Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 20
A Quarta Geração do Clã Nura


Notas iniciais do capítulo

chegamos no último capítulo! NEM CREIO! nossa...
essa história começou lá em 2015, mas hj, antes tarde do q nunca kkk em 2023, estou terminando ela MAS ESTOU TERMINANDO. to muito orgulhosa.
enfim, aproveitem o cap



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603597/chapter/20

Os meses que separavam Rikuo e seus amigos da formatura do ensino médio logo se passaram. Quando menos esperavam, estavam juntos com a escola inteira no ginásio da escola, organizados en filas por ordem alfabética do alfabeto japonês. 

Rikuo estava preocupado, como sempre estava nos últimos meses, com Tsurara. Então lá do fundo, do cantinho daqueles cujo sobrenome começavam com N, ele olhava Tsurara lá no começo junto com aqueles cujo sobrenome começava com alguma vogal. Afinal, o começo do alfabeto japonês era A, I, U, E, O. Lá do fundo, ele via Tsurara e imaginava que ela devia estar orgulhosa de chegar até ali. Afinal, não havia sido fácil ir pra escola com uma barriga de gravidez gradualmente crescendo até se tornar impossível de esconder. 

Gravidez na adolescência ainda era muito sinônimo de vergonha para a família no Japão, então os últimos meses de aula não tinham sido fáceis para Tsurara, que se viu virando alvo de bullying. Ainda bem que Rikuo e os demais estavam lá para defender ela, mesmo que o próprio Rikuo tenha também virado alvo de bullying quando descobriram que ele era o pai. Exatamente por isso que Tsurara estava tão orgulhosa de chegar no dia da formatura. E talvez também porque a ida dela para a escola começou com Rikuo simplesmente precisando de algum guarda costas. 

Um a um, os alunos foram sendo chamados para o palco para que pudessem receber seus diplomas. Era uma cerimônia de certa forma bem formal, apesar de todos estarem de uniforme, mas ao menos estavam sob o olhar atento e carinhoso dos familiares também. 

Quando o nome de Tsurara foi chamado, Rikuo pode ouvir a comemoração da parte do clã que estava presente ali.

— AEEE OIKAWAAA!! - gritava alguém do clã perdendo totalmente o decoro da situação. 

Com o canto do olho, Rikuo viu também os pais dos outros alunos cochichando entre si ao ver a enorme barriga de 9 meses de gravidez de Tsurara. Tão grande que a mãe de Rikuo teve que costurar um uniforme para Tsurara, pois não havia um que coubesse nela direito com a barriga daquele tamanho.

Independente de coxixos e julgamentos, Tsurara ergueu orgulhosa seu diploma e, do palco, deu tchauzinho para o clã que celebrava animadamente. Ela então voltou ao seu lugar dentre os alunos e, quando chegou em Rikuo, a festa do clã foi ainda maior. Rikuo até ficou com vergonha.

— SANDAIMEEEEEEE!!! - gritou Natto Kozo, escondido embaixo de um grande moletom.

— NÃO CHAMA ELE ASSIM NA ESCOLA, IDIOTA! - brigou Kurotabou.

— NURA-KUUUUUUUUUUN! - gritou Kiyotsugu, se juntando a bagunça também.

Rikuo tinha certeza que era impossível chamar mais atenção do que ele já estava chamando. Mas ele tentou esconder a vergonha dentro de si ao subir no palco para pegar o diploma de Ensino Médio.

Depois disso, foi só questão de esperar as pessoas finais. Rikuo não sabia se tinha sido melhor esperar a eternidade antes de chegarem no nome dele, ou as poucas pessoas que faltavam até o fim da cerimônia após o nome dele. Logo ele estava no pátio de entrada da escola junto com os amigos e a família, comemorando que acabou.

— Parabéns, filho… - disse a mãe de Rikuo, abraçando-o.

— Obrigado. - disse Rikuo, abraçando-a de volta.

— Agora não tem que ficar dividindo a atenção entre escola e o clã. - disse Gyuuki.

— É… - concordou Rikuo, rindo.

Alguns minutos depois, os amigos, tendo falado com os familiares, acabaram se juntando para aproveitarem o que sentiam ser seus últimos momentos como colegas de escola.

— ACABOOOOOOOOOU LIBERDAAAAAAADE! - comemoro Kiyotsugu.

— Ainda não, tem a faculdade depois. - lembrou Kana.

— Vamos tirar uma foto juntos enquanto ainda tá tempo. - sugeriu Makii.

— Por favor… eu quero sentar um pouco… - pediu Tsurara, já cansada de carregar o peso do bebê por tanto tempo.

