As If It Were The Last Day - 2ª Temporada. escrita por PrisReedus


Capítulo 9
Capitulo Extra: Positive result - parte 2




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George chega atrasado, como sempre e se senta em frente a Marie. Eles estão numa lanchonete ao ar livre, com música ao vivo, cover de The Beatles e pessoas conversando alegres.

– Não entendi nada quando você me pediu pra te encontrar aqui…

– Você me pediu em namoro aqui.

– Justamente… Tão… Deixe pra lá.

– Eu tenho uma coisa bem importante pra te falar, George…

O garçom chega com um cardápio para ele, George devolve - Vê uma porção de batatas e duas cervejas.

– Suco. Pra mim, suco.

George a olha estranho - Suco? Que é... tá tomando remédio?

– Não é isso.

– Eu também quero falar sério com você…

– O meu com certeza é mais…

– Ah, não é…

Marie balança a cabeça - É sim… Quer ver… Fala o seu…

– Se eu falar o meu, não vai mais querer falar o seu.

Marie aperta sua bolsinha, onde está o teste de gravidez - Eu vou precisar falar… Não é só questão de querer.

– Tá bom… - ele suspira - Você tá me apressando.

– George…

– Marie eu… Gosto do que tivemos juntos. Tudo… Você é legal, engraçada… gata… Marie você é muito boa… Em tudo - ele diz maliciosamente.

Uma semana antes ela teria gostado… Um dia antes, ela teria gostado. Mas hoje…

– Só que assim… Eu quero festa, você trabalho. Eu quero sexo, você amor… Eu quero inovar sabe…

– Fala logo…

– Viu, você me apressa… Marie eu quero terminar com você.

Marie nega com a cabeça e tira de dentro da bolsa o teste embalado em uma sacola e entrega a ele.

– Que isso?

– Olha…

Ele desembala o pacote nas pernas e fita aquilo.

– Dois palitinhos… - ele diz e começa a ficar pálido - Você tá grávida.

– Não pode terminar comigo agora.

– Você fez de proposito?

– Você mesmo disse que eu só penso em trabalho, porque eu teria um filho? Aos vinte e três anos?

George fica encarando ela - Você vai ter o bebe?

– Não posso tirar…

– Você quer o bebe?

– Não sei.

– Eu não quero.

Marie começa a chorar - Por favor…George não me obrigue a… George é seu filho.

– Eu não quero.

– Por favor… Você nem precisa estar presente, quantas vezes já vimos mães solteiras? Só… Me apoia. É seu filho também, a culpa não foi minha!

George se levanta e deixa uma nota de cinquenta na mesa - A gente se fala outro dia.

Ele deixa a Marie sozinha e vai embora, é quando o garçom chega com o pedido deles. Marie nega e vai embora.

– Fica com o troco de gorjeta…

Ela entra no carro e acelera.

***************

July aparece na janela do segundo andar do sobrado e desce correndo quando vê que é a prima e que ela chora.

– O que aconteceu, Marie?

Marie passa reto e entra na casa dela, July tranca o portão e corre pra dentro.

– O que aconteceu?

– July… Eu preciso muito… Muito… da sua ajuda.

– Não precisa nem pedir. Fala - o coração da prima já bate forte esperando a resposta.

– Eu… - ela respira fundo antes de falar - July, eu tô grávida.

O olhar fixo, o rosto ficando branco e perdendo o equilíbrio, July se apoia na estante da TV.

– Meu Deus…

– July!

A prima corre e abraça Marie, chorando - Calma… Você já contou pra ele?

– Já…

– E ele?

– Ele disse que não quer…

July concorda com a cabeça - Ele não quer… Beleza… Eu comprei munição pra minha espingarda semana passada…

– July…

– Não vou fazer nada que cause danos físicos a ele, no máximo um soco.

Elas se encaram e então July sorri - Você tá grávida! Ah, isso é….! Meu Deus, eu vou ser tia! Marie… Você vai ser mãe! Mãe!

***************

Marie vai até a porta xingando mentalmente o porteiro por ter deixado alguém entrar sem avisar ela primeiro, ela estava dormindo… Pelas suas contas, e os exames médicos, ela já está de um mês e meio, mas só faz meio que ela descobriu e foi só dar a noticia que todos os sintomas foram embora, ela não tem mais sono excessivo, não vomita, não come tanto… Já está normal novamente. E sua barriga está começando a aparecer.

Ela olha no olho mágico e só flores ali…

Drake…

Ela abre a porta e o sorriso se vai.

– George…

Ela estica o buquê de Tulipas lilás para ela, ela pega, mas não cheira nem agradece…

– O que você quer?

Ele olha para a barriga dela - Ainda não aparece.

– Está começando.

– Quanto tempo você está?

– Um mês e meio.

Ele concorda com a cabeça - Posso entrar?

Ela dá um passo para o lado e ele entra e fecha a porta, ela põe as flores na pia.

– Veio só ver se minha barriga tá aparecendo?

– Eu decidi ter esse filho com você.

– É um bebe, não um filme que você pode decidir ver ou não. Você vai ter esse filho…

– Eu sei… Só que eu percebi que é minha obrigação como genitor…

– Pai.

– Pai… Isso... Cuidar dele e eu trouxe isso pro moleque…

– Moleque?

– É vai ser um garotão.

– Vai?

George abre a mochila e tira de l´um chuteira de uns 8cm.

– Awn… - Marie se aproxima e pega o sapatinho

– É pra usar quando ele sair da maternidade.

– E se for ela?

– Vai ser um menino… Eu to sentindo - ele sorri para ela

Ela sorri para ele. George estica as mãos e toca as pontas dos dedos na barriga dela, seu sorriso treme.

***************

– AI! AI! AAAAAI!

