Satsuki sempre tinha imaginado como seriam as terras além mar. Quando seu marido, Daiki, lhe mostrou aquele panfleto sobre a possibilidade de imigrarem não pensou duas vezes.

– Vamos, Dai-chan! Essa será uma oportunidade única! - Satsuki exclamou com otimismo.

Daiki balançou a cabeça duas vezes antes de afirmar:

– A gente não sabe o que pode acontecer Satsuki. Isso aqui vai servir de plano “c” pro pior dos casos.

– Ah, sério. - Momoi inflou as bochechas enquanto terminava de remendar uma peça de roupa. - Dai-chan já estamos no pior dos casos! Não tem mais comida em casa, e eu gostaria, mas não posso trabalhar demais...

– Eu sei. Seja um pouco mais paciente, não faz bem. - Daiki falou se aproximando de Satsuki e segurando-lhe a mão.

Estava sentada sobre as pernas próxima a uma mesa pequena. O quimono escondia o verdadeiro volume de sua barriga que a cada semana ia aumentando. Por enquanto ainda poderia manter seu emprego, mas já estava sendo custoso. Gostaria de ter algum descanso para ela e a criança que estava por vir, mas os tempos estavam difíceis.

Ela gostaria de poder dizer isso, mas o olhar que o marido a dirigiu apenas a fez suspirar.

– Tudo bem. Mas você vai ficar comigo hoje à noite, tudo bem?

– Mas Satsuki...

– Você sabe que não tem muito tempo não é? Vão cortar a maior parte do pessoal mesmo... Então me faça companhia, só hoje.

Satsuki apoiou a cabeça no ombro do jovem, e fechou os olhos. Estava cansada de ficar o dia todo remendando e costurando.

–... Bons sonhos. - Aomine falou em um tom mais suave.

Sentiu os lábios dele sobre seus cabelos, e ela imaginava que isso não seria muito difícil consegui-lo.