a Shakeellammm, tá doida é? E que palhaçada é essa de monopolizar? Tem que dividir o bofe cazamiga, né?”

“Aaaaaaah Shakeella Shakeellaaaaa aaaaaah!!! Menina, tu vai ver quando o bofe chegar aí o look MA-RA-VI-LHO-SO que eu fiz!”

– Se vocês querem fofocar, poderiam fazer isso em outro lugar que não fosse minha cabeça?

“Ai, mas antes ele tem que passar por aquela vadia da juba de bombril, né... aff. E ela ainda se acha”

“E não é por isso que eu tava falando pra ele tomar cuidado, migs? Ela tá aprontando alguma, tô sentindo!”

– Tá, mas eu tenho que ter cuidado com o que exatamente? Ela é mesmo a mais forte?

“Hellow, claro que não, né? Nem a pau, meu filho! Ela só se acha a última balinha do pacotinho, mas é igual a qualquer outra das douradas. Aliás, cada uma tem uma especialidade, mas ela quer ser a melhor em tudo, aquela recalcada. Eu heim, recalque bate no meu quadril e volta em forma de vergonha na cara pra ela tomar!” – protestou Shakeella.

“É difícil definir qual de nós é a mais forte, na verdade... as douradas tem um nível bem parecido de poder, a diferença é, como Shakeella disse, que as habilidades de cada uma são meio que únicas...”

“E isso torna mais difícil descobrir qual a mais forte. Todas são cheias do Gleeter e divam no sétimo samba, pisam com força nas inimigas. Mas cuidado com a Lorde, ela é assim toda boazinha, mas quando se irrita e resolve bater o cabelo ninguém segura! É como diz um provérbio divasso: quem vê cara não vê tara!”

“Igual a você, vem essa cara de paz e amor, mas quando resolve abrir o terceiro olho, né...”

“Ai, adoro abrir o terceiro olho! Pena que quase ninguém merece.”

– Não sei se é melhor perguntar ou não sobre esse tal terceiro olho... Da última vez que ouvi essa história de terceiro alguma coisa não foi nada legal. Definitivamente, melhor não. Enfim... Vocês duas são perigosas, mas vocês estão do meu lado, eu acho... Então com quem eu devo realmente me preocupar?

“Aí você tá querendo saber demais também, hein... Eu não vou ficar contando de uma por uma não, você vai ter de descobrir, senão qual a graça de você ganhar com a gente de dando tudo de bandeja? Já tô te ajudando demais. Só toma cuidado com a duas caras e a última, se você chegar a encontrar com alguma delas um dia, porque nem a gente que vive aqui ouviu falar delas. E com a Shakeella, que tem esse jeitinho de santa, mas é mais gulosa que a Ladiba.” – disse Mulan.

“Ain, paraaa...”

– É, parou. Vocês tão complicando mais que ajudando. Se não querem dizer nada, deixem que eu descubro. Querem falar mais alguma coisa ou já posso ir?

“Ai, tá bom, não falo mais nada então!”- disse Mulan, e calou-se.

“Só toma cuidado com essa próxima e vem pra mim, querido. Ela tá aprontando alguma, eu tô sentindo a cada vez que o terceiro olho pisca. Muito cuidado! E dá uma lição nela por nós, que essa bicha tá se achando demais. Se a gente pudesse já tinha dado umas tapas nela, mas a grande bicha não permite que as divassas briguem entre si (bicha burra, né, porque na minha opinião isso só gera mais fofocas). Vai fundo, gato, depois vem ni mim que eu te recompenso!” – disse Shakeella, e calou-se em seguida.

– Ahn... Obrigado...?!

Em resumo, Sensei ficou ainda mais confuso do que antes, pois agora sabia que a próxima bicha era provavelmente uma pessoa traiçoeira que estava “aprontando alguma”. E saber não adiantava nada, pois não sabia o que diabos estava sendo aprontado. Deixou tudo de lado, e subiu as escadas se perguntando se realmente aquilo tudo estava acontecendo ou ele finalmente havia enlouquecido de tanto falarem pelos cantos que ele, no mínimo, era esquizofrênico. Preferiu, apesar de todos os pesares, se agarrar à primeira ideia, e entrou em uma casa. Se deparou com um lugar que possuía uma iluminação de cegar até de olhos fechados. Haviam holofotes ou outro tipo de iluminação por todos os lados, e praticamente nenhum lugar ficava na sombra.

