A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 22
Drácula


Notas iniciais do capítulo

desculpem, eu acho que o cap ficou pequeno, mas eu queria postar logo 



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POV Apolo

 

Aghata se mexia intensamente na cama, como se estivesse tendo um pesadelo. Seu peito subia e descia como se ela estivesse levando choques de um desfibrilador. Sua respiração estava irregular e pesada, seus dedos agarravam firmemente as pontas do travesseiro e fracos gemidos de dor saiam de seu peito. Apesar disso tudo, seus olhos continuavam apertados.

 

- Aghata?- Eu cheguei perto hesitante. E então ela fez uma coisa que me surpreendeu.

 

- Apolo... - Ela gemeu agarrando minha camisa e me puxando para um beijo. Eu estava paralisado, estático, não respondia ao seu beijo e nem respirava. – Ai meu deus. – Ela abriu os olhos de repente, me olhando assustada.

 

- Deuses. – Eu corrigi no automático.

 

- Me desculpe, eu estava sonhando que... – Ela deixou a frase morrer, se afastando e corando.

 

- Ah. - Eu abaixei a cabeça e acho que pela primeira vez na minha existência, corei.           

 

- Já volto. – Ela se levantou e começou a caminhar em direção ao banheiro. Tive que me controlar para não puxá-la para mim e beijá-la. Em todos os meus anos, nunca vira alguém tão bonita como Aghata. Seu corpo curvilíneo e musculoso e seus 1, 70m formavam uma combinação perfeita e graciosa.

 

 Ela parou perto da outra cama no quarto e fez uma cara curiosa para ela.

 

- Ela já acordou. – Eu respondi quando entendi qual era a sua duvida.

 

- Ela te viu aqui?- Ela franziu o cenho.

 

- Não, quando ela estava chegando eu me escondi e voltei quando dormiu. – Eu sorri.

 

- Esperto. – Ela sorriu para mim e pegou sua mochila, indo para o banheiro.

 

POV Aghata

 

Quando fechei a porta do banheiro atrás de mim, eu tive um minuto para pensar no que aconteceu.

 

Talvez isso tudo fosse errado e precoce. Mas ultimamente, eu precisava de Apolo como nunca, preciso do corpo dele perto do meu, dos lábios quentes e doces dele. Não sei por que, talvez sejam os hormônios, mas ultimamente eu penso – e sonho – coisas ‘erradas’ sobre ele. E acho que com o meu super fofo e comportado ato de agora, ele tenha percebido.

 

Pensar que meus pensamentos secretos haviam sido revelados me fez querer ficar ali no banheiro a vida inteira, chorando de ódio e vergonha.

 

- Ai deuses. – Eu enterrei a mãos no cabelo apoiando a cabeça nos joelhos, sentada na privada de tampa fechada.

 

- Aghata? – A voz de Annabeth do outro lado da porta me fez sair do meu transe.

 

- Só um minuto, estou escovando os dentes. – Eu gritei em resposta, o fazendo de fato.

 

- Ah, tudo bem.

 

Olhei para a maçaneta, dividida. Eu queria ficar ali para sempre, mas eu sabia que o mundo real me esperava, e o mundo real incluía Apolo, o que era bom. Resolvi tomar vergonha na cara e abri a porta de uma vez, mas logo me arrependi.

 

No lugar onde Annabeth devia estar, estava aquele homem sorrindo demoníaco para mim. Dessa vez, o pano que cobria seu pescoço não estava lá, de modo que dava para ver a cicatriz que a empousa fizera. E o liquido preto agora era vermelho; sangue.

 

- AAAAAAAH- Eu gritei, fechando a porta de novo, por puro reflexo. Ouvi uma risada grotesca lá fora. – APOOOOOOOOOOOLO!- Tentei pedir socorro.

 

Uma coisa dourada começou a brilhar na minha mão, quando olhei, quase fiquei cega. Era um bilhete. Em um papel dourado, estava escrito em preto com uma letra extremamente elegante, em grego antigo.

 

‘Sabia que você me chamaria. Tive que ir, um compromisso urgente me chamou, sinto muito. Prometo que logo vou te visitar.

Te amo,

        Apolo.’

 

Fiquei olhando maravilhada o papel, analisando as letras gregas elegantes e antigas, semicerrando os olhos para não ficar cega com a luz do papel dourado.

 

- EI, VAMOS BRINCAR DE ENIGMAS!- O homem sorriu na janela do banheiro.

 

- VÁ EMBORA. - Eu gritei quase chorando, me encostando na parede, havia levado um susto.

