A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 7
Checkmate, pirralho!




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-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, inseto! Inseto!- Eu sai gritando e pulando do meu chalé quando acordei – de shortinho e blusinha curtos de pijama e tudo- até o chalé de Hefesto, os garotos de lá eram os mais machos sem serem uns brutamontes como os de Ares.
Quando Charles Beckendorf me viu correndo, suspirou e se virou para um garoto com as mesmas feições másculas de seus irmãos.

- É a sua vez, Josh.

- O que? Mas o que eu tenho que fazer?- O garoto parecia desnorteado e perdido.

- É só matar o inseto gigante que estiver no chalé de Zeus. Aghata tem fobia de insetos. – Beckendorf parecia entediado, isso já acontecera muitas vezes antes.

- Mas... - O garoto pareceu querer protestar, ainda confuso, com certeza era novo aqui.

- Encare como uma iniciação. - Beckendorf o interrompeu, eu nunca o vira ser tão duro.

- Mas você disse que não teria iniciação. - O garoto continuou confuso. Normalmente eu sentiria pena dele, mas eu estava estressada. Tinha um grilo de 2 metros -não estou exagerando- no meu chalé e nenhum homem queria matar. Eu mesmo o mataria, mas a minha fobia não deixa.

- VAI LOGO MATAR A DESGRAÇA DO GRILO!- Eu comecei a gritar, colocando as mãos no rosto quase chorando.

- Calma, Aghata, é só um inseto. - Beckendorf disse enquanto me abraçava de lado, afagando as minhas costas.

- CALMA O CARALHO, A PORRA DO GRILO TEM 2 METROS DE ALTURA!- Eu gritei tirando as mãos do rosto. Ah, como é bom soltar uns palavrões de vez em quando. Eu tinha prometido parar de falá-los há um ano, mas em situações como essa não dá não.

Os filhos de Hefesto estavam me olhando com medo. Eu estava fazendo um escândalo, mas não estava nem ai, aquela maldita sabia que eu tinha fobia de insetos e ela ainda me manda uns gigantes? Desgraçada, corna, velha...

- O que está acontecendo?- Meus apelidos carinhosos foram interrompidos pela voz de Luke surgindo da multidão. Não tinha percebido que muitos campistas estavam por perto, tentando saber o que estava acontecendo.

-Inseto. - Um filho de Hefesto suspirou revirando os olhos. Eu lancei um olhar mortal para ele e ele abaixou a cabeça.

- Ah, Aghata, você está bem?- Luke me perguntou, saindo da multidão.As pessoas abriam caminho para ele.

- Luke, ele tem 3 metros!- Eu choraminguei feito uma criança, colocando a cabeça no peito de Luke enquanto ele me abraçava.

- Mas você disse que eram 2! 3 metros são de mais para mim!- O tal de Josh disse com medo.

- Eu não vou treiná-lo... Muito covarde- Eu me virei para Beckendorf, ele pareceu desapontado, mas riu. – Seu pai ficaria desapontado, moleque. - Eu me virei para Josh. Eu já não gostava dele.

- O que você sabe sobre meu pai, sua fresca?- Ele rebateu.

- Ah não. - Luke suspirou, tombando a cabeça para trás, enquanto vários ‘xiii’ e ‘se ferrou’ surgiam na multidão.

Nessa hora eu me soltei de Luke e andei devagar para perto de Josh com um olhar mortal, eu odiava quando me chamavam de fresca, era fobia!

- Escuta aqui, seu cagão, eu conheço mais seu pai do que você imagina, e ele é um homem muito corajoso ao contrário de você. Se você não quiser virar espetinho de covarde, vá AGORA matar aquele grilo!- Eu disse faiscando, de tão furiosa, colocando um dedo na cara dele, ele era alguns centímetros menor. Estava me controlando para não fritar o pirralho.

- Você não manda em - Ele tentou protestar.

- VAI LOGO, MOLEQUE!- Eu gritei no exato momento em que um pequeno raio caiu ao nosso lado. Ele saiu correndo gritando.

- Eu vou o ajudar. - Sunny, um nome irônico para uma filha de Apolo, se pronunciou baixinho, corando enquanto se virava e corria atrás de Josh em direção ao meu chalé.

Aplausos e assobios irromperam da multidão. Eu ri, mas ainda estava estressada. Estava cansada disso.

- Eu vou ajudar o pivete.- Eu murmurei para Luke.

- Eu vou com você, se não você vai fritá-lo.

- Reclama não, ele bem que merece - Eu disse estressada para Luke e comecei a correr com Luke logo atrás.

Quando chegamos à porta do meu chalé minha coragem virou pó. O bicho estava mexendo uma pata fininha, aquilo me deu tanto, mas tanto nojo.

- Aaaaaah, acaba com isso!- Eu gritei.

