Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 19
O Legado de Nurarihyon


Notas iniciais do capítulo

bem vindos a mais um cap :3
espero q gostem. beijinhos



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Yura estava impaciente no elevador prestando atenção a cada número que aparecia na televisãozinha que indicava quantos metros o elevador já havia subido. Ela havia deixado para seu irmão e outros membros do clã Nura e dos Keikain para cuidar da situação no térreo e demais andares. Basicamente, eles tinham que impedir que mais youkais inimigos subissem para atrapalhar a luta no último andar.

Quando as portas do elevador se abriram, Yura imediatamente ouviu o som de armas se batendo, mas não chegou a ver a luta em si. O problema não era a névoa, que havia em grande parte saído pela janela quebrada, mas sim que o último andar era como um círculo, com o elevador no meio, e a luta parecia acontecer no lado oposto da entrada do elevador. 

Ela correu em direção à luta e logo notou uma Kage-onna surgindo lentamente sob seus pés. Com um pulo longo e apressado que resultou nela caindo de mal jeito no chão mais além, Yura desviou da Kage-onna e invocou um de seus shikigamis. O peixe-koi se fundiu com seu braço e, como um canhão, atirou na kage-onna, que gritou de dor. 

— Diga onde está minhas amigas! - pediu Yura.

— Não. - respondeu a Kage-onna, com dor, mas lentamente tomando forma.

Yura Keikain avançou em direção a kage-onna com medo de se arrepender de tal decisão, pois sabia que sua adversária era rápida e esquiva, e poderia puxá-la para as sombras com uma facilidade tremenda.

 

A kage-onna estava pronta para o ataque e avançou em direção à Yura, dessa vez, atacando com suas garras afiadas. Yura conseguiu se esquivar e contra-atacou com seu shikigami de peixe koi, lançando uma bola de canhão de energia em direção à kage-onna. A Youkai se esquivou novamente, mas o ataque atingiu-lhe o braço, deixando um ferimento de aparência dolorosa.

A kage-onna, furiosa, atacou novamente com mais ferocidade. Yura tentou se esquivar e contra atacar, mas as garras da kage-onna perfuraram-lhe a cintura. Yura caiu no chão de mau jeito ao tentar se desviar. A posição deixava Yura em perigo e em desvantagem, assim, ela desfez seu shikigami apressadamente e criou uma barreira sagrada ao redor de si no exato segundo em que a kage-onna tentava terminar seu trabalho.

— Resolveu se esconder é? - zombou a kage-onna.

— Só momentaneamente. Me desculpe, mas estou com um pouco de pressa para ajudar meu amigo. - disse Yura.

— Não vou deixar. - ameaçou a kage-onna.

A kage-onna então mudou de tática, tentando se esconder novamente nas sombras. Yura sabia que ela não poderia deixar isso acontecer, ainda bem que o plano dela podia resolver tudo, ou assim esperava, afinal não era um que estava tão acostumada. Yura então lançou um feitiço de iluminação, iluminando toda a área. A kage-onna tentou se esconder, mas como a área era toda aberta para ter bastante espaço para os turistas, ela não tinha tantas opções assim. A kage-onna gritou e então desapareceu num fiapo de fumaça.

Yura não tinha tempo a perder, imediatamente se ergueu, lutando contra o cansaço e a dor na cintura, e correu seguindo os sons da luta de Rikuo contra Ootakemaru. Quando ela chegou lá, viu Rikuo, ainda no matoi com Kurotabou, lutando contra Takeo, que empunhava uma maça com espinhos. Era evidente que o rapaz meio humano, meio oni estava cheio de força de vontade e desejava lutar contra Rikuo para provar sua superioridade.

Rikuo adotou uma postura defensiva enquanto o Oni atacou com sua maça. Os espinhos na maça do Oni cortavam o ar enquanto ele tentava atingir Rikuo, mas Rikuo conseguia esquivar-se habilmente e contra-atacar com sua espada e com as dezenas de armas aglomeradas resultantes do matoi com Kurotabou.

O novo líder do clã Nura sabia que não podia se dar ao luxo de se distrair novamente.Tudo que ele podia fazer agora, era acreditar que Tsurara e o bebê estavam bem longe do conflito. 

— Rikuo! - exclamou Yura, querendo assim avisar o amigo que estava ali para ajudar no que precisasse.

— O grande líder do clã Nura precisa de uma ajuda para me derrotar, é? - questionou Takeo.

— Não preciso. - disse Rikuo.

