Silver Knight escrita por Bellye


Capítulo 4
O nome dele é Willian Acker


Notas iniciais do capítulo

Oioi, caros leitores! Eu costumo postar de sexta, mas decidi que iria postar hoje porque queria apresentar logo esse novo personagem huaha...
A forma como ele narra é bem diferente da Kate, então tenho que deixar bem claro que a minha forma de escrita continua a mesma, vai que...

Ah! E obrigada a Thera Sanders pelos comentários, você não sabe o como me animou para a história e como me deixou feliz! Me deu várias ideias acho que até sem querer xD

Capítulo até curto para compensar os outros enormes kk
Enfim, boa leitura!



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Eu estava em mais um dia ruim, reparando os erros da Rainha. Hm, minha cabeça pode rolar por aí caso ela descubra que os chamo de "erros". Afinal, a Rainha não falha, não é mesmo? Aham, deixe que os tolos acreditem.
Sorte que não inventaram uma forma de se ler mentes, quer dizer, EU ainda não inventei.
É, caí bastante. Trabalhar com a Rainha e ainda lhe inventar armas e utensílios macabros com bônus de trabalhos sujos? Ora! Preferia mais a minha vida normal e fracassada de antes. Embora fosse triste e solitária, estragada por conta da Guerra, seria melhor. Pelo menos imagino que seria.
Essa Guerra tirou-me as duas coisas que guardava com toda a minha vida: minha irmã, e uma amiga muito especial. Fracassei em meu principal objetivo, estava só e sem ajuda alguma. Havia acabado para mim.
Mas eis que a Rainha aparece e me propõe uma vida melhor. Eu estava a beira da loucura, tudo me parecia um paraíso. Mas lembrarei na próxima vez de não fazer mais acordos com ela.
Apesar de tudo eu ainda estou livre. Posso sair a hora que quiser. Estranho, não?
Agora o que deve passar pela cabeça de você é por quê? Por que não saio?
É simples, caro leitor inexistente, mas é um enorme segredo meu. Guardo-o desde que entrei aqui. Este é que:
Eu ainda a observo.
Uma de minhas pequenas grandes felicidades era observá-la.
Com as peças que me foram dadas, utilizei a maioria numa espelunca que me permitiu ver todos desta dimensão bem de perto. Algo bem parecido com um espelho. É incrível.
Mas me sinto triste e de certa forma iludido. Eu sei que jogo do outro lado contra minha vontade e nunca voltarei a vê-la... A não ser que seja morta. De novo. Ah, eu queria pelo menos poder conversar um pouco, e lhe dar um abraço tão apertado que a faria se irritar e discutir comigo, embora ela estivesse apenas sem jeito com a situação.
Eu quero ajudá-la com tudo isso.
Ah, eu gostaria de sair, ser livre de novo, voltar a minha dimensão e tempo, quando tinha dezoito anos e ter tido coragem para cortar pela raiz aquela maldita Guerra ainda no começo.
A Rainha não era de todo mau, mas eu sentia um estouro de fúria e poder quando me lembrava de minha irmã, morrendo de um jeito tão cruel, sádico nas mãos de seus soldados sombrios. Minhas mãos se fechavam com uma força que me machucava a palma, e eu sempre quebrava algo. Nunca adiantou. Esse ódio fundido à extrema dor me matava lenta e dolorosamente pelos cinco anos arrastados por aqui.
E quanto a outra? A minha amiga? Devem se perguntar onde ela está agora.
Ela, bem, morreu

