Trouble escrita por Rafa


Capítulo 4
Capítulo 4 - Imprevisível


Notas iniciais do capítulo

~~PENÚLTIMO CAPÍTULO!!!~~

E ai, gente!!!
Tudo bem com vcs?
Espero que sim, olha um capítulo novinha para vcs
Espero que gostem
Boa leitura



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Capítulo 4 – Imprevisível

Yo, Ichigo!

A um ano atrás disse que não iria mais escrever para você, mas tomada pelo sentimentalismo hoje lhe escrevo mais uma vez.

Nosso filho acaba de completar dois anos de idade e me sinto orgulhosa por não o ter tirado quando tive oportunidade.

Ele foi o maior presente que você já me deu e te agradeço muito por isso.

Não canso de repetir isso!

É engraçado, mas ainda que você não me responda, me sinto feliz por compartilhar isso com alguém.

Não acho legal falar de você com Renji, ainda que ele tente a todo custo disfarçar os ciúmes que sente.

Sinto que meu carinho por ele cresce a cada segundo e me alegro com isso.

Nunca acreditei, mas sim, o amor pode ser construído a cada dia e Renji me provou isso. Ainda que me antigo sentimento por você ultrapasse tudo isso, sei que posso supera-lo.

Rezo todos os dias para que esteja feliz e sendo amado. Nunca desejei sua infelicidade, afinal, você me deu Kai e isso já me basta.

Sempre terei um pedaço seu próximo a mim e não posso desejar nada a mais que isso.

Muito obrigada por tudo.

Kuchiki Rukia.

~~~~

— O que você tanto lê, Ichi-nii? — perguntou Karin, sentando-se ao meu lado no sofá da sala, enquanto eu tentava a todo custo esconder o que aquelas poucas palavras de Rukia causavam em mim.

— Nada, baixinha. Vai lá ajudar a Yuzu. Anda — brinquei, bagunçando seus cabelos negros.

— Rá! Sai. — Bateu em minha mão, sorrindo. — Você me pareceu bem triste e ansioso durante o almoço. O que houve?

— Assunto de gente grande — provoquei mais uma vez vendo-a revirar os olhos.

— Okay. Já entendi. Não desabafe comigo que vou chamar o pai para te irritar — ameaçou me mostrando a língua.

— Alguém chamou por mim? — a voz alegre de meu pai soou e logo esperei receber um de seus golpes de rotina.

Esperar Kai ali não fora uma boa escolha!

— Isshin, querido. Avise nosso filho de que tem alguém esperando-o na porta — gritou minha mão do corredor.

— Como se ele já não tivesse ouvido — resmungou Karin, enquanto meu pai elogiava o tom firme de minha mãe.

Sem esperar por nenhum deles, caminhei para fora de casa, encontrando um belo carro esporte estacionado no meio-fio em frente a casa de meus pais.

— Então você é o tão famoso Kurosaki Ichigo — saudou um ruivo tatuado ao sair do carro.

— Eu mesmo e você suponho que seja Abarai Renji. Onde está meu filho? — perguntei sem rodeios.

— Não diga isso assim. Rukia já explicou tudo para ele, mas você ainda não tem a confiança do menino, então não abuse — avisou com seu falso tom amigável.

— Certo.

Me olhando debochado, o ruivo falou com Kai e o entregou para mim. O garotinho não parecia nada a vontade com aquilo, mas me deixou carrega-lo enquanto acenava em despedida para o outro que já ia embora depois de me passar várias instruções de como cuidar de meu próprio filho.

Vê-lo agir daquele modo estava me irritando, mas relevei tudo. Não poderia começar um discussão na frente de Kai assim, do nada, ainda mais com alguém que eu sabia ser importante para ele.

Voltei rapidamente para dentro da casa, encontrando todos a me observar surpresos. Até mesmo Yuzu havia deixado a cozinha para ver o que estava acontecendo.

— Ichigo, quem é esse garotinho lindo? — Minha mãe tomou a palavra sem rodeios me olhando de uma maneira que eu não conseguia entender.

— Meu nome é Kuchiki Kai — a voz infantil de meu filho soou antes da minha, mostrando o quanto ele era esperto como Rukia havia dito.

A compreensão iluminou a face de meus familiares. Eles já haviam ligado os pontos!

— Masaki-chan, nós temos um netinho! — berrou Isshin abraçando minha mãe, que já se derramava em lagrimas.

Pensei que todo aquele estardalhaço fosse assustar Kai, mas depois de quase dez minutos de festa, ele já se via bem a vontade no seio de minha família. Karin e Yuzu se revesarão com Masaki para carrega-lo e chamar sua atenção com brincadeiras inocentes.

— Estou muito feliz com essa surpresa, mas sinto que precisamos conversar de homem para homem — a abordagem sutil de meu pai me deu o sinal de que finalmente teria que me explicar e foi isso o que fiz. O contei tudo, desde as antigas cartas até minha mais recente conversa com a mãe de meu filho.

Precisava desabafar e Isshin acabou sendo um bom ouvinte, ao ouvir tudo até o fim sem dizer nada.

Após finalizar minha narrativa, permanecemos em silencio apenas a observar a felicidade que preenchia a casa enquanto minha mãe e irmãs brincavam com o pequeno garotinha, que eu já podia chamar de meu filho.

— Não vou lhe julgar nem dizer nada sobre o que já passou, Ichigo. Mas saiba que o futuro somente nós mesmos que construímos e esse futuro pode ser repleto de alegrias, basta você saber o que quer e lutar por isso — declarou ele, enfim.

Suas palavras me fizeram estremecer.

Meu pai me entendia no final das contas e eu não esperava isso dele.

— Obrigado, velho. Muito obrigado!

— Aposto que a Rukia-chan continua extremamente linda, ainda mais depois de virar uma mulher e gerar um neto meu — cantarolou enquanto pulava ao meu lado.

Agora sim meu velho “cabeça-oca” estava de volta e eu não consegui segurar a gargalhada que escapou por minha garganta.

Não tinha como negar a alegria que crescia dentro de mim.

Minha vida finalmente seguia o rumo certo.