– Demorou, hein, gato? – disse Le Onna, dessa vez sem a amplificação dos alto falantes. Em vez disso, se utilizou dos holofotes. Metade deles se voltaram para o palco e iluminaram uma figura que trajava um vestido de gala e uma máscara, ambas douradas. Ao menos, pareciam douradas, já que Sensei não podia ver muito claramente com excesso de brilho da e na criatura.

– Eu sei, Eu sei. Eu brilho naturalmente. Obrigado. – disse ela, balançando os cabelos. Quando os holofotes voltaram à sua posição Sensei pode ver melhor: era outro ser que possuía um corpo andrógino, como o de Mulan, mas tinha os cabelos vermelhos e curtos, pelo ombro. Também lhe pareceu ser mais forte fisicamente. Sensei não pôde julgar o rosto, que estava completamente coberto por uma máscara no mesmo tom de dourado do vestido. Se limitou então a franzir a testa e dizer:

– De nada?! Ahn... Com licença, desculpa perguntar assim, mas... Eu posso passar para a próxima casa, por favor?

– De jeito nenhum! Aquela descadeirada, tosca, cachorra... Você vai ficar bonitinho aí mesmo. Até porque, pelo que EU vejo, você é o mais forte dos que veio até aqui nos desafiar. Sendo assim, meu amor, é claro que você precisa ficar com a mais forte das divassas, ou seja, euzinha aqui, né?

– Sei... Mas o que você tem contra eu ir para a próxima casa? Eu posso voltar aqui depo-

– Tudo. Ela é minha inimiga de mil dias!

– Quê?

– Quando duas bichas de ouro entram em conflito viram inimigas de mil dias. Elas fazem de tudo uma com a outra, mas não conseguem se destruir por serem poderosas e malégnas demais. Argh, aquela... Aposto que ela deve estar agora mesmo armando alguma pro meu lado, certeza...

– Ah... Legal... Já posso passar?

– Ahn... Não?

Sensei botou uma mão no bolso e outra no rosto, batendo o pé freneticamente. Respirou fundo de novo.

– Olha, vocês são realmente um pé no saco de vez em quando, hein... Algumas de vocês são até legais, mas outras... Eu não quero te machucar, dá pra deixar eu passar? Não quero ficar aqui. Aliás, não quero continuar conversando contigo. Você só fala de você. Isso é irritante.

– Me machucar? Você? Você realmente acha que samba mais que eu, que brilha mais que eu, que tem mais Gleeter que eu? Há! Você é meu súdito, não pode me machucar. EU sou a mais poderosa! Eu sou sua di-

E Le Onna não pôde completar a frase. Sensei acertou o salto 17 no meio do tórax da divassa, jogando-a para trás com a força do golpe.

– CALA A BOCA! Puts, você é mais irritante que a outra grudenta lá... Chega. Tchau.

Sensei saiu andando para algum lugar da casa onde ele acreditava estar a saída, mas parou de repente. Sentiu um arrepio na espinha e uma sensação crescente de perigo. Algo que não era nada bom estava por vir. E sentiu que viria logo, quando todos os holofotes se apagaram de uma vez.

– Você não deveria ter me cutucado, bofe. EU SOU UMA LEOA, A RAINHA DESSA BAGAÇA TODA AQUI! AGORA EU VOU TE CAÇAR E TE DESPEDAÇAR! VOU LACRAR SEU CU DE LINHA DE NYLON E DEPOIS TE PARTIR NO MEIO, CACHORRA!

– Cachorra não, minha querida. Raposa, ok? E bem, se é assim, então eu vou ter de matar uma Le Onna hoje... – respondeu Sensei, estalando os dedos.

– SPOTLIGHTNING BOLT!

Tudo que Sensei viu foi um clarão que piscou em cima da sua cabeça. Pulou para o lado, mas não sentiu nada. Não ouviu nada.

