Lucas:

Eu não faço ideia do que anda acontecendo comigo, mas eu nunca senti ciúmes da Eduarda, muito menos a vi com outros olhos, não até o momento em que ela disse meu nome dormindo. A partir desse momento, parece que um sentimento começou a nascer. E quando a vi só de toalha, a única coisa que pensei em fazer era beijá-la. Eu preciso sair, preciso ir pra balada.

Fui para casa e quando chego o mordomo Silviano se mostra preocupado.

" - Senhor Lucas, o que aconteceu com você?" - na pressa de sair o mais rápido daquele quarto onde estava Du, tinha me esquecido da briga. Até a dor tinha sumido, não quero estar aqui quando meus pais descobrirem sobre isso.

" - Ah Silviano, um pequeno acidente. Apenas um pequeno acidente" - vou dizendo subindo as escadas, quando chego no quarto, vou direto para o banho.

Vinte minutos depois to pronto e quase saindo do quarto, quando minha mãe aparece. "Tenho certeza que o pinguim falou alguma coisa, ela chegou aqui muito rápido."

" - João Lucas meu filho o que que ouve? Você some, a Eduarda não te falou que eu liguei? Poxa Lucas, eu estava preocupada."

Olho para minha mãe, tentando ver se o que ela está falando é verdade, percebo que é mais ou menos assim, então por isso não dou muita trela.

" - Eu sofri um acidente, já estou bem. A Eduarda me levou para um hospital e está tudo certo. Estou saindo" - digo já descendo as escadas e saindo pela porta. A última coisa que escuto é um "Espera Lucas" da minha mãe. A última coisa que quero ouvir agora, é a minha mãe, vou até o carro e rumo para a balada mais top do Rio.

Quando chego na balada vou direto para o bar e peço uma dose dupla de vodca, preciso me controlar, dessa vez a Eduarda não está aqui para me ajudar, vou para a pista de dança e começo a dançar, quando eu percebo um rosto conhecido no meio da festa. É aquela garota com quem eu fiquei no show do Charlie Brown, como ela se chama mesmo? Ah, Vanessa.

Ela chega perto de mim e percebo que também me reconheceu.

" - Ora, ora, ora, vejam quem está aqui, João Lucas Medeiros. Por onde você tem andado? E cadê aquela sombra de cabelo vermelho sua?" - diz ela me dando um beijo na bochecha. Não gostei do comentário sobre a Du, mas deixei para lá.

" - Ah Vanessa, estou por aí. O que conta de novo?" - pergunto.

" - Estou fazendo faculdade de arquitetura, e você? Continua naquela sua vida que levava no ensino médio?" - diz rindo.

" - Não, estou fazendo faculdade de contabilidade, um dia vou ter de assumir os negócios da família néh?" - digo rindo.

Começamos a dançar e a química foi surgindo, quando percebi já estávamos nos beijando e não consigo me concentrar, fico pensando em outras coisas, outras pessoas. Interrompo o beijo.

" - Vamos lá para o bar, dá para conversar melhor" - digo.

Fomos para o bar, peço uma outra dose de vodca, e começamos a conversar. Ela começa a me contar que morou na Europa por um tempo, e agora está de volta, fazendo faculdade. Quando ela começa a falar do estágio que está fazendo, escuto dois caras falando ao meu lado.

" - Estou te falando André, a garota é linda. Aquele tom de vermelho no cabelo, ficou perfeito, sem contar que ela é toda pequena, delicada, mas tem um gênio. Acredita que ela quase me atropelou ontem? E se desculpou muito a contra-gosto? É desse tipo de garotas que eu gosto, as que não vêm fácil, sabe?"

O cara continua falando, mas parei de prestar atenção um pouco. "Será que eles estão falando da Du? Não, isso não é possível!", fico pensando, quando ouço eles de novo.

" - Fernando para. A garota é muito nova, não embarca nessa, meu. Deixa isso quieto, você vai acabar se encrencando."

" - Não vou deixar nada André, a garota é linda e vou embarcar nessa, sim. Quero ver o que vai rolar."

A única coisa que fico pensando é que se esse cara for o mesmo professor da Du, ele não vai se engraçar com a minha Du, não vai mesmo! Dou uma olhada no cara, me viro pra Vanessa e falo que tenho que ir, e já saio daquele lugar.

Se esse tal de Fernando for o mesmo professor da Du, vou ficar de olho, não quero que ela sofra e ele não vai brincar com os sentimentos dela. Subo no carro, boto "Céu Azul" e fico lembrando de tudo o que já passei com a Du e uma massa quente se aperta no meu coração.

"O que está acontecendo comigo? Será que estou me apaixonando pela Eduarda? Meu Deus é isso, tô apaixonado."