A noite chegou, deixei Emily com a Sra. Cruz e fui em direção a Cave. Estacionei o carro no beco e entrei pela porta lateral para evitar o tumulto da entrada da boate, quando entrei pude notar Oliver sem camisa treinando naquela bendita coisa que insisti que ficasse em frente a minha mesa, seu objetivo? Me provocar, lógico, ainda mais que hoje nem é quarta-feira e está de noite, ele devia estar na ronda. Tentando fugir daquele olhar presunçoso dele, questionei:

– Qual a missão de hoje?

– Até agora, nenhuma.

– Mas Dig disse que você deu algumas tarefas para ele, por isso que ele não podia pegar Emily...

E foi quando notei o seu sorriso alargar que percebi o plano dos dois, me odiei por ser tão ingênua e continuei meu caminho até os computadores recém instalados que precisavam de algumas atualizações, ele veio em minha direção e eu pude sentir o perigo se aproximando:

– Recebeu minha mensagem?

Sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar inteira, permaneci em silêncio, apenas balancei minha cabeça de forma positiva então, ele virou minha cadeira, inclinando seu corpo em minha direção:

– Não respondeu porque?

– Não havia nada para responder, Oliver! Por favor, eu preciso...

Antes que pudesse concluir, ele passou a mão em cintura e me fez levantar da cadeira deixando nossos corpos perigosamente próximos:

– Felicity, por favor, precisamos conversar...

Disse quase implorando e eu não consigo me concentrar com toda essa proximidade, coloquei minhas mãos em seu peitoral e comecei a me afastar lentamente:

– Certo Oliver, vamos conversar.

Me sentei de novo para não correr o risco de cair da cadeira com as pernas tão fracas, ele então ficou andando de um lado para o outro balançando os braços e o pescoço como se quisesse relaxar e começou:

– Eu sei que eu errei, na verdade todos erramos por não ter lhe contado sobre a presença de Helena, mas eu ainda me sinto culpado pelo mal que ela tem fez naquele dia na empresa, eu não queria que você corresse de novo esse risco ainda mais com Emily e pior ainda pois Helena estava ainda mais desequilibrada. Eu me convenci que seria melhor mantê-la aqui para evitar que ela começasse com um massacre, uma vez que a intenção dela era apenas de recuperar a grana do pai para finalmente poder ir embora de vez. E essa parte do acordo ela cumpriu. Eu já não estava mais me aguentando de vontade de lhe procurar, de ter você, te beijar, mas eu sabia o risco e por isso preferi esperar que ela fosse embora, só então aconteceu a melhor noite da minha vida.

Ele disse isso com um sorriso enorme e eu nem precisava me ver pra saber que estava rindo feito uma boba, mas preferi abaixar minha cabeça. Então ele veio em minha direção, droga, ele sabe que eu estou cedendo:

– Felicity, eu te amo e não há nada que você ou eu ou qualquer pessoa possa fazer para mudar isso. Eu sei que muito da sua insegurança é minha culpa, mas eu mantenho minha promessa de pé, eu farei o que for preciso para ser o homem que você e Emily precisam.

Terminou de falar com um sorriso tímido no rosto, até imagino a dificuldade que ele teve pra colocar tudo aquilo para fora e eu sinceramente não tenho mais forças para essa manter essa “guerra fria”.

– Então, quer dizer que você está disposto a tudo? Tudo é muita coisa, Sr. Queen...

– Felicity...

Ele me olhou de lado enquanto eu dava a volta nele passando a ponta do dedo em volta dos seus ombros e costas fechando o círculo ficando na sua frente com a ponta do dedo em seu peitoral, ele me olhava com os olhos serenos, mas o maxilar trincado como se estivesse fazendo um auto controle enorme:

– Então, Oliver... você pode ser mais específico?

