Amor e Desafio escrita por Catcamila


Capítulo 26
Capítulo 26




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Eu estava em um hospital, as pessoas corriam de um lado para o outro, elas não podiam me ouvir, ao que parecia todos estavam correndo para uma sala, eu comecei a andar e fui até o vidro desta sala.Pude ver em uma cama uma menina, linda de cabelos castanhos e ao seu redor haviam vários médicos e máquinas.Depois de segundos eu assimilei aquela menina era eu!Mas como?O que eu estava fazendo ali?

 

Olhei para um banco em frente a sala e lá estava Drew com as mãos nos olhos, meu pai estava abraçando minha mãe que chorava muito e Max consolava todos dizendo que eu sobreviveria, eu era forte.

Eu tentei falar com todos mas ninguém me ouvia.Eu achava que estava morta ou algo do tipo mas não tinha certeza.Eu entrei na sala e ouvi um dos médicos:

 

- Ela não vai sobreviver!Só um milagre pode salvá-la!

- E a criança?

-Infelizmente ela perdeu...

- Coitada...

- Nós já fizemos tudo o que podíamos, agora depende dela...

- Ela tem que sobreviver, pobrezinha tão nova, ainda tem muito pela frente!

 

Eu cai de joelhos no chão e comecei a chorar, como eu não ia sobreviver? Eu precisava acordar!E a minha criança? O que me adianta viver sem essa criança!Todos os sonhos que eu tive com ela se foram no momento em que aquela bala atingiu meu peito.Todo o meu sonho de maternidade se foi...ver seu rosto lindo...dar leite a ela...ver ela andar...falar sua primeira palavra...brincar com os avós...ficar junto de mim e de seu pai...tudo se foi...como uma pessoa seria tão cruel a ponto de atirar em uma mulher grávida?Tirar uma vida de seu ventre?

 

Eu não lembrava quem tinha disparado aquela bala, por mais que tentasse não conseguia me lembrar de nada.Me lembrava apenas que estava na frente da casa e que alguém chegou, depois me lembro do som de uma bala e de eu cair no chão.

 

Eu estava presa provavelmente entre o mundo real e outro mundo, um mundo onde eu vagava feito um fantasma e que ninguém notava minha presença.E se eu não conseguisse sair deste mundo solitário?Se eu vagasse durante a vida inteira?

Essas perguntas me assustavam, me davam medo, me atormentavam.Eu me encolhi e comecei a chorar...

 

Eu não vou mentir, por um momento cheguei a pensar que queria morrer para tudo isso acabar, mas a lembrança daquelas pessoas que estava em frente ao meu quarto chorando e rezando por mim me fez acordar, me fez pensar o quanto é importante viver, me fez dar valor a vida, me deu forças.Eu levantei e ia sair quando Drew abriu a porta e os médicos saíram.

 

Ele chegou perto da cama onde estava o meu corpo e passou sua mão em meu rosto, ele deixou uma lágrima cair e beijou minha testa.Ele começou a cantar uma música muito especial para mim, era a música de uma caixinha branca que eu ganhei quando era pequena.Eu adorava dançar e cantar aquela música e me imaginei cantando aquela música para fazer meu filho dormir.

 

Eu vi o quanto era importante eu viver.O quanto era importante eu estar com Drew.

 

-------------------------------Por Drew ------------------------

 

Tudo tinha ocorrido muito depressa, eu tinha saído de casa para ver umas coisas e voltei, May estava estendida no chão coberta por sangue e com um bilhete de papel ao seu lado.

 

A letra era familiar mas nem prestei atenção na hora.Eu tentei acorda-la mas ela já não dava sinal de vida, como tudo isso aconteceu em menos de meia hora?

 

Segurei seu pulso a fim de ver se ela tinha batimento e me preocupei ao notar que ela não possuía.Com a ajuda de meu motorista levei ela até o hospital.

 

Os médicos rapidamente levaram ela para a sala de cirurgia para a remoção da bala que estava alojada em seu peito.A cirurgia estava sendo feita, e era de enorme risco,enquanto isso eu liguei para Norman e Caroline, depois de chegarem ao hospital tive uma conversa com Norman para contar o que tinha acontecido, Caroline chorava aos soluços e foi amparada pelo irmão de May,Max.

 

Eu já não tinha base, minha base era May, ela cuidava de mim e era corajosa, mesmo quando eu estava a beira da morte ela se controlou tomou coragem e me salvou, mas eu não tinha sua coragem.Sem May eu não seria nada, eu não teria alma nem coração.Minha vida não teria sentindo sem ver aquele sorriso maravilhoso toda manhã.Sem sentir seu cheiro doce de rosas.Sem poder ver suas safiras que brilhavam tanto como o mar em um dia de verão.Sem ver o seu jeito desajeitado de ser.Sem ouvir suas risadas debochadas.Sem sentir o gosto de seus lábios.Sem sentir o calor de seu abraço.Sem ouvir as batidas de seu coração.

 

Eu comecei a rezar  pedir a Deus que não tirasse de mim a coisa mais importante do mundo.

 

Os médicos saíram da sala e olharam com uma face de tristeza para mim.

 

Aquilo era um pesadelo não podia estar acontecendo.A mulher que eu amava tinha acabado de morrer.Eu entrei na sala de cirurgia onde ela estava.Uma dor imensa estava em meu peito, uma dor impossível de ser descrita.Eu cheguei perto de seu rosto e o acariciei, deixei uma lágrima cair de meu rosto, eu beijei sua testa e me lembrei de algo que iria lhe entregar quando voltasse com nossas coisas.Era uma caixinha de música, Ligia já tinha dito algo sobre uma caixinha de música que era muito especial para May, mas ela a havia perdido.Eu tinha comprado a caixinha e iria fazer uma surpresa, mas foi em vão.Ela nunca veria essa surpresa.

 

Eu me sentia tão culpado por ter deixado ela sozinha, apesar de que Larousse nunca foi uma cidade violenta, por isso não estava preocupado ao deixá-la.

 

Eu fechei minha mão em punho e a bati sobre a mesa de cirurgia.

 


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