— É você que está usando kage-onnas contra ele ao invés de fazer um 1 contra 1! - acusou Yura, atirando na última das kage-onnas, que começava a ir em direção à ela.

— Não é ele que está fundido com um de seus subordinados? - perguntou Takeo em meio à troca de golpes.

— Pois bem… - disse Rikuo dando um grande salto para trás, se afastando e Takeo e assim parecendo dar uma pausa nas lutas - Se quer um 1 contra 1, se é que vai honrar sua palavra, eu desfaço o matoi com Kurotabou e você para de usar a kage-onna.

— M-Mas… - gaguejou Kurotabou, mas logo ficou quieto.

— Se é se você tem palavra… como vou acreditar em alguém que, até onde sei, é responsável pela morte de meu avô? - questionou Rikuo.

— Não menospreze minha honra e palavra por isso. - reclamou Takeo, cuspindo rudemente no chão - Eu sei que o que fiz pode parecer inesperado e talvez até mesmo traiçoeiro, mas eu tinha meus motivos. Eu queria provar que, mesmo sendo meio-youkai, eu sou forte o suficiente para liderar um clã. E a única maneira de provar isso era matando o maior líder youkai de todos, Nurarihyon.

— Um motivo tosco desses não diminui seu crime nem meu rancor contra você. - disse Rikuo sentindo o coração se apertar em raiva diante da confissão - E como se ainda não fosse suficiente, você sequestra minhas amigas.

— Mas eu não me arrependo de minhas ações. - admitiu Takeo com um dar de ombros - Elas foram necessárias para provar minha força e liderança. Derrotar você também será uma ótima conclusão. Afinal, terei acabado com o clã Nura. Aí sim os youkais irão ver que sou digno do sangue de meu avô.

— Se quer provara ser digno de qualquer coisa, vai querer o 1 contra 1 no final das contas? - perguntou Rikuo.

— Vamos. - concordou Takeo olhando de relance para a kage-onna - Não interfira.

Rikuo desfez o matoi, deixando Kurotabou, preocupado, ao lado de Yura. Um olhar de relance foi o suficiente para deixar os dois quietos, controlando qualquer necessidade de dar um conselho para que ele fizesse o oposto do que estava fazendo. Rikuo e Takeo se encararam por alguns segundos e então partiram um em direção ao outro.

Os dois lutaram ferozmente, com a maça e a espada se chocando em um som estridente a cada golpe. O Oni ficou cada vez mais furioso com a habilidade de Rikuo em desviar de seus ataques e começou a concentrar sua força em cada golpe.

Rikuo, por sua vez, se concentrou em sua técnica e habilidade, sabendo que não podia se deixar levar pelo ódio do Oni. Claro, sentia ódio pelo o que Takeo havia feito com o avô, mas tinha experiência o suficiente para saber que deixar o ódio engoli-lo, não seria seguro para uma luta. E outra, dentro de seu peito, havia uma pequena semente luminosa de esperança e alegria, ligada à pequena semente que aparentemente estava no ventre de Tsurara.

Assim, com extrema concentração, Rikuo foi encontrando brechas na defesa do Oni e atacando com precisão. Mas o que ele tinha de agilidade, o Oni tinha de força. Os goles de Takeo chega faziam a espada de Rikuo tremer de tão pesados que eram. E não era só a maça que Takeo usava, assim como um poderoso chute que ele deu no estômago de Rikuo provou.

Rikuo caiu para trás sentindo uma dor tremenda no estômago acompanhada de vontade de vomitar. No que ele caiu para trás, ele quase caiu pela janela quebrada.

 - RIKUO! - gritaram Yura e Kurotabou ao mesmo tempo.

Foi por Rikuo ter se segurado na barra de metal que separava uma janela da outra, que ele não caiu nos 634 metros que separavam aquele andar do chão. Ele puxou a barra de metal com força, e rolou para longe de um novo ataque de Takeo, que estava determinado a deixá-lo cair no buraco mortal. Foi aí que Rikuo encontrou uma abertura e, com toda a força que tinha, deu um golpe preciso na maça do Oni. A lâmina da espada cortou o ar praticamente deixando um rastro prateado por onde passou, e então cortou a maça de Takeo ao meio.

Takeo olhou para a arma surpreso e desolado quando metade dela caiu no chão, inofensiva. Rikuo achou que isso iria acabar com a determinação de Takeo e interromper a luta, mas ele parecia tão cheio de fogo quanto antes. Aparentemente terminado a continuar aquele combate de qualquer maneira, Takeo bufou de raiva, até que o chão começou a tremer.

