Da amizade ao amor escrita por Ana Magiero


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Eu só posso dizer que a cada dia mais, estou amando escrever essa fic ♥



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Eduarda:

Quando eu acordo, percebo que estou em um quarto de hospital e tento me orientar. O que estou fazendo aqui? Que horas são? Que dia é hoje? Essas são as primeiras perguntas que penso, ao tentar me levantar, assim que tento, sinto uma dor forte em todo o meu corpo, principalmente na minha cabeça. Tento de qualquer jeito me lembrar do que houve e é quando os flashs do acidente invadem minha mente.

Eu fui atropelada. Quando saía da faculdade. Depois de ter o Lucas tão perto de mim. Então tudo o que ocorreu nesses dois últimos meses e meio, volta com tudo. O desapontamento, a alegria, a dor, o inevitável. Assim que começo a demonstrar claras intenções de sair da cama ou me sentar, uma enfermeira aparece.

" - Senhorita Eduarda, você não pode fazer nenhum esforço por agora, pode colocar em risco a sua vida e a de seus bebês." - ela disse preocupada, logo apertando um botãozinho ao lado da minha cama, quando começo a reclamar, percebo que ela falou a palavra bebê.

" - O que foi que tu disse? Bebês? Que bebês? Eu não estou grávida, moça!" - começo a ficar histérica, quero me levantar dessa cama, quero voltar para faculdade. Não, eu não posso ter bebê agora, eu não posso.

" - Olha, tenta descansar um pouco. Daqui a pouco o seu médico irá vir vê-la. Tudo ficará bem." - ela diz sorrindo. Tento ficar um pouco mais calma, sei que se começar a perder a cabeça, logo eles vão me dar algo para dormir e eu preciso processar tudo isso ainda.

" - Moça, em que dia nós estamos? Quando eu vim para esse hospital?" - pergunto.

" - Estamos no dia 28 de março, você estava dormindo há três dias tiveram que conter o seu namorado, ele estava começando a ficar impaciente quando via que você não acordava." - ela diz simplesmente. Quando percebeu que eu não faria mais nenhum esforço para sair da cama, se acalmou.

" - Fiquei três dias inconsciente? Por quê?" - pergunto. - "E que história é essa de namorado? Eu não tenho namorado moça!"

" - Você sofreu um traumatismo craniano querida, por isso que é natural você ter ficado inconsciente, ficamos preocupados um pouco no começo, mas os seus sinais vitais estavam bons, então concluímos que você iria acordar na hora que estivesse pronta. Não tem namorado? Todo mundo do hospital apostava suas fichas que vocês formavam um casal perfeito. Foi ele que lhe trouxe para o hospital, te socorreu e não saiu daqui nem por um minuto. Só saí para trocar de roupa e comer alguma coisa. Tenho que confessar, todas nós enfermeiras meio que nos apaixonamos por ele. Qual era o nome dele mesmo? Acho que Lucas, isso é João Lucas." - diz ela toda gentil.

João Lucas? Como ela pode pensar que o Lucas é meu namorado? Eu começo a rir, tentando enxergá-lo como meu namorado e não conseguindo, penso em tudo o que ela acabou de me dizer. Gravidez, bebê, namorado, confusão, inconsciente. Tudo vem em uma avalanche e eu não sei por onde começar a perguntar.

“ – Enfermeira, você disse que eu estou grávida, posso perguntar de quantos meses?”

“ – Sim, você está grávida de quase três meses senhorita.” – ela diz sorrindo. – “Ficamos muito preocupados, pensando que você os tinha perdido, mas não. Foi um milagre! E o seu namorado, quero dizer, o João Lucas, ficou em um estado de euforia quando descobriu sobre a gravidez, está todo bobo alegre. É lindo de se ver” – diz ela com um brilho nos olhos.

E é quando ela me diz essas palavras que percebo que Lucas e eu quando transamos, não usamos camisinha. “Como pude ser tão descuidada assim? Sei todos os métodos para tentar evitar uma gravidez assim tão cedo, como pude ser tão burra, assim?” – fico pensando. Percebo que um médico acabou de entrar e está falando comigo.

“ – Desculpe doutor, não estava prestando atenção. Pode repetir?” – digo.

“ – Tudo bem, você tem muita coisa para processar ainda. Eu estava perguntando, como você está se sentindo?” – ele disse. Tive que respirar um pouco mais fundo, como estou me sentindo? Estou me sentindo que fui abduzida por algum E.T, ou participando de alguma pegadinha, pois isso não é possível estar acontecendo tudo isso comigo, mas claro que não falo isso para ele.

“ – Só estou um pouco desorientada, você poderia me esclarecer algumas coisas?” – digo.

“ – Sim, claro. Por onde você quer começar?” – ele diz.

“ – Então, como assim eu estou grávida? Isso não tem sentido, eu estava bem esses dias, só com um pouco de tontura, por excesso de trabalho na faculdade, mas nada que isso. Doutor, eu não posso estar grávida, assim de uma hora para outra. Eu teria percebido os sinais.” – respondo.