– Achei que você fosse me golp- AAH! – grita Sensei de dor, caindo de joelhos no chão. E só então percebeu que estava sangrando.

– E eu acertei, bonitão. Só que meu golpe é, literalmente, relâmpago. Tão rápido que você só sentiu depois de ser atingido. Mas... De certa forma, você até que desviou, hein... Parabéns. Eu acho que vou te dar a honra de morrer aqui mesmo, pela técnica mais poderosa da divassa mais poderosa. E eu acho, pelo que eu sei, que você vai realmente virar churrasco com o MEU poder... O poder dos holofotes que vivem focados em MIM... SPOTLIGHNING BURST!

Todas as luzes acenderam de uma vez. O grito de Sensei pôde ser ouvido do lado de fora da casa. Talvez, do lado de dentro das outras casas até. O golpe era uma espécie de raio que vinha de todos os holofotes de uma vez. E queimava como um raio. Ou seja, Le Onna não atacava diretamente, eram seus milhares de holofotes de todos os tamanhos espalhados por todos os lugares que pareciam estar fazendo todo o trabalho.

– Eu avisei... Você devia acatar as ideias de quem realmente sabe do que está falando, gatinho... Ai, que pena que tive que matar esse. Talvez tivesse dado um bom súdito... ele tinha uma coisa diferente. – disse Le Onna, enquanto se dirigia para um espelho, onde ficou vários minutos se admirando. – Ai, Le Onna, você é realmente a top na balada. Quem gosta venera, quem não gosta morre esmagado pela sua patinha. Ele veio todo “oh, você é chata” e puff, morreu. – e gargalhou – Que pena, não? Deve ser um castigo divino por insul-

A divassa parou sua sessão narciso depois de ouvir um ruído. Era Sensei, tossindo sangue enquanto procurava respirar novamente.

– Me... Matar...? Você... Não tem poder para isso... – disse Sensei, em um tom quase inaudível, enquanto se levantava com dificuldade. – Você não vai conseguir... – e parou para conseguir mais ar e tentar sorrir – Me derrubar de novo. E não é gatinho, é raposa, burra.

– Gato, acorda... Eu sou uma leoa. Você é só um gatinho. Ou uma raposa, como preferir. Não vai fazer diferença nenhuma, você não escapa das minhas garras!

– Eu sou uma raposa lendária, mítica e mística. Descobrir como vencer uma leoa é trabalho nenhum pra mim. – respondeu ele, com olhos fixos na sua oponente.

– Descubra no inferno... – disse Le Onna. Seu corpo e sua voz tremiam de puro ódio por aquela criatura que ousava desafiar sua clara supremacia. Continuava de pé, mesmo com todos os ferimentos. Como ele conseguia? Ela não sabia. Ele muito menos.

“Boy, você surtou? Você vai morrer se continuar sangrando assim! Eu tô assistindo aqui de camarote, e você tá levando uma surra enorme!”

“Dá um desconto, Lorde, olha por quantas de nós ele já passou...” – Interviu Shakeella – “Ele vai conseguir passar por essa bitch aí também. É só ele se lembrar... Use a cabeça de cima um pouco, guarda a de baixo pra mais tarde... Você vai descobrir como passar pelo truque dela. Você tem Gleeter, você brilha, vai lá e samba nela! Desfaz esse truquezinho pão com ovo! Aliás, nojento isso, viu. Nojento que nem ela... nunca que eu faria isso.”

“Eu até gostava dela antes dela pirar, mas tenho que concordar. Truquezinho nojento es- Ai meu deus, ela vai usar isso de novo?? CORRE, BOFE!” – gritou Mulan na escuta.

“Não.”

“QUÊ?” – Gritaram as duas bichas juntas.

“Eu sei como ganhar.”

Todos os holofotes se acenderam de uma vez.

– Uma pena que você não quis ficar do lado das melhores. Você que perdeu. Agora eu não quero mais você.

– Eu nunca quis ficar do seu lado, seja lá qual ele for. Só quero passar direto e não ver nem ao menos sua máscara, quanto mais sua cara. Aliás, sua cara deve ser horrível para você escondê-la assim. Como você tem coragem de falar tanto que é a melhor e vai me matar, se nem consegue coragem pra mostrar a cara?