Parei de escrever, apertando a caneta com força.
Fitava as últimas palavras, sentindo meu corpo trêmulo, e minha garganta queimando.
Morreu. Ela morreu...
Meus dentes se trincaram e eu apertei a caneta com mais força, quebrando-a em duas quando comecei a me lembrar do dia. Num ato de fúria e dor, rasguei as anotações e as joguei na lareira de meu pequeno quarto, que queimava e crepitava como o meu coração enfurecido, no qual procurava algo para acabar de vez com todo esse doloroso arrependimento.
Sentei-me na frente da lareira, abraçando minhas pernas, enquanto observava os pedaços da fina folha se queimando lentamente.
—Eu vou encontrá-las. Eu juro... —Murmurei.
Pisquei lentamente. Um flash de luz me veio à cabeça. Por que não tinha pensado nisso antes?
Eu ainda podia parar a Guerra nesse lugar. Eu estava no território do inimigo, tinha meus poderes, armas, e o diálogo com a Rainha. Poderia descobrir o que quisesse.
E afinal, a grande Guerra ainda nem tinha começado.
Fortes batidas do lado de fora na porta de madeira do quarto, me fizeram acordar de meus planos quase instantaneamente. Olhei com um leve receio para a porta.
—Entre. — Autorizei, sem me importar de não estar arrumado, pelo menos um pouco como deveria, e com os cabelos negros jogados levemente para trás, bagunçados. Era de noite, para quê iriam me incomodar?
Conforme a porta se abria, pude ver pelas mechas castanhas jogadas para um lado que era Dimitry, o soldado de confiança da Rainha. Ele era o mais forte dos soldados e era diferente: não era fruto das magias proibidas Dela. Como eu, estava aqui por dívida. Mas não se engane, somos diferentes. Ele é um peão forte e sabe disso, e serve sua vida à Rainha. São peixes do mesmo lago, enquanto eu espero pela melhor oportunidade para ir embora. Mas temo estar me misturando lentamente a eles. O desejo de vingança se tornava cada vez mais forte.
E claro, se ele estava aqui, era porque a Rainha queria falar comigo.
— A Rainha convoca sua presença imediatamente. — Disse com sua voz grossa e o ar imponente.
Suspirei e me levantei num pulo, vesti minhas botas de couro e coloquei a pulseira negra com um quadrado vermelho formado por outros mais quatro da mesma cor. Observei-a por um tempo, algo estava me incomodando.
Dimitry limpou a garganta.
— Imediatamente, senhor.
Balancei a cabeça e deixei pra lá, saindo do quarto e me deparando com um dos largos e extensos corredores sombrios do castelo, totalmente diferente dos quartos frios e escuros. Eram todos de cor prata, bem iluminados, mas o clima, a aura do local era fria, intimidadora, imponente... Mas solitária.
Conforme avançava rapidamente, seguindo Dimitry até a sala de 'Vossa Majestade', ouvi a movimentação lá em baixo de passos fortes e sincronizados batendo no chão.
Não restavam dúvidas: a Rainha estava começando a se preparar para uma futura guerra. Esse era o momento certo para agir, ela estaria mais vulnerável pelo consumo de tanta energia. Pouco, porém suficiente para dar início a primeira etapa de meu plano.
Dimitry abriu as enormes portas do salão principal, onde Ela permanecia a maior parte do tempo, sentada em sua poltrona de ouro branco, combinando com a prata do chão frio. O único contraste no lugar era o seu longo casaco negro, com plumas enormes de corvos que alterei geneticamente há um tempo, espero que não existam mais deles por aqui, tornaram-se mortais quando os fiz. Tinha também o encosto macio em vermelho sangue de sua poltrona, igual ao seu tomara que caia com pequenos detalhes em preto, acompanhados de sua calça brilhante também escura; e claro, os seus olhos escarlate.
Ela estava de pé, frente a sua poltrona. Quando seus olhos vermelhos fitaram os meus, ela abriu um leve sorriso, considerado absurdamente sedutor nos relatos quase fúnebres de idiotas que tentaram se envolver com ela em algum lugar do passado.
— Vossa Majestade... —Reverenciei adequadamente e murmurei, quase que deixando explícito a minha ironia.
Senti Dimitry balançar levemente a cabeça em negação quando o fiz.
Willian — Disse com sua voz, que segundo a escrita dos mesmos idiotas, era sedutora e monótona.
Ela descia lentamente os poucos degraus, que elevavam sua poltrona do resto do pátio, com seus saltos bem altos e barulhentos aos meus tímpanos, enquanto eu me perguntava como os outros podiam vê-la dessa forma, tão sedutora e poderosa. Certo, ela era sim, não desminto. Mas não faziam nenhum efeito sobre mim. Eu a detestava por fazer o que fazia. Mas gostava da forma inteligente com que pensava as vezes, mas não necessariamente concordava com aquilo.
— Me chamou?— Perguntei naturalmente quando ela se aproximou, sem vontade de tratá-la como deveria. De qualquer forma, ela me dava tal intimidade.
Ela estreitou ainda mais nossa proximidade, fazendo com que eu tivesse que abaixar levemente minha cabeça para olhá-la, ela estava realmente muito perto, e eu podia sentir o cheiro de flores mortas emanando dela.
Não tirei nem uma vez meus olhos dos dela, e nem ela dos meus.
— Primeiro quero saber a sua opinião sobre um plano meu. — Informou. — Sei que é ótimo com estratégias de batalha, eu também sou. Podemos dar uma boa dupla.
— E para quem se dirigiriam essas "estratégias" ? — Arrisquei, temendo o pior.
Ela sorriu e abaixou levemente o olhar, sem se preocupar com a pura malícia em seus olhos.
— A Academia, oras.
Evitei não demonstrar reação alguma, mas meu olhar devia ter vacilado por algum momento, pois ela riu.
— Ah, desculpe... É o lugar onde cresceu, certo? Ah, que pena!
Senti uma irritação anormal com seus risos e da forma que se aproveitava e amava a minha infelicidade. Minhas mãos se fecharam com força, a mesma força que esperava para me vingar depois de tanto tempo. Forçando meus dentes a se abrirem, encarei-a friamente nos olhos e perguntei, contendo ao máximo a minha fúria:
— O que você ganha...arruinando a vida dos outros?
Os olhos dela voltaram a me encarar, agora sem sorrisos ou risos maldosos. Ela me olhava como quem entendia o que eu sentia, e por um segundo, e apenas por um, imaginei que fosse alguém melhor, pelo menos um pouco, até seus lábios se abrirem lentamente num enorme sorriso maníaco, exibindo seus dentes enormes, brancos e perfeitamente alinhados, dizendo lentamente, enquanto esbanjava suas palavras com ironia e desdém:
— A vida é muito tediosa, não acha?
Eu juro que tentei me segurar.
— Tediosa?! Você mata para se divertir?!
Ela abriu um leve sorriso.
— estou tão de bom humor... Sei que vai adorar o próximo trabalho que lhe darei. — Disse calmamente, mudando completamente de assunto.
Fechei os olhos e respirei fundo, tentando com todas as minhas forças me acalmar. Eu tinha muita sorte de não ter morrido agora. Com certeza era uma das primeiras pessoas a aumentar o tom de voz com a Rainha e ficar vivo para contar história.
— Já que não vai me ajudar, tenho outra coisa para você. Eu quero que suma com uma pessoa que deveria ter acabado há muito tempo — Continuou — Considere como o seu último trabalho por isso — Sussurrou ela, quase que como segredo.
O ar pesou ao redor, e tudo estava silencioso. Nem um ruído sequer atravessava o grande pátio.
Fitei-a numa mistura de surpresa com desconfio enquanto a mesma aproximava-se perigosamente de meu rosto, e num leve desvio, seus lábios seguiram para uma de minhas orelhas, onde sussurrou bem baixo:
— Mate Katherine Connor por mim, Willian...


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Notas finais do capítulo

Oh, no...



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