— Tudo bem, Tsurara? - perguntou Rikuo.

— Tudo. Só meus pés me matando. - disse Tsurara.

— O Shiima bem que poderia estar aqui com a gente para tirar a foto. - disse Torii.

— E a Yura… - disse Kana suspirando pesadamente.

— Vamos fazer o que dá com o que temos. - disse Kiyotsugu animadamente.

Os amigos se apressaram a se arrumar em uma fila, com sorrisos estampados no rosto e pediram para Kubinashi tirar a foto deles. Com certeza era uma foto que eles iriam querer guardar para sempre, tanto que logo começou a confusão para todos terem uma versão do celular daquela mesma foto.

Como a cerimônia de formatura terminou cedo, eles decidiram que iriam comemorar durante a tarde entre eles mesmos e à noite com a família. Assim, eles decidiram se encontrar em uma pequena cafeteria em Tóquio para celebrar o final de uma era e o início de outra. Cada um pediu algum tipo de café, com exceção de Tsurara, que ficou na segurança do suco e ainda pediu um bolinho para suprir uma pequena parte de sua grande fome.

— Agora, verdade seja dita, queria que tivesse algum curso de youkais na universidade. - disse Kiyotsugu - Não acredito que o mais perto que eu consigo é o curso de História.

— Pode daqui uns anos virar professor e conseguir algum aluno para continuar o nosso clube de investigação paranormal. - sugeriu Maki - Já sabe até onde arrumar youkais de verdade.

— Me deixa fora disso. - disse Rikuo.

— E eu… - disse Tsurara.

— Eu mostro o bebê então. - brincou Kiyotsugu.

— Muito menos ela. - disseram Rikuo e Tsurara ao mesmo tempo.

— Já decidiram o nome? - perguntou Torii.

— Ainda não… - admitiu Tsurara suspirando pesadamente - Estamos torcendo para quando vermos o rostinho dela, sabermos qual nome combina mais.

— Mas como está sendo a gravidez? - perguntou Maki - Está tudo bem? Ainda bem que não tem que ficar mais aturando aquele povo chato de julgando na escola né?

— Ainda bem mesmo. - concordou Tsurara - Mas sim, está tudo bem. Só um pouco cansada às vezes, mas nada demais.

— E como estão os preparativos para o nascimento? - perguntou Torii.

— Nem me pergunte disso que já bate a ansiedade só de pensar… - admitiu Rikuo, acabando por fazer as meninas rirem, com exceção de Kana, que lutava para lidar com a situação.

— Você deveria se casar com ela antes do bebê nascer, Rikuo! - disse Kiyotsugu, imediatamente deixando Rikuo e Tsurara extremamente vermelhos.

— E-eu… a-ahm… - gaguejou Rikuo, com o rosto ardendo, sem saber o que responder. 

Tsurara também estava com o rosto vermelho, mas fitava sem suco, fingindo que não tinha ouvido.

— Não vamos deixar de nos ver só porque a escola acabou não né? - pediu Kana, ficando já meio cabisbaixa com medo da perda de contato e aproveitando para desviar o assunto, tanto pelos futuros papai e mamãe, como por ela.

— Não mesmo! - insistiu Kiyotsugu. 

— Vamos fazer um trato então. - sugeriu Torii - Todo ano, nesse dia, vamos nos encontrar. Podemos nos encontrar outras vezes, claro, mas todo ano vamos nos encontrar nessa data.

— Aqui na cafeteria ou em qualquer lugar? - perguntou Kana.

— Qualquer lugar… não sei… - disse Torii dando de ombros.

— Gostei. - disse Tsurara.

— Isso aí! - disse Kiyotsugu - E vamos tentar trazer o Shima e a Yura também.

— Mas eu vou sentir falta de todas as confusões que a gente se mete por causa do Rikuo… - disse Torii.

— Ei! - reclamou Rikuo.

— Acho que tá mais pra gente se metendo em confusão e ele tendo que vir salvar nossa pele. - corrigiu Maki.

— Só se for no começo. - corrigiu Torii.

— É… Parece que o ônibus da escola foi atacado e eu me transformei pela primeira vez… - disse Rikuo, preso em memórias.

— Essa aí a culpa é sua. - lembrou Maki, fazendo Rikuo rir um pouco.

— Uma parte de mim queria ir pra faculdade com vocês. - admitiu Rikuo.

— Uma parte de mim também queria ser líder de um clã yakuza, mas fazer o que né? - sussurrou Torii.