– Cala a boca...

– Cala a boca você, cara. A gente cansa de você e do seu falatório egocêntrico. Vou te ensinar uma lição de alteridade, Le Onna. – disse Sensei, com as pupilas prateadas e uma aura tão agressiva quanto a dourada, que quase espumava de ódio.

– Calado...

– Uma lição pesada o suficiente pra quebrar sua cara junto dessa máscara.

– CALA A BOCA!!!!

– E aí você entender o que é um raio de verdade, gata assustada...

– SPOTLIGHTNING BURST!

– RAGING THUNDERFORCE!

A casa brilhou. Um brilho de cegar até de olhos fechados e vendados. E de repente, tudo ficou no breu. Apenas as luzes de emergência ficaram acesas. E no meio dos pedaços de holofotes, duas máscaras caíram. A metafórica, pela farsa desfeita, e a física, que cobria o rosto da divassa.

– ....O- O QUE VOCÊ FEZ???

– ... Devolvi todos os seus raios para o lugar de onde vieram. Parece que seus holofotes não aguentaram o tranco, hein? Ah, e mandei um na sua máscara. Queria ver a sua cara de espantada. Então era isso que você escondia?

– Não olhe! Vou te matar! Vou realmente te matar dessa vez! – disse ela, tentando esconder o rosto com as mãos.

– Vai mesmo? Como? Sua farsa acabou... E eu já vi seu rosto...

O rosto de Le Onna também era andrógino.

Bem andrógino.

A não ser por um pequeno detalhe: a barba.

– ... E ele realmente parece o de uma leoa... Ou um leão?

– Maldito... te... matar... – repetia ela, sem conseguir se mexer, com lágrimas escorrendo pelo rosto. – Eu sempre tive essa maldição... Não importa o quanto eu corte, ela cresce de volta...em menos de quinze minutos...e fica eternamente assim, desse tamanho...

– Seu rosto... é, até que não é feio...

– Eu sei. É lindo, eu se-

– Mas você é horrível... Você só fala de você. Você falou tanto de você que não me deixou descobrir quem você é. Você não se interessa em descobrir os outros, e só se importa com o que eles falam se eles estiverem falando de você. E você acha que todos que se aproximam de você precisam te adorar...

– E-eu so-

– Você é uma das divassas douradas. Assim como as outras 11. É claro que você tem coisas que elas não têm. E vice versa. E isso não torna nenhuma de vocês o centro do universo. Por isso eu odeio pessoas como vocês. Por que são pessoas chatas e inseguras... Pessoas desprezíveis que precisam de aplausos para sobreviver. – disse Sensei, mancando para uma das saídas, que havia aberto com o choque dos golpes. – Viva por si mesma, e só depois disso você vai merecer que alguém viva só por sua causa.

– Você... Realmente não sabe com quem está falando. Eu sei o que falo, ok? Eu deixei você me vencer, um ato de piedade... assim como outras deixaram você passar. E eu deixei você ver a glória do meu rosto... porque agora tenho mais um motivo pra te matar. Ou você acha mesmo que eu não posso atacar com meus próprios punhos? É só que os outros não merecem morrer pelas minhas mãos diretamente. Vá feliz para o inferno, idiota! Ignorante...

– Tudo bem... Cansei de perder tempo discutindo contigo mesmo... – disse Sensei, parando de frente à saída e abrindo os braços – Viva o resto dos seus dias infeliz, sozinha e procurando nos outros o reconhecimento que deveria procurar em si mesma então. Até nunca mais. E espero que no inferninho a tal da Satã Imperatriz não seja chata que nem você...

– SPOTLIGHTNING SPARK!!!!

– WAKHAN!!!!

E a casa brilhou novamente.

– Wakhan?! – perguntou Sensei

– Wakhan?! – perguntou Le Onna

– Ê, ê... Perdeu, bee! O bofe é meu agora! – disse uma voz conhecida.

– Shakeella?! – perguntaram os dois, surpresos.

