Entre erros e escolhas escrita por I am Gleek


Capítulo 72
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

hey gente, desculpem o atraso (de novo)
Eu ainda não tinha o primeiro capítulo do "spin off" pronto, por isso demorei (para poder postar o link aqui)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/600136/chapter/72

— Não corram! Qual é? Vocês têm quinze anos, eu não devia mais ter que brigar por isso. – Sue falou para Charlie e Robin, que corriam em direção ao quarto do garoto – Qual o problema deles? – perguntou para a ex-aluna, que riu.

— Deixe eles, Sue. Só estão ansiosos para conversar pessoalmente. – Quinn disse apontando o sofá para que a mais velha sentasse.

— Espero que sim, porque se seu filho encostar na minha garotinha, eu esqueço que ele é seu parente e corto fora o que ele tem entre as pernas.

— E então, como vão as novas cherrios? – Quinn riu.

— Eu nunca vou encontrar uma líder como você, Q. Mas pelo menos as mudanças que você fez ali, mudou o time definitivamente. Sabe... Somos um grupo.

— Você não acha que vão ganhar.

— É claro que vamos, Fabray! Acha que eu vou perder meu último campeonato?

— Seu último campeonato?

— Decidi me aposentar. Além disso, Robin tem pedido para se mudar pra cá. Ela gosta muito mais daqui do que de Lima e, aparentemente, estudar na escola que sua mãe leciona te faz ter um grupo muito pequeno de amigos. Algo próximo do zero. – suspirou – Vai ser bom pra nós duas.

— Ela deve tá feliz com a notícia.

— Robin não sabe ainda. Quero ter tudo arranjado antes de contar.

— Sue! – a garotinha de apenas cinco anos entrou correndo na sala, pulando no colo da sua "avó postiça", como Sue se autodenominava para os filhos de Quinn e Rachel.

— Hey, pequena líder, como vai?

— Eu to bem. E a senhora?

— Bem também. Cadê sua mãe de nariz grande?

— Não fala assim da minha mamãe. – a garota cruzou os braços e Sue riu.

— Tá bem. Então cadê sua mamãe?

— Ela tá no teatro ensaiando.

— Rachel logo chega. – Quinn sorriu – Quer alguma coisa Sue? Uma água, um suco...?

— Não, Quinn. Estou bem. Hey, Beth, trouxe um presente para você! Vamos no carro buscar?

***

Beth rodopiava pela sala no seu mais novo uniforme de líder de torcida, algumas horas depois de Sue ter ido embora, quando Charlie sentou no sofá, ao lado de Rachel e Quinn, e limpou a garganta, chamando a atenção da duas.

— Mães, eu... Vocês sabem que eu amo vocês, certo?

— É claro que sabemos, meu anjo. – Rachel disse.

— O que houve, Charlie? – Quinn perguntou, vendo a expressão seria do filho.

— Eu estava conversando com a Robin hoje, e ela comentou sobre... Sue ter contado para ela sobre o... Pai dela. E eu fiquei pensando... Quem é meu pai?

Rachel e Quinn se olharam e a loira balançou a cabeça positivamente.

— Char, coloca sua irmã na cama, e depois conversamos, tá bem?

— Mas eu não quero ir dormir. – Beth reclamou.

— Ah, você vai sim. Ou amanhã não vai comigo pro teatro. – a garota arregalou os olhos para Rachel, sorrindo.

— Já é amanhã?

— Já. E vai chegar mais rápido se você for pra cama agora.

— Vem, Char! Eu quero ir dormir.

— Mães...

— Depois que Beth dormir, Char. – Quinn disse e o garoto entendeu que aquele não era um assunto para sua irmã casula.

Quando voltou para a sala, depois de colocara irmã para dormir, Charlie encontrou Quinn e Rachel abraçadas, enquanto Quinn sussurrava no ouvido de Rachel e a menor parecia tremer.

— Mães?

Quinn sussurrou mais alguma coisa para a judia, que levantou e a ajudou a ir para a cadeira de rodas, antes de sentar novamente.

— Senta, Char. É uma história longa. – Rachel murmurou.

O garoto sentou e olhou de uma para a outra, preocupado.

— Tá tudo bem?

— Eu conheci seu pai quando estávamos na escola. No colegial, para ser mais especifica. Passei alguns anos tentando fazer ele me chamar para sair. No nosso último ano, sua mãe se mudou, e eu a conheci.

— Aí vem a parte que você conhece da história, nos beijamos quando estávamos bêbadas, mas decidimos ser amigas. Mas acabamos nos beijando no acampamento e começamos a namorar. – Quinn continuou – O que você não sabe é que, durante esse tempo, entra o primeiro beijo e o beijo no acampamento, eu até incentivei sua mãe a ir atrás do seu pai. E chama-lo pra sair.

— Seu pai me deu um fora. E depois ficou atrás de mim.

