Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 36
Capitulo 36


Notas iniciais do capítulo

Heyy sorry pela demora #Se_Sentindo_Culpada
Mas ta ai um cap um cadinho bad :v mas feito com mto amor



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Eram quase seis e meia quando Cristian saiu de seu escritório, o dia havia sido corrido e o deixara um tanto quanto cansado.


—Sr. Collins? – Ele se virou ao ouvir uma voz feminina a lhe chamar. —Desculpe o horário, mandou um bilhete ao meu filho? Eu vim lhe entregar porque ele se esqueceu.


A mulher tinha o cabelo cor de mel, seus olhos estavam baixos e ela lhe erguia um papel, que Cris pegou e analisou calmamente.
—É a mãe de Stefan?


—Sim. Sinto muito não poder vir até aqui antes como pediu, mas estou trabalhando o dobro pelo meu filho e não tenho muito tempo, peço que compreenda. Agora mesmo estou com um pouco de pressa, já que... Crio o Stefan sozinha sabe? Preciso ir cuidar dele.


—Ah... Claro... – Cris estava seriamente impressionado e um pouco desconcertado com tanta sinceridade. —Assim que tiver um tempo venha aqui, não precisa tanta pressa.


—O senhor é muito gentil! Obrigada, sabe eu preciso mesmo conversas, algumas coisas me preocupam, por favor, eu peço que o senhor me ajude!


—Cristian... Pode me chamar assim e sempre estarei à disposição.


Ela sorriu e assentiu, logo tornando a se virar e a caminhar em direção à saída. Cris pensou que seria certo fazer o mesmo e se guiou também à saída.


Ele seguia a passos lentos até o portão da escola, precisava descansar, já que se encontrava extremamente abatido.


—Ei, sou invisível? – Ele parou novamente e, emburrado, lançou um olhar fuzilante ao noivo. —Também te amo... Seu pai disse que parecia abatido, ele me ligou e eu prometi vir te buscar.


Cris tentou, mas não conseguiu evitar um meio sorriso bobo.


—Meu pai pediu é? – O loiro jamais admitiria o quanto aquilo o deixou feliz. —Que bom, ele tem que ser pai pelo menos uma vez na vida não é mesmo? – Então voltou a se emburrar. —Vamos embora, quero minha cama.


—E seu quase filho? - Cristian parou e agora seu meio sorriso havia se transformado em um completo sorriso sonhador. Set o abraçou por trás e deitou a cabeça no ombro do noivo. —Nosso filho.


Os olhos de Cris marejaram e ele soluçou, mesmo querendo evitar.


—Nosso filho...


—Seu sonho... Nosso sonho... Vamos para casa. – O ruivo sorriu e começou a andar até o carro, ainda agarrado ao noivo. —Vamos para nossa família.


~ # ~

 

—Cris! – Lucas pulava no sofá e se pendurou no pescoço do loiro assim que pôde. — Você voltou!


—Claro que sim, amorzinho. Eu nunca te abandonaria. - Set vinha logo atrás, com Juan e Joe pendurados em si. —Cris... Eu fiz dever!


—Sério? Céus, o Ray faz milagre a esse nível?


Lucas cruzou os braços, montando o bico, mas o loiro apenas riu, se sentando no sofá com Lucas ainda em seu colo.


—Cris, o Ray tava dormindo, mas acordou agora pouco, quer falar com você. – Juan comentou, puxando Joe para si enquanto Set roubava Lucas.


—Certo! – Cris lançou um olhar feio a Set por ter sido furtado, mas depois sorriu e se levantou, indo até o antigo quarto de Juan.


Ele cantarolava durante o caminho, embora sua cabeça parecesse explodir, a sua preocupação com Lucas realmente foi muito grande, até demais. Chegou à porta e bateu calmamente chamando pelo amigo.


—Pode entrar. – Ouviu o resmungo de Ray e entrou, o jovem estava deitado e parecia ainda cansado, Cristian sorriu e se sentou na cama, ao lado do amigo.


