O contrato escrita por Puella


Capítulo 4
Capítulo 3 - Fenny o observador, e o que se passa com Sir Loki?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.... demorei um pouquinho, eu sei, e sei também que tenho que atualizar as outras, então não se preocupem, viu? É que eu ando meio ocupada, e com pouca criatividade para escrever, embora tenha feito alguns desenhos na minha página do face.... mas vou tentar recuperar belê?
Esse capítulo não ficou lá aquelas coisas, mas espero que gostem....



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Capítulo 3 - Fenny o observador, e o que se passa com Sir Loki?

“É um equívoco achar que as crianças são seres angelicais desprovidos de malícia, basta ser humano para saber que ela reside em si”

Frustração.

Esta poderia ser uma das palavras para descrever a primeira semana de Sigyn Lindgren como tutora de três crianças filhas de um estadista em processo de “esclarecimento político”. A jovem se encontrava exausta e cansada, deitada em sua cama. Ela sabia que não seria algo simples, afinal, lidar com o ensino não é uma tarefa simples. Mas, ela também não esperou que fosse tão difícil.

Jomungadr não a obedecia.

Hella era mimada e às vezes não cooperava.

Fenrir era o mais autônomo dos três e não dependia muito dela, mas sempre que possível fazia algumas observações curiosas.

O que Sigyn poderia entender como alfinetadas.

Mas Fenny ao contrário dos outros parecia ser o mais compreensivo com ela. O que ficou visível no fim daquela primeira semana.

“Você está fazendo tudo errado”

“Você nunca deu aula antes, certo?”

“A Matilde apesar de ter sobrevivido três dias ainda pareceu melhor que você.”

E Sigyn sempre respondia com os ombros caídos:

– Obrigada Fenrir. Você é muito sincero.

O garoto era muito parecido com o pai, uma miniatura, se não fosse pelos fios claros.

– De nada. Mas gostaria que me chamasse de Fenny.

Sigyn deu os ombros.

– Então tá, Fenny.

O garoto se afastou da mesa dela indo até a saída da sala de estudos. Mas antes de sair pela porta ele se virou para ela.

– Hella não será um problema, ela pode parecer enjoada ás vezes. Mas não quer dizer que ela não goste de você. Meninas mimadas, sabe? Mas se quer um conselho, tome cuidado com o Jo, não faça ameaças, ele não leva a sério. A única pessoa que o coloca no lugar é o papai. Por hora tente ignorá-lo.

Sigyn piscou o olho.

– Por que está me dizendo isso?

Fenny deu um meio sorriso.

– Porque achei você legal – então saiu pela porta.

Voltando aos seus atuais pensamentos, Sigyn se levantou e pegou o material de estudo e alguns livros que ela tinha pego na biblioteca da mansão para elaborar aulas. Lá não havia internet, e o conhecimento era adquirido de uma maneira mais árdua. Esboçou um sorriso de otimismo, estava disposta a dobrar aquele pivete mimado.

Jotunheim era mesmo um país esquisito.

*

Loki estava sentando no sofá encarando as chamas que crepitavam na fogueira. Não era a primeira vez que ficava sem sono. Na verdade, talvez ele não fosse digno de ser merecedor de um sono tranquilo nunca mais. Não enquanto ela não assombrasse toda vez que fechava os olhos.

É claro, fazia um tempo que ele não tinha aquelas visões, mas a chegada da jovem preceptora pareceu ter trazido tudo à tona. Ela tinha a mesma altura de Angie, o mesmo trejeito alegre e caloroso que ela tinha quando viva. Algo que ele gostava antes, mas que agora só fazia com que sua bílis quisesse subir pelo esôfago.

Outro gole de conhaque.

Tinha acabado de ter outro sonho com ela.

Ou melhor, um pesadelo.

A bebida amarga desceu pela garganta, fazendo que o mesmo estreitasse os olhos em resposta a sensação.

Amargo seria a melhor palavra para descreve-lo.

Enquanto ele olhava para as chamavas lamentava pela milésima vez.

Eu sinto muito.

Ele não soube dizer quantas horas ficou ali sentado, mas mesmo assim o sono não vinha. Os olhos ardiam mas não queriam fechar. Loki levantou do sofá, numa vã esperança de que se deitasse sua cabeça no travesseiro logo o dia amanheceria.

