Encantos da donzela escrita por Lostanny


Capítulo 5
4. Semana um – Algo mais


Notas iniciais do capítulo

*vou responder os comentários depois* Agradeço mesmo quem está acompanhando! Continuação do capítulo anterior - mais drama para os hearts sensíveis de vocês – sob o ponto de vista de Momoi! Acho que isso aqui tá virando uma coleção de ones ultrarromânticas só acho :OOO N É a última da primeira semana! ¼!



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Aomine olhava para Satsuki descaradamente. Ela não se virava, mas sentia o peso do olhar lhe seguindo para onde estivesse. Suas amigas começaram a comentar. Mais uma vez, Satsuki deixou bem claro a relação deles com apenas três palavras:

– Somos apenas amigos!

Claro, aquela afirmativa não colaria, assim como das outras vezes. Satsuki bufou. Pareciam tanto assim namorados? Satsuki finalmente se dignou a olhar para trás. Aomine naquele instante se virava, por instantes preciosos não tiveram contato visual. O sinal tocava indicando o fim de sua aula de educação física. Momoi suspirou. Bom, pelo menos não era por ela que eles ainda estavam naquele passo.

– Garotos são mesmo muito lentos. - Satsuki falou para si enquanto se despedia das amigas.

Só havia um lugar para onde o moreno iria quando era o intervalo.

O telhado.

Depois havia treino então Momoi tinha que se apressar o quanto antes e o motivar minimante a ir, era seu trabalho. Então, assim que tomou um banho rápido nos vestiários e trocou de roupa, foi atrás do moreno.

– Aomine-kun! Vamos! Hora do treino!

A única coisa que tinha conseguido era ficar irritada. Não conseguiu puxar aquele “assunto também”. Imaginava quando teria coragem de falar abertamente. Mas ainda lhe era muito estranho estar apaixonada pelo seu amigo de infância.

Sempre estiveram juntos.

Tinha decidido para si mesma que se fossem ter sentimentos por alguém seria uma pessoa completamente oposta a Daiki. Talvez assim ela conseguisse se livrar daquele magnetismo estranho que de vez em quando ela notava entre eles, mesmo nas conversas mais banais.

Era ele quem lhe completava, com quem queria estar ao lado e cuidar. Não de uma forma fraternal. Sentia vontade de abraçá-lo e dizer que estava tudo bem. Mas Momoi sabia se controlar, deixava apenas seu lado profissional falar mais alto.

Achava que seria o melhor para os dois. Não queria ser a responsável em estragar o que ainda tinha de bom naquele garoto. Casais podem brigar até mais do que amigos. Queria poder ser seu porto seguro em que ele não precisasse temer nada. Não faria mal ser apenas mais uma amiga.

Se tudo continuasse da mesma forma. Só que Aomine parecia cada dia mais infeliz com ela, Satsuki imaginava o que estaria fazendo de errado.

Talvez fosse melhor contar o que sentia?

Pediu conselho a pessoa que mais confiava naqueles assuntos delicados. Kuroko Tetsuya era bom ouvinte e volte e meia lhe ajudava a resolver suas questões “impossíveis”. Ela realmente tinha acreditado um dia que tinha encontrado o garoto de seus sonhos. Tetsuya a acalmava quando Aomine acabava sendo duro com ela.

Seria perfeito, não precisaria se preocupar com a possibilidade de estragar a amizade que tinha com Daiki desde que se conheciam, assim como poderia desgastar aquele sentimento acumulado em si por anos de repressão.

É ela provavelmente sabia sobre o que sentia desde muito. E Daiki? Apesar de todos os seus esforços de analista parecia que o rapaz tinha se tornado ilegível desde Teiko.

Não poderia ser mais “agressiva” do que estava sendo.

Não queria que Aomine a odiasse.

Satsuki não poderia também prever o quanto sua vida mudaria de uma hora para a outra. Não soube o que a atingiu. Só sabia que devia ter doído tanto que a fez perder os sentidos imediatamente.

Momoi sentia como se levitasse. Como se seu espírito pouco a pouco estivesse saindo de seu corpo em direção aos céus.

Ah, não. É claro que ela não queria ir. Não importava se era a hora dela. Não podia ser. Ainda não. Tinha pendências naquele mundo.

Foi quando percebeu que tudo pode ser tirado de nós a qualquer momento. Seus medos e incertezas eram irrelevantes. Uma boba. Sua vida era muito curta para sabotá-la da forma como estava fazendo.

