A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 6
Bipolaridade Lunar


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capitulo é meio que inspirado nas minhas duas melhores amigas, que ajudaram a construir a Aghata junto comigo, com os nossos maiores defeitos e qualidades.



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Eu acordei toda animada e disposta. Eu fui para o refeitório, talvez agora eu fosse a única lá, mas eu não estava nem ai. Eu tinha dormido só umas 4 horas, é, o encontro com Apolo durou mais do que eu pensava.

Eu comi cereal com leite, e suspirei, com saudades das minhas vitaminas de banana, maldito Dionísio.

Depois que eu comi, resolvi ir falar com Silena Beauregard, ela era minha melhor amiga e por ser filha de Afrodite, adorava quando eu contava meus problemas amorosos, e era a única delas que não queria saber para espalhar uma fofoca. ‘‘Você ficou sabendo? Aghata, a filha de Zeus, estava conversando com Apolo, o Deus do Sol na colina, aposto que eles estavam marcando o casamento. Aaaah, que romântico!’’

Fui andando do refeitório para o Chalé de Afrodite, quando eu ouvi uma risada macia e infantil, era a risada da Annabeth.

- É sério- A voz de Percy me surpreendeu, eles estavam rindo a beça. Bem que eu notei que ele corou quando Quíron falou de Annabeth. Eu resolvi chegar mais perto de onde as vozes vinham, me escondendo atrás de um arbusto, olhei através dele, e vi os dois sentados na grama, rindo, lado a lado. Percy deu uma olhada doce para Annabeth e ela corou, abaixando a cabeça. Que fofo!

- Ahá! Te peguei! Sabia que você tinha algum parentesco com a minha mãe!- A voz de Silena me fez pular.

-Shhh, S! Olhe aqui que fofo. – Quando eu estava com Silena eu liberava meu lado patricinha adolescente.

Eu a puxei e ela sentou ao meu lado atrás do arbusto.

- Aaaaah, o amor não é a coisa mais linda que existe?- Ela suspirou. Filhas de Afrodite, melosas, mas adoráveis, o que fazer com elas?

- É, às vezes- Eu admiti.

- Ás vezes o caramba. Aaaaah, olhe! Ele está pegando no rosto dela, eles vão se beijar! Que lindo!- Ela começou a bater palmas toda feliz, quando Percy levantou queixo de Annabeth.

- Não interfira, Silena!- Eu sabia que ela estava tentando usar seus poderes de filha de Afrodite nisso. – Eu tive um sonho, e eu acho que é sobre os dois.

-Ah, conta, conta!- Ela ficou mais feliz.

- Ela vai ajudá-lo com alguma missão. Eles ainda têm uma história pela frente, S.- Eu suspirei, olhando para eles. Silena tinha razão, eu adorava um romance.

- Ouuuuuuuun, que fofo!- Ela bateu palmas mais uma vez, feliz, mas então pareceu se lembrar de alguma coisa. – Mas, venha, eu sei que você tem alguma história romântica para me contar. - Ela me puxou.

- Tá bom, S! Respira. Espera, como você sabe disso?- Eu falei um pouco alto. Ela se levantou e olhou pra mim com uma cara tipo ‘’- Filhas de Afrodite... - Eu suspirei teatralmente revirando os olhos enquanto eu me levantava.

Nós começamos a rir, acho que alto demais, porque quando nós olhamos para o lado, Percy e Annie estavam nos olhando meio incrédulos e envergonhados.

- Droga! Fomos pegas, A! Corre!- Silena começou a correr, eu não sabia se eu ria, me abaixava de novo ou começava a correr. Decidi que não iria ficar sozinha nessa, então sai correndo atrás de Silena.

Nós paramos depois de correr, nos encostando atrás de uma árvore, arfando. Olhamos uma para a outra e começamos a rir descontroladamente.

- O que foi isso? ‘‘ aaah, corre, A! Corra pela sua vida!’’ – Eu comecei a correr com as mãos abandando, imitando Silena e rindo.

- Ah, nem foi assim. E você? Ficou lá com cara de paisagem. - Nós rimos ainda mais, depois que nós paramos de rir, começamos a andar em direção à praia.

- E então, o que você tinha para me contar? – Silena me perguntou quando nós chegamos à praia, eu sabia que ela queria se sentar na praia para a história ser ainda mais romântica.

- Ah, isso. Eu estava te procurando para contar isso.

- Eu sei, eu senti isso quando vi você no arbusto, espiando o menino novo, falando nisso, rapidinho ele hein? - Começamos a rir. - Mas sério, conta. - Ela parou de rir.

- Promete que não conta pra ninguém?- Eu perguntei só pra me certificar mesmo.

- Claro né - Ela fez uma cara de tédio – Posso ser filha de Afrodite, mas fofoqueira eu não sou.