O homem subiu as escadas, tinha os ombros caídos uma expressão muito apática para um jovem de trinta anos, ao fim dos degraus ele se dirigiu ao corredor porém estancou no lugar ao ver ela.

Seus olhos se arregalaram e sua pele ficou mais pálida, se isso fosse possível, ao ver a pequena silhueta de Angie no fim do corredor. Ela tinha os cabelos soltos, caídos até a cintura, usava aquela camisola branca que lhe dava um aspecto ainda mais espectral.

– Angie... – sua voz saiu bem baixa.

Era impressão sua ou aquela figura estava vindo em sua direção? Os pés de Loki pareciam ter se fixado no chão como raízes no solo. Ele não conseguia se mexer, ela chegava mais e mais perto. Ela tinha um sorriso apagado no rosto.

– Angie... me perdoe... – ele dizia com uma visível expressão de tristeza.

A jovem fez um gesto com mão quase lhe tocava o rosto.

– Sir? O senhor está bem?

Aquela voz era diferente. Não era voz de Angie. Loki finalmente saiu do transe ao perceber que não era Angie que estava diante de si, e sim Sigyn, a preceptora de seus filhos. Ele demorou um pouco para focalizar o rosto dela. Parecia assustado por vê-la ali.

– O que está fazendo aqui? – foi a primeira coisa que conseguiu pensar.

– Com todo respeito – ela falou pausadamente – eu é que deveria estar assustada, estava saindo do quarto quando vi o senhor com os olhos arregalados, parecia que tinha visto uma assombração – agora o fitava com certa preocupação – o senhor está pálido! O senhor está bem?

Ele não respondeu, havia confusão em seu olhar e também um certo constrangimento.

– Eh... eu vou tomar um chá na cozinha, se quiser eu posso lhe servir um pouco, vai se sentir melhor!

– Agradeço a oferta, mas não preciso – ele respondeu frio – com licença.

Mas que coisa, esse cara não bate muito bem... ele parecia apavorado, me fitando como se eu fosse uma assombração! E quem era Angie?

Sigyn pensava nisso enquanto fitava a xícara de chá que ela levava com cuidado após subir as escadas. Para a moça, Sir Loki não parecia estar bem, aquilo era mais que evidente. Com um sorriso tímido pensou que uma caneca de chá lhe faria bem. A jovem parou diante da porta bem adornada de madeira e deu uma tímida batida. Ela ouviu alguns passos e a porta se abriu. Ele é claro a fitou com certa surpresa. A jovem ergueu a caneca em sua direção.

Ele fitou a xicara e depois a garota.

– Me desculpe, mas o senhor não me convenceu. Por isso trouxe um chá.

– Eu havia lhe dito que estava bem – ele disse em seu costumeiro tom frio.

– Ah por favorzinho! Não me faça essa desfeita! Aceite o chá. Deu trabalho subir com essa caneca quente...

O homem franziu as sobrancelhas.

– Então por que se deu ao trabalho de trazer?

– Não está óbvio? Eh... quero dizer, eu sei que tem essa coisa de homem durão e resistente, mas não custa nada tomar um chá hein? E é melhor tomar logo porque vai esfriar!

Loki suspirou um pouco, resignado aceitou a caneca oferecida e tomou. Estava uma delícia. E não parecia amargo como imaginava que fosse. E então encarou a moça que o fitava com certa curiosidade.

– É bom, não?

– É – ele respondeu por fim. Ele tornou a beber a caneca até o final e depois entrou a Sigyn – obrigado pelo chá, Srta. Lindgren.

– Não foi nada, olha uma coisa que eu aprendi é que quando a gente não consegue dormir é sempre bom tomar um gole de chá que o sono logo chega. Pelo menos comigo funciona!

– Espero que funcione comigo então – ele respondeu, era possível notar uma pequena discreta curva no canto dos lábios – Bem, boa noite Srta. Lindgren.

– Ah boa noite, Sir Loki – ela acenou rapidinho e então ele fechou a porta do quarto.

Sigyn foi para o quarto ainda com a caneca dele na mão. Pobrezinho, que tipo de assombração assola ele? E ainda é teimoso, se fazendo de durão. Ele não me parece ser do tipo que mete medo, parece tão taciturno, tão triste... O que será que se passa com ele? Ah, eu esqueci de perguntar quem era Angie! Mas eu vou descobrir!


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Notas finais do capítulo

Até o próximo suas lindas!