A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 12
Luxúria Vaidosa




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- Ah não, me diga que você não está nem pensando nisso!- Uma voz doce e feminina se alterou atrás de mim.

- Ah, Afrodite, não se preocupe. Eu não sei o que fazer. – Eu suspirei ainda virada para o espelho. Todo esse estresse me deixou vaidosa, eu estava me maquiando para dormir.

- Ah, use essa sombra, vai ficar lindo. – Uma mão bronzeada e delicada com unhas vermelho-vivo apontou para uma sombra prata no meu estojo de maquiagem.

- Ah, obrigada. – Eu disse toda simpática, passando a sombra que ela indicara. – É Toque de Ira?- Eu peguei a mão de Afrodite, olhando as unhas.

- Sim, é lindo não é? O melhor esmalte que os mortais já inventaram. – Ela se animou, fazendo um banco cor de rosa aparecer e se sentando ao meu lado. Ela começou a se olhar no espelho e retocar a maquiagem. – Ei, espere! Você não vai me enganar assim, queridinha. – Ela olhou feio para mim.

Ela era ruiva, com pequenas e fofas sardinhas nas bochechas e no rosto, seus olhos eram verdes esmeralda e seus lábios eram cheios e sensuais. Eu sabia que ela pareceria com aquilo que a pessoa que a visse pensasse que era a perfeição.

- Afrodite, eu não sei o que fazer. – Eu suspirei, encostando a cabeça em seu ombro.

- Ah, querida, não fique assim. Você ama Apolo, não ama? Então fique com ele. O amor é a única coisa que realmente importa nessa vida, é para isso que vivemos. – Ela começou a falar, afagando meu cabelo.

- Mas ele é infiel. – Eu disse rápido, antes que ela começasse a fazer o discurso de quanto o amor é importante e blábláblá.

Acho que ela não gostou muito do que eu disse, pois ela se levantou, colocou as mãos na cintura e me olhou com reprovação.

- Você acha que ele é infiel? Ártemis te disse isso? – Ela estava quase gritando de tão indignada. – Ah, Zeus. Estou parecendo sua mãe. – Ela suspirou se sentando de novo ao meu lado mais calma. – Aghata, seu pai estava brigando com ele porque ele não era infiel. – Ela colocou a mão em cima da minha, falando docemente.

- Como assim?- Eu estava confusa, porque meu próprio pai gostaria que meu namorado fosse infiel?

- Em todo esse tempo que vocês começaram a namorar, Apolo não teve nenhum meio sangue. Ele não se apaixonou por nenhuma mortal. Isso é errado, deuses devem ter filhos com mortais. – Ela explicou. - Sem semideuses, sem heróis, sem amor proibido, sem romance, sem nada. – Ela suspirou triste.

- É verdade? Ele não teve nenhum filho?- Estava esperançosa, eu caía em qualquer coisa.

- É claro! Isso significa que daqui a 10 anos, não terá nenhum filho de Apolo com 10 anos! E nem meio! – Seus olhos brilharam. – Depois ainda dizem que eu sou burra. – Ela revirou os olhos.

- Você é demais ti... - Ela me deu um olhar de reprovação, me lembrando que se eu a chamasse de tia alguém teria uma espinha enorme aqui. – Quer dizer, Afrodite! Eu te adoro. – Eu dei um abraço nela.

- Ah, querida, eu também te adoro. – Ela retribuiu o abraço. – Você é uma fofa!- Ela se separou me olhando. Eu sorri para ela. – Estava com saudade de ver uma beleza como a sua.

- Ah Afrodite, você que é linda!- Eu bajulei um pouco.

- Ah, eu sou mesmo não é?- Ela mexeu nos cabelos, se olhando no espelho. – Ah, eu tenho que ir. Ares está me esperando. - Eu ri um pouco. Achava engraçado quando ela me contava de Ares. - Não conte para Hefesto, hein. – Ela riu.

- Pode deixar. – Eu abri um sorriso de orelha a orelha.

Ela começou a se levantar para ir embora, mas parou e se virou para mim.

- Ah, Aghata, você está ainda mais linda. – Ela deu um sorriso de boca fechada.

- Obrigada. – Eu sorri.

- Espero que minha benção esteja te ajudando. - Ela sorriu e de repente eu perdi a vontade de sorrir, pois eu pareceria o Godzilla depois de Afrodite.

- E está. Sempre me ajuda a escolher uma roupa e conseguir coisas. – Eu ri triunfante. Ela também riu, e de novo eu quis me matar. Sua risada era musical, como sinos titilando suave e calmamente.

- Tudo bem então, estou indo. – Ela me deu dois beijinhos na bochecha. – Tchauzinho, A.