– Que foi?

– Mexeu… Ai… doeu muito.

– Isso é normal?

– Sei lá… Tem uma pessoa se mexendo dentro de mim. Ai.. meus pés estão muito inchados… Meus peitos doem… Ai, George quantos meses faltam ainda?

– Cinco… - ele coloca a bolsa de água quente atrás dela e ela se encosta.

– “Perai”… Eu quero ir no banheiro.

Ela se levanta e caminha para as escadas, acariciando a barriga que agora já é visível. Sobe e entra no banheiro. O banheiro da casa dele é branco com preto e tem uma banheira ali… Marie evita olhar a banheira porque os dois já fizeram coisas ali e ela sente vergonha de pensar que já fez essas coisas...

Ela se senta e se alivia, mas quando baixa a cabeça vê uma mancha vermelha no forro da calcinha. Um arrepio percorre sua espinha.

– George! George!

Ela escuta os passos rápidos dele pulando dois degraus por vez, ele abre a porta e a olha - O QUE?

– Devemos ir ao médico - ela baixa a cabeça de novo e ele segue o movimento dela vendo o sangue.

***************

– O seu caso é raro mas não é único… Toda mulher tem um tanho de útero, não tem grande diferença… - o médico pega um objeto branco redondo, em formato que lembra um feijão - Isso representa um útero comum… Ele cresce enquanto o bebê se desenvolve… Isso é óbvio… O que acontece é que o seu útero é menor que isso… Ou seja, ele vai crescer menos. Já está crescendo menos. Vai chegar um momento em que o seu bebê não terá mais espaço pra crescer.

– E ai eu faço cesária, certo?

– Você não entendeu, Marie… Não sabemos quando isso vai acontecer. Sua gravidez é de risco...Pode ser que aconteça só no nono mês e ai faremos um cesária tranquilo, como pode ser amanhã… E ai você terá que abortar o seu bebe.

George fica na porta, ele tem um braço cruzado sobre o peito e esse dá sustentação para o o outro, cuja mão cobre a boca.

Marie nega com a cabeça - Eu quero ter o bebe.

– Você não vai poder, eu sinto muito.

– Não posso tirar ele. Ele já vive… Ele se mexe - ela respira fundo tentando não chorar.

– Digamos que ela tenha o bebê… Qual a chance de ela conseguir e ele não ter complicações?

– 15%

– Eu quero tentar até onde eu consigo.

– Essa é uma decisão de vocês. Mas eu aviso que isso pode não só trazer risco para o bebe, mas para você também.

– Eu quero tentar.

***************

Marie se levanta com um grito cortando a garganta e George se levanta junto. Ela para de respirar e segura a barriga…

– Marie?

– Tá doendo… Muito - Sua pressão baixa, ela começa a suar frio.

George se levanta e põe os chinelos, ele corre e pega dentro do criado mudo os documentos dela e entrega a ela, quando ela segura os papéis, George a ergue nos braços e se começa a andar o mais rápido que consegue, desce as escadas e sai de casa, ele a coloca no banco de trás e dá a partida.

Marie fica acariciando a barriga de quatro meses e tentando acalmar a respiração, mas nada adianta, ainda mais quando ela vê sangue manchando suas pernas e a barra da camisola.

– Rápido, George!

***************

George nem percebe mas seus joelhos batem e ele roe as unhas. Faz uma hora que Marie está na sala se cirurgia e nada ainda… July anda de um lado pro outro enfregando as mãos, Ana balança as pernas num nervosismo extremo, se ela conseguisse balançaria mais rápido e mais forte. Drake está num canto estalando seu dedo que aos 14 anos ele quebrou jogando Rugby.

Dentro da sala de cirurgia, Marie está desacordada… Médicos tentam de todo modo salvar seu bebê, eles sabem que ele vai ficar sabe-se lá quantos dias na incubadora, que nascerá fraco e com certeza terá problemas, mas eles precisam tentar, é um bebê.

Mais meia hora se passa, George já roe a pele e as cutículas, tem sangue nos seus dedos. July está tão nervosa que quer socar alguma coisa, por isso começa a distribuir socos na própria mão. Ana parece meditar, ela se concentra na sua respiração e tenta não pensar no que está acontecendo lá dentro.

Um médico vêm de um dos corredores e entra na sala de espera deles.

– Família da Marie D’Jacques?

– Finalmente! - diz July - Somos nós.

– E então? - pergunta George ficando em pé.

– Foi um cirurgia complicada, mas ela está bem.

July suspira com a mão no peito, impedindo o coração de pular pela boca.

– E o bebê? - o pai da criança pergunta.

O médico balança a cabeça.

July e Ana começam a chorar no mesmo momento. Drake baixa a cabeça e franze os lábios, Georgia perde o equilíbrio.

– Ela perdeu?

– Nosso diagnóstico é que ele faleceu há duas horas…

– Foi quando a Marie acordou… E… O que vocês…?

– Retiramos o feto… Ele está… No necrotério.

– Para de falar! - diz July - Cadê minha prima?

– Você é a prima July? Ela pediu pra ver você.

July acompanha o médico até o quarto que Marie está, quando a prima entra, o médico sussurra que ela tem quinze minutos.

– Oi…

– Oi…

July se aproxima e se senta no banquinho bem ao lado da cama, Marie puxa de debaixo da coberta um pé da chuteira que George comprou.

– Era um menino.

– Ah, Marie…

– Nunca mais vou ser mãe, July.

– Você pode tentar de novo.

– Não. Eu… Combinei com o médico previamente. Eu tirei meu útero.

July segura a mão da prima e acaricia, Marie fica encarando o sapatinho que seu filho agora morto usaria.


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Notas finais do capítulo

:'( tadinha da Marie.



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