Sugarfree escrita por Fefe-chan


Capítulo 7
Capítulo 7: Sobremesa


Notas iniciais do capítulo

XP
Sei que demorei, porém logo, logo, adiciono o oitavo!
>.



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Sugarfree:

Capítulo 7: "Sobremesa"

Dra. Sumire permanecia na ala de espera do hospital, uma espécie de salão branco cheio de cadeiras de espera verdes vazias pelo pouco movimento, e máquinas de refrigerante e guloseimas. Ela estava com um semblante sereno, diferente dos dias que se antecederam, e para sua alegria, havia finalizado sua última consulta do dia. Dava gosto de vê-la se espreguiçar enquanto esperava a máquina de refrigerantes entregar seu pedido.

Por detrás dela apareceu em homem alto e de ombros largos, e pelos trajes ficava clara sua profissão de médico. Ele tinha longos cabelos castanho-escuros presos por um elástico preto e olhos muito diferentes, cor âmbar. Seu sorriso relaxado denunciava um modo de vida mais ameno e tranquilo.

“Olha só como está melhor, hoje!” O médico comentou sorridente enquanto a observava pegar a lata de alumínio que a máquina fornecia. “Não vai me agradecer por aliviar a sua barra, ontem?”

Sumire ergueu-se novamente e o fitou com os olhos um pouco irritados, visivelmente incomodada pelo tom irônico na voz daquele homem.

Seu nome era Fujisaki, especialista em otorrinolaringologia e pneumologia. Quando ele e Sumire se encontraram pela primeira vez no hospital, não demorou muito para começarem a encontrar suas divergências e convergências. Um médico descontraído e sarcástico como Fujisaki não deveria se dar bem com uma mulher profissional e séria como a doutora que nós conhecemos, mas quebraram todas as espectativas ao se mostrarem uma dupla indispensável nos casos de emergência e por sua convivência intitulada ‘entre tapas e beijos’ conhecida por todo o hospital.

Muitos ainda apostavam que havia algo mais entre a dupla do que parceirismo de trabalho e uma amizade, porém nenhum dos dois teria o estado de espírito para manter um relacionamento tão problemático e, mesmo que tentassem, provavelmente se matariam na primeira semana. Era verdade que haviam tido um caso que não durara mais do que uma noite, e que Sumire havia cortado o mal pela raiz no dia seguinte. Ela não era uma mulher que colocaria sua carreira em risco por causa de homem, ainda por cima, um homem de uma noite só.

Depois daquilo, e de algumas semanas de clima tenso, o relacionamento dos dois começou a se tornar um de companheirismo, e eram vistos sempre juntos. A amizade era bem saudável, e podia-se dizer que os dois achavam muito melhor ficar daquele jeito.

Suspirando um pouco, Sumire lhe estendeu a lata de refrigerante que tinha em mãos.

“Beba da minha ingratidão.” Disse com o mesmo tom de sempre, não recebendo muito mais do que a continuação da encenação.

“Oh! Meu sabor predileto!” Ele riu, abrindo a lata e bebendo o líquido como se fosse tomado de uma sede aterradora, finalizando com um suspiro satisfeito. “Ahh...! Então, resolveu seus assuntos?”

Sumire sorriu, recostando-se na máquina.

“Sim, sim. Nada que uma boa conversa não solucione...” Respondeu calmamente, novamente se espreguiçando com uma languidez que fazia com que todos os poucos médicos e pacientes homens que passassem pelo corredor lhe observassem, alguns discretos, de rabo de olho, e outros descaradamente, até diminuindo o passo para poder apreciar melhor a vista.

Vendo isso, Fujisaki soltou uma risada que não poderia passar despercebida.

“Você vai acabar sendo atacada se não parar com isso.” Ele advertiu divertido, recebendo um olhar curioso por parte dela que trazia a sua face feminina um ar inocente. Isso o fez rir ainda mais. “Ainda não sei como consegue ficar solteira... Acho que vou começar uma tese!”

E com isso, tomou mais um gole do refrigerante.

“É óbvio que os homens se sentem atraídos, porém hesitam em se aproximar. Sumire, a senhoria é como uma rosa! Muito bela e perfumada, porém se seu parceiro não souber como lidar com você, ele pode acabar se espetando... E eu tenho a cicatriz para provar!” Fujisaki apontou para o coração em uma espécie de encenação melodramática.

“Fujisaki...” Ela advertiu, visivelmente irritada pela piada sem graça.

“Vai me dizer que é mentira?”

“Minha vida não é da sua conta.” Ela disse em tom áspero, fazendo-o tremer e se calar de imediato.

O clima entre eles ficou meio pesado, tanto que Fujisaki não demorou a suspirar e tentar contornar a situação.

“Mudando de assunto, já está na hora do almoço.” Comentou, observando as horas em seu relógio. “Vamos comer no lugar de sempre, ou prefere algo diferente?”

Ela sorriu imponente, cruzando os braços contra seu tórax.

