Se eu soubesse o que sei agora

Eu nunca teria agido com indiferença

Táxis e ruas movimentadas

Eles nunca vão trazer você de volta pra mim

E eu não posso deixar de desejar

Que você me leve com você

~Pov Meg

Quando cheguei em casa eu estava exausta, mas ainda sim não queria dormir. Eu sabia que se dormisse sonharia com ele e eu não queria vê-lo, se isso acontecesse eu tinha certeza de que voltaria a me importar.

–Meg, nós temos que conversar. –Disse minha mãe colocando as malas na sala.

–O que foi? –Pergunto.

–Eu sei que nem sempre fui uma boa mãe e que não gostava do Liam, mas fingir que não aconteceu não vai te ajudar em nada. Você está fazendo exatamente o que eu fiz quando seu pai morreu. –Eu não pensei que ela diria isso, estava completamente surpresa. Por que ela estava dizendo tudo aquilo? – Eu sei que acha que se chorar você estará se perdendo, mas não, todo mundo sofre e chorar não faz mal.

–Como sabe?

–Você está se comportando exatamente como eu me comportei por muito tempo. –Ela se aproximou de mim e pegou minha mão. –Está tudo bem, pode chorar.

–Eu não quero mais chorar, cansei disso tudo. –Murmurei olhando em seus olhos e percebendo algumas lágrimas se formando.

–Filha, eu sei que cansou, mas segurar as lágrimas só vai te fazer mal!

–MÃE EU NÃO QUERO MAIS CHORAR, CANSEI DESSA INJUSTIÇA DE NÃO TÊ-LO POR PERTO, AINDA MAIS AGORA! EU SINTO QUE ESTOU PRESTES A QUEBRAR!

–Me desculpe por não deixá-lo se aproximar e tirar ele de você, eu sempre pensei nele como uma má influência minha filha. Não queria que se machucasse. –Ela murmurou e a primeira lágrima caiu.

–MAS EU ME MACHUQUEI, E A ÚNICA CURA QUE EU TINHA FOI EMBORA E NÃO VAI VOLTAR! –Eu gritei nervosa sentindo minhas lágrimas ali também. –E-eu só... –Respirei fundo. –Eu só queria que ele me levasse embora também.

–Não diga isso Meg! Por favor, pare...

–Vai me dizer pra parar com essa maluquice de novo? Desculpa mãe, mas é assim que eu me sinto.

–Não, eu iria dizer pra você parar de segurar as lágrimas e dizer tudo o que está sentindo. –Eu arregalei os olhos surpresa mais uma vez. –Sei que nunca vai me perdoar pelo que fiz, mas eu fiz pensando que era o certo e o melhor pra você.

Eu ainda lutava para segurar minhas lágrimas, mas quando ela me abraçou foi inevitável. Todas elas caíram de uma só vez. Fazia anos que minha mãe não me abraçava assim, e ás vezes eu sentia falta disso. De início fiquei sem reação, mas depois de um tempo eu me encolhi e a abracei como uma garotinha assustada.

–Ele não vai voltar mamãe! –Eu disse e ela em apertou em seus braços.

Passamos a noite juntas como verdadeiras mãe e filha. Conversamos, choramos e por fim dormimos abraçadas no sofá. Eu não havia esquecido o que ela fez, ainda estava em minha mente e nada poderia apagar, mas eu precisava dela ali.

Por mais que eu estivesse magoada com ela eu sabia que precisava senti-la, e aquela noite fez bem não só a mim, mas a ela também.

De manhã quando acordei minha mãe já tinha preparado meu café da manhã, depois de comer eu iria até Hogwarts atrás de Draco para pegar o que Liam havia deixado com ele. Será que ele sabia o que iria acontecer com Liam?

*-*

Eu havia chegado em Hogwarts e estava procurando por Draco feito uma louca, mas aquela escola era enorme! Foi quando resolvi parar a primeira pessoa que vi: Uma garota morena com os cabelos enrolados e olhos castanhos. Usava a gravata vermelha e amarela, Grifinória era o nome da casa, pelo menos foi o que Draco disse.

–Com licença, será que pode me ajudar? –Pedi.

–Claro, o que foi?

–Eu preciso achar urgentemente Draco Malfoy, mas como aqui é muito grande eu sempre me perco. Já passei por esse corredor umas três vezes! –Ela sorriu.

–Ele deve estar com o Zabini no Salão Comunal da Sonserina, eu te ajudo a chegar até lá. Se eu entrar os Sonserinos vão me matar. Vem comigo. –Ela foi andando e eu fui ao seu lado.

–Por que eles vão te matar?

–Sonserinos não gostam muito de sangues-ruins como eu.

–Draco é bem idiota nesse ponto.

–Não só nesse. –Ela disse baixinho para si mesma.

Depois de alguns minutos andando nós chegamos até um quadro e ficamos paradas lá. Segundo ela precisávamos da senha para entrar e como ela era de outra casa ela não sabia. Eu já estava quase desistindo de esperar e voltando pra casa quando saíram de lá Draco e Brown, logo atrás Blás e Parkinson de mãos dadas.

–Meg! –Disse Draco correndo até mim e me abraçando. –Eu soube o que aconteceu, como você está?

–Não vamos falar nisso agora okay? –Pedi.

–Ei, por que está aqui? –O loiro perguntou pra garota que me ajudou a chegar até aqui e ela cruzou os braços revirando os olhos.

–Já estou indo embora Malfoy, só vim ajudá-la a chegar aqui.

–Bom mesmo Granger, não quero me misturar com sangues-ruins.

–Acha que eu quero ficar perto de você seu idiota? Você me dá nojo.

–Nossa. –Falei e os dois olharam pra mim. –Então essa é a famosa Hermione Granger?

–Se inventou alguma coisa pra ela sobre mim saiba que eu vou te dar um crucio! –Disse a garota encarando meu primo com ódio.

–Eu não inventei nada. –Ele riu.

–Okay, eu vou indo antes que mate esse idiota. Foi bom conversar com você. –Ela sorriu pra mim e saiu de lá nervosa.

–Pode me dar um minuto com meu primo ou vai ficar pendurada nele enquanto conversamos? –Falei para Brown. –Quanto tempo Blás! –Eu o abracei e ele sorriu.

–Sinto muito pelo que aconteceu. –Eu balancei a cabeça respirando fundo.

–Pode levar a sua namorada irritante e essa aí pra longe de mim? –Pedi e ele riu.

–Vamos deixar vocês conversarem. –Ele pegou Parkinson pela cintura e puxou Lilá pra longe, deixando-me sozinha com Draco.

–E então, como você está? –Ele disse se aproximando de mim.

–Liam deixou algo pra mim com você? –Perguntei mudando de assunto e ele balançou a cabeça.

–Deixou, mas só vou pegar quando me disser como está. –Eu o abracei apertado.

–Eu só queria que ele estivesse aqui!

E eu vou quebrar

Por que não é justo que você não esteja por perto

E aí que o sentimento se afunda

Eu não quero te perder desse jeito

Volte... Esteja aqui

Volte... Esteja aqui