- Bem, é que... Ontem, eu recebi uma visita- Eu comecei, corando.

- Apolo, eu sei, não precisa corar por causa disso, agora anda, continua- Ela revirou os olhos. Olhei para ela com uma cara de repulsa com medo, meio ‘sua estranha!

- Sim, ai ele disse que me ama!- Eu animei. Ela começou a dar gritinhos e bater palmas freneticamente.

- Não é só isso, anda, conta – Ela disse limpando uma lágrima.
Contei pra ela, ela dava gritinhos e falava: ‘‘Nossa ou oun, que lindo ou ai, Apolo gostoso!’’ Eu estava morrendo de rir.

- Oooooooun, que fofo, vocês vão casar, eu tenho certeza!- Ela se emocionou mais ainda.

- Silena, ele é um deus!- Eu disse, como se isso fosse óbvio, e era mesmo.

- E daí? Você é semideusa, ta quase lá. - Com essa eu tive que rir.

- Silena, volta pro mundo real. - Eu estalei os dedos na frente dos olhos dela.

- Aghata, você namora um deus, isso é normal? Acho que não. - Ela abaixou minha mão.

- O único jeito de nós casarmos seria se eu me tornasse uma deusa. - Eu disse meio decepcionada, mas meio sonhadora, me sentando, Silena se sentou ao meu lado.

- Mas vocês já conversaram sobre isso não é?- Ela perguntou meio cautelosa e calma, olhando para o mar, bipolaridade.

- Sim... Não... Mais um menos- Eu fiz uma cara de tortura para Silena.

- Como assim mais ou menos? Ou vocês conversaram ou vocês não conversaram.

- Bom... Um dia nós estávamos conversando sobre o futuro, e isso é meio injusto com o deus das profecias, mas ele disse que queria ficar comigo pra sempre, e outra vez, disse que recebeu uma profecia, que ele achava que era sobre mim, mas se referia a uma deusa... Eu, eu não tenho certeza, S.- Eu disse meio triste, voltando a olhar o mar.

- Oun... - Ela suspirou. – Gente, como esse Apolo é gostoso. – Ela mudou a voz para um tom mais grave. Será que todas as filhas de Afrodite são bipolares assim?

- Silena, tem umas meninas brigando no chalé porque a Stephanie roubou a blusa da Lindsay, e blábláblá. - Uma irmã de Silena chegou ofegante a nossa frente.

- Mas, as roupas são de todo mundo. - Silena se levantou preocupada e séria.

- Quem disse que eu já não disse isso? Você precisa ir lá resolver, por Afrodite. - A menina disse desesperada.

- Tudo bem, eu estou indo. - Silena se virou para mim. – Sinto muito, talvez mais tarde eu volte. – Eu olhei para o sol, para ela fazer o mesmo, ele já estava quase se pondo, nós ficamos conversando por horas. Ela fez uma cara de desculpa.

- Tudo bem, S. Eu te vejo no jantar. – Eu dei um sorrisinho pra ela.

- Tudo bem então, tchau- Ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo com a sua irmã ao seu pé.

Eu fiquei ali olhando o sol um tempo, quando a Lua apareceu.


Hoje era lua nova, a lua estava linda, com o formato do arco de Ártemis, minha cunhada. Ártemis sempre disse que me admirava, e seria um prazer me ter como uma Caçadora, mas quando ela ficou sabendo do meu pequeno romance com seu irmão, ela ficou desapontada e furiosa, gritava com o irmão falando que ele fizera isso de propósito, só para eu não me juntar a ela, como se um dia eu abriria mão do amor para caçar uns monstros, tudo bem que eu me tornaria imortal, mas há outros jeitos de se ter a imortalidade sem se tornar uma eterna donzela.


Eu peguei Alexis do meu cabelo quando eu pensei nisso, me deu uma vontade de treinar arco e flecha. Eu nunca tentei transformar Alexis em um arco e, mas quem sabe daria certo.
Eu peguei a vara na mão e tentei me concentrar em transformá-la em um arco, e deu certo. Mas eu não tinha flechas.

- Precisa de uma dessas?- Uma voz doce e antiga disse atrás de mim, e um braço branco e delicado estendeu uma flecha de prata para mim. Eu me virei para a pessoa, já sabendo quem era.

- Ah, obrigada. - Eu disse pegando a flecha, e coloquei-a no arco, mirando em uma árvore. A árvore foi flechada, e de repente se transformou em uma ninfa reclamando enquanto tirava a flecha de sua perna. – Desculpe- Eu gritei, não sei se ela me ouviu, pois estava longe demais.

- Ah, é mesmo uma pena. – A garota suspirou, enquanto me olhava com admiração e desapontamento. – Você é muito habilidosa.

- Eu sinto muito, Ártemis, mas é uma regra muito difícil de obedecer. - Eu disse enquanto pegava outra flecha que surgiu em sua mão.

