Transcendente escrita por Wina Hayate


Capítulo 1
Capítulo 1 - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem de minha história, tentarei postar um capítulo por semana ou até dois! Vejo vocês no review :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/601933/chapter/1

França – Paris

As ruas movimentadas do século XXI e abarrotadas de pessoas apressadas o deixava desnorteado. Fazia sete dias que estava a procura de uma pessoa, para ser mais exato uma garota, uma fugitiva, mas no meio daquele caos insuportável em plena Avenue Gustave Eiffel era quase impossível de procurá-la. Os risos de crianças, inúmeras pessoas falando e em muitas línguas, a quantidade de pessoas ali deixava o ar impregnado com cheiros que se misturavam, deixando-o perturbado. Apesar de aquilo ser bom para ele, mais gente, mais comida, mais fácil é a presa.

“ Como eu gostava de Paris no século XV “ – pensava o rapaz.

Já estava cansado e enjoado de tudo aquilo, era o fim da busca de hoje. Entrou na sua Lamborghini negra e saiu dali. O trânsito era caótico, tornando a volta para casa algo estressante, lembrava-se que o tempo que levava da Torre Eiffel até sua mansão era menos de dez minutos, agora era questão de meia hora ou mais. Em uma rua pacata - se é que ainda existe esse lugar em Paris agora – e bem arborizada a Lamborghini adentrou estacionando em uma recatada mansão de séculos de existência, toda sua beleza foi conservada com todo cuidado, até mesmo os candelabros de teto, que antes sustentavam velas, agora com a reforma sustentavam lâmpadas. Desde paredes forradas, móveis, decoração, pinturas e detalhes talhados em paredes foram conservados, de modo que parecessem novos, uma verdadeira relíquia. O rapaz saltou do seu carro e entrou pela enorme porta de carvalho puro com detalhes de flores.

- Meu lorde, seja bem-vindo – um encantador rapaz de cabelos castanhos e olhos cor de mel fazia uma reverência ao vê-lo passar pela porta.

- Conseguiu pistas sobre Anne? – sua voz grave e taciturna dominou o recinto.

- Não senhor – respondeu o rapaz rapidamente com medo do homem – Mas, lorde Kerberus mandou outra equipe de busca.

- Meu irmão não toma jeito – ele suspirava subindo as escadas- Tire a noite de folga Armand, sei que precisa se alimentar.

- Claro meu lorde.

O longo corredor branco e dourado ornamentado com pinturas clássicas dava a um aporta dourada abarrotada de querubins e foi lá que ele entrou. Olhou-se no espelho e se perguntou quando foi sua última noite de diversão. Seus cabelos prateados como a lua estavam bagunçados pelo vento frio que cortava lá fora e seus olhos azuis estavam com pouco brilho revelando um cansaço extremo, seus negócios no submundo corriam riscos graça a essa garotinha medíocre, não acreditava que estava nas mãos de uma ralé, uma recém transformada.

Sua aparência não passa dos 20 anos, apesar de ter muitos anos, esse era o fardo que um sangue-puro carregava em suas costas. A vida eterna. Seus devaneios foram cortados quando um rapaz, igualmente a ele, cabelos prateados,de olhos cor do céu ensolarado, de um azul muito radiante cobertos por um óculos, abriu a porta com um estrondo esboçando um lindo sorriso. Porém quando digo igual eu quero dizer igual, eram gêmeos idênticos.

- Keita achei algo sobre Anne.

Não estranhe o nome dos dois, Keita e Kerberus, a mãe dos meninos era japonesa, uma linda e sedutora mulher que infelizmente morreu nas mãos dos caçadores. Um sorriso cheio de malícia cobriu os lábios carnudos do mais velho.

- Arco do Triunfo – o mais novo vibrava, era diferente de seu irmão.

- Vamos pegá-la.

*~*~*

Faltava pouco, faltava muito pouco para o sol cair e a lua vim acabando com sua paz. Como os vampiros mais velhos dizem: “A lua traz a escuridão, a lua traz a vermelhidão”, de início – quando era humana – achava que a frase era até bonita, era apenas um verso de um poema. Entretanto, depois que entendeu até mesmo em seus ossos o significado dela, passou a odiá-la.

Seus cabelos loiros grudavam em sua testa pelo suor, seus olhos azuis em um mix de lilás, estavam a mil, olhando para todos os lados. Sabia que estava sendo observada e jamais se deixaria ser capturada novamente.

Estava ali, de novo, debaixo do Arco do Triunfo, que ironia. De triunfo ele não trouxe nada para sua vida, só trouxe desespero e morte. As luzes começaram a se acender no monumento deixando-o mais encantador, se não estivesse desesperada teria admirado o monumento.

- A senhorita está bem? – uma voz suave e aveludada vinha atrás de si.

- Saia de perto de mim! – o tom de voz de Anne era de pavor, um tom alto que quem estava por perto se assustou olhando com estranheza para o homem – Você é um deles não é?

- Um deles?

Os olhos de Anne cravaram no homem a sua frente, medo e pavor era tudo o que sentia naquele momento. O homem – que parecia ser muito jovem – a encarava preocupado, suas sobrancelhas bem definidas, não como de mulheres, mas como se fossem pintadas pelo próprio Pablo Picasso, se curvavam deixando pequenos sinais de marcas de expressão em sua testa. Seus cabelos negros,feito o céu em dia de eclipse, eram jogados para o lado pelo vendo, bagunçando-os, afinal eram longos, na altura dos ombros todo repicado dando um ar mais rebelde e jovial.Os olhos azuis escuros tentava entender o que se passava com a moça a sua frente.

- Você veio me pegar – ela se xingava por dentro por sua voz ter saído trêmula.

- Não, não vim te pegar. Você só me pareceu perdida e com medo, fora isso que a noite está caindo, com esse seu vestido fino sentirá frio.

- Ninguém ajuda alguém de bom grado, ainda mais quando não conhece.

- Olha – ele se aproximou de Anne e quase em um sussurro falou – Você acabou de se transformar, pode acabar matando alguém quando a noite cair e creio eu que falta pouco tempo.

- E você sugere que eu aceite sua ajuda? – perguntou ela brava – Sei que é um dos homens daquele imundo, não vou com você.

- Não trabalho para ninguém, vivo por mim mesmo – sua expressão mudou para desconfiança assim que viu um homem de casaco cinza com um telefone olhando para ambos – Você conhece aquele cara ali de casaco cinza?

- Quê? – na mesma hora ela olhou para o homem de celular – Conheço, é um dos capangas dele! Preciso sair daqui!

- Calma – o rapaz tirou seu sobretudo e a cobriu – Assim não vai chamar tanta atenção, agora vamos.

- O que?! Não vou com você.

- Corre, vamos despistá-lo.

As pernas de Anne se moveram automaticamente quando o homem a puxou atravessando o Arco do Triunfo, fugindo dali. A partir daquele momento estava deixando tudo para trás e fugindo com um desconhecido, poderia parecer loucura, mas foi ali que tudo começou, com aquele sorriso cativante do homem de cabelos escuros... Foi ali que deixou de ser Anne Pontier para ser uma nova pessoa ou melhor uma nova vampira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Transcendente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.