Hexe escrita por Anne


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Só um prólogo para conhecerem melhor a Kate.Espero que gostem ^-^



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Eu sou uma andarilha a muito tempo. Também sou uma caçadora, quer dizer, de pequenos ratos e em certas ocasiões eu ainda consigo ganhar leite de velhinhas caridosas ou de crianças (na maioria das vezes garotinhas já que os garotos preferem tacar pedras pra me afugentar).
Ah e sim eu sou um gato,
Um gato preto,
Mas antes eu era uma bruxa,
Uma bruxa nem um pouco responsável.
Eu nasci na Inglaterra em 1542, em um condado chamado Linconshire, tive uma infância comum para os parâmetros da época. Minha mãe era uma curandeira (jamais admitiu ser chamada de bruxa) e meu pai era um fazendeiro. Não vou falar muito deles, eles morreram a tanto tempo que eu não acho mais relevante.
Enfim, por volta do ano de 1560 começou a tão famosa "caça as bruxas" eu era aprendiz de curandeira na época, mas eu via (e lia) os livros de magia negra da minha mãe, não só o livro de elixires.
Desde o começo da caçada eu e minha mãe havíamos parado de dar elixir aos necessitados (e de fazê-los em geral), as pessoas que ajudávamos quando adoeciam ficaram sem os nossos cuidados, eles eram pobres e não tinham mais a quem recorrer, mas eles amavam levantar tochas e mandar as hexen ( significa "bruxas" em alemão, já que todo esse negócio de matar bruxas começou por lá) a forca, ou a serem queimadas vivas. Sem a "cura magica do Diabo" (e sim era desse modo que chamavam os elixires, eu nunca entendi o porque) tudo estava relativamente bem. Essa loucura de fogueira e morte a mulheres que só haviam ajudado até então (tirando pequenas exceções, graça a essas pequenas exceções que o condado estava daquele jeito) estava acabando, mas sempre com um enforcamento aqui ou uma cremação ali. As coisas estavam voltando a normalidade até...
Até ela adoecer.
Amanda Rachel era seu nome, eramos amigas de infância, mais que isso na verdade. Era a única pessoa além da minha família que eu podia dizer que amava, na verdade não disse, mas ela disse a primeira vez que me beijou (eu sei, eu era um completo erro pra época, ela também, ela era meu erro pessoal). E agora ela estava doente, ela estava com malária. Eu tinha que curá-la e eu fiz. Antes ela estava praticamente morta, já havia desistido da vida, dois dias depois estava curada e sem nenhuma sequela. A mãe dela morreu pela doença, o pai dela havia morrido anos atrás em um tiroteio nas terras da família Bennett (aqueles nojentos, porcos miseráveis) e a única pessoa que se importava com ela e com o fato dela estar doente era eu, e ela agora estava curada de uma doença incurável (pelo menos naquele tempo) isso não parecia magica? e foi assim que tiveram a certeza de que uma de nós (minha mãe ou eu) era uma bruxa. Em todo caso matariam as duas pra ter certeza que o "mal" foi aniquilado.
Minha mãe foi forte, conseguiu atordoá-los o máximo de tempo para que eu fugisse da forca, ela acabou sendo enforcada. Me perseguiram até a minha casa, eu tranquei a porta e corri até o livro de capa negra da minha mãe. Eu disse que eu era aprendiz de curandeira, mas eu também era aprendiz de bruxa, sem minha mãe saber é claro, mas eu não era tão boa em feitiços quanto eu era em elixires, e como eu disse: eu era uma bruxa irresponsável. Eu pensei rápido e decidi fazer um disfarce, me transformar em algo pequeno e ágio o suficiente para fugir. Escolhi o feitiço "Nigri felis". O texto inteiro era em latim e eu só sabia que aquilo me transformaria em uma gato, e no desespero parecia servir.
Pena que eu não sabia,
Não sabia que esse feitiço me transformaria definitivamente em um gato,
Meu poderes haviam sumido,
Todos os feitiços que sabia não serviam mais pra nada (nem o de regressão, que tecnicamente servia para desfazer qualquer feitiço),
Eu era apenas mais um bichano, mas com aquele feitiço veio uma consequência: Eu era imortal a partir daquele dia (presumi que sim quando eu percebi que tinha mais de 300 anos) e passaria minha imortalidade como um gato de rua.
Estamos em 2015,
Completarei 473 anos em breve,
Em uma vida onde eu caço ratos porque eu sinto fome, água pela sede e me sentindo mal, muito mal se não o fazê-los. Por que eu sou imortal, mas sinto dor, fome e sede como um mortal e isso é o que mais me da raiva.
Ah e esqueci de dizer,
meu nome é Kate.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? COMENTEM!



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