Sussurrei em seu ouvido e vi ele fechar os olhos e erguer a cabeça, eu realmente estou me divertindo. Dei um beijo estralado em seu rosto e fui me virando quando ele me puxou pelo braço, passou a mão na minha nuca e me beijou com pressa, com necessidade. Ri apreciando sua necessidade e mantive os lábios cerrados, ele me olhou quase implorando e eu ri mais ainda, então ele sussurrou:

– Tem certeza que quer fazer esse joguinho comigo?

Balancei a cabeça afirmando e ele riu bem cafajeste me levando para cima da mesa, ficou entre minhas pernas e me beijou da orelha ao pescoço, suas mãos grandes passeavam por minhas costas me provocando arrepios intensos enquanto que eu cravava minhas unhas em suas costas vendo seus braços arrepiados, quando já estávamos em chamas, ele implorou sussurrando em meu ouvido:

– Felicity, eu me rendo! Por favor...

Então segurei seu rosto e comecei a beijar cada canto do seu rosto antes de ir até aquela boca, o beijei com saudade, ele me levantou e me levou até a sua cama e fizemos amor como da primeira vez calmo e prazeroso só que com muito mais desejo envolvido.

Oliver estava de olhos fechados e respiração lenta, achei que ele havia adormecido então pensei em me levantar, mas ele me puxou e me beijou na testa me prendendo em seus braços:

– Onde pensa que vai?

– Vou ao banheiro, posso?

– Só se eu for junto!

E deu o sorriso cafajeste que eu amo, tomamos banho juntos e com muita insistência fomos juntos para minha casa, já era tarde e Emily depois que visse Oliver ia dar muito trabalho pra dormir. Como previsto, quando chegamos à casa da Sra. Cruz, Emily correu para os braços de Oliver me ignorando completamente, agradeci o cuidado da minha vizinha que já havia dado banho e vestido o pijama nela e fomos para casa. Emily foi logo puxando Oliver para assistir pela... não sei nem mais quantas vezes ela já assistiu Frozen. Mas foi aí que eu percebi qual era o segredinho dos dois: Quando Anna e Cristopher se conhecem em casa que parece uma venda, o dono os recebe com um sotaque estranho, ele fala: “Urru, liquidaçom de verom”. Foi então que ouvir Oliver imitando a voz do homem e Emily dando aquela risada que ela sempre dava quando ele cochichava em seu ouvido. Ri muito com a cena e Oliver piscou para mim notando que eu havia percebido.

Quando Emily adormeceu, Oliver a colocou no quarto e veio até a cozinha onde eu estava preparando algo pra comermos. Comemos com olhares cúmplices e alguns sorrisos, quando terminamos eu fui lavar a louça e ele me ajudou enxugando, quando já estava tudo limpo, peguei sua mão e o levei ao sofá, ele sentou ao meu lado e ficamos assistindo um filme que passava na tv, Oliver acariciava minha mão que estava presa a dele por cima do meu ombro enquanto eu me aninhava em seu peito. Eu realmente estava cansada e comecei a bocejar, Oliver notou meu cansaço e com um beijo em meus cabelos começou a se levantar do sofá me puxando para um abraço fiquei presa com o rosto em seu peito, notei que ele não daria o primeiro passo então, fui ousada:

– Já vai? Achei que dormiria aqui...

– Sério? Achei que teria que ir mais devagar, sabe? Tipo pagar caro pelo meu erro, essas coisas...

– Ah, não... acho que por enquanto está bom...

Levantei meu rosto olhando em seus olhos com um sorriso enorme e ele foi rápido em me beijar, me pegou no colo e me levou para o quarto fechando a porta com o pé, mas sem fazer barulho. Nos amamos mais uma vez e adormecemos sentindo o cheiro um do outro, antes de me entregar completamente ao sono pude ouvir ele sussurrar:

– Finalmente estou provando do que é ser feliz...

E então adormeci com um sorriso enorme por saber que finalmente eu estava conseguindo fazer o homem que eu amo verdadeiramente feliz e o que é melhor, ao meu lado.