— Eu coloquei pó de mico na cueca dele, como vingança. – Quinn sorriu – Alguns dias depois fomos para o acampamento. Começamos a namorar e ele ainda tentou ir atrás de sua mãe, mas ela o dispensou. As coisas iam bem, até nosso sexto mês de namoro, mais ou menos. Foi quando uma ex namorada minha apareceu em Lima. Ela... Bem, irritou tanto sua mãe, que ela saiu para beber aquela noite. Na manhã seguinte, ela bateu na minha porta chorando e pedindo desculpa por ter me traído.

— Você traiu a mamãe? – o garoto arregalou os olhos, encarando Rachel.

— Ouça tudo primeiro antes de julgar, Char. – Quinn pediu.

— Eu não me lembrava do que tinha acontecido. Só de acordar ao lado do seu pai. Sua mãe achou a situação estranha, e mesmo brava comigo, ela me perdoou e pediu para um amigo policial chamado Charles investigar a situação. Sem que eu soubesse, claro. Mas não demorou nem dois messes para eu descobrir que estava gravida. Então terminei com a sua mãe e falei com ele. Apesar de não ser o que eu queria, nós íamos nos casar. O bebê que eu esperava precisava de uma família, nós éramos muito jovens pra que eu trouxesse sua mãe pro meio disso e... Bem, eu faria o que fosse preciso para o bem daquela criança. O seu bem, Char.

— Mas seus avos perceberam que ela não estava feliz, então vieram falar comigo. Me contaram sobre a gravidez e me pediram para interferir. Eu não pensei duas vezes. Eu tinha uma roupa de pinguim e um anel no bolso. O que eu tinha a perder? – brincou fazendo Charlie rir fraco – Mas quando eu estava a caminho do cartório um caminhão bateu no meu carro.

— Foi quando a senhora... Perdeu o... Foi quando...

— Quando fiquei paraplégica. – a loira completou.

— A última ligação que ela havia feito era Santana, então foi pra quem os médicos ligaram. Ela estava no cartório e... Eu sai correndo pro hospital. Enquanto esperávamos sua mãe sair da cirurgia, o amigo policial dela apareceu querendo falar comigo. Me deu todos os papeis para assinar, que levariam seu pai para a cadeia, e me contou o que ele havia feito. Eu assinei os papeis e quando iam prende-lo ele pegou a arma de um policial. Ameaçou atirar em qualquer um que tentasse pega-lo. Disse que... Tinha sido o jeito dele de acabar com nosso namoro, e que só estava se vingando pelo que sua mãe havia feito com ele. Pelo pó de mico. Quando ele atirou para cima... Bem, era ele ou a gente. Charles atirou direto no peito. Seu pai morreu na hora.

— O que ele havia feito?

— Me dopado para dormir comigo.

— Você quer dizer...

— A questão, Char, é que você já sabe sobre o seu pai. – Quinn o interrompeu.

— Ele era um... Como ele pode fazer isso? – o garoto levantou, andando de um lado para o outro da sala – E eu... Eu sou consequência de um... Eu não deveria existir.

— Não diga isso. – Rachel falou levantando – Você foi a melhor coisa que nos aconteceu, Charles.

— Você nem queria dormir com ele!

— Mas não mudaria nada do que aconteceu. – Rachel andou até o filho e o abraçou, olhando para cima para poder enxerga-lo – Nós amamos você, Charlie. Você é... A coisa boa que saiu de tantas coisas ruins naquela época. Foi você quem nos manteve em pé.

— Eu só levantava todo dia, Char, por que sabia que sua mãe estava li do meu lado, com uma coisinha pequena na barriga, que logo ia sair de dentro dela pra segurar meu dedo na mãozinha pequena e fazer tudo valer a pena. E eu estava certa, Charlie. Eu e sua mãe passamos por muita coisa. Mas pensar no seu sorrisinho banguela que a gente encontrava todo dia quando voltávamos pra casa motivava a gente. Vem cá. – Quinn puxou o garoto para sentar no seu colo.

— Mãe! – ele reclamou.

— Você não tem que se culpar pelo o que seu pai fez. Ele era um idiota. O importante é que... Poderíamos ter simplesmente dito quem é seu pai. Mas a pergunta de como você foi concebido ia acabar surgindo. E isso pode afetar sua relação com pessoas que você conhece e estavam ligados a ele. Então, Char, somos nós quem perguntamos agora: você quer saber quem é seu pai?

— Eu... Eu não sei.

— Nós sempre vamos estar aqui por você, filho. E, quando você quiser saber, é só perguntar. – Rachel disse acariciando as costas do filho – Mas você tem que saber se tem maturidade o suficiente para lidar com isso.

O garoto balançou a cabeça positivamente e suspirou.

— Você disse que... Vai afetar meu relacionamento com algumas pessoas? Por que? E quem?

— Por que você conhece seus avós. E seu tio. – Rachel respondeu.

— Eles... Sabem?