— Terremoto? - perguntou Yura inocentemente.

Takeo, no entanto, claramente tinha outro chute, pois olhou para a janela onde, no horizonte, era possível ver a Baía de Tokyo. Lá, andando em direção à Tokyo Sky Tree, estava um oni enorme, tão grande que mesmo com a água tocando-lhe as coxas, ele ainda se erguia majestoso.

— Você tinha dito que ele iria demorar três dias para chegar aqui! - reclamou Takeo repentinamente para a Kage-onna e aparentemente esquecendo-se da luta.

— F-Foi o que eu achei! - gaguejou ela tentando se justificar - Vai ver ele não estava tão longe assim de Tokyo?

— Esse… posso chutar que é seu avô? - perguntou Rikuo.

— É… - resmungou Takeo, mordendo o lábio. 

Takeo claramente não sabia o que fazer. O avô aparecer tão cedo assim, antes de terminar de lidar com Rikuo, não parecia estar tanto assim em seus planos. Olhando com mais calma, era possível ver que havia três youkais voadores voando ao redor da cabeça do verdadeiro Ootakemaru. Um desses youkais, na forma de um pássaro, se separou de Ootakemaru e foi direto para a Tokyo Sky Tree sob o olhar atento de todos que estavam em seu andar mais alto. Quando ele encontrou o buraco na janela, entrou por ele. O pássaro, intensamente negro, parecendo um pardal um pouco grande demais, se transformou em um youkai que lembrou muito Rikuo da Yosuzume de Shikoku. Uma das maiores diferenças, era que esse era um homem e tinha o cabelo raspado nas laterais e o que sobrava de cabelo estava preso num rabo de cavalo bem longo.

— Senhor Takeo… - disse o Yosuzume - Pare esse conflito nesse exato momento. São ordens de seu avô.

— Ele sabe bem de minhas condições. - insistiu Takeo enquanto, a cada passo pesado de Ootakemaru, o chão tremia e ele se aproximava mais da Tokyo Sky Tree.

— Isso terá que decidir com ele. - disse o Yosuzume.

No horizonte, o grande Ootakemaru transformou-se numa forma com o tamanho mais normal. Os outros dois youkais, outros dois yosuzumes, que estavam com ele, o pegaram imediatamente pelos braços e foram voando com ele até a Tokyo Sky Tree. Afinal, ela não ficava nas margens da baía de Tokyo. Não teria como ele ir andando até ela sem causar um grande estrago pela cidade.

Ele se aproximou do mesmo buraco onde o primeiro Yosuzume entrou e, com um brusco chute para aumentar o tamanho dele, Ootakemaru entrou na Tokyo Sky Tree. 

Mesmo num tamanho mais compacto, ele ainda era enorme. Tinha facilmente dois metros e os dois youkais que o trouxeram até ali estavam claramente cansados mas fingindo que não estavam enquanto ofegava disfarçadamente.

Ootakemaru olhou para todos ali presentes, demorando-se mais em seu neto e, do nada, deu-lhe um tapa na cara. Takeo, por uns segundos, nada fez, apenas ficou de olhos arregalados antes de reclamar.

— NÃO VÊ O QUE FIZ, VÔ? - gritou Takeo - DESESTRUTUREI O CLÃ NURA!

— Matou um dos youkais mais poderosos e respeitados, isso que fez… - respondeu Ootakemaru com uma calma perigosa que arrepiava os pelos de quem ouvia como se incluísse uma promessa silenciosa de castigo.

— MOSTREI QUE SOU CAPAZ DE SER FORTE MESMO SENDO MEIO-YOUKAI! - gritou Takeo de volta.

— Tinha dezenas de meios de fazer isso. - disse Ootakemaru - Qualquer aliado que você conseguir por meio de um assassinato desses, não serão boas pessoas. Me pergunto agora se você é. Burro já sei que é, pois não é possível que não tenha pensado como a morte de Nurarihyon pode ter consequências graves para nós. E agora veio aqui fazer o que? Sequestrar as amigas do novo líder do clã Nura?

— Nurarihyon já estava velho… mas se eu derrotasse o jovem… - começou Takeo a explicar.

— Eu não criei você para ser imprudente e agir sem pensar nas consequências! - ralhou Ootakemaru - Como você espera liderar um clã quando age dessa maneira? Seu comportamento coloca em risco a nós e aqueles que confiaram em nós. Você deve aprender a controlar seus impulsos e pensar antes de agir.

— VOCÊ NÃO ME CRIOU! - gritou Takeo - Só me escondeu e praticamente expulsou eu e minha mãe da família só por ela ter tido um caso com um humano!