—Como se sente?


Ray montou um bico.


—Péssimo... Quero mais chocolate!


Cris riu do amigo, Ray sempre foi muito viciado em doces.


—Mas o assunto é sério, eu queria te explicar tudo sobre o que aconteceu com Lucas.


—Então realmente aconteceu algo? Eu sabia. Sabia!


Ray o encarou, suspirando e deu um peteleco leve em sua cabeça.


—Vou te contar tudo o que aconteceu hoje. E jure para mim que não vai sair por ai agredindo ninguém... E... Prometa-me que... Vai ouvir até o final e que não vai sair correndo por ai sem eu poder te seguir porque, convenhamos, seria deveras injusto.

—Eu prometo. – E estava sendo sincero, jamais faria algo para chatear o amigo. —Agora me conte tudo sobre o Lucas e o dever.


~ # ~

 


—Pelo menos você não saiu correndo na frente do Ray. – Set resmungou, obrigando Cris a se sentar no sofá. Lucas os observava de longe, com o dedinho na boca. —E não fez nenhum escândalo na casa do meu pai, isso é um avanço. – O loiro chutou uma almofada a dois metros de distância, ou mais, e tanto Set quanto Lucas deram alguns passinhos para trás rapidamente. —Pena que só durou até metade do caminho para casa. Lucas vai lá pra cima, rapidinho, tenho que conversar com o Cristian.


O pequeno se emburrou, mas correu o mais rápido possível para o segundo andar, sumindo pelo corredor.


Cris tentou respirar fundo, mas assim que Lucas sumiu de vista ele explodiu tudo o que não poderia ter explodido na frente de Ray.


—COMO EU NÃO NOTEI? COMO? – Ele chutou o sofá e tornou a chorar, sem deixar Set se aproximar. —COMO EU FUI TÃO BURRO? ELE ESTAVA SOFRENDO TODO ESSE TEMPO, CALADO... E EU NEM SEQUER NOTEI!


—Não é sua culpa, não diga isso! – Set novamente tentou, mas foi atingido em cheio por uma almofada.


—ELE FOI HUMILHADO, SET! HUMILHADO!


—Ray mesmo disse que era difícil notar, ele passou por isso ele sabe... – Set parecia um pouco nervoso, o assunto o abalou visivelmente, mesmo que ele não demonstrasse, porém Cris via a forma que seus punhos se fecharam e seus olhos perderam um pouco do foco, ainda assim ele não havia dito nada até o momento. — Cristian deixe de ser tão teimoso!


—NÃO FALE ASSIM, NÃO ME DIGA QUE TAMBÉM NÃO SE CULPA... ELE...


—Cristian... – Set parecia um pouco mais corado que o normal, mas Cris não deu a importância necessária.


—NÓS NEM SABEMOS O QUE SE PASSA NA CABEÇA DAQUELE MENININHO QUE MALTRATOU ELE... ELE...


—Querido... Deixe-me-


—ELE É UMA PESSOA HORRIVEL, ISSO NÃO É COISA QUE SE FAÇA, ISSO É COISA DE QUEM... DE QUEM... É HORRÍVEL... EU-


—EU SEI! – Set elevou seu tom de voz o máximo que pôde, porém essa reação repentina assustou Cristian, o jovem se afastou um passo e encarou o ruivo com incompreensão.
Set raramente gritava, ainda mais com ele, ainda mais por culpa dele.


—É diferente... Você... – Mas o choque ainda não havia passado o suficiente para fazer com que Cris terminasse a frase.


—Você sabe... Sabe quem eu fui... SABE QUE EU FUI HORRÍVEL... MAS... Por isso... Eu... - Novamente o ruivo se exaltara, choque deixara Cris paralisado. —O que me difere?


—É diferente Set. Você mudou... E... E... Ele não...


—Cristian, você está falando de uma criança!


—Uma criança que humilhou o MEU filho! Não quero ouvir mais nada, cansei disso, não posso suportar sequer imaginar esse... Esse infeliz!