~~~~

A tarde na casa de meus pais passou voando e agora o transito de Karakura se abria a minha frente em seu horário de pico.

Kai parecia cansado e feliz sentado na cadeirinha que comprei assim que Rukia autorizou meu encontro com nosso filho.

Suas gargalhadas gostosa junto de minhas irmãs ainda soavam em minhas lembranças, quando o ouvi me chamar:

— Titio?

— Sim, Kai — respondi rapidamente para esconder o descontentamento por ser chamado assim por meu filho, que ainda não havia me aceitado como seu pai.

A insegurança estava clara em sua face infantil.

— Quando vou poder visitar tia Masaki e os outros de novo?

— Sempre que quiser.

— Que bom. Eu gostei bastante deles. Mas tenho medo de magoar a mamãe... — cruzou os braços, fazendo bico.

— Por quê? — o incentivei a continuar. Precisava ganhar sua confiança.

— Ela estava chorando quando o papai me trouxe para você e também quando me contou que você é meu segundo papai. Tudo está tão confuso. — Ouvir aquelas palavras me contou o coração.

Rukia estava sofrendo com tudo aquilo e eu não poderia me sentir mais culpa do que já me sentia.

— Me desculpe — falei apertando os volante entre meus dedos.

— Quero minha mamãe — choramingou.

— Já estamos chegando, filhão — declarei vendo-o pelo reflexo do espelho e ele assentiu secando as pequenas lagrimas que ameaçavam cair de seus lindos olhinhos azuis.

Sem muita conversa, logo paramos em frente a mansão Kuchiki, onde já era esperado por Hisana, que nos conduziu até a sala de estar.

— Aceita algo para beber, Kurosaki-san? — ofereceu ela sorrindo para mim.

— Aceito sim, Hisana-san — aceitei com a esperança de encontrar com Rukia e falar com ela.

— Só um instante — falou, entregando Kai para a babá, que o banharia antes do jantar, após eu me despedir de meu meu filho.

Sozinho, passei a observar tudo a minha volta, vendo várias fotos de Rukia desde a faculdade até a gravidez e o nascimento de Kai.

Um calor gostoso se espalhou por meu peito. Me sentia em paz ao observa-la. Mesmo que fosse apenas por fotos antigas.

— ... Não existe nexo no que você está falando, Renji — a voz irritada de Rukia soou.

— Não existe nexo?! Pare de mentir para mim e para si mesma, Rukia. Tudo isso está muito claro para mim! — rebateu Renji.

— Você está sento injusto comigo. Tudo isso não vai nós levar a lugar algum.

Levantei em um pulo quando os dois adentraram na sala parecendo discutir.

— Ainda vejo amor por ele em você. Não minta! — exclamou Renji ainda sem me ver.

— Ichigo?! — Os olhos de Rukia se arregalaram ao encontrar os meus.

— Boa noite, Rukia — saudei sentindo meu coração bater descontrolado no peito.

Algo me dizia que eu era o motivo da discussão entre eles e algo dentro de mim se explodiu em uma felicidade egoísta com aquilo.

— Foda-se! — exclamou o maldito ruivo tatuado deixando-nos a sós.

Permanecemos em silencio por alguns segundos, apenas encarando um ao outro, então comecei:

— Devo me desculpar por essa discussão?

— Não seja convencido, Ichigo. Aquilo não teve nada a ver com você —negou ela.

— A não? Que pena. Me deixe sonhar pelo menos. — Sorriu sarcástico.

— Onde está meu filho? — Sua face séria me fazia ter o desejo de faze-la sorrir.

Nosso filho está com a babá.

— Que bom.

— Rukia, precisamos conversar direito...

— Não quero ouvir, Ichigo. Não quero ouvir seja lá o que você queira me falar — sua voz suplicante cortou minha fala.

— Isso ainda não acabou. Você sabe. O “nós” ainda existe — declarei, sentindo um enorme desejo de beijar sua face corada.

— Acabou sim. Acabou a três anos atrás.

— Não vou desistir.

— Faça como quiser. — Sua expressão parecia se endurecer como um mascara contra sentimentos.

— Rukia-chan. Ichigo-san. Trouxe refresco para todos — a voz alegre de Hisana cortou o clima tenso, que pairava entre nós.

— Me desculpe, Hisana-san. Vou ter que rejeitar seu refresco. Emergência de ultima hora. Obrigada pela hospitalidade — agradeci ao mentir para fugir dali. Sabia que Rukia precisava respirar longe de minha presença e eu daria esse tempo para ela.

— Que pena. Fica para uma próxima então — lamentou a Kuchiki mais velha sem deixar de sorrir.

— Com certeza. Até mais — me despedi saindo apressado pela por da frente.

A noite estava escura e tudo o que eu mais queria era descansar e pensar em qual seria meu próximo passo para ter Rukia e meu filho junto a mim.

Já havia desativado o alarme de meu carro quando uma voz grossa soou atrás de mim:

— Kurosaki Ichigo — Abarai Renji estava parado junto ao grande portão de ferro. — Precisamos conversar!

Suas palavras nada amigáveis me deram a certeza de que o destino poderia ser mais imprevisível do que esperamos.

O que aconteceria dali para frente?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Me digam nos comentários, isso incentiva o autor!!!
Bjus e até a próxima



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