Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Depois de um pequeno atraso aqui estou, com um cap fofíssimo pra vcs...



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Lucas encarava a rua e as pessoas que iam e vinham, algumas apressadamente e outras pareciam ter toda calma do mundo, por um instante ele se questionou sobre o que cada um estaria fazendo, mesmo que parece bobagem.

Por um instante, sua mente vagou até a lembrança de seu pai, o que ele estaria fazendo sem ele? Onde estaria? Melhor ou pior?

Lucas sempre soube que o pai não se sentia bem com sua presença, mas nunca pensou que esse incômodo que ele causava era tão grande, em sua pequena cabecinha tudo era perfeito a seu modo, mesmo que um tanto desengonçado, mas ele não sabia que havia outras possibilidades e outros modos de viver.

— Pronto para o sorvete gigante? – Juan anunciou, se sentando ao lado do pequenino na mesa, Lucas sorriu de leve e assentiu rapidamente, pegando o sorvete de chocolate, estar com o moreno o deixava um pouco animado.

O pequeno não se lembrava de um dia simplesmente ter saído com o pai para tomar sorvete, na maior parte das vezes só saia de casa para ir pra rua trabalhar ou para ir a escola.

— Está gostoso? - Juan questionou ainda um pouco aéreo enquanto começava a comer também, o menino tinha a impressão que o mais velho estava no mundo da lua o dia todo e isso o preocupava um pouco.

— Tá! Eu amo chocolate. – O menino tentou sorrir o máximo que pôde e, automaticamente, começou a rir.

— O que foi agora menino? Céus... – O mais velho resmungou, esboçando um sorriso que alegrou o pequeno, de algum modo, Lucas se sentia bem ao fazer as pessoas sorrirem.

— Nada. – Conseguiu dizer ainda entre risos e já pegando outra colherada do sorvete. — É legal rir.

— Verdade. – Juan sorriu novamente e encarou o pequenino. — Ainda mais depois de chorar tanto, não é? - Lucas diminuiu o sorriso, dando de ombros e sentindo as lágrimas apontarem, logo reprimindo-as, Juan pareceu notar e, felizmente, desviou do assunto. — Qual sua cor preferida?

— É... – Lucas mordeu o lábio, pensando se tinha alguma. — Roxo, eu acho.

— Bom, a minha é branco. – Juan murmurou, e Lucas o encarou em duvidas.

— Mas branco é tão chato. – O menino resmungou, arrancando alguns risos do moreno. — É tão... Sei lá, branco.

— Eu gosto bastante, me da uma sensação de paz.

— Não sei não... Me dá sensação de nervoso.

Juan riu novamente, bagunçando o cabelo do menino.

— Você é que é elétrico demais, um dia, quando for mais velho, vai apreciar a calma, pode apostar.

Lucas sorriu, negando imediatamente e rindo. — Não sei não.

~ ~ # ~ ~

Depois do tão amado sorvete, ambos estavam no carro do mais velho, que ouvia uma musica animada e batucava no volante, Juan parecia animado, mas ainda tinha um olhar meio vago e distante.

— Por que tá triste? – O menino não se aguentou, era, como disse Juan, elétrico demais para esperar.

Ele recebeu um olhar curioso do maior, que parecia mais surpreso que tudo, Lucas não pode deixar de notar nos fios de cabelo que tampavam os olhos do moreno quando ele se virava para encarar o pequenino.

— Eu não estou triste. – Juan tentou contestar, mas o menino estava determinado e fez um bico enorme quando percebeu que estava sendo enrolado de novo. — Eu só... Ei, vai comigo em um lugar?

— Tá!

~ ~ # ~ ~

— Boa tarde! Que bom vê-lo por aqui. – Uma moça jovem e loira, vestida de um modo formal, os cumprimentou assim que Lucas e Juan entraram no grande prédio que o pequeno achava ser um castelo, mas depois o moreno lhe explicou que era um hospital.

Lucas não sabia definir um hospital como um lugar normal, por isso preferiu achar que era um castelo onde pessoas machucadas se recuperam.

Juan sorriu para a moça e passou direto pela recepção, com as mãos dadas a Lucas, que tentava captar cada detalhe do castelo e das pessoas que lá estavam.

Depois de observar bastante o pequeno se sentia deprimido, lá era o castelo onde todos se curavam não era? Então por que todos pareciam tristes?

— Chegamos. – O moreno comentou, parando em frente a uma das portas do corredor.

— Onde?

— Onde um amigo especial está. – Juan respondeu simplesmente, causando uma pequena confusão na mente do pequenino, que ergueu os braços para o mais velho, obviamente pedindo para ir ao seu colo. — Já vi que temos uma criança folgada aqui. – O moreno comentou rindo um pouco, enquanto erguia Lucas para seu colo.

O menino apenas manteve os olhos fixos a sua frente, querendo saber quem seria o motivo da tristeza de Juan.

Ao entrar no quarto, não pôde deixar de notar no quão fresco era o lugar, uma grande janela iluminava o quarto, que era decorado com flores de todos os tipos e alguns quadros com animais e paisagens coloridos de modo vivo e chamativo, a visão de tantas cores alegrou Lucas, que sentiu pela primeira vez que aquele castelo podia ser bonito.

—Aqui está ele. – Juan sussurrou ao se aproximar da cama onde alguém estava deitado.

Era um rapaz da idade de Juan, com cabelos castanhos lisos e uma pele um pouco pálida.

— Quem é?

O moreno sorriu com a pergunta do pequeno, que fitava o rapaz adormecido, Juan o sentou na beirada da cama, puxando uma cadeira para si.

— É alguém que eu amo, muito.

— Ama? Ele tá dormindo?

O sorriso de Juan diminuiu um pouco. — Sim, e espero que acorde logo.

Lucas encarou bem o jovem, sua expressão era pacifica e viva, diferente de sua mãe, sim, Lucas se lembrava dela, vagamente, mas lembrava, principalmente da ultima vez que a viu, era diferente do rapaz, também lhe disseram que ela estava em um sono profundo, mas era diferente, quando viu a mãe pela ultima vez Lucas teve certeza que a dor que estava sentindo significava que ela não mais voltaria, mas olhando para o rapaz ele tinha uma certeza totalmente oposta.

— Qual o nome dele? – Perguntou a Juan, que segurava a mão do rapaz.

— Ray. – O moreno respondeu simplesmente.

— Ele vai acordar logo. – O pequeno soou confiante e incrivelmente sério, por um segundo notou algo diferente na sala, ao chegar a primeira coisa que havia notado fora as cores, mas agora ele estava começando a reparar na cor mais básica por trás de toda decoração. — Quem enfeitou?

O mais velho abriu um sorriso tímido e lançou um olhar ao pequenino. — Fui eu, não era justo ele ter que ficar em um lugar tão chato e sem vida, não é mesmo?

— Acho que gosto de branco. – O menino murmurou subitamente. — Ele deixa todas as cores aparecerem, ele abre espaço para todo mundo ser feliz.

— É... – Juan parecia surpreso e encantado. — Acho que sim.

Lucas sorriu, satisfeito. Nesse momento a porta se abriu e um homem de branco surgiu, quase que no mesmo instante Juan se levantou e caminhou até ele, saindo do quarto, certamente para conversar com o homem sem interferência.

O pequeno encarou Ray e abriu um pequeno sorriso, segurando a mão do “desconhecido”.

— Vai ficar tudo bem, você logo vai voltar pro Juan.


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Notas finais do capítulo

E ai o que estão achando de tudo? Falem, a opinião de vcs é importante para mim



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