- Estamos tentando. - Josh disse revirando os olhos, decidi ignorar. Luke colocou uma mão no meu ombro me segurando no chão pra eu não pular no garoto.

- Sunny, o atraia para fora, aqui é melhor e não destrói meu frigobar. - Eu gritei para ela, enquanto ela tentava atacar o grilo com sua faca de bronze celestial. Ela tinha que chegar mais perto do bicho para atacá-lo, mas se ela chegasse perto demais ele poderia pisar nela facilmente.

- Tudo bem. - Ela gritou em resposta. - Falando nisso, belo chalé. Adorei os equipamentos.

- Obrigada, mas é meio solitário aqui, sabe como é. Por isso eu coloquei esses equipamentos.

- Aquilo é um computador? E aquilo é um Wii?- Os olhos de Josh brilhavam olhando para os equipamentos do meu chalé. – Oh deuses, aquilo é um armário de doces?

- Sim, mas você não vai tocar em nenhum deles. - Eu estava sendo cruel, admito, mas pode me chamar de tudo menos fresca, ainda mais quando se trata de insetos gigantes.

- Ei, vocês, nós podemos matar esse bicho e depois falar de Guerra nas Estrelas?- Luke disse com ironia, enquanto tentava se defender da pata do bicho.

- Oh, desculpe. – Eu disse correndo para ajudá-lo, tentativa inútil de encarar o meu medo. Quando o bicho levantou a pata, eu sai correndo para fora do chalé gritando.

O bicho me seguiu, parece que ele recebeu ordens da maldita. Aproveitei e gritei:

- Sunny, segue o plano estufa!- Sunny assentiu com a cabeça. Todos correram até mim.

Eu comecei a gritar e correr, sacudindo os braços em volta do monstro, deu certo. Ele tentava seguir meus movimentos com a cabeça e logo ficou desnorteado.

Olhei para Sunny, para ver se ela estava seguindo com o plano. Ela estava com os braços estendidos para o céu, murmurando alguma coisa, eu só pude entender: ‘vamos lá, papai’. Ela apertou os olhos e o Sol começou a brilhar muito, fazendo um holofote de raios de Sol envolta do grilo. Ele começou a espernear e ‘gritar’. Eu tive que me controlar para não sair gritando de novo.

De repente o monstro não estava mais lá, só restavam cinzas na grama queimada onde o monstro deveria estar. Eu acho que eu treinei bem essa garota.

- Parabéns, Sunny! – Eu disse bagunçando um pouco seu cabelo. Ela era três anos mais nova que eu e estava aqui há uns 2 anos, período integral. Sua mãe morrera quando um monstro as atacou.

- Obrigada, mas foi você que me ensinou. – Ela disse corando. Resolvi ignorar, hoje eu não queria créditos. E comecei a aplaudir, logo todo mundo estava aplaudindo também. A multidão surgiu atrás de mim e eu nem tinha visto.

Me distanciei da multidão e deixei que bajulassem Sunny. Luke estava ao meu lado.

- Ela vai ver. - Murmurei para Luke.

- Foi ela? Você quer dizer ela? Ela He...? – Ele parecia bem surpreso. Tapei sua boca com a minha mão.

- Não diga nomes, ela está por toda parte Luke, ela não pode ouvir. – Eu sussurrei para ele. Estava me sentindo como em 007. Ele me olhou como se eu fosse louca. – Eu vou falar com Dionísio.

- Eu comecei a andar devagar, olhando para os lados. Eu estava viajando um pouco.

- Eu acho melhor você trocar de roupa primeiro. - Luke gritou rindo, olhando para a pequena parte da minha barriga que estava à mostra. Ah droga, eu tinha esquecido que ainda estava de pijama.

Eu olhei para mim mesma, corei, e sai correndo para dentro do chalé. Procurei a roupa mais misteriosa que eu pude: Um short preto de couro e uma blusa vermelha que colavam no corpo, coloquei um sneaker preto com detalhes fluorescentes e sai.

- Aonde você vai, Bond Girl Filha de Hades?- Luke riu quando me viu saindo do chalé. Tenho que admitir que eu fiquei meio feliz quando ele disse que eu parecia uma Bond Girl, era a minha intenção. Eu vivo metade no meu mundo de magia metade no mundo real, é.

- Vou falar com Dionísio, aquela velha vai se ver comigo. – Eu falei andando firme e decidida para a Casa Grande.

- Ótimo, eu vou com você. – Ele se ofereceu, andando ao meu lado.

- Não Luke, esse assunto não é para você, ela pode te machucar, mas a mim não. - Eu disse preocupada, parando e colocando uma mão no seu peito, o parando.

- Tudo bem, eu te acompanho. – Ele deu um sorriso travesso e pegou meu pulso de seu peito, me puxando enquanto ele andava todo confiante.