- Tchau, A. – Eu sorri. Tirei os olhos do brilho rosa rapidamente, apesar de estar tentada a olhar sua forma divina.

Assim que Afrodite foi embora, meu sorriso morreu, minha felicidade foi embora e eu voltei a ter aquela sensação de estar perdida. Despenquei no banco e fiquei triste por o banco rosa não estar lá. Comecei a chorar por falta do que fazer, eu estava confusa e adorava chorar sozinha, acho que já são motivos suficientes.

- De novo chorando?- Uma voz quente me perguntou tocando meu ombro com a mão. Aquela voz me deu uma onda de felicidade, mas eu tentei esmagar ao máximo e não deixar transparecer.

- Sim. – Eu disse friamente. Levantei-me, limpei as lágrimas, deitei na minha cama e cobri meu corpo inteiro até a cabeça com o cobertor, me virando para a parede.

- Você está brava comigo?- Ele sussurrou deitando atrás de mim, apoiando a cabeça em meu ombro e afagando meu braço.

- Você está usando a coroa de louros. – Minha voz saiu abafada pelo travesseiro que eu enfiei a cara.

- E o que tem? – Ele parecia saber qual era o problema, mas queria confirmar.

- O problema é que essa coroa é uma ninfa! A ninfa que você amou e prometeu cuidar pra sempre há milhares de anos. – Eu tirei o cobertor do rosto de uma vez, fazendo-o chegar para trás.

- Você sabe sobre Dafne?- Ele sussurrou olhando para o lado, culpado.

- Wikipédia está ai para isso, meu amigo. – Eu respondi com sarcasmo, voltando para de baixo do cobertor, mas ele me impediu.

- Você pesquisou sobre mim?- Ele riu um pouco chegando mais perto.

- Não. – Eu corei. – Eu sei sobre todos os deuses e titãs, eu gosto de pesquisar. – Virei o rosto com o nariz empinado.

- Não precisa ficar assim. – Ele me abraçou.

- Precisa sim, Apolo. – Eu me separei rápido dele, antes que ele vencesse de novo. – Desde o começo do nosso namoro eu penso se você é fi-fi... - A palavra não saia. Ele me olhou com uma cara de ‘continue’ – Fiel! Eu nunca consegui te perguntar, porque você sempre faz isso. Você sempre me distrai! Mas hoje eu quero saber.

- O que você quer saber?- Ele se sentou. – Quer saber se eu sou fiel?- Ele perguntou sério, me olhando nos olhos. – Você é?- Ele não disse em um tom acusatório.

- Claro. – Estranhei a pergunta, franzi o cenho.

- Então! É claro que eu sou. Eu não tenho vontade de estar com mais nenhuma mulher no mundo. – Ele me deu um beijo na testa, me abraçando.

- É mesmo?- Eu sussurrei sorrindo, me rendendo ao prazer de abraçá-lo.

- É claro que sim. Porque eu iria querer outra mulher ao meu lado se você está me esperando?- Ele me aconchegou em seu peito. – Eu te amo, Aghata.
Eu não sabia se ele estava me enrolando ou não, mas depois do que Afrodite me disse fiquei mais esperançosa e culpada.

- Isso é errado. É errado que você não tenha filhos, Apolo. - Eu murmurei, pensando em voz alta. – E-eu quero que você tenha filhos. – Eu consegui dizer, apesar daquilo me machucar.

- Não, você não quer.

- Eu quero sim. É essencial que os deuses tenham filhos com mortais. Meu pai e Afrodite estão certos.

- Afrodite?- Ele me afastou um pouco, para olhar em meus olhos. – Ela esteve aqui?- Ele olhou para o meu colar. – Minha irmã esteve aqui?

- Sim. – Eu consegui responder. Sabia que ele não devia saber disso, mas não conseguia mentir para ele, ainda mais quando ele estava tão sério.

- Ela queria que você se alistasse? – Ele estava extremamente sério.

- Você fala como se fosse o exército. – Eu ri um pouco.

- E é! – Ele cortou minha risada. – É um exercito sem garotos. A gente não poderia mais se ver.

- Já pensou que talvez tenha que ser assim?- Eu retruquei. – Você é um deus e eu sou mortal, isso não devia acontecer. – Eu estava séria, me afastei dele.

- Porque você está tão insegura? – Ele perguntou calmo, acabando com o inicio da briga. Eu corei. – Você não é assim. Sua autoconfiança é o que te faz única.

- E-eu não sei. Ártemis me disse uma coisa e Afrodite me disse outra. E mesmo que seja verdade, isso não é certo. Sendo infiel você me deixa triste, mas aliviada. E sendo fiel, feliz e culpada. – Eu desabafei, com uma voz esganiçada. – Eu não sei, estou muito confusa. – Eu suspirei abraçando-o e apoiando minha cabeça em seu peito.