— Quem sabe eu acabo decidindo que tem como eu ter tempo de fazer alguma faculdade? - questionou Rikuo - Consegui terminar o ensino médio mesmo… 

— Não que tenha sido fácil né? - perguntou Tsurara - Quando era só o herdeiro já foi complicado…

— E com faculdade tendo fama de ser mais difícil… - lembrou Kana.

Eles ficaram na cafetaria o máximo que conseguiram mas, infelizmente, logo tiveram que ir para suas casas. Afinal, a família de cada um também tinha uma comemoração de fim do Ensino Médio preparada. Mas, para Tsurara, ela só estava feliz com a possibilidade de ir para casa e dormir. Estava bem cansada, afinal, tinha sido um dia que usou muito de sua pouca energia de fim de gravidez.

Alguns dias depois, Rikuo estava sentado na sala de estar com sua mãe, Wakana, Shōei e Gyuuki, enquanto conversavam sobre questões que permeiavam o clã e a casa, que estava bem cheia com pequenos youkais que buscavam refúgio li. Eles discutiam a possibilidade de comprar um outro terreno para servir de alojamento de pequenos youkais. De repente, eles ouviram um grito vindo do quarto de Rikuo e Tsurara.

Rikuo imediatamente levantou-se e saiu correndo desesperadamente em direção ao quarto, seguido por Wakana, Gyuki, Shōei e por outros membros do clã e que acabaram sendo atraídos também pelo grito. Ao entrar no quarto, eles viram Tsurara apoiada na parede, provavelmente tendo sido impedida no meio do caminho de sua tentativa de sair do quarto para pedir ajuda. Ela ofegava e respirava de um jeito muito rápido e preocupante, mas que parecia ser, ao mesmo tempo, concentrado.

— O que está acontecendo? - Rikuo perguntou preocupado, correndo para o lado de Tsurara.

— Tsurara entrou em trabalho de parto. - disse Wakana, revelando o óbvio, enquanto se aproximava da nora.

— Tudo bem, Tsurara. Nós estamos aqui com você - disse Rikuo, segurando a mão de Tsurara.

— Vou chamar a Kejoro para ajudar. - disse Shōei saindo rapidamente de lá correndo.

— Quer que eu pegue algo? - perguntou Gyuuki.

— Muitas toalhas e água morna! - pedia Wakana apressadamente ajudando, junto com Rikuo, Tsurara a deitar.

Mesmo com as intenções de Shōei de chamar Kejoro para ajudar, a fofoca chegou nela antes que Shōei. Toda a casa espalhava a fofoca para quem quisesse ouvir que Tsurara estava em trabalho de parto. Assim, quando Shōei encontrou Kejoro, ela só falou:

— Já sei!

E saiu correndo para o quarto de Tsurara.

Lá, Tsurara fechava os olhos e tentava controlar sua respiração enquanto as dores continuavam. Wakana começou a fazer os preparativos para o parto e enquanto os outros youkais se aglomeravam na porta de entrada de dedos cruzados, orando ou simplesmente ansiosos. 

Kejoro entrou no quarto para ajudar Wakana e logo Zen chegava também, pronto para usar seu conhecimento em medicina, mas torcendo para não ter que usar muito.

Rikuo permaneceu ao lado de Tsurara, segurando sua mão com firmeza enquanto ela se contorcia de dor. Mesmo quando ela apertou a mão dele tão forte que doía.

— Eu estou aqui com você - ele sussurrou gentilmente.

— Empurre, Oikawa-san! - pedia Wakana.

Tsurara dava tudo de si, mas não era fácil. Parecia que toda a sua força não era suficiente. Quando achava que já tinha dado até sua última migalha de força, Wakana ou Kejoro pedia mais uma vez para ela empurrar.

Tsurara xingava, chorava e gritava. Rikuo mordia o lábio, sofrendo pelo sofrimento dela. Mas, horas depois, eles ganharam de motivador a singela frase:

— Já estou vendo a cabeça. - disse Wakana.

Finalmente, depois de horas de trabalho de parto, o choro do bebê foi ouvido. Todos na sala suspiraram aliviados, sabendo que o bebê havia nascido com segurança. Os youkais do lado de fora gritavam em comemoração e choravam de alegria.

— YONDAIME! YONDAIME! - gritavam eles em uníssono em comemoração.

— EU TROUXE O SAQUÊ! - declarou Natto Kozo e logo o lado de fora já estava ficando uma festa.