-Luke, eu estou falando sério, ela é a rainha dos deuses. – Eu tentei o parar, mas ele era muito forte.

- E o meu pai é o mensageiro deles. - Ele disse rindo, aposto que ele estava se divertindo com isso.

- Luke! Você não está levando isso a sério! Ela não gosta de nenhum meio sangue, nós somos frutos da infidelidade. – Eu o tentei parar, gritando. Estava quase chorando de tão frustrada.

- Aghata, eu não vou te deixar sozinha nessa! Ela pode te matar!- Luke começou a gritar, pareceu preocupado e um pouco sério.

- Não! Ela não pode me matar, ela pode me amaldiçoar, mas me matar não. Zeus não a deixou matar seus filhos quando eles eram muitos, porque Hades, agora que eu sou a única, ele deixaria? – Eu comecei a gritar também. Ele virou a cabeça para o lado e fez uma cara de decepção, tristeza e raiva juntas.

- Ótimo, se você está tão confiante, vá. Mas não diga que eu não te avisei. Seu orgulho um dia ainda te mata. – Ele soltou meu pulso e falou, sem olhar para mim.

- Luke, - Eu murmurei calmamente, pegando seu rosto e o fazendo olhar em meus olhos. – eu prometo que ela não vai me fazer mal, eu só vou pregar uma peça, nada demais.

- Muito confiante... - Luke murmurou para si, ele parecia prestes a chorar, mas eu sabia que ele não faria isso, Luke teve uma vida difícil e, assim como eu, ele aprendeu a reprimir suas emoções. Eu o abracei.

- Luke, eu já fiz isso milhões de vezes, é só uma brincadeirinha. - Eu sussurrei em seu ouvido.

- Não, Aghata, não é só uma brincadeirinha. Hera não tolera brincadeirinhas, se existe alguém mais mal humorado que seu pai, é Hera. – Trow. Raio.

- Nomes!- Eu disse me separando dele. – Ah Luke, por favor, você está subestimando meu parentesco com Atena, eu não vou fazer nada. – Eu ri.

- Como assim? – Ele pareceu confuso.

- Um bom jogador nunca atua de forma direta. Não é isso que os deuses fazem? Você devia saber disso, Filho de Hermes, deus dos ladrões.

- O que você vai fazer?- Ele perguntou, levantando uma sobrancelha perfeitamente arqueada – herança de seu pai.

- Hmmm... Você quer mesmo saber?- Eu disse rindo, quando nós estávamos quase chegando à Casa Grande.

- Sim?- Ele disse com um tom óbvio.

- Então depois eu te conto. - Eu dei um beijo na bochecha dele e corri para dentro.

- Mas... - Eu o ouvi reclamar enquanto eu fechava a porta atrás de mim rindo.

- Se divertindo, pirralha? - A voz de Dionísio me fez pular.

- AH, que susto!- Eu gritei ofegante colocando a mão em meu coração que estava quase saindo do peito.

- O que você quer?- Ele riu.

- Eu vim falar com você. – Eu disse sentando no sofá cruzando as pernas e arqueando uma sobrancelha, continuando em meu mundo de fantasia.

- Manda. Não tenho nada melhor para fazer mesmo. – Ele suspirou se jogando no sofá a minha frente.

- Porque você está aqui, Dionísio?- Eu me inclinei para frente.

- Porque eu moro aqui? Dã. - Ele rolou os olhos de um lado para o outro.

- Não! Eu quero dizer, porque você está morando aqui?- Eu rolei os olhos.

-Er... Porque eu estou cumprindo a minha maldição por ter perseguido uma ninfa proibida. – Ele explicou ainda rolando os olhos.

- Exato! E quem te amaldiçoou?- Eu encostei as costas no sofá, ainda com a sobrancelha arqueada.

- Papai. - Dionísio disse com raiva.

- NÃO! Não foi ele. – Eu disse impaciente, saindo do meu disfarce imaginário.

- E quem foi então?- Ele disse parecendo se interessar por alguma coisa na vida, finalmente.

- Nossa querida madrasta. - Eu me levantei e comecei a andar devagar em torno das poltronas da sala, voltando ao personagem.

- É verdade! Ela me perseguiu a minha vida mortal inteira... – Dionísio parecia pensativo.

- E então? Você é o deus festeiro. E festeiros sempre tiram a limpo quando alguém os caçoa. – eu parei a sua frente, arregalando por um momento os olhos, produzindo raios neles para parecerem perigosos. Um truque que eu aprendi em Elektra, minha heroína.

- Isso não vai ficar assim. - Dionísio se levantou, batendo o punho no braço do sofá. A raiva atingindo seus olhos vinho.

Eu sorri triunfante.

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Notas finais do capítulo

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