Ootakemaru apenas olhou para o neto, sem saber como responder àquela verdade jogada tão bruscamente na cara dele. Enquanto isso, Rikuo, Yura, Kurotabou, a Kage-onna e os Yosuzumes apenas observavam o desenrolar da coisa.

— Tem razão… - disse Ootakemaru eventualmente - Demorei a conseguir lidar com sangue humano correndo dentro de minha família… apesar de que ainda acho um desperdício de poder.

— Tá vendo?! - reclamou Takeo. 

— Não faça parecer que eu tenho culpa nessas merdas que você fez. - ralhou Ootakemaru.

— TEM CULPA SIM! - gritou Takeo.

Ootakemaru apenas afirmou com a cabeça para os três Yosuzume que o acompanhavam, e repentinamente os três se juntaram e imobilizaram Takeo derrubando-o no chão e prendendo-o lá. Takeo se debateu e gritava, mas foi completamente ignorado pelo avô, que simplesmente se virou para Rikuo.

— Garanto que deixarei-o preso pelo tempo que determina a lei para assassinato e tentarei tratar seu caráter caso ele volte para casa… - disse Ootakemaru - Mas, você é o neto de Nurarihyon, pode se vingar como achar necessário.

Diante de tais palavras, Takeo ficou pálido. Ele olhou para a espada de Rikuo, cujo brilho parecia perigosamente ameaçador e o silêncio desconfortável do cômodo piorava tudo.

Rikuo olhou longamente para Takeo sentindo o fogo do ódio crescendo dentro de si diante da oportunidade de vingança. Mas ele respirou fundo e lutou para controlar esse ódio. Repentinamente, se viu pensando em Hagoromo Gitsune, cujo ódio e vingança se propagou tanto pela família Nura que causou até a morte de seu pai, que nada tinha a ver com o conflito entre Nurarihyon e Hagoromo Gitsune pelo salvamento de Youhime. Foi com uma calma que surpreendeu até a si mesmo, que Rikuo perguntou:

— Quanto é o tempo de prisão por assassinato?

— Pena de morte ou prisão perpétua ou por prazo determinado não inferior a 5 anos. - respondeu Kurotabou.

— Peça para Gyuuki, por favor, analisar o tanto de anos e verificar a prisão. - pediu Rikuo olhando para Kurotabou e então para Ootakemaru - Iremos nos certificar que estão cumprindo a promessa.

— Me assegurarei disso também. - garantiu Ootakemaru.

— Agora, minhas amigas…. - pediu Rikuo olhando para Takeo. 

Takeo agora não mais gritava ou tentava se livrar dos yosuzumes, mas também não olhava para Rikuo e nem respondia sua pergunta. Não estava aceitando a derrota então onde pudesse dificultar, apesar de ter perdido a vontade de lutar, assim o faria. Contudo, ele não estava que a kage-onna respondesse.

— No andar de baixo. - disse ela por ter sentido a raiva começar a surgir no olhar de Ootakemaru - Tem uma escada de serviço que vai pra lá.

Seguindo as orientações da kage-onna, Rikuo e Tsurara foram correndo ao encontro de Kana e Torii. Rapidamente acharam a escada pois o aviso de “Apenas funcionários” foi indicativo o suficiente. Eles desceram a escada para o andar debaixo e imediatamente começaram a gritar o nome das amigas.

Não havia muita forma de Kana e Torii responderem, já que estavam amordaçadas, mas eventualmente os dois ouviram o pouco barulho que elas conseguiram fazer e as soltaram.

— Obrigada! Obrigada! - disseram elas ao mesmo tempo com Kana com os olhos meio marejados.

— Sabia que iam chegar pra salvar a gente o mais rápido que conseguiriam. - disse Torii.

— Conseguiram resolver a situação? - perguntou Kana.

— Mais ou menos… - respondeu Rikuo olhando para Yura - Vamos levá-las para minha casa e no caminho pedir para alguém ajudar Kurotabou. Não gosto dele sozinho lá. Se for mentira ou Takeo se libertar, Kurotabou não tem ninguém do clã com quem contar.

— Faremos isso. - garantiu Yura imediatamente pegando o celular - Aotabou deve ver se mandar uma mensagem né?

— Não sabia que tinha o número dele… - disse Rikuo.

— Esqueceu que ele fingia que era aluno e até se juntou no nosso esquadrão de investigação paranormal? - perguntou Yura.

— Esqueci… - admitiu Rikuo - Ele mal ia. E sinceramente, não encaixava tão bem como Tsurara.