Kejoro e Wakana se ocuparam rapidamente, limpando o bebê e verificando se tudo estava bem. Rikuo ficou ao lado de Tsurara, acariciando seu cabelo enquanto ela recuperava o fôlego. Depois de um momento, Kejoro segurou o bebê e o entregou a Tsurara. Rikuo se aproximou para ver o rosto da sua filha recém-nascida, sentindo uma emoção indescritível encher o seu coração. Uma menina tão pequena e que parecia tão sensível e frágil que chorava com toda a força de seus pulmões até Tsurara lhe tranquilizar.

Naquele momento, Rikuo prometeu que faria de tudo pela menina e nunca deixaria nada ou ninguém lhe fazer mal. Ele a fitou demoradamente, se demorando pela sua pele rosada, seus lábios bem desenhados e o ralíssimo cabelo prateado com a base negra, como Rikuo em sua forma youkai. Rikuo notou o cabelo da filha e, parando para pensar e usando a matemática, a menina era mais youkai que humana já que Tsurara era completamente youkai. Se sua matemática não estivesse errada, a menina era 62,5% youkai. Por um segundo, Rikuo riu, ao pensar em como as porcentagens iam ficar confusas dali em diante.

Mas ele também olhou para o doce rosto da filha, com a expectativa dela abrir os olhos para ver a cor de seus olhos, mas ela não parecia muito afim.

— Nós somos pais…  disse Tsurara com um sorriso cansado e o rosto todo choroso, parecendo que só agora a ficha tinha caído.

— Nós somos pais. - respondeu Rikuo com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto.

Com lágrimas nos olhos, Rikuo beijou Tsurara na testa e segurou a pequena mão da filha. Ali ao lado, Zen, Kejoro e Wakana admiram a cena também, mas não queriam interferir. Wakana chorava e limpava as lágrimas na roupa, sussurrando para os dois ao seu lado que era muito nova para já ser avó. Mas, no fundo do seu coração, ela pensava em como Rihan ia gostar de ter visto aquela cena e conhecer sua neta. Assim como Nurarihyon também iria adorar ver sua bisneta.

Contudo, silenciosamente, uma pergunta crescia no coração de todos. Seria a bebê uma yuki-onna ou uma nurarihyon? Mas, antes, eles tinham outra pergunta que deveriam ser respondidas.

— E o nome? - perguntou Rikuo olhando para Tsurara.

— Estava pensando em Ayumi. O que acha? - perguntou Tsurara.

— Adorei. - declarou Rikuo.

Tentando fazer o mínimo de barulho possível, Zen chegou perto de Kejoro e sussurrou:

— Achou isso com cara de nascimento de uma yuki-onna? - perguntou bem baixinho.

— Certamente não. - admitiu Kejoro aos sussurros também - Até fiquei gripada quando Tsurara nasceu.

Lentamente Tsurara passou a pequena Ayumi para os braços de Rikuo, que a segurou morrendo de medo de machucar alguém que era visivelmente bem delicada. Ele mal se mexia e mal respirava, mas sentiu o peito explodindo de alegria por estar segurando a filha nos braços.

— Oi Ayumi… - disse Rikuo gentilmente.

Os dois continuaram a admirar a filha, quando Ayumi começou a se mexer em seus braços. Ela começou a fazer pequenos barulhos, como se estivesse sonhando.

 - Shh, shh... - disse Tsurara gentilmente, passando delicadamente o dedo na cabeça da filha, acariciando - Está tudo bem, meu amor. Mamãe está aqui. 

A pequena Ayumi se remexeu, por um breve segundo seus olhos se abriram numa pequena fresta, e Rikuo achou ter visto olhos dourados como de Tsurara, mas não tinha tanta certeza. A única certeza que tinha era que estava extremamente feliz e que nunca tinha sentido tanta esperança no futuro e a certeza de que tudo ficaria bem.

— Parece que ela tem seus olhos… - disse Rikuo. 

— Ela tem o seu cabelo. - disse Tsurara, rindo baixinho.

Ayumi começou a se acalmar novamente, e logo estava dormindo tranquilamente nos braços do pai. Rikuo e Tsurara se olharam com amor e ternura, sabendo que esta pequena menina era o símbolo do amor que compartilhavam.

Rikuo sabia que este era apenas o começo de uma nova jornada e que não seria fácil criar um bebê, e que ele teria muitos desafios pela frente, sem falar juntar a coragem para pedir Tsurara em casamento em breve, mas com sua família ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar qualquer coisa.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

obrigada a todos q leram até aqui! se se interessarem em alguma das outras fics q escrevo, nos vemos por lá :)
ultimamente estou escrevendo só duas do Riordanverse.
um obrigada especial pra YuukiAlecardia cujos comentários me fizeram terminar a fic kkk
beijinhos e tchau ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nurarihyon no Mago: After Story" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.