João Lucas:

Desde o momento em que o médico me disse que a Eduarda estava grávida aceitei os meus filhos e sabia que tinha que mudar por eles e também por Eduarda, mas principalmente mudar por mim mesmo. Estava cansado dessa vida de farra, queria um pouco de sossego. Queria formar uma família e sabia o quanto essa decisão era certa.

Passaram-se três dias desde que o doutor me disse que Eduarda estava grávida e ela não tinha acordado ainda, estava começando a ficar impaciente e todos ali do hospital começou a ficar preocupado, achando que eu poderia ter algum surto. Quando o médico me disse que finalmente ela tinha acordado, quase não o deixei falar, mas ele me interrompeu dizendo que precisava conversar comigo, antes eu entrar para vê-la.

“ – Olha João Lucas, ela está muito confusa e tem muitas perguntas, já respondi quase todas, mas, por favor, não vá deixá-la nervosa. Isso pode fazer mal para eles, tudo bem?” – pergunta o médico. Levando em conta o quanto fiquei nesses últimos três dias tento responder com educação, afinal ele sempre estava me mantendo informado sobre Eduarda.

“ – Tudo sim, Doutor tudo o que eu menos quero nesse momento, é trazer alguma complicação para eles.” – digo já me encaminhando ao quarto de Eduarda. Passei tanto tempo aqui, olhando-a, pedindo para que ela voltasse, para nos dar mais uma chance e ela finalmente voltou. Agora que ela estava de volta, sei que deve estar muito confusa, mas ela terá que se convencer que se antes eu queria algo sério, agora terei que provar. Ela não poderá desistir assim de nós e dos nossos lekinhos. Quando entro no quarto e a vejo, solto um suspiro de alívio e quando conversamos a única coisa que penso é: “Obrigado meu Deus, obrigado por não ter tirado a minha razão de viver.”

Quando digo para a Eduarda que a amo, ela chora e eu nunca me senti mais feliz na vida ao demonstrar esse sentimento e a esperança de ser retribuído invade meu coração e ela retribui. Eduarda disse que me ama e eu nem sei o que fazer com tanta felicidade que estou sentindo. Quero agora mais do que nunca que tudo dê certo para nós quatro, penso em uma forma de pedir Eduarda em casamento, sei que agora ela ira ficar assustada, mas terei que tentar.

“ – Então Du, passamos por muitas coisas, já vimos muitas coisas, vivemos muitas coisas. Rolou algo entre nós que nem mesmo a gente estava preparado e disso surgiu esses dois lekinhos que você está carregando, por isso quero que você me responda...” – faço uma pausa, pois não sei como continuar, tomo fôlego e digo baixinho – “Tá afim de casar comigo?”

Eduarda me olha sem entender nada e diz:

“ – O quê? Lucas não deu pra escutar nada do que você disse. Fala mais alto meu!”. Tomo mais coragem ainda e digo.

“ – Eduarda você quer casar comigo?”

Olho para ela que não tem nenhuma reação, depois de um tempo ela solta um risinho depois me olha com total descrença.

“ – Casar?” – quando respondo que sim e continua – “Contigo?” – pergunta de novo.

“ – É Eduarda comigo. Você aceita se casar comigo?” – pergunto começando a ficar irritado. Ela demora um pouco mais de tempo para responder então diz:

“ – Não.” – é a única frase que sai da sua boca e eu não sei o que eu faço, não sei como reagir. Eduarda sempre me surpreende, mas dessa vez ela se superou.