— Certamente ele não parece jovem o suficiente para ser um aluno. - comentou Torii.

— Vamos logo que quero terminar isso e ver Tsurara… - disse Rikuo se erguendo.

— Falando nela… não era o plano ela subir com você? - perguntou Yura enquanto ela e as outras meninas se levantavam também.

— Aconteceram uns… problemas… - disse Rikuo vagamente e logo começou a andar em direção à saída, não se sentia confortável ainda para revelar a provável gravidez de Tsurara pois queria ter mais certeza e entender melhor tudo.

Assim, foi com muita pressa e o coração palpitando que Rikuo deixou a Tokyo Sky Tree para trás e foi para a própria casa novamente. O problema com Takeo Ootakemaru já parecia distante, tanto que ele mal participou das breves demonstrações de alegria e alívio por Kana e Torii estarem bem ou respondeu aos pedidos por histórias mais completas sobre o que havia acontecido na Tokyo Sky Tree. Ele simplesmente puxou Tsurara para um canto mais vazio da casa, o que obviamente não passou despercebido. Assim, alguns youkais tentaram os seguir disfarçadamente, ansiosos para entender o que acontecia.

— Já fez algum teste? - pergunto Rikuo prontamente.

— Não, mas… - Tsurara começou a responder mais imediatamente Rikuo a puxou novamente, dessa vez para fora da casa.

— Vamos na farmácia comprar um. - declarou ele.

Ela começou a rir e, com tão poucos indícios, os youkais que escutaram a breve conversa já ficavam animados. Afinal, que outro teste poderia ser comprado tão facilmente na farmácia e deixaria Rikuo tão desesperado para falar com Tsurara. 

— Será? Será que Tsurara está grávida do chefinho? - perguntava-se Natto Kozo.

— Oi, Tsurara, grávida? - perguntou Maki ao ouvir os youkais falando disso e acabando por atrair os amigos de Rikuo para a conversa.

— Ele ficou desesperado pra falar com ela! - justificou Natto Kozo - E foi logo perguntando se ela tinha feito algum teste. Ela disse que não e então eles foram correndo até a farmácia comprar um. Que outra coisa poderia ser?

— Ai… estou jovem demais para já ser avó… - disse a mãe de Rikuo.

— Mas ele nem terminou o Ensino Médio ainda! - disse Kiyotsugu, surpreso, enquanto Kana estava calada, pálida e claramente surpresa, tentando digerir tudo.

— E daí? Ele é um líder de clã já! - disse Natto Kozo.

— Aiii… quanto tempo será que demora pra eles voltarem da farmácia? - perguntou Kejoro.

— Ainda tem que fazer o teste. Então finjam que não sabem de nada quando eles voltarem. - pediu Kubinashi.

— Acha mesmo que eles conseguem fingir por tanto tempo? - perguntou Kejoro.

Esse ficou sendo o assunto da conversa até Rikuo e Tsurara voltarem da farmácia. Nesse momento, todos os youkais rapidamente encontraram outra coisa para fazer ou falar. Eles pareciam muito suspeitos e artificiais, mas Rikuo e Tsurara estavam com tanta pressa que nem notaram, foram correndo para o banheiro.

Tsurara entrou no banheiro sozinha, e Rikuo ficou do lado de fora andando de um lado para o outro extremamente agoniado. Do lado de dentro do banheiro, Tsurara também estava muito tensa. Depois de fazer tudo que precisava para o teste, ficava olhando atentamente para o palitinho de teste. Dois tracinhos vermelhos era o que ela precisava. Ela sentia o coração batendo, quase pulando pela boca, enquanto olhava intensamente o lugar onde esperava-se que o segundo tracinho iria aparecer.

Ela sentiu o peito explodir e as lágrimas rolarem como uma cachoeira quando o segundo tracinho apareceu. Instantaneamente ela abriu a porta do banheiro de uma vez, fazendo Rikuo se sobressaltar e imediatamente pulou nos braços dele num abraço intenso e choroso.

— Deu positivo? Deu positivo? - perguntava Rikuo perdido.

— Deu positivo. - declarou Tsurara.

O grito de alegria que explodiu na mansão foi prova de que não era só Rikuo que estava ouvindo aquela conversa. Chorosos, os dois se abraçaram com o coração pulando de felicidade e a certeza que, apesar das turbulências dos últimos dias, o futuro parecia promissor. 

 


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Notas finais do capítulo

o próximo cap é o ultimo gente... yey! alegria pq to conseguindo terminar



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