Não podia mudar seu coração.

Pelo menos levaria mais de uma vida para moldá-lo como quisesse. A humanidade ainda não havia chegado nesse estágio, e talvez nem quisesse verificar isso com os próprios olhos.

Talvez algumas coisas não se pudessem evitar.

Depois um tempo que não soube precisar seus olhos voltaram a abrir e a primeira coisa que pensou foi “doem muito”. Semanas? Meses? Anos? Quanto tempo? Estava tonta com aquele apagão e religamento repentino do sistema. Não, não era um robô. Mas se sentia como um. Os braços e pernas demoravam a responder de pesados pela falta de uso. Seu cérebro trabalhava a toda para se situar o que lhe dava uma terrível dor de cabeça.

Estava sozinha? Esse pensamento poderia tentar apavorá-la, mas não estava em suas condições normais. Apenas queria se mexer e ter certeza de que não estava sonhando.

Isso foi respondido por uma silhueta no quarto escuro. Devia ser madrugada. Um moreno estava sentado em uma cadeira com a cabeça pendendo para baixo. Não era possível ver sua visão. Os outros detalhes do quarto seriam ignorados mesmo que fosse a luz do dia. Sua mente demorava a assimilar as informações como se aos poucos lhe tirassem a poeira.

Mas uma hora ela veio. E isso a fez sentir seu coração apertado.

Quis chamá-lo. Sua voz não saía, sua garganta estava comprimida como se a estivessem sufocando. Só queria dizer uma coisa. Apenas isso seria o suficiente para seguir em frente com a consciência tranquila.

– Dai-chan... Quero... Algo... Mais... - Satsuki articulou as palavras com dor.

Com esforço e concentração que pareceu durar horas Satsuki pousou a mão sobre o tecido da calça de Aomine.

Seus olhos até ali voltavam a falhar outra vez. Tentou falar outra vez, mas pareceu ainda menos entendível. Foi quando Satsuki percebeu que usava uma máscara para lhe trazer oxigênio. Devia ter se acidentado seriamente.

Seu peito se angustiava. Sentia seu corpo se agitar. Devia estar querendo exigir mais do corpo do que podia.

Mas se ela não fizesse nada...

A máquina mostrava o aumento de seus batimentos.

Amaldiçoou seu corpo e voz naquele momento. Ela só queria dizer uma coisa.

A palma da mão sobre Daiki se fechou em punho. Os dedos finos pareciam brancos como papel. Não importava se um cobertor tentasse protegê-la. Ainda sentia frio. Começou a sentir mais ainda. Seus batimentos começaram a diminuir drasticamente.

Som de batimentos falhando.

Morrendo.

Sumindo.

– Satsuki...?

Era como se estivesse mergulhando em um buraco profundo, e uma voz soasse da abertura.

– Ei...

Era uma voz preocupada.

– Satsuki, por favor, diz que tá me escutando. Uma enfermeira...

Som de passos.

Uma pessoa segurava sua mão com força.

– Me... Beija... Dai-chan... - Momoi falou em seu tom mais doce.

Seus olhos estavam desfocados, sua voz estava extremamente baixa, ainda mais com a máquina que lhe ligava aquela frágil terra. Não saberia dizer como ele se parecia antes que se aproximasse e lhe dissesse em um tom muito similar com o “dele”:

–... Como quiser.

A máscara foi retirada com cuidado, e Momoi sentiu seu ar faltar. Mas não lhe faria mais mal do que seu coração falhando por conta própria. Seus lábios foram tomados delicadamente. Momoi gostaria de poder agradecer, mas mal tendo realizado aquele ato...

Já tinha realizado suas pendências.

Talvez fosse melhor dormir agora, não era?

– Satsuki!

Uma voz soou ao longe.

– Não... Espera... ESPERA!

As enfermeiras que antes vieram em auxílio do rapaz o seguraram. Claro, Satsuki não podia ver mais nada. Ouvir mais nada. E sentir mais nada por algo assim.

Outra voz se juntou à agitada. Porém era bem mais baixa e estava em pranto:

– Desculpe Momoi-san... Aomine-kun...


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Notas finais do capítulo

... Ok. Tenso. Me matam agora e o Kurokocchi também KKKK Não. Sério. É Aomomo ainda já que a Satsuki pensava que era o Mines. Tenho certeza que eu ia colocar um final feliz aqui... ‘-‘ Espero que tenham gostado mesmo assim. *mudou a sinopse para ver se fica mais de acordo né* n