 

- PRIMEIRO ENIGMA: QUEM VAI MORRER AQUI?- Ele bateu no vidro. Fiquei paralisada, não havia como ele estar ali. A janela dava para rua, só se ele estivesse voando... – NÃO SABE? PRIMEIRA DICA: VOCÊ. – Ele riu grotesco, quebrando o pequeno vidro da minúscula janela.

 

- CAI FORA, MONSTRENGO. – Eu gritei, abrindo a porta do banheiro e saindo correndo. Olhei para o quarto, sem saber o que fazer. A porta estava trancada, não havia como sair dali.

 

- SEM OPÇÕES, NÃO É?- O homem gargalhou agachado como um vampiro de livros na janela, em posição de ataque.

 

- AI MEUS DEUSES. O QUE VOCÊ É? O DRÁCULA?- Eu gritei rindo, o que não foi muito inteligente.

 

- Mito ridículo. – O homem rosnou, saltando da janela. Não sei como ele fez aquilo, mas enquanto ele estava no ar, sua pele começou a ficar mais pálida, e ele caiu em cima de mim.

 

- AH, CAPETA! ME SOLTA!- Eu tirei minhas pernas de baixo dele e me levantei correndo.

 

- CAPETA NÃO!- Ele se levantou também, andando devagar e perigoso atrás de mim.

 

- Vamos lá, vamos lá. – Eu murmurei, tentando arrombar a maçaneta da porta do quarto com Alexis.

 

- Não vai dar, desista. – Ele riu, chegando cada vez mais perto. – É o seu destino.

 

- Sai!- Eu gritei engolindo o choro, mexendo Alexis no ar entre eu e ele. Ele recuou com o grito perdido no vento, olhando para Alexis com medo e curiosidade.

 

- Da ultima vez que nos vimos você não tinha esse brinquedinho. – Ele riu com repulsa, mas ainda recuando.

 

Senti a tranca da porta cair no meu pé - o que foi bem diferente de um beijo nele, devo acrescentar. Sorri, apesar da dor.

 

- Da ultima vez que nos vimos você não parecia tão... – Chutei a tranca da porta para cima, fazendo-a cair na palma da minha mão, não me pergunte como. – morto. – Eu ri sarcástica, jogando a tranca na cara dele e saindo correndo porta fora.

 

- EU. TE. MATO. – O homem rosnou, pude ouvir seus passos pesados tremendo o chão de madeira, enquanto corria no corredor com as milhares de portas, tentando adivinhar qual era a de Luke. Os passos pesados começaram a fazer uma espécie de barulho metálico.

 

- LUUUUUUUUUUUUUUUUUKE!- Eu gritei enquanto corria para a janela no final do corredor, pensando em um plano B.

 

- Acho que ele está ocupado demais. – A coisa riu, sua voz ainda dentro do quarto e fora do meu campo de visão. De repente uma névoa apareceu a minha frente, me mostrando uma imagem, como uma Mensagem de Íris.

 

O sorriso branco e brilhante de Luke foi a primeira coisa que eu notei na névoa, a segunda foi um rosa, a cor tomando as bochechas de uma garota ao lado dele. A garota sorria tímida para Luke, cabisbaixa, enquanto ele hesitante colocava uma mão no rosto dela. Reconheci o olhar de Luke no mesmo instante. Um fogo começou a engolir meu corpo, não como quando eu vejo Apolo, mas como quando viajei no fogo com Ethan. Meus ouvidos começaram a zunir, senti meu sangue fervendo enquanto ocupava cada pedaço do meu rosto, meus punhos tão apertados que minhas pequenas unhas machucavam a palma. Aquele olhar era de paixão, admiração. Eu só vira Luke olhar assim para uma pessoa na vida: Eu.


É claro que eu estava feliz por Luke gostar de outra pessoa, mas eu sou egoísta, ciumenta e egocêntrica. Não queria que meu melhor amigo tivesse... Outra pessoa por perto. Não queria que aquela garota existisse, não queria dividi-lo com ela. Não queria que ele fosse de ninguém, só meu. Meu melhor amigo, minha esperança, minha alegria, meu confidente, a pessoa que mais me conhecia no mundo, a pessoa que me dava animo para enfrentar mais um dia terrível de meio sangue, a pessoa que me fazia rir como ninguém, a pessoa que me acalmava, a pessoa que me protegia, a pessoa por quem lá no fundo, eu era apaixonada. 

 


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Notas finais do capítulo


e ai? descobriram quem é o monstro? me contem por review.