- Todas acham isso no começo, logo superam. - Eu coloquei a flecha no arco, e mirei, quando estava pronta para atirar, uma mão fria e delicada levantou um pouco meu cotovelo e meu queixo.

– Pronto, pode soltar. - E assim eu o fiz, a flecha acertou uma pequena pedra com tanta precisão que eu fiquei impressionada. - Postura é sempre importante. – ela disse.

- Porque você fez essa escolha?- Talvez não fosse a pergunta certa a se fazer, mas eu sempre tive essa duvida. – Por causa de Apolo?

- Ele é outra pessoa com você, Aghata. Ele é imprudente, inconseqüente e egoísta. Mas você, você é tão madura, altruísta, inteligente e bonita, não é a toa que Afrodite te considera a favorita dela. Aghata, você tem um futuro pela frente, não só como Caçadora, mas você poderia se tornar uma deusa, e talvez até fosse a décima terceira deusa olimpiana.

- Décima quarta. Prefiro não excluir meu tio, ele já não gosta muito de mim. – Eu a corrigi sorrindo, fazendo uma careta teatral. Ela riu

- Você não precisa ter medo de ninguém, Aghata. Você é mais poderosa do que imagina. – Ártemis me disse, colocando uma flecha em Alexis, o que eu achei bem estranho, já que Alexis só obedece a mim e aos que ajudaram a construí-lo, caso contrário ela se transformaria em grampo de cabelo de novo.

- Você deu a forma de arco à Alexis não é?- Eu perguntei intrigada. Ela sorriu, confirmando, e eu vi uma flecha voando e acertando um peixe no mar.

- Seu avô não vai ficar muito feliz com isso. - Ela disse fazendo uma cara de decepcionada.

- Ártemis, já que você sabe sobre os meus poderes, você bem que podia me ajudar. - Eu disse cuidadosa, corando.

- Eu não posso, mas adoraria. É contra as regras ajudar diretamente os heróis. Mas se você se tornasse uma das minhas Caçadoras...

- Eu sinto muito, mas se tornar uma eterna donzela não é cogitável para mim.

- É mesmo uma pena, Aghata, você é linda, habilidosa, gentil e simpática, e muito poderosa, você pode ter qualquer um aos seus pés, não precisa dele. – Eu fiz uma cara de: ‘olha o que você falou’ pra ela. – Mas você não precisa ter nenhum deles, eles são inúteis, só servem para nos fazer sofrer. – ela completou- Você fica o esperando sofrendo por dias, até ele vir até você. E você sabe que ele é infiel. – Isso me machucou de um tanto.
-
É o papel dele, ele é um deus. Eu sou fruto da infidelidade olimpiana. - Eu disse enquanto tentava conter a lágrimas, mas uma correu pela minha bochecha.

- Ele sabe que você não gosta disso, e continua fazendo. Ele é diferente perto de você, Aghata, mas ele ainda é o irmão infantil que me fez desistir dos homens. – Ela disse limpando a minha lágrima, eu não pude conter das outras virem, mas tentei parar o máximo que eu pude. – Não vale à pena chorar por ele, Aghata. - Ela disse afagando minha bochecha com o polegar, me lançando um olhar de empatia. Eu abaixei o rosto. – Bom, não é por isso que eu vim aqui. - Ela se afastou.

- Pra que foi então?- Eu perguntei acabando de limpar minhas lágrimas.

- Eu vim para lhe dar isso- ela estendeu uma correntinha prata, e nela pendia um pequenino pingente de lua. Meus olhos brilharam, era lindo. – Vejo que você já tem o sol, agora você também tem a lua. – Não sei se ela se referiu ao colar de sol ou a Apolo.

- Obrigada, Ártemis, é muito lindo. – Eu disse sem tirar os olhos do colar, eu queria tocá-lo. – Ele brilha como a lua. - eu sussurrei o observando.

- É, é a mesma coisa do pingente de sol que meu irmão te deu, a aliança que Atena te deu e a pulseira de coração que Afrodite. Essa é a minha benção, você pode não ser uma Caçadora, mas minha proteção te acompanhará. – Ela disse colocando o colar no meu pescoço.

- E-eu nem sei o que dizer. É lindo. - Eu estava tão impressionada com o colar e a benção, que eu só pude lhe dar um abraço.

- Se cuide, e que os deuses estejam com você- Ela disse se afastando. Ela começou a andar, mas se virou de novo. – Ah, agora que você descobriu a forma de arco de Alexis, acho que você vai precisar disso. – E sumiu.

Eu não sabia do que ela estava falando, mas tinha uma idéia, idéia que foi confirmada quando eu vi uma coisa brilhando prata ao meu lado, e nele tinha uma cesta com flechas pratas, igual a das Caçadoras.

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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado. reviews me fariam beeeem feliz