— Sabem. Mas não te contaram que são parentes por que nós pedimos. – Quinn disse.

— Quem era meu pai?

— Finn Hudson. – Rachel murmurou.

— Eu nunca ouvi falar sobre ele. Quem...?

— Kurt é seu tio. – Quinn disse.

— Certo.

— Filho, independentemente de qualquer coisa, somos suas mães. E, seja qual for o assunto, você pode falar com a gente. – Rachel disse.

— Nós te amamos, Char.

— E eu amo vocês. – o garoto disse e deu um beijo na bochecha de cada uma – Hum... Mães, tem uma coisa que eu quero contar.

— O que é?

***

— Você só pode tá de brincadeira comigo. – Santana gargalhou.

— Não! Você pode acreditar nisso? Meu filho tá namorando a mini Sue! – Quinn reclamou.

Era sábado. Quinn e Santana estavam na sala da casa da latina, enquanto Rachel e Dani – com uma enorme barriga de sete meses de gravidez – conversavam no quarto. Charlie havia saído com um amigo e Beth estava com a mãe judia, paparicando Dani – aliás, a garotinha não fazia outra coisa desde que a mulher de cabelos coloridos havia contado sobre a gravidez.

Era um costume das quatro se reunirem – e normalmente Kurt e Blaine se juntariam a elas, e algum integrante antigo do clube do coral que estivesse em Nova York – no fim de semana para conversar. A verdade é que todos haviam mantido uma amizade depois de Lima.

— E o que Sue fala sobre isso?

— Ela ainda não sabe. Charlie nos pediu para passar um tempo em Lima. Ele quer conversar com Burt e Carole, e pedir oficialmente Robin em namoro para Sue.

— E o que vocês vão fazer?

— O que poderíamos fazer, Santana? – Quinn suspirou – Compraremos as passagens para as próximas férias.

— Tá brincando, né?

— San, nós duas nos cassamos e somos felizes com nossas namoradas do colégio. Por que Charlie não poderia ter a mesma sorte? Não vou impedir meu filho de viver a vida dele. Nós o criamos e o ensinamos a tomar boas decisões. Eu tenho um bom garoto. O que poderia dar errado?

— Uma gravidez indesejada?

— Cala a boca. – Quinn riu empurrando a garota de leve.

***

E, como prometido, Charlie viajou nas férias, pouco menos de um mês depois. Mas foi acompanhado de Beth.

Os dois passariam três semanas em Lima. Uma com os avos sem as mães, e duas com elas, na casa de Frannie – que ainda era adaptada para as visitas de Quinn.

Hiram e Leroy estavam loucos para terem um tempo a sós com os netos, então as garotas aproveitaram para ter um tempinho para elas, afinal, não ficavam sozinhas desde o nascimento de Beth.

— Eu amo você. – Rachel disse distribuindo beijos pelo pescoço da esposa.

— Hum... Eu também.

— Sabe, eu estava pensando... O que você acha de outro filho?

— Outro filho? – Quinn perguntou afastando a judia de si – Rae... Nós já temos Charlie e Beth.

— Eu sei, mas... Ver Dani gravida tem me feito pensar e... Sentir falta disso.

— Bem, vamos fazer assim, nós vamos para Lima na semana que vem, e você pensa no assunto enquanto estivermos lá. Se você ainda quiser engravidar de novo quando voltarmos, vamos começar um tratamento, tá bem?

Antes que Rachel pudesse responder, o telefone da judia tocou, e ela levantou para atender.

— Oi, Marley. – resmungou – Não, não vi. O que? Serio? Oh, céus! Obrigada Marley. Até depois.

— O que foi? – Quinn perguntou quando a judia desligou.

— Fui indicada para um Tony!

— Rae, isso é maravilhoso! – Quinn sorriu para a esposa e abriu os braços, onde a judia rapidamente se jogou.

Depois de ligar para várias pessoas para falar sobre a novidade, Rachel voltou para cama com Quinn, onde a loira já a espera impaciente.

Entretanto, ver a judia andar de um lado para o outro, com me enorme sorriso no rosto fez a loira ter certeza que nem mesmo um “novo Finn Hudson” atrapalharia a felicidade das duas.

Elas haviam nascido uma para a outra.

E mesmo errando em suas escolhas, ou tendo interferências indesejadas em seus caminhos, elas estariam ali uma pela outra. E pelos seus filhos. E pelos amigos. Ou, de forma resumida, pela sua família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

https://fanfiction.com.br/historia/680686/Capitulos_extras_de_Entre_erros_e_escolhas/

Espero que tenham gostado de ler essa fic tanto quanto eu gostei de escrever.
Me digam o que acharam da história e do capítulo.
Obrigado a todos que leram, comentaram e recomendaram EEEE até o fim! Chegamos juntos até aqui ;)
Espero ver vocês em outras fics. Então, até "Mais do que se pode ver" (meu próximo projeto) ;)