- Você não precisa nunca ficar assim. – Ele me abraçou. – Eu sei que isso é errado, mas eu não ligo. – Ele deu um beijo na minha testa.

Eu levantei a cabeça, segurei seu rosto com uma mão e dei um beijo nele. Ele colocou as mãos dentro da minha mini-blusa-de-dormir, apertando mais minha cintura para ele. Seu toque em minha pele me causava arrepios, estava tão frio e sua pele era extremamente quente e macia.

Sentei em seu colo com uma perna de cada lado, puxando seus cabelos. Ele me apertou mais ainda contra ele. Nossos corpos estavam tão colados que eu podia sentir seu coração acelerado no meu. Ele começou a apertar toda a minha costa contra ele com os braços dentro da minha blusa.

Não resisti e comecei a brincar com os botões de sua camisa social. Coloquei minhas mãos frias e pálidas em seu peito quente e bronzeado, ouvi um fraco ‘tssss’ e uma minúscula fumaça saiu do contato de nossas peles. Só então percebi quão opostos e combinantes éramos. Acho que ele percebeu também, pois parou o beijo e sorriu, olhando a fumaçinha.

Eu voltei a beijá-lo com a intensidade que eu sentia, um fogo delicioso dominava todo meu corpo. Dessa vez ele não hesitou em tirar minha mini blusa, me olhando como se eu fosse a pedra preciosa mais rara do mundo. Se isso acontecesse um ano atrás, eu morreria de vergonha. Eu era como uma tábua, mas agora eu tinha o corpo de uma garota de 16 anos.

Estava ficando desconfortável com ele me olhando, por isso me apertei a ele, escondendo meu corpo em seu peito nu. Ele riu um pouco e voltou a me beijar.

Eu levei sua mão até meu seio, soltando um pequeno gemido. Ele apertou com força, sem machucar, gemendo também. Sua mão saiu de meu seio e foi passando para a trás de minhas costas, brincando com o fecho do meu sutiã, enquanto eu brincava com o zíper de sua calça.

- Aghata, você tem 14 anos!- Ele se separou de mim ofegante, se pressionando contra a parede. Fiquei impressionada com a rapidez que ele saiu de baixo de mim e foi parar do outro lado da cama.

- Menos de um mês para 15. – Eu disse tentando ser sexy, engatinhando até ele de novo. Quando eu tentei sentar em seu colo de pernas abertas de novo, ele me sentou de lado, me abraçando.

- Você não está pronta, ainda é muito nova. – Ele murmurou em meu ouvido. Ele tinha que estar brincando comigo.

- Você sabe que eu não ligo para idade. Você tem 2.500 anos e eu 15. – Eu sussurrei tentando beijá-lo de novo.

- Mas eu ligo. – Ele me deu um selinho, me fazendo desistir do beijo.

- Verdade? Então eu vou dormir, porque a essa hora é isso que adolescentes deviam estar fazendo. – Eu resmunguei brava, deitando do outro lado da cama, me cobrindo e virando o rosto para a parede.

- É isso que você quer? Dormir?- ele riu um pouco, e eu senti vontade de beijá-lo de novo. – Então acho melhor eu ir embora. – eu pude sentir ele se levantar da cama, meu coração parou de bater na hora.

- Não!- Eu gritei antes de seu segundo pé tocar o chão. – Fique, está frio. – Eu sussurrei fazendo beicinho, levantando o cobertor ao meu lado. Ele sorriu triunfante e se deitou ao meu lado, me abraçando por trás.

- Eu te amo, Aghata. – Ele murmurou em meu ouvido, apertando ainda mais minha cintura.

Eu me virei para ele, dei um selinho nele e murmurei.

- Eu também te amo, Apolo. Eu preciso de você comigo. – Eu sorri corando.

- E você sempre vai ter. – Ele me abraçou. Aconcheguei-me nele, apoiando minha cabeça em seu peito. Deixei que o sono viesse. Sabia que não teria o que eu queria por enquanto e não havia travesseiro melhor que o peito de Apolo, acredite.

Tive o mesmo sonho da outra vez que Apolo veio me visitar. Só que dessa vez, havia duas pessoas sentadas nos tronos e eles estavam mais próximos, de modo que eu podia ver algumas coisas delas. No trono dourado, pude reconhecer Apolo em sua forma adulta, mais ou menos 23 anos. E no trono elétrico estava uma elegante mulher de 20 anos, com cabelos loiros trançados com uma fita metade azul, metade dourada.

- Olá. – A mulher sorriu, iluminando mais ainda apenas com o sorriso a sala. Fiquei espantada com a voz dela, era familiar, muito familiar. Mas melhorada, mais doce e poderosa.

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