“Digamos que tenho outros planos para hoje.”

Fujisaki piscou duas vezes, meio que surpreendido, e antes que pudesse protestar foi parado pelo som de telefone tocando. Rapidamente, Sumire retirou o celular do bolso extremamente largo do jaleco e o atendeu com certo entusiasmo.

“Mochi mochi. Hai, já terminei por hoje. Agora? Certo, já estou indo.”

Ao desligar o telefone, o recolocou no bolso. Fitando Fujisaki com um meio sorriso, se despediu normalmente.

“Até amanhã, Fujisaki.” E partiu um pouco apressada pelos corredores, deixando um médico perplexo para trás.

O homem coçou a nuca enquanto suspirava um pouco indignado.

“E agora? Com quem eu vou rachar a conta!?”


L estava do lado de fora do hospital com seus trajes e posição habituais. Com o polegar contra o lábio inferior, se perguntava da razão de tanto nervosismo que sentia. Seus dedos do pé mal se continham dentro dos tênis gastos que calçava! Talvez devesse perguntar à Sumire... Não! Soaria ridículo demais.

Antes que pudesse continuar com seus pensamentos, ouviu seu falso nome ser chamado. Erguendo a cabeça levemente, encontrou Sumire caminhando em sua direção.

“Olá, Ryuuzaki.” Ela cumprimentou, observando um pouco seu ex-paciente. Ele parecia um pouco mais saudável com sua cor semi-pálida voltando e olheiras regredindo lentamente.

“Boa tarde. Como está?” Eles já começavam a caminhar.

“Muito bem. Consegui resolver alguns casos que estavam pendentes que precisavam de atenção... Mas, e você? Vem seguindo a dieta?”

“Sim, fiz tudo o que mandou.”

E permaneceram andando em silêncio pelas ruas até que, depois de algum tempo de caminhada, se tornou a L.

“E então? Aonde vamos comer?”

“... Eu pensei que você estivesse nos levando...”

“...”


Após alguns minutos, os dois se encontravam em um restaurante conhecido pela médica. Tinha um estilo bastante informal, com mesinhas de dois e quatro lugares espalhadas pela sala de porte médio e tom esverdeado bem claro. Eles estavam sentados no que parecia a mesa predileta de Sumire, ao lado de uma janela ampla com cortinas xadrez combinando com as paredes, e vista para uma rua não muito movimentada.

Segundo a doutora, a comida caseira que serviam era simplesmente deliciosa, e ela era uma frequentadora assídua do lugar.

Após comerem o prato principal, era óbvio o desejo profundo do detetive.

“Porque não comemos uma sobremesa?”

E também era óbvia a resposta da médica.

“Creio que não.”

L permanecia a fitá-la com seus orbes negros e calculadores. Nunca, mas nunca que ele sairia daquele restaurante sem pelo menos um gosto adocidado na boca.

“Banana Split.”

“Não.”

“Uma pequenina mousse de brigadeiro.”

“Isso tem calorias pra 7 de você.”

“Pudim de leite!”

“Negativo.”

Com nojo evidente na face, ofereceu uma última e apelativa tentativa.

“Torta de limão LIGHT.”

“Sobremesa não serve se não lhe trouxer prazer, Ryuuzaki.”

Ele já estava ficando sem recursos, porém L nunca perdera um caso sequer, muito menos uma discussão casual cujo destino fosse doce. Ele até tinha um plano em mente...

Sumire já estava cansada da insistência do mais novo amigo, mas para sua felicidade, ele havia cessado de implorar. Agora ele parecia apenas... Fitá-la com aqueles olhos pedintes...

Droga...

“Aa... Tudo bem, então...” Ele disse com tristeza estampada no rosto alvo, seus olhos de tom contrastante encarando-a como um gatinho perdido no meio da chuva. “Esse biscoitinho do seu café... Será que eu poderia...?”

Aquela cena era de partir o coração... Como é que ele aprendera a manipulá-la tão bem?

Enquanto lhe entregava o biscoitinho, não perdendo o gosto com o qual ele saboreava aquele aperitivo tão pequenino, bufou alto enquanto se recostava a cadeira.

“Onde está o cardápio?” Era visível o sorriso que prosperava na face de L, que prontamente lhe entregou o folheto. Após dar uma checada nas opções, Sumire chegou a um veredicto. “Torta de morango, meio a meio.”

Os olhinhos dele brilhavam em contentamento. “Arigatou, Sumire.”

E ela simplesmente sorriu. "Não há de quê."

Fim do Capítulo 7


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que me mandaram reviews, e saibam que eu estava perdendo as esperanças em escrever minha fic neste site. (Afinal, tenho conta no fanfiction.net e minha fic já está lá) Porém, não me arrependo. Fico muito feliz e grata por tudo, e, por favor, continuem mandando reviews...
:P
Vocês devem saber melhor do que eu o quanto isso levanta a auto-estima do escritor, e o faz acelerar o processo...
8B

Bem, até a próxima!



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