Na frente de Sensei, estava parada com as mãos juntas outra bicha andrógina de quadris largos, cabelos louros e lisos até a cintura, usando uma venda e um vestido dourado de freira.

– Meu terceiro olho nunca mente, rapariga... Sabia que você tava aprontando alguma coisa, cabeluda (ops!). Agora trata de dar uma cuidada no bofe, que se eu levar ele assim ele morre no meio do caminho, né?

– E porque eu faria isso?

– Por quê?? Primeiro que o bofe lacrou seu cu de cadeado, né? Você só ganhou dele porque tava apelando pra esses holofotes. Segundo que você é dourada, mas eu sou dourada banhada no glitter, terceiro e não menos importante: eu posso contar pra bicha mestra de onde veio o rombo da conta de energia do mês passado... Ou pior: terminar a surra que o bofe aqui começou e arrancar sua barba de juba a cada meia hora.

– Tá... Sai do meio. – resmungou a outra, e pressionou alguns pontos no corpo de Sensei. Ele sentiu alguns choques de leve, parou de sangrar imediatamente e começou a se sentir melhor subitamente.

– Isso. Assim, sim. Vamo lá, bofe, deixa essa bicha barbuda curtir essa casa escura que nem a...

– Maldita... Você me paga, raparigaaaa! VOCÊ ME PAGAAAA!!

* * *

Enquanto Sensei lutava com Le Onna...

– Caramba, você realmente fez um estrago aqui hein... – diz Kruba, ao chegar no lugar onde deixara Darukane e o bonde das cachorras. Os prédios em volta estavam parcialmente destruídos. O asfalto agora era vermelho, e havia pedaços de Lobizombichas pra todos os lados.

– E daí? Quer fazer companhia pra elas? – diz Darukane, com um sorriso de orelha a orelha, enquanto encara Kruba de baixo pra cima.

– Não, não... Só vim te levar pro negão mesmo! Sabe, né, o negão... tal... Você gosta dele... né?

– NEGÃO! – grita uma boneca que de repente havia voltado à sua forma “original” ao ouvir a palavra, pulando no ombro de Kruba.

– É... E o barman vai te dar o quê quando você chegar?

– LEITE!!!!

“Ainda bem que isso sempre dá certo...” – pensou Kruba, respirando aliviado.

– Aham, e depois vamos ver se aquele doido morreu ou não na casa das monjas.

– TÁ BOM! ÊÊÊÊ!!!


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Notas finais do capítulo

- Le Onna faz referência a Zelda (que não é o carinha, é a princesa), Leona Lewis e Lana Del Rey (e ainda tem um "Daileon" ali no meio, tudo de uma vez, então acho que é referência até demais) além de Leo Regulus, cavaleiro de Leão do Lost Canvas. Apesar disso, as técnicas se assimilam a Aiolia do Epi G, rs.
— Lana Del Rey é Geminiana
— Leona Lewis é Ariana (eu não acerto uma, né?)
— Não sei o signo da Zelda
— Nem do Daileon (bem, acho que robô gigante não possui signo, possui?)

Acho que eu fiz esse capítulo com ainda mais vontade que os outros. Apesar de o arquétipo do egocentrismo ser Leonino, a síndrome do ego gigante é algo que tomou conta do mundo. Então resolvi deixar minha mensagem em forma de patada literária, rs. Precisamos pensar uns nos outros. Ninguém vive sozinho. Ninguém é melhor que ninguém. Somos iguais em ser diferentes e precisamos aprender urgentemente a respeitar isso. Enfim, é isso? É isso.

Gostaram do capítulo? Sentiram pena da Le Onna? Ficaram chocados com o estrago que a Darukane fez nas lobizumbichas? Algo mais a declarar ou estão apenas passadxs? Seja como for, agradeço imensamente a sua leitura, e espero que continue acompanhando as aventuras desse Sensei que pode ser doido pra muita coisa, mas é cheio de sanidade pra distribuir lições pros outros. Será que ele vai aprender mais algumas durante esse caminho?

Não percam, segunda que vem, o próximo capítulo de "As Divassas do Zodíaco":

Shakeella, Shakeella.



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