“ – Bom provavelmente você não percebeu os sinais, por causa do estresse que ia passando na faculdade isso é normal mesmo, confundir. Mas você está grávida de quase três meses. Você sentia tontura, enjoos desse tempo de estresse da faculdade? Percebeu se a sua menstruação não demorou a descer? Esses são os sintomas, você pode ter ignorado, pensando que era estresse, mas não.” – diz ele. E percebo que senti tudo isso, e como fui burra por ignorar esses sintomas. No dia mesmo em que sofri o acidente, tive a pior tontura de todas e lembro que minha tia queria me levar para o hospital, mas não deixei. Ah se eu soubesse que todos esses enjoos e essas tonturas fosse gravidez, tinha ido o mais cedo possível.

“ – Bem, eu senti tudo isso sim, mas como tu mesmo disse, confundi com o excesso de estresse da faculdade. Mas me diz, está tudo bem com os bebês?” – digo pondo a mão sobre a minha barriga, já preocupada com as crianças. Por mais que eu ainda resista a história de estar grávida, tem dois seres dentro de mim, meu lado responsável fala mais alto.

“ – Sim, está tudo bem com eles. Foi um milagre eles terem resistido e você também. Passou por muita coisa, teve uma parada cardíaca e o traumatismo. Como a sua cabeça está? Está doendo? Não deixe de nos avisar se você sentir tonturas, visão turva, cabeça doendo. Precisamos ser notificados de tudo o que está acontecendo, para não deixar nada de mal acontecer à vocês três. Eu nem sei o quanto ouviríamos dos seus sogros e principalmente do seu namorado, se algo acontecesse à vocês” – ele diz e olha para a enfermeira que está tentando conter o riso.

“ – Mas Doutor, eu não tenho namorado, muito menos sogros.” – respondo.

“ – Bem, isso não é o que parece. Já que está tudo bem por aqui, vou deixá-la descansar um pouco.” – diz o médico já saindo pela porta. Tento relaxar, dormir, qualquer coisa, que não ficar pensando na gravidez e na certeza que esses filhos são do João Lucas e na confusão que irá dar, quando eu disser que é possível que eu não os queira. É uma atitude horrível eu sei, mas eu não estou pronta ainda para ser mãe. Estou pensando um monte de coisas ao mesmo tempo, com a mão sobre a barriga, em ter ou não esses bebês e o sentimento que terei depois de eu tomar uma decisão, quando a porta do quarto se abre e Lucas entra.

Percebo o quanto ele está diferente da última vez em que o vi, ele está todo abatido, mas com um brilho luminoso nos olhos, assim que entra solta um suspiro de alívio, que aquece o meu coração. Vem perto de mim e me dá um beijo na testa.

“ – Olha Du, sei tudo o que te fiz passar e já tentei muitas vezes nesses meses me desculpar, mas agora que você está acordada, posso lhe dizer todas as palavras que disse enquanto estava inconsciente. Você me completa, é a razão de eu estar vivo, de estar aqui. A razão do meu sorriso e da minha alegria, você dá um sentido na minha vida que nunca pensei ser possível. Irei pedir milhões de vezes que você me perdoe, mas por favor, da próxima vez que for atravessar a rua, olhe para os dois lados, tudo bem? Meu coração se despedaçou cada vez que te via e você não estava acordada. E agora, você tem dois lekinhos para cuidar, você não estará sozinha, nunca mais.” – disse o Lucas. Aquelas palavras tocaram e aqueceram o meu coração. Nunca tinha visto o Lucas tão decidido e emocionado, tão entregue de corpo e alma em uma situação. Eu estava até com medo de dizer o que eu pensava que não gostaria de ser mãe e essas coisas. Mas eu tenho que ser sincera com ele, sempre fomos amigos e é com ele que falo de tudo.

“ – Olha Lucas, eu sei que ultimamente não estamos muito bem e suas palavras são lindas, mas preciso ser sincera contigo. Eu não tenho certeza de que quero essas crianças” – digo. Lucas me observa depois dessa declaração e posso ver que ele já estava amando a ideia de ser pai, mas ainda não estou pronta.

“ – Eu sei que você está assustada Du, eu também estou, mas não desiste dos nossos lekinhos, não desiste de nós, me dá mais uma chance de tentar mudar tudo isso.” – ele pede segurando minha mão. Não consigo resistir e começo a chorar, eu sempre fui apaixonada pelo Lucas e vê-lo assim, tão entregue ao que nós iremos passar, não consigo desistir dos meus filhos, não consigo desistir de nós.

“ – Tudo bem. Mas só irei entrar nessa se você realmente quiser tê-los, se não Lucas, não terá ninguém que me convença do contrário se esses bebês forem rejeitados, irei pensar neles primeiro antes de qualquer coisa” – digo.

“ - Ih, olha lá, a gatinha já está colocando as garras de fora, para proteger os filhotes. Eu quero Du, eu quero ter vocês na minha para sempre, desde o momento em que o médico me disse que você está grávida eu precisava assumir os meus sentimentos: Eu te amo Eduarda, sempre amei!” – diz João Lucas. Eu só sei olhar para ele e chorar. Sim, ele disse isso e meu coração poderá até explodir de felicidade.

“ – Eu também te amo, desde o primeiro dia em que te vi.” – digo o puxando para um beijo. Nos beijamos apaixonadamente. Esse é o meu lugar. Ao lado do Lucas, sei que iremos passar por muitas coisas, mas sei que se ele não estiver ao meu lado, não serei feliz.


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Notas finais do capítulo

Aquele momento em que você escreve o capítulo e ele te faz amar ainda mais LucaDu ♥



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