—Céus! – Set olhou para o teto, respirando fundo. —Às vezes você é tão egoísta! Eu vou... – Mas o ruivo se interrompeu e começou a se afastar ainda em silencio e sem olhar para o noivo.


Pareceu inabalável com sempre, porém Cris viu algumas lágrimas em seu rosto e, instantaneamente, começou a chorar também.


Pela primeira vez em todos esses anos, Cristian Collins sentiu-se completamente sozinho e desamparado.


~ # ~


O jovem Cris caminhava pelo colégio, estava procurando Set, mas para qualquer um que perguntasse ele certamente diria que estava andando a toa, não queria ser julgado como solitário a ponto de procurar o único quase amigo por toda a parte.


De certo ele também mentia para si mesmo, fazendo a si mesmo crer que a companhia de Set lhe era agradável e, apenas por isso, estava o procurando agora.


—Por favor… - Ele parou ao ouvir uma voz aparentemente assustada e, curioso como sempre, se dispôs a encontrar a fonte.


  Correu até o outro lado do pátio e quase engasgou com a fumaça de cigarro. Imediatamente soube que havia encontrado o ruivo, porém não do modo que esperava.


  Set estava sentado em um banco, dando uma bela tragada em seu cigarro, vício que ele parecia não querer largar, entretanto o que chamou a atenção de Cris foi um menino menor que ele, talvez mais novo, que tinha o braço preso por uma das mãos de Set e que parecia não gostar muito da ideia.

—Por favor, pare!


   Mas Set ergueu a mão livre e nela, Cris notou com certa raiva, um pequeno inseto se debatia, o ruivo aproximou o inseto do rosto do menino, que voltou a se implorar e a chorar.

Revoltado, Cristian correu até o ruivo e, sem sequer pensar, cerrou os punhos e acertou-lhe em cheio bem no rosto.


Set se exaltou, soltando o inseto, o cigarro e o garoto, que correu desesperado para longe.


—O que significa isso?


Cris estava furioso e louco para bater tanto em set que ele se arrependeria de ter nascido.

—Eu é que pergunto, não viu que o menino estava assustado?


—Era só uma brincadeira, seu imbecil! Nunca vi ter tanto medo de um bicho inofensivo. – Set pisou raivosamente no pobre inseto. —Ele que apareceu aqui correndo desse bichinho... Francamente!


  Cris tentou, mas não conseguiu não pensar em Henrique, que sempre tinha medo de muitas coisas bobas... Se fosse com seu irmão...


—Você não sabe de nada então cale a boca!


Set sorriu de modo debochado:


—Vai dizer que também tem medo?


—Como consegue ser tão ridículo? Pensei que tinha o mínimo de decência, isso não é brincadeira, Set! Nada justifica.


O ruivo se levantou furioso.


—Vai ficar me dando ordens agora?


Cris então, para não responder com outro soco, deu as costas ao ruivo, revoltado, e começou a se afastar.


—Espera… qual foi loirinho? Vai se revoltar comigo agora? Espera… - Set segurou-lhe o braço. —Sabe que gosto de ficar contigo.


— E se fosse alguém que você ama? Não acharia tão divertido, não é? Aprenda a ser menos babaca antes de me procurar novamente!


E assim ele saiu correndo, só voltaria a ver Set se tivesse certeza, e provas, de que era uma pessoa realmente agradável, não poderia sofrer outra vez, estava cansado de se enganar!


—Espere! – O ruivo gritava. —Cristian! – Mas o loiro apenas se apressou em sumir de sua vista.

 

~ # ~


  A luz estava apagada na sala, já devia ser tarde, mas ele não se importou, seus olhos estavam um pouco desfocados e tudo pareceu perder um pouco do sentido.


Egoísta!


Sim, Cris se sentia exatamente assim, porém ao mesmo tempo se sentia completamente perdido. Set e ele já haviam discutido antes, mas o ruivo sempre foi tão compreensivo…


—Cris?


Ele se assustou ao sentir as mãozinhas de Lucas em seu rosto, o pequeno olhava ao redor um pouco assustado com algo, talvez com o escuro.


—Não consigo dormir! - O pequenino resmungou quando foi acolhido pelo mais velho. —O Set não me ouviu… Do quarto…


Cris sentiu o aperto em seu coração aumentar, Set apenas ficava tanto tempo em silêncio quando se tratava de assuntos sérios, quando estava magoado ou remoendo o passado.


—Cris?


Ele abraçou Lucas, não sabia como lidar com o que o pequeno sofria e agora também não sabia como lidar com Set.


—Eu fico do seu lado até dormir! - Ele respondeu, por fim, levantando do sofá com Lucas em seu colo e começando a andar em direção à escada. O menino se agarrava a ele com receio, os olhinhos perdidos na escuridão da sala. —Não tenha medo do escuro Lucas. Ele não esconde nenhum monstro.


—Mas eu não vejo nada…


O loiro sorriu, já subindo as escadas.


—Tenha medo das pessoas… De perder quem ama. O que você não pode ver está em sua mente, pode mudar, mas o que você vê é diferente.


—Tudo pode mudar… Não é? - Lucas apertou levemente a bochecha de Cris. —Você brigou com Set?


Quando chegaram à porta do quarto de Lucas, Cris lançou um último olhar ao próprio quarto, mas suspirou e se voltou ao menino.


—Adultos são complicados sabia? - Ele se sentou na cama e deitou Lucas, o cobrindo com o cobertor quentinho. —Agradeça por ainda não ser um!


—Cris… - O menino deu um espaço para que o loiro se deitasse ao seu lado. — Mas vocês ainda se amam não é?


Cris riu baixinho e abraçou Lucas, se deitando ao lado dele.


—Sim Lucas, muito.


—Mamãe disse uma vez que quem ama briga, mas perdoa. - O pequenino sorriu e se aconchegou melhor na cama, fechando os olhinhos. —E vocês são meus papaizinhos e brigaram por minha causa.


—Lucas, é complicado, mas você não tem culpa. São coisas que se juntaram a outras e-


—Você não é egoísta! – Lucas o interrompeu docemente.


—Você ouviu tudo não é?


—Desculpe. Eu não contei nada não é? Fiquei com medo, não entendo o que fiz de errado, eu sou burrinho mesmo. Mas ele vive dizendo isso o tempo todo, me deixa triste. – O pequeno havia montado um pequeno bico.


—Você não é burrinho, não diga isso. Você é Incrível e especial. Teve problemas até agora, mas não se preocupe com nada disso, você vai se tornar muito melhor.


—Ray disse isso.


—Ele sabe o que fala, acredite em mim!


—Eu acredito.


Cris beijou a testa de Lucas, sorrindo.


—Eu te amo.


—Eu também te amo, papai!

 

~ # ~

 

Lucy suspirou, pegando a chave de casa o filho se encolhia de frio, olhando ansioso para a porta, seu rostinho trazia agora uma marca de corte, proporcionada após uma briga do casal em que o menino tentou interferir.


  Fazia um dia e meio que não falava com o marido, em outras circunstâncias teria esquecido o assunto, mas se tratava de seu filho e dessa vez ela não iria fingir que nada havia acontecido.


—Mamãe? – O pequeno a chamou e ela sorriu, abrindo a porta. —Mamãe tem um moço ali! – O menino esticou o dedinho e apontou alguém ao lado de Lucy, que imediatamente se virou e encontrou um homem moreno, que trazia uma grande bolsa em mãos e a encarava tristemente.


—Certo filho. Vá pra dentro tomar um banho!


O menino foi para dentro ainda um pouco contrariado e Lucy se voltou ao homem.


—Quem é?


Ele suspirou e levou uma das mãos aos olhos, Lucy então notou que ele estava chorando.


—Sou Harry, pai do Lucas. Soube que é muito amiga do